Você tem medo? escrita por Moon writer


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEY! XD
Então, decidi escrever algo mais sombrio desta vez. Assistir a filmes de terror sempre me anima a escrever algo do gênero. Boa leitura!



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O vento frio batia forte em meu rosto, sentia meu nariz gelando e os olhos arderem. Mas não podia parar, ele estava atrás de mim... Ele. Corria como se minha vida dependesse disso, e dependia. Eu não poderia me deixar capturar. Foi uma péssima ideia ter vindo pela estrada de barro, mas o lago sempre me acalmava. Mesmo sabendo que esse monstro estava a solta eu teimei com meus amigos e vim por aqui, sozinha.


Flashback on


Eram por volta das vinte e duas horas quando sai do trabalho com Any, Lucio e Felipe. Trabalhamos numa empresa moda, estávamos organizando os últimos detalhes para um desfile no Domingo. Ao sairmos do prédio, a paisagem era assustadora: as ruas estavam vazias, restaurantes que haviam perto estavam todos fechados e a pouca iluminação deixava o ambiente ainda mais sinistro.


– Nossa que decadência! - Disse Any, cobrindo o corpo com os braços para conter o frio.


– Agradeça ao Jack. - Felipe põe o braço sobre a garota. Os dois mantinham um relacionamento secreto, que não era tão secreto assim.


– Aquele insano. Como a policia ainda não o capturou? - Ela pergunta indignada, deixando-se abraçar pelo namorado.


– Ele nunca deixa rastro. - Falei. - É como se Jack fosse um fantasma que vem e leva pessoas com ele.


– Por favor, vamos parar com isso! - Lucio gritou, sacudindo seu dedo indicador esquerdo para mim. - Querida, percebeu que estamos só nós quatro aqui? Falar de coisa ruim atrai, meu bem. E se ele aparecer, que Deus me livre!, mas se viesse não tínhamos a menor chance.


Nós rimos. Mas Lucio tinha razão. Se Jack o psicopata aparecesse do meio do escuro, pronto para nos atacar, não teríamos a mínima chance. Afinal, somos só eu, Lucio, Any e Felipe. Em outras palavras, uma magrela, um gay histérico, uma gostosona meia lerda e um filhinho de papai. E Jack nunca deixa ninguém vivo para contar história.


Esse psicopata surgiu a três meses atrás, quando uma jovem de dezesseis anos foi encontrada morta na porta do colégio onde estudava. A policia e os outros poderiam ter encarado o fato como um assassinato, acerto de contas ou coisas do tipo, mas tinha algo que diferenciava esse dos demais casos da época. Uma carta. Mais especificamente, um coringa vermelho. Em declaração para a imprensa, a policia tinha dito que a carta havia sido riscada com o nome Jack o Psicopata em letras de forma. A mesma fora encontrada dentro da boca da garota. Mas não era só isso que fazia deste, um caso bizarro.


Linda, como era conhecida, estava despida de qualquer roupa. Suas mãos foram-lhe cortadas e seus seios foram perfurados. Suas duas pernas estavam quebradas e viradas em posições contrárias, estava amarrada pelos dois braços ao poste, e seu corpo sem vida, segurado apenas por aquelas cordas, dava nítida impressão de que ela era um fantoche. Um brinquedo. E não foi só isso. Na barriga de Linda, Jack havia escrito a frase ‘’Você tem medo?’’ com cortes superficiais. Depois dela, várias pessoas começaram a sumir e reaparecer mortas de modo bizarro e cruel.


A polícia por sua vez, nunca encontrou nada, nunca. Jack era esperto. Aparecia e sumia sem deixar rastro, sem nada que prove se quer sua existência. Mas todos sabem que ele existe e está por ai... Quem sabe até nesse exato momento, fazendo mais uma vítima.


– Immi? - A voz de Any me tira de meus pensamentos, e percebo que havíamos nos afastado bastante do trabalho. - Estamos chamando o táxi, com quanto vai poder ajudar? - Estava pronta para responder quando vejo a estrada de barro. Pelo dia, muitas pessoas costumam caminhar por lá e admirar a beleza do lago que existe ao lado. Sempre gostei deste caminho, me acalmava e me fazia refletir bastante sobre muitas coisas. Todos falavam o quanto lá era perigoso a noite, mas eu sempre me sentia segura e já tinha decidido.


