Polos que se atraem escrita por AntareElAmore


Capítulo 1
Duas forças...


Notas iniciais do capítulo

Yoo~

É, o shipp mais lindo (Depois de Ruby x Weiss) desse anime finalmente ganha um espaço! Eu sei que mesmo sendo uma one-shot ficou bem grandinha, MAS, eu prometo que vai valer a pena. Escrevi com bastante carinho, obrigado. ^_^Aproveitem!



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Caminhava por um salão luxuoso. Um piso de mármore liso, com desenhos de vários círculos e losangos e triângulos, todos simetricamente colocados. Móveis estrategicamente colocados nas pontas do saguão ou perto das janelas altas. Cortinas do mais puro veludo, roxas, combinando com o começo daquela madrugada. Um enorme lustre de cristais finos iluminava tudo, tornando aqueles desenhos no piso um caleidoscópio magico, mudando a cada passo que ele dava.

No centro, uma garota. Alva como a lua: cabelos brancos como a neve, assim como o vestido e a pele. Apenas os olhos a colocavam cores, sendo turquesa como o céu da manhã. Ele se aproximava dela. Se vestia com um smoking e sapatos. Apenas escutava o próprio bater das solas no chão, como se o mundo inteiro lá fora tivesse congelado. De fato, o salão era grande. Então, não importava se o mundo inteiro lá fora tivesse desaparecido, tinham um mundo lá dentro, apenas para eles.

Se davam as mãos. Ficavam em posição de dança. Estavam perto, muito perto um do outro. Então, os passos começaram. Dois pra lá, dois pra cá, girando lentamente. O garoto estava praticamente encantado com aquilo tudo. Cada pequeno gesto da dança fazia com que o salão também o fizesse com eles, em cores e brilho. Ele olhava fixamente nos olhos da garota, e falava suavemente:

– Weiss, você está divina...

A garota ria com sua voz fina:

– Não estou, eu sou divina. Uma Schnee não aceita estar abaixo do melhor. – Agradecia o elogio, ainda que fosse muito esnobe com isso.

E a dança seguia. De passo em passo, ficava mais devagar. Ela olhava fixamente para os olhos dele e dizia:

– Eu também tenho uma coisa pra te dizer.

Não disse nada, mas a leve ascenção da sombrancelha e o leve sorriso já respondiam o suficiente. Ela seguia, aproximando o rosto:

– Jaune...

E não paravam de ficar mais perto um do outro:

– Jaune...

Fechou os olhos. O garoto apenas esperava para que seus lábios degustassem os dela. Porém, fundo em sua mente escutava:

– Senhor Jaune...

E não parecia ser uma voz de menina...:

– Senhor Jaune, acorde já!

Abriu os olhos, desesperado. Quando o fez, tudo sumiu. A garota, o salão, tudo. Ao invés disso, estava em uma sala de aula, babando encima do próprio caderno de anotações. O professor, olhando diretamente pra ele dizia:

– Senhor Jaune, sinto-lhe dizer que aqui não é o lugar para que tire uma soneca! Pessoas lutam em todos os cantos do mundo em todas as épocas e aquelas que alimentam o habito de dormir enquanto isso acontece são justamente aquelas que não ficam registradas na história! A Academia Beacon não está aqui para criar pessoas que não conseguem se manter de pé na hora que o perigo surge e se propaga!

O professor falou tão rápido que Jaune mal entendeu uma palavra mas o pouco de esperteza que tinha deixava claro que todo aquele discurso relâmpago não foi pra elogiar ninguém:

– A-Ahhn, certo. Me desculpe, professor Bartholomew! Prometo que não vai acontecer de novo! – Ele abaixava a cabeça e juntava as mãos.

– Não prometa coisas que não pode cumprir, meu jovem! Te conheço faz mais seis meses e sei que essas coisas que você diz são vazias de significado, já que as outras 21 vezes que disse a mesma coisa não aconteceu! Como seu instrutor, sugiro que melhore a administração do seu tempo e que tenha o descanso certo na hora certa! E gostaria de te lembrar, sou um especialista em história e não lembro de nenhuma citação impactante usando as palavras “Weiss” e “divina” na mesma frase!

Jaune se assustou e envergonhou um pouco. Mecheu nos cabelos loiros um pouco, mais pra esconder seu rosto. Olhou pra Weiss, na carteira perto. Ela o encarava com um toque de desprezo antes de desviar o olhar, de nariz empinado. Após isso, o sinal tocou:

– Parece que me prolonguei demais com coisas que não deveria. Classe, não se esqueçam do trabalho sobre as guerras dos reinos para a próxima aula! Peço que pesquisem bem pois é um assunto nada fácil, mesmo para um historiador como eu. Aula encerrada!

