Another Way escrita por Fritzen


Capítulo 4
IV. Just Another Case


Notas iniciais do capítulo

Se gostam de ler com trilha sonora, vou deixar aqui as músicas que eu ouvi pra escrever esse capítulo.

The Republic Tigers - Fight Song
AC/DC - You Shook Me All Night Long
Milo Greene - What's The Matter
Screaming Trees - Look At You

Boa Leitura!



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Dean bateu na porta do banheiro feminino - Vamos logo. Precisamos continuar, a cidade já está próximo. - olhou o relógio, tentando calcular quanto tempo demoraria até chegarem.

– Ok, apressadinho. To quase pronta. - Dean revirou os olhos, indo em direção ao Impala.

Quando voltou para o carro o caçula estava terminando de abastecer o carro; tinham parado pra comprar algumas roupas para Aurora na loja de conveniências do posto de gasolina; Dean pegou algo para comerem, Sam abasteceu o carro e Aurora tinha ido se trocar.

– Até que enfim. - Sam ouviu o irmão reclamar quando Aurora finalmente apareceu, se virou instintivamente para olhar e teve que se conter para manter os olhos no rosto dela.

– Desculpa bonitão, mas essas roupas são um pouquinho curtas - a garota ralhou irritada enquanto tentava ajustar do decote da blusa e puxar o shorts para baixo. Jogou a jaqueta pra cima de Dean, que não teve tempo de pegá-la antes de ficar pendurada nele. - Será que eu posso dirigir um pouco? - Perguntou amarrando o cabelo para que não grudassem no pescoço.

– Primeiro, quero sua carteira de motorista. Ninguém que não esteja capacitado dirige meu bebê.

– Ok, aqui está. E só pra constar desde que tirei a carteira nunca tive nenhuma multa. Carros tem que ser bem tratados. - ela não esperou pela afirmação de Dean, já entrava no carro do lado do motorista, pronta para dirigir.

Dean arqueou a sobrancelha para Sam, demonstrando o quanto havia gostado da atitude dela, ele apenas riu da atitude do irmão e quando ia abrir a porta de trás do carro, Dean segurou sua mão.

– Eu preciso dormir um pouco, você vai na frente com a sua protegida - sorriu maliciosamente, indicando com a cabeça a porta por onde havia entrado Aurora.

– As fofoqueiras podem calar a boca e entrar logo no carro? - Dean jogou a chave para que ela pudesse seguir viagem.

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Dean já tinha apagado no banco de trás, o dia estava próximo de amanhecer e Atlanta estava cada vez mais próxima.

– Então, Grandão, quer me falar sobre o caso? - Sam estava lendo os relatórios que Bobby tinha entregado para os três, tentando se concentrar só nos papeis e não na garota; até agora.

– Hum.. Foram dois homens assassinados, cada um em uma região de Atlanta, mas sem nenhum afastamento excessivo. Sem padrão. Os dois eram homens de família, ótimos empregos, bem casados, carreira bem sucedida. Não parecem ter nenhum podre, em nenhum ponto.

– Não sei. Precisamos pensar um pouco mais, procurar mais. Com certeza existe alguma coisa. Sempre existe.

Os dois não disseram mais nada, o único som era a respiração pesada de Dean no banco de trás, entre um suspiro e outro ele resmungava algo; Sam não estava realmente pensando nisso, estava realmente se sentindo incomodado pela situação. Ainda não tinha parado de pensar sobre o que a mãe de Aurora havia dito para ele e no que Castiel disse que isso significava. Estava tão distraído que só percebeu estar encarando as pernas da garota ao seu lado quando ela pigarreou alto, chamando sua atenção para o seu rosto. Ela estava sutilmente corada e muito seria.

– Quer por favor manter os olhos nos papéis? Ou melhor, seja um co-piloto descente e me indique o caminho. - o rapaz arrumou sua postura, se certificando que não olharia para ela novamente. - Não precisa agir como se eu fosse te atacar, só não fique me olhando. Essas roupas já estão me expondo demais.

– Você não gosta de chamar atenção? - ela assentiu - No bar você parecia bem a vontade enquanto cantava.

– Lá é diferente, não é como se existissem mais pessoas comigo, sou só eu e a música. E lá eu não visto tão pouco tecido. - ela riu e Sam a acompanhou, sentindo o peso do ar sumir aos poucos.

A conversa simplesmente acabou e Aurora aproveitou para ligar o rádio e cantarolou todas as músicas durante o resto do caminho.

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– Ok, então nós vamos lá ver o que aconteceu, você fica no carro.

– Não me trate feito uma criancinha, Dean. Eu posso descobrir mais coisas que vocês. - ele riu em deboche, se virou e caminhou até a cena do terceiro assassinato.

– Nós já voltamos. - Sam se despediu e foi na direção do irmão. - Não precisa tratá-la daquela maneira. Ela vai precisar continuar seguindo viagem com a gente e seria muito mais fácil se você começasse a ser menos irritante.

– Você realmente ta agindo como se ela fosse sua protegida. - os dois ergueram os distintivos falsos do FBI para os policias que cuidavam da cena do crime.

– Não se trata disso. Ela está sozinha com dois caras que ela não conhece e, não sei se você notou, mas ela não ta aqui de livre e espontânea vontade. Não seja tão idiota.

Sam foi a frente conversar com o policial, deixando Dean para trás para olhar o corpo e a cena do crime. O caçula tinha parecido bem irritado com a atitude do irmão o que o fez pensar sobre o que ele disse e ele precisa concordar sobre estar sendo muito chato com ela. Odiava quando ele estava certo.

– Ok, obrigado. - Sam voltou rápido para perto do irmão, o que indicava falta de boas informações sobre o caso. - Mais um que se encaixa nos caras perfeitos assassinados sem aparente motivo.

– E como todos os outros, teve as bolas arrancadas. - Dean lamentou com um pouco de nojo.

– Exatamente - os dois olharam para o corpo mais uma vez - Dean.. - Sam chamou a atenção do irmão, indicando um lugar com a cabeça.

Dean acompanhou o sinal e viu Aurora conversando com um jovem, deveria ter quase 15 anos, mas suas roupas aparentavam muito menos; ela parecia muito amigável enquanto conversava com ele, já ele parecia interessado em outra coisa. Quando Aurora virou de costas para sair de perto dele, o garoto puxou o celular do bolso para que pudesse tirar uma foto dela, mas quando notou estar sendo encarado pelos dois, correu rápido para dentro da casa.

– Aprendam a usar o que vocês tem. Eu no caso, tenho um decote e um adolescente na puberdade. - começou a se explicar enquanto os dois se aproximavam. - Agora podemos, por favor, comprar roupas mais descentes?

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Os três chegaram ao quarto de motel depois de passar por uma pequena loja local e encontrarem roupas mais compridas para a nova integrante do grupo. O quarto tinha duas camas e um sofá cama, os três revezariam o sofá cama enquanto estivessem no caso, o que não deveria demorar muito.

– O que você descobriu com o garoto puberdade? - Dean perguntou enquanto jogava sua mala em cima da cama, mas antes que ela encostasse no colchão Aurora a chutou para o sofá e jogou a sua mochila com as roupas novas em cima da cama.

– O primeiro turno é seu. Antes de qualquer coisa eu preciso de um banho e depois eu digo o que eu sei. - entrou no banheiro fechando a porta, com uma pequena bolsa nas mãos - E, sim, isso é por vocês terem me deixado no carro, bonitões. - ouviram a voz ser abafada pelas paredes do banheiro.

Dean encarou o irmão com uma expressão de incredulidade no rosto e Sam apenas deu de ombros, deixando claro pro irmão que ele estava certo sobre ser a conversa de mais cedo; precisa ser menos idiota.

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Aurora saiu do banheiro com o cabelo molhado e encontrou os Winchester esperando pelas novas noticias.

– Vocês ficam tão bonitinhos assim - caçoou e recebeu a carranca de Dean como resposta. - Bom, o que eu consegui com o garotão foi que o pai dele era colega de trabalho com a vítima e eram amigos de infância. Eles gostavam de ir numa casa de shows que só abre nos sábados a noite, que por incrível que pareça, é amanhã.

– Eu vou pesquisar se os outros dois estiveram nesse mesmo lugar.

– Tem mais, o garoto pode jurar que ouviu o pai conversar no telefone sobre "uma figura escultural, quase como uma ninfa", ele usou exatamente essas palavras.

– Acho que ta na hora de eu bater um papinho com o paizão. - Dean se levantou e caminhou até a porta. - Nada de aprontarem enquanto eu estiver fora - riu sozinho e saiu.

– Ele é sempre assim tão sutil? - Aurora perguntou enquanto secava um pouco mais do cabelo.

– Quase sempre - respondeu, enquanto abria no notebook, sabendo o que procurar.

– Se encontrar algo nas faturas dos cartões de crédito, acho que seria bom irmos conversar com as viúvas.

Sam concordou e, de esguelha, a viu se levantar e ir até a comoda onde tinham colocado os curativos. Ela precisava limpar o corte que tinha sido feito durante a ultima caçada. Levantou a camiseta azul marinho um pouco acima do umbigo, podendo olhar bem para o machucado; aproveitou a toalha molhada com a qual secou o cabelo e limpou o sangue que voltou a sair a ferida por conta do banho. O rapaz podia enxergar algumas cicatrizes feitas em volta das costas da garota, algumas parecendo mais profundas que outras.

– Merda - a ouviu ralhar. Sua visão estava começando a ficar embaçada, como quando soube sobre sua mãe ou quando apagou no bar enquanto falava com Sam.

– Precisa de ajuda? - ele a ouviu bufar e dizer um "Sim" muito baixo, largando o computador e foi até ela. Sentou no sofá-cama para que seu rosto pudesse ficar na altura do corte - Como você conseguiu isso?

– Nem sempre é fácil atrair um demônio pra uma armadilha, então tive que cutucar a onça até que ele perdeu a paciência e pulou pra cima de mim, eu só não tinha notado que ele tinha uma faca. E se eu não tivesse que ter arrancado ela de mim, não teria notado o maldito corte.

Sam levantou os olhos para encará-la um pouco surpreso; não era comum que as pessoas tivessem tão pouca sensibilidade ou tanta resistência a dor.

– Isso já aconteceu uma vez e tive que ficar duas semanas no hospital por causa de uma inflamação. Até hoje o pessoal do hospital acha que eu faço parte de alguma gangue. - os dois riram.

Aurora notou o cuidado com o qual ele limpava o machucado e fazia um curativo novo. Ela sentia umas pontadas de vez em quando, mas nada insuportável.

– Você é bom com as mãos - disse antes que percebesse e quando notou o tom que isso poderia passar sentiu o calor nas bochechas. - Digo.. Com os curativos, você entendeu.

Ele riu, mas não tirou os olhos do seu trabalho - Pronto. Acho melhor fazer uns pontos nisso, a entrada do corte foi pequeno, mas foi fundo.

A garota se afastou rápido dele arrumando a blusa - Por enquanto, pode continuar assim. Não curto muito agulhas. - Sam viu a ponta da tatuagem no ombro dela e imaginou como a experiência teria sido desagradável.

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Dean voltou logo da conversa com o pai do garoto o que ajudou a quebrar a tensão presa no quarto.

– Alguma novidade com os outros dois?

– Aparentemente eles também frequentavam o lugar, na verdade eles só foram uma vez e seis dias depois foram assassinados.

– Acho que achei seu padrão - Aurora sorriu enquanto se apoiava na mesa para poder ver a tela do notebook - e o pai do garotão?

– Ele não estava em muitas condições de falar, mas disse que a tal figura escultural não quis dar atenção pra ele, só pro amigão dele. Depois eu falei com os vizinhos e eles disseram que o cara tem muitos problemas com bebidas, não que eu precisasse que alguém me dissesse isso, o cara fedia a cerveja barata, foi abandonado pela esposa e cria o filho sozinho desde então.

– Isso é bem estranho, a garota no bar da atenção pro cara engomadinho. Eles três pareciam muito chatos, garotas no bar normalmente tem um padrão de caras.. Dean você por acaso tem uma foto do pai do garotão? - ele assentiu e entregou a foto em que os dois amigos estavam juntos. - Interessante.. ele me parece o tipo de cara que uma garota de bar gosta de pegar... elas quase sempre tem um tipo favorito e esse cara é bem pegável... mas os engomadinhos parecem tão chatos.

– Talvez esse seja o segundo padrão. As vítimas são os engomadinhos. - Sam concluiu o pensamento da garota.

– Ótimo, então temos alguma coisa que gosta de pegar engomadinhos.

– É mais que isso. Eles parecem ter uma vida perfeita, a esposa, o emprego. Por que eles correriam o risco de perder tudo assim por uma garota no bar?

– Só se ela for irresistível.


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Notas finais do capítulo

Epa lêlê... mais um saído do forninho... Eita Xovana... Enfim, povos e povas, espero que tenham curtido. Criticas construtivas e comentários são bem-vindos, não esqueçam de acompanhar a Fic e é isso ai.



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