Por onde você andou, Miles Foxx? escrita por Lord


Capítulo 19
Bebemos cappuccino triste.


Notas iniciais do capítulo

Tentem não odiar o Miles.
Ps: Eu não consegui.



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Decidi eu mesmo dirigir até a antiga casa de Miles, resolvi pegar um caminho alternativo para não passar pela frente do meu antigo lar. Assim que avistei a construção de dois andares feita de madeira pintada com tinta azul parei o carro. Meu celular tocou no mesmo instante. O número era sem identificação. Porém todos sabiam que era ele me ligando.

– Olá, Leonard. – A voz de Miles surgiu em meio aos chiados de uma ligação ruim. – Minhas fontes disseram que você acabou de chegar. Os outros estão com você? Não responda, não posso te ouvir, é uma gravação. Mas enfim, se eles estão com você coloque no viva-voz. - Ele deu uma risadinha, em seguida continuou com uma voz incrivelmente macabra. – É claro que eles estão. Ok. Olá garotos e garotas, aqui quem fala é seu líder, Miles, é obvio que vocês sabem que sou eu. – Miles fez uma pausa. – Aqui segue a minha lista, a lista é simples, em cada lugar que vocês forem eu ligarei para entregar a próxima tarefa. A primeira tarefa é ir tomar café, por favor, vão até aquela cafeteria pequena, a South Sweet, ninguém merece o Starbucks. Freya procure uma garçonete chamada Lindsay você pede um cappuccino triste, ela saberá o que fazer. A tarefa só vale se todos tomarem o café e comerem um churros.

A ligação terminou. Eu não sabia quem estava mais assustado nem o motivo por eu estar com tanto medo. Olhei para cada um do carro e todos estavam incrivelmente pálidos, principalmente Freya que parecia ter levado um soco na boca do estomago e perdido todo o ar.

Deixei o silencio no ar e continuei dirigindo em direção à cafeteria. Kyle foi o primeiro a falar.

– Como assim ele tem fontes? E que diabos ele pensa que está fazendo?

– Ele sempre gostou de enigmas. – Freya disse. – Quem que eu tenho que procurar mesmo?

– Lindsay. – Rato respondeu. – Falando em Lindsay, quem disse ao Miles que ele era o líder, achei que todo mundo era igual a todo mundo.

– O desaparecimento de Miles acabou com cada um de nós. – Liv disse. – Ele é indispensável, somos só operários. Miles já sujou a mão por algum de vocês?

– Ele já bateu em um cara por mim. – Falei.

– Ele não bateu por você, ele já vinha se estranhando com cara. – Kyle disse. – Foi só uma desculpa pra ele meter a mão na cara do garoto.

Por algum motivo aquilo acabou me deixando triste. Eu realmente achei que ele havia se metido em uma briga por mim ou coisa parecida, mas como Miles era uma caixinha de surpresas nunca podia ter certeza sobre as atitudes dele.

– Chegamos. – Anunciei parando o carro na frente da antiga construção feita de tijolos vermelhos e vigas de madeira grossa. Aquele lugar estava ali desde sempre, era impossível conhecer alguém mais velho que aquela cafeteria.

Freya saltou do carro e correu em para dentro do comércio. Seguimos ela sem muito entusiasmo, quando entramos ela estava conversando com uma garçonete. A moça sorriu atenciosa, era negra e tinha um Black Power enorme.

Sentamos em uma pequena mesa perto de uma das janelas, o porta-canudos era a única coisa que decorava a mesa. Freya voltou algum tempo depois, trazia em suas mãos um pequeno envelope.

– Lindsay vai trazer as coisas logo. – Ela disse.

Freya abriu a carta com as mãos tremulas.

– Querida Freya. – Começou ela. – Eu te amo, mesmo você sendo uma vadia burra e sem princípios. – Ela ergueu uma das sobrancelhas. – Pode-se dizer que nossas vidas se encontraram quando eu cheguei. Naquela época você namorava com o Scott, o mesmo Scott que queria dar uns pegas ardentes no Leonard. Enfim, quando eu cheguei ele e o meu querido Kyle entraram meio em que uma competição, você já sabe a história, assim como todos os outros, mas vamos ao meu ponto de vista.

Lindsay veio até a mesa colocou uma xícara de café e um churro na frente de cada um. Em cada guardanapo lia-se na caligrafia de Miles: “O café está amargo, não ouse colocar açúcar, eu saberei se você colocar”.

Freya ignorou o café e continuou.

– Eu havia acabado de chegar à cidade, tinha um olho roxo, algumas roupas e toda a personalidade que vocês já conhecem. Kyle e Scott eram amigos, muito amigos, realmente eles eram amigos pra caramba, ou mais. Como eu já disse você namorava com o Scott, e o Scott namorava com você e ao mesmo tempo ele namorava com o Kyle. Você não sabia, querida? Bem, agora você sabe.Freya encarou Kyle que ficou mais incrivelmente vermelho.

– Aparentemente Scott não estava feliz só com os dois, então ele foi mais longe, tipo França. Sim, ele namorou você, o Kyle e o Simon ao mesmo tempo, mas acho que o Simon não sabia de nada, ele é meio burro. Aí eu e Scott transamos e vocês já sabem o que aconteceu. – Freya fez uma longa pausa. – Scott traiu você várias vezes, mas a única que você soube foi comigo. Aí eu me pergunto: por que você ficou tão puta da cara com ele e comigo não? Ele não me forçou a fazer nada, eu fiz porque eu quis. Você não tem princípios, preferiu continuar popular e andando ao lado do cúmplice do seu ex quando você poderia ter me batido também e continuado com sua dignidade. Agora você não tem nem sua dignidade nem a minha pessoa. Outra pergunta: dar feito louca aliviou alguma coisa? Não? Que pena, mas uma pena maior ainda é que você perdeu o bebê, quando você se jogou da escada para abortar a criança já tinha pensado em um nome? Sabia quem era o pai? Espero que você não se arrependa disso. Eu resolvi contar um segredo seu e um do Kyle na mesma carta porque você merecia uma resposta, todos merecem. Com amor, Miles.

Ficamos em silêncio por alguns longos segundos. Ninguém ousou tocar no assunto "bebê".

– Enquanto não terminarmos com o café não vamos poder ir embora. – Ela disse sombria.

– Freya, descul...

– Não fale comigo. – A garota disse com ódio. – Eu confiei em você.

– Terminem o café logo. – Liv disse.

Café amargo é a pior coisa do universo. Como as pessoas conseguem gostar de uma coisa dessas? Talvez o café não estivesse tão amargo quanto a cara de Freya, o que era uma coisa completamente compreensível. Como Miles pode fazer uma coisa dessas.

Assim que Kyle colocou a xícara de café na mesa o telefone tocou.

– Sorriam, principalmente você, maninho, eu sei que você não faz isso com muita frequência. – A voz de Miles era animada. – Não é bom quando não há mais o peso de um segredo nas costas? Freya lamento que eu tenha te contado a verdade sobre os seus chifres assim, mas eu sou criativo. Agora tirem os seus sapatos, pois vamos até a praia para um belo e verdadeiro passeio, Kyle, você deve estar muito então por que não compra uma um sorvete cinzento com aquele velho perto do pier?. É perto de meio-dia então a areia deve estar pelando, a tarefa só vale se todos estiverem descalços. Lembrando que se não chegarem até a quinta tarefa vocês não vão me encontrar. Beijos.


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