Todos se levantavam, aliviados. Aquele professor tinha uma voz tão ardente e veloz que era como se estivessem tendo aulas em uma montanha-russa. Aquele sim era um caso de uma pessoa que não poderia nunca consumir café e ainda assim, bebia mais do que todos na Beacon juntos. Jaune suspirou e meteu a cara na carteira. Estava exausto daquela aula:

– Ótimo Jaune. Aposto que na próxima aula você vai dar a mesma desculpa pela 23ª vez. – Ele dizia pra si mesmo.

Todos já tinham saído da classe, inclusive o professor. Jaune se culpava por ser tão lento com essas coisas e por acabar se expondo daquele jeito. Ao sair, viu sua amiga, encostada do lado da porta:

– Bem, acho que pra quem não gosta de história, ter aula com o Bartholomew é algo meio que esmagador. Você fica com vontade de dormir, mas ele é tão elétrico que não te deixa, ahaha!

A menina ajeitava o rabo-de-cavalo vermelho, pra ver se não tinha nenhum fio fora do lugar. Jaune suspirava mais uma vez:

– Nem me fale, Pyrrha. Aposto que se esse cara pudesse passar a vida dele num cemitério ele ficaria. Ele parece ter um interesse por gente quase morta...ou morta de vez mesmo.

Ela segurava no ombro dele, sendo o mais amigável que conseguia:

– Jaune, se ele pega no seu pé não é porque ele não gosta de você. Eu acho que é justamente pelo contrário. Ele deve ver um potencial em você que nem mesmo você está vendo. Só precisa ficar acordado.

– Se ele fosse o único, eu ficaria até melhor escutando isso. Mas, se eu não gosto da coisa, acho que ninguém consegue me fazer ficar bem com aquilo mesmo. E também, a animação do Bartholomew é insuportável pra mim. Quer dizer, tem algo naquele café, certeza! Nem quando a Nora bebe café ela fica daquele jeito!

– Nisso acho que eu e você concordamos.

E os dois riam das próprias piadas. Depois, ela sugeria:

– Bem, vamos pro refeitório? Ruby e os outros estão esperando.

– Claro! Nossa, eu tô morrendo de fome! – Ele falava, babando um pouco com a própria gula.

E andaram juntos à caminho do refeitório. Era hora do almoço, mas estavam longe de lá. Ia ser até que uma longa caminhada.

Praticamente davam uma volta na academia. No meio tempo, algumas pessoas olhavam para Jaune e soltavam algumas risadas. Claro, era mais do que o normal. Depois que ele virou o assunto do semestre naquela noite do baile em que foi de vestido, aquilo era cena cotidiana. No final, ele acabou provando que era um ótimo dançarino, com Pyrrha inclusive. Ela mesma não esquecia aquela noite. O curioso era ver Jaune não se importar com isso. Ela gostava muito disso nele: a capacidade de ignorar as coisas ruins e só ficar seguindo. Seu rosto dizia tudo, tinha sempre a mesma cara de sujeito despreocupado. Menos quando as notas sufocavam ele, mas exceto isso, era assim. Ela mandava alguns olhares pra ele, mas logo desviava, junto com o seu objetivo e a conversa que aquilo poderia tomar.

No refeitório, a coisa era sempre animada. Ruby levantava e colocava o pé na mesa, falando alto pra todo mundo escutar, apesar que todo mundo ignorava. Mesmo assim, nada impedia ela de continuar falando:

– E naquela vez foi tipo, suuuuper maneiro! Enquanto a Yang e a Weiss estavam ocupadas fazendo alguma coisa não muito importante, eu e a Blake estávamos matando vários grimms gigantes! Eram dezenas deles! Eu fui TÃO rápida que ela acabou comendo poeira e eu matei todos em menos de 5 minutos! – Gesticulava e fazia movimentos nada sutis pra narrar a história.

– “Não muito importante”? Estávamos vasculhando a área pelo que a professora pediu! Se não fosse pela gente, nosso grupo inteiro teria sido reprovado na matéria! Hmph!

– É Ruby, Weiss e Yang estavam fazendo bem mais que você lá. E além disso, matei mais grimms que você naquele dia. Você ficava toda a hora reclamando que sua foice estava emperrando e que por causa disso não estava indo bem. E também, não chegou nem perto de dezenas de grimms. Pare de exagerar. – A menina de cabelos negros respondia, um tanto grossa.

– Aaaaaah, Blake, deixa de ser estraga-prazeres! Todo mundo sabe que a gente é bom, mas ninguém fala! Então deixa eu falar, ué. – Se sentava e cruzava os braços.

Todos riam bastante. Onde tinha o time RWBY, tinha confusão e gritaria. Pyrrha nunca foi muito uma pessoa de ficar rindo a toa, mas naquelas horas ela praticamente se soltava. Mesmo com Nora no seu time, não ria tanto assim. Talvez conviver diariamente com ela tornasse aquilo simples.

Depois da refeição, cada um seguiu seu caminho. Ruby e seu time sempre tinham umas ideias bem doidas, então se apressaram. Ren foi com Nora, praticamente arrastado por ela pra fazer alguma coisa que a garota tinha na cabeça e vindo dela, não podia ser algo muito prazeroso. A cara de Ren dizia tudo. De novo, Jaune e Pyrrha estavam a sós. O garoto estava desolado, reclamando:

– Aaaaaah, não acredito que a Ruby comeu todo aquele pão que dão hoje pro almoço. Eu sempre peço pra guardarem um pedaço e ela nunca faz isso.

– Acho que se você tivesse a fome e toda aquela animação dela, não guardaria também. – A ruiva tentava animar.

– Você tem um ponto. E você viu a Weiss? Droga, ela nem olhou pra mim. Acho que ficou tão irritada em ter sido exposta daquele jeito...

“Weiss”. Toda a hora, mais cedo ou mais tarde, o assunto sempre voltava nela. E também, não era mistério pra ninguém que Jaune é simplesmente doido por ela. Não a culpava, afinal era bonita, inteligente, delicada e mais mil qualidades e quase nenhum defeito. Pyrrha não era muito diferente, ela pensava. Era endeusada por todos e intocável também:

– Ei Pyrrha, como não temos muito o que fazer pra amanhã e os próximos dias, o que acha de treinarmos hoje?

Ela na hora ficou bem mais alegre:

– Sim! Já faz um tempo que não treinamos, então, não vamos perder a prática!

– Fale por você. Ainda tô tentando pegar a tal prática.

Os dois foram para seu ponto de treino: o terraço da academia. Lá era quieto, amplo e principalmente, vazio. O lugar perfeito pra uma boa luta. Arrumaram-se com seus trajes de batalha antes de irem para lá e pegaram suas armas. Jaune deu uma bela alongada. Pyrrha ficava feliz de ver que ele se lembrava passo-a-passo do que ela ensinou antes de cada luta. Ele pegava sua espada e abria seu escudo. Ela olhava um pouco para as pernas dele. Muito fechadas. Ela também pegou a espada e o escudo, dizendo:

– Postura, Jaune. Abra mais as pernas.

Depois que notou a pobre posição, abriu mais as pernas. Realmente, devia lembrar mais vezes do que Pyrrha ensinava. Sentia inclusive mais firmeza no corpo. Segurava o escudo com força e o colocava na frente, dizendo:

– Primeiro as damas, não?

Pyrrha olhou bem humorada. Logo, correu com sua espada na direção dele. Pegou leve. Usou movimentos coreografados pra dar chance pra ele contra-atacar. Um, dois, três golpes normais. Jaune defendeu eles fácil com o escudo. Depois, era a vez dele. Começou do mesmo jeito, mas parecia não estar pegando leve. Atacava muito mais rápido do que ela e não dava chance a ela. Pyrrha era ótima no combate, mas pegar leve contra Jaune não era mais opção. Pelo menos, ficava feliz que o treinou bem pra isso. Ela defendeu os ataques e se esquivou do resto. Foi pra trás, pegar um pouco de ar:

– Estou vendo que pegou jeito pra isso. – Ela falava em tom de desafio.

– Fazer o que? Aprendi com a melhor! – Jaune não pegava o mérito todo.

Pyrrha agora ia mais rápida e feroz. Eram mais do que simples espadadas, mas agora eram chutes, socos, golpes de escudo. Usava tudo que tinha de si e que suas armas deixavam possível. Jaune não conseguia ficar ileso de tudo. Ainda assim, o garoto era tenaz. Não caía, não recuava, não se deixava abatido. Com um ultimo golpe, ela usou sua aura de magnetismo. Jaune segurava o escudo na frente do rosto. A aura repeliu o escudo e fez com que batesse com força nos lábios dele:

– Ok, ok! Espera um pouco! – Ele falