Illéa e Nova Ásia: Dois reinos, uma seleção. escrita por Zia Jackson


Capítulo 11
Elizabeth Lavigne Spancy


Notas iniciais do capítulo

- Alice
—Natasha'
— Andy
— Eva. '
— Kaolin
— Carter Mason
—Alice Lynn
— Valerie Vitiello Stark
— Claire Cutter
— Lillian Katherine Stoll
— Marcelinne Yanes
— May Grace
— Emilly Lea Mattis
— Woori Lee
—Stephanie Hwang
— Kattrina Amy Midston Lovehgood
— Amberly Clare Montegomery
— Genna Anne Sheeran
— Alary Wudlee
— Amber Victoria Ashes
Kamilla Dandara Alencar
— Ashley Lily Carter
— Luane Delacuor Prince
— Alary Wudlee
— Amber Victoria Ashes
— Lua Emiko
— Alexia Amethysth Martell
— Bianca Miller Foster
— Katharina Miller Foster



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/611409/chapter/11

"A mudança é constante"

Sk8 boy - Avril Lavigne

Elizabeth Lavigne Spancy batucava os dedos impacientemente na mesa, segundo informações de Constance, o almoço de hoje seria somente para as que optaram por Jonathan na carta da seleção, enquanto isso, Liang e as que o selecionaram fariam outra coisa (um almoço nos jardins, já que uma mesa grande estava disposta ali). Ela queria poder se livrar do tédio, quem sabe pregar algumas peças pelo palácio, tornar aquele lugar mais caloroso e colorido. Porém, era obrigada a ficar sentada, esperando pelo príncipe de Illéa. Mais cinco minutos se passaram, e ela chegou a ele levantar para poder andar pelo castelo quando a porta se escancarou.

– Olá, garotas. – Disse Jonathan, sorrindo. Estava muito bem arrumado, e ainda mais bonito. – Dessa vez eu sequer me atrasei, não é?

Um coro de “Vossa Alteza chegou na hora” se ergueu enquanto o rapaz se sentava na cadeira da ponta da mesa. Elizabeth se espantou, achou que o príncipe fosse cumprimentar todas, uma por uma, assim como Liang fizera pela manhã.

Aparentemente, os príncipes eram bem diferentes. Mas isso era bom, não era? As pessoas deve ser diferentes.

– Agora, antes de começarmos nossa conversa, ou seja lá o que meu pai tenha me orientado educamente a fazer enquanto gritava ao telefone, sugiro que devamos comer todo esse banquete preparado segundo minhas orientações. Nessa mesa, senhoritas, estão meus pratos preferidos. Vou me servir primeiro, depois podem fazer o mesmo.

– Onde está seu cavalheirismo? - Uma selecionada indagou.

– Senhorita Natasha Romanoff. – Jonathan disse, sorrindo. – Eu não penso em ninguém além de mim mesmo. No máximo, penso em meu país.

As garotas se espantaram, desde quando se admitia ser egoísta com tanta naturalidade? O rapaz se serviu, depois sentou e começou a comer. Elizabeth pegou sua comida, pulando todos os pratos que pudessem ter azeitonas.

– Por que não pegou aquele escondidinho? – Indagou a selecionada ao lado de Liz, Carter Mason. – Parece delicioso.

– Azeitonas, iria parecer um balão se as comesse.

A outra riu, depois continuou a se servir. Em menos de dois minutos, estavam todas comendo. Quando a maioria havia acabado, Jonathan começou a conversa com elas. Parecia estar sendo obrigado a fazer aquilo, já que sua expressão seria o que a mãe de Elizabeth chamaria de “cara de quem chora o leite derramado”. Após alguns minutos, ele fez sinal para que cessassem todas as conversas.

– Algum problema, Alteza? – Alguém indagou, mas Liz não pôde identificar quem.

– Ah não, não sou obrigado a fazer isso. – Ele disse, falando consigo mesmo. – Desculpem-me senhoritas, mas vai dar para continuar.

–Continuar? –A selecionada ao lado de Liz indagou, era Holly Stewart.

– Não vou continuar fingindo que estou feliz com isso. Eu não queria essa droga de seleção! Nada contra vocês.

As meninas se espantaram novamente, e até os guarda , que eram treinados para manterem total imparcialidade, não puderam conter a surpresa. Não era nada cortês que um príncipe falasse desse modo.

– Agora, vou me retirar. Podem continuar com esse almoço sem mim.

E, sem mais nenhuma palavra, se levantou e foi embora, batendo a porta com força atrás de si.

– O que deu na cabeça dele? – Gisele Alvares indagou. Mas ninguém sabia responder. Tudo bem, ninguém era obrigado a aguentar algo que não queria, mas ele tinha várias garotas que o rodeavam em uma mesa, deveria ter ser controlado. Elizabeth repreendeu-se no mesmo instante, quem era ela para falar de auto-controle? Assim que terminou de comer, voltou até seu quarto.

* * *

Estavam todas reunidas no salão de mulheres, conversando sobre vários assuntos. Até mesmo a princesa Ming estava presente, dizendo o quanto estava entediada antes de ir conversar com as selecionadas.

– Alguém quer jogar “concurso de pegadinhas”? – Indagou a princesa, falando baixinho.

– Como funciona? – Felicity Jones indagou.

– Cada uma faz uma pegadinha com alguém que estiver nessa sala, a que for mais engraçada ganha um doce.

Ao ouvir a palavra doce, os olhos de várias meninas se acenderam.

– Chocolates? Balas? – Elizabeth perguntou, animada.

– Pirulitos, pães doces, rosquinhas... Tudo que tiver açúcar nesse castelo.

– Eu topo. – Disse.

– Eu também topo. – Felicity disse. – Mas, se ganhar, vou exigir meus doces, viu?

Algumas meninas também se alegraram e disseram que iriam participar.

– Ok, terão cinco minutos para reunirem materiais. - Ming declarou. – Não vale fazer pegadinha com as participantes do jogo, incluindo a mim. Quem fazer uma pegadinha com meu irmão, ganha mais doce.

– Por quê? – Indagou uma participante.

–Porque ele me deixou sozinha na hora do almoço, bocós merecem punição. – A princesa falou,determinada. – Ah, droga, ele está resolvendo umas questões pessoais. Esqueçam-se do que eu disse. Um, dois, três e... Valendo!

As meninas dispararam para fora do salão, cada uma indo para um canto do castelo. Os guardas se assustaram, mas ao verem que não era nenhuma ameaça, voltaram aos seus postos. Elizabeth tomou cuidado para não tropeçar nos vestidos, mas estava adorando aquilo. O castelo era muito quieto e cinzento, precisava de diversão.

Entrou em seu quarto, ofegante.

– Senhorita, está tudo bem? – Perguntou sua criada, Ariadne.

– Sim. Pode me trazer um ovo e calda de chocolate?

– Ovo? Um ovo de galinha?

– Sim.

– Frito?

– Não, Ariadne. O ovo mesmo, com casca e tudo.

– Senhorita, o que pretende fazer?

– Você verá.

A criada, meio desconfiada, saiu. Dois minutos depois, voltou para o quarto com uma travessa de calda quente de chocolate e um ovo.

– Aqui estão seus pedidos, senhorita.

Elizabeth pegou o ovo, mergulhando-o no chocolate. Esperou para que a calda secasse e voilá, seu plano estava pronto. Agradecendo a criada, voltou para o salão de mulheres enquanto segurava o ovo na mão.

Poucas selecionadas estavam ali naquele momento, a maioria não parecia ter notado a conversa de Ming e, inocentemente, liam suas revistas ou conversavam.

As que haviam saído voltaram, sem levantar suspeitas.Ming olhava inocentemente para suas mãos, como se procurasse por alguma farpa ou algo assim. Em um acordo silencioso, as que iam pregar as peças foram devagar até suas vítimas.

A escolhida de Elizabeth foi May Grace, uma jovem que estava sentada em um dos puffs, perdendo-se em pensamentos.

– Oi. – A menina com o ovo chamou.

May a olhou, encarando-a com grandes e belos olhos azuis. Tinha cabelos longos, castanhos-médios.

– Oi. – Respondeu May. – Tudo bem?

– Estou ótima. Trouxe um presente para você.

– Mas nós nem nos conhecemos. – May respondeu, desconfiada.

– É o meu jeito de começar uma amizade. – Liz sorriu, estendendo o chocolate.

– Bom, nesse caso muito obrigada. – Disse a outra, sorrindo. Pareceia ser bem legal, e por um momento Elizabeth ficou tentada a tirar o ovo de sua mão. Mas não o fez, quem sabe dessem boas risadas?

A outra selecionada mordeu o falso chocolate, sentindo a gema escorrer-lhe na boca.

– Credo! – Disse, cuspindo em uma folha de revista. – Era ovo?

Sua expressão estava carregada de nojo.

– Desculpa. – Disse Elizabeth, rindo. – Desculpe-me de verdade.

– Eca! – A outra limpava a boca na manga do vestido, mas o gosto era Tão ruim que ela apenas saiu correndo.

Olhando ao seu redor, a menina percebeu que a sala estava uma bagunça. Farinha, água, gritos histéricos e risadas preenchiam o lugar. Algumas pegadinhas eram muito boas e criativas, outras eram mal feitas ou maldosas. Mas ninguém escapara ileso. Uma menina jogou uma torta na face de Elizabeth, que riu e tentou tirar o recheio que lhe cobria os olhos.

Nesse clima de risada, a porta se abriu em um estrondo, seguido de um grito de Constance.

– QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI?

Bônus - Criada Lola

Lola andava pelos corredores do palácio, estava esgotada, passara a tarde limpando o salão das mulheres após a bagunça que as meninas haviam feito. Já era tarde, as selecionadas haviam ido dormir,mas ela não se importava. Precisava encontrar Liang. Parou na porta do quarto do príncipe, vendo pela fresta da porta que as luzes ainda estavam acesas. Melhor assim, pensou.

Bateu levemente na porta, depois a abriu devagar. Deu de cara com o rapaz em sua cama, contando uma história para sua irmã. Ele fez sinal para que a criada esperasse, e ela ficou em um canto do quarto. Quando a princesa Ming parecia dormir, ele fechou o livro e se aproximou da criada.

– Algum problema, senhorita?

– Sim, Alteza. É assunto urgente.

O príncipe franziu o cenho, preocupado. Parecia mais jovem sem o terno e os cabelos bem arrumados, o pijama azul claro o deixava mais leve e tranquilo.

– Como se chama? – Ele indagou. – Desculpe-me, mas a maioria dos criados são novos e ainda não decorei o nome de todos.

– Meu nome é Lola, Alteza. Mas realmente preciso conversar.

Ele, fazendo sinal para que se encontrassem do lado de fora do quarto, seguiu Lola e depois fechou a porta. Encostou-se no batente.

– Diga-me o que aconteceu, Senhorita Lola.

– Foi uma das selecionadas, Alteza. – Ela disse, com raiva no olhar. Havia checado as fichas das garotas na sala de administração do palácio, e reconhecera Margarette como uma selecionada que optou por Liang. – Ela desacatou seriamente uma criada.

– Quem?

– Margarette Buford. – O nome foi como veneno nos lábios de Lola. – Ela jogou um monte de sopa em sua criada, Marcelly. Como se não bastasse, xingou-a de nomes muito feios.

– Tem certeza disso? Uma acusação dessas é algo bem sério.

– Nunca mentiria sobre um assunto dessa magnitude, Alteza. Marcelly é minha amiga, uma menina doce e bem dotada e eu apenas quero protege-la das maldades. Existem garotas muito boas nesse palácio, príncipe Liang, mas Margarette não é uma delas.

– Sinto muito por sua amiga, Lola. Tentarei conversar com todas as selecionadas amanhã, para que fiquem cientes de que desacato não será aceito nesse palácio. Depois, conversarei com Margarette em particular. Pedirei para que sua amiga seja realocada em outro quarto, com outra selecionada para cuidar. Tudo bem?

– Sim, Alteza.

– E como a criada está?

– Abalada, envergonhada.

– Diga a ela que eu sinto muito, embora não pudesse prever isso. – Ele abaixou o olhar. – Só me pergunto qual é a necessidade de humilhar uma pessoa que só quer te ajudar.

– As pessoas podem ser muito egoístas, Alteza. Felizmente, o senhor não é uma delas. Agora, irei me retirar e você poderá voltar à sua noite de descanso. Desculpe-me sobre qualquer incômodo.

– Imagine, Lola. Gosto de estar ciente sobre as coisas do palácio.

Com uma reverência, Lola saiu do corredor andando depressa. Mas, dessa vez não iria voltar ao seu quarto. Estava planejando sua vingança, e precisava dos materiais adequados. Infelizmente, no meio do caminho trombou em alguém.

– Desculpe. – Disse.

A pessoa a pegou pelo braço, mas não a machucou.

– Que fazes andando tão depressa? E tão tarde?

Lola praguejou mentalmente.

– Estava voltando ao meu quarto, Alteza.

O príncipe Jonathan apenas riu.

– Vais me dizer que o quarto mudou de lado agora?

– Eu realmente preciso ir, Alteza.

– Não vai fugir, querida. Ia para onde?

– Para meu quarto, apenas resolvi andar um pouco pelo palácio.

– Deves andar o dia todo, a maioria dos criados acaba seu expediente e dormem mais depressa do que um mosquito ao picar nossa pele. O que estava pretendendo fazer?

“Nada de mais, Alteza. Apenas cortar os cabelos, os vestidos, afogar uma garota na banheira e quem sabe fazer uma carta falcatrua sobre o cancelamento da seleção para uma selecionada mesquinha...”

– Queria tomar um ar. A cozinha é muito abafada e escura. Sabe, Alteza, isso é algo que deveriam melhorar nesse palácio. -

Infelizmente, senhorita, esse castelo foi uma doação temporária. Não podemos modifica-lo. Mas, quem sabe, podemos colocar lamparinas e velas.

– Seria bom.

O alarme do toque de recolher dos criados tocou, livrando Lola de uma conversa que pudesse ser prolongada, ela fez uma reverência e saiu rapidamente, mas sentiu o peso do olhar do príncipe de Illéa. Ele tinha razões para desconfiar, toda aquela história de “tomar um ar” era muito mal feita. Fora salva pelo gongo, mas encontrar o príncipe fora até bom, ela teria mais tempo para elaborar uma boa vingança. Como sua mãe diria: A vingança é um prato com sorvete, não basta ser frio, deve ser um congelado para ser bom.

E, se preciso fosse, ela deixaria congelar


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Princesa Ming não presta, gente.
Bjus *-*