– Desculpe, mas vou andando. Por ali. - Aponto para a estrada. Um escuro tomava a rua. Os postes de luz tinham uma grande distância de um para o outro o que dificultava o trajeto, pois como era de barro, pedras, buracos e poças eram mais que comum.


– Está louca? Não vou deixar ir por ali. Não com o Jack solto. - Lucio cruza os braços e bate o pé com firmeza.


– Relaxa, Lu. Esse caminho nunca me deu problemas.


– É, mas isso era antes desse louco maníaco estar solto. Você irá com a gente! - Seu pé encontra o solo mais uma vez, agora com mais força.


– Pare de falar do Jack. Você mesmo disse que pode atraí-lo. Parece até que tem tesão por ele. - Ri sozinha. Tentei amenizar a cara feia dos meus amigos, mas meu plano foi falho.


– Queridinha, não sou eu que vive pesquisando coisas na internet sobre ele. - Ele me olhou firme, com uma das sobrancelhas arqueada.


– Você sabe muito bem que tenho gosto por Jornalismo. Esse caso pode ser a alavanca que me levará ao sucesso! - Era verdade o fato da minha queda por Jornalismo, mas mentira sobre Jack. Já havia me convencido de que alguma forma, ele me atraia. Todo o mistério que envolvia essa figura me enchia de vontades.


Antes que Lucio tentasse outros argumentos, corro em direção da estrada, aceno, sussurro um encontro vocês depois e entro na rua escura.
Depois de me certificar que estava longe o suficiente, paro e tomo um pouco de ar. O frio estava mais forte e um arrepio encontra minha espinha, fazendo-me tremer. Sorriu ao achar a sensação desconfortante e gostosa ao mesmo tempo. Após algum tempo, começo a andar lentamente, admirando o esbelto lago que seguia ao lado do caminho. Um muro de dois metros separava a água do barro e eu sempre adorei me sentar lá em fins de tarde e admirar toda a paisagem. Como sempre, uma felicidade inunda meu ser, era realmente ótimo andar por aqui.


Já havia andado um bom percurso mas ainda não tinha visto nenhuma pessoa. Os boatos eram mesmo certos? Bom, eu não me importava. Quanto menos gente, melhor. Por precaução olho para todos os lados antes de tirar meu celular do bolso para olhar a hora. Quando já estou convencida de que não há ninguém, retiro o aparelho.


– Quase onze horas. - murmuro.


Começo a fuçar o meu celular, entrando em redes sociais e respondendo alguns amigos, já estava quase no fim da estrada e não via a hora de poder ver meus amigos e provar para os três de que aqui era um local seguro e tranquilo. Minha atenção foge da tela do celular, quando sinto esbarrar em algo no chão. Estava escuro e não consegui ver bem o que era, então uso o celular para iluminar o que parecia ser um sapo nojento e pegajoso. Meu estômago se revira, uma náusea forte toma conta de mim e por pouco não despejo meu jantar no chão. Ponho a mão na boca e me afasto daquilo, meus olhos enchem de lágrimas, mas as contenho rápido. Um órgão. Um... coração. Entro em pânico, aquilo sem dúvidas era um coração humano e pelo seu estado, não parecia estar a muito tempo ali. Isso só poderia significar...


– Desculpe-me, mas acho que deixei cair meu coração. - A voz rouca e cansada ecoou pelo lugar. Um arrepio intenso percorreu todo o meu corpo. Era ele.


– Jack... - Minha voz tremia, não conseguia terminar. Senti um sorriso maligno brotar por trás de mim, precisava fugir.


Flashback off


Já estava longe da estrada, percorria as ruas desertas da cidade. Aquela parte sempre fora calma, para o meu azar. Minhas pernas doíam, o cansaço já tinha tomado cada membro do meu corpo, eu não estava com coragem para olhar de costas, não poderia passar o resto da vida tendo que ver o rosto desse maníaco em minha mente. Se é que eu ficaria viva... Não! Eu irei viver. Tenho que expulsar qualquer pensamento ruim, não posso deixar me levar pelo medo. Respiro fundo, junto todo o resto de força que ainda tinha e olho para trás. Ele não estava mais lá. Havia sumido.


Um alívio seguido por preocupação ocupam minha cabeça. Ele tinha desistido? Não. Jack nunca, nunca deixa sua vítima viva. Minha velocidade diminui gradativamente, mesmo com a preocupação de vê-lo de novo, Jack tinha se afastado, eu ganhei tempo. Precisava pensar rápido.


Estava pronta para iniciar uma busca para uma fuga, quando vejo um homem encostado na parede de um depósito abandonado. Só então me dou conta de que havia corrido para a zona vermelha. Um lugar onde marginais se reuniam para fazer uso de drogas. O cara que estava a minha frente poderia ser um deles, mas não conseguia ver outra salvação. Um sorriso cansado surge e corro de encontro com ele. O pesadelo estava acabando.


– Graças a Deus encontrei alguém. - Anuncio enquanto me aproximo. - Jack o psicopata está atrás de mim, preciso que ajude, ele... - paro de imediato quando percebo que os dedos dele estavam sujos. Era sangue. - Não pode ser. - Antes que eu pudesse reagir ou falar mais alguma coisa, Jack me segura forte pelo braço e me derruba, tapando minha boca com a mão.Os cabelos medianos negros, estava bagunçado, cortado irregularmente, os olhos daquele homem tinham maldade, ódio e raiva. Eram negros como um poço sem fundo e eu estava mergulhando naquele buraco. Seu sorriso amarelo sugeria dor e sofrimento, seu cheiro forte de sangue com algum tipo de perfume impregna meu nariz me causando forte náusea. Tentei me soltar, mas seu corpo estava todo por cima do meu. Jack havia me prendido, sem nenhuma chance de escapatória.


– Você sabe que minhas vítimas nunca ficam vivas, não é? - Ele se aproximou do meu rosto, pude sentir seu hálito quente em meu pescoço. Ele estudava cada centímetro do meu medo. Eu não conseguia parar de chorar, tentava falar, mas minha voz não saia, meus membros não me obedeciam mais, estava submissa a ele. Submissa a Jack.


Com a mão que segurava meu braço, Jack puxa da calça um canivete e uma carta. Ele olha os objetos com desejo, admiração e depois olha para mim. Sua feição era de satisfação. Ele saca o canivete e deixa a carta cair ao meu lado. O demônio lambe o metal da arma, sempre me olhando, me estudando. Jack gira com habilidade o canivete em seus dedos e lança a ponta para o meu rosto, na altura do olho direito. Estava cansado, suado e fedido. Toda a atração que sentia por seu mistério ia crescendo a cada minuto, junto com o medo.


Por quê?


O que leva este homem a fazer tais coisas com um semelhante? Seu mistério, seu desejo pela morte, seu prazer com a tortura... Tudo isso o formava e eu estava contemplando cada detalhe de seu ato. A morte já me era certa e a única coisa que me restava agora era admirá-la chegar.


– Diga, você tem medo?


Antes que eu pudesse responder, sinto uma dor aguda em meu peito. Depois outra na barriga e mais uma no rosto, me impedindo de falar. Um líquido escorre pelo meu corpo. Meu sangue. Minha visão começava a se dissipar e unindo minha última reserva de força, sorrio para Jack.


– Te espero no inferno, demônio.


Seu olhar se inflama em ódio, seu sorriso some para dar lugar a um rosnar violento. Seus dedos encontram meus olhos e Jack os afunda neles. Abro a boca, mas de novo não consigo dizer nada. Antes de ser levada, faço uma anotação mental na minha lista de coisas que sei sobre Jack:


Ele usa o desespero da vítima a seu favor, a amedronta de todas as formas que consegue e a mata quase que sem a percepção da vítima. Jack... - Minha lucidez se esvai por completo e eu começo a cair no sono sem volta. - Você tem... medo? Sim, eu tenho.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu poderia ter caprichado mais, mas não estou com muito tempo e tenho alguns planos em mente... ~rostinho safado do facebook que eu não sei fazer.~
Espero que tenham curtido a fanfic e cara, PELO O AMOR DE DEUS, diga para mim o que achou do capítulo. Seja crítico, ou não. TANTO FAZ! ;-; Ok, chega de apelar.

Até a próxima! :3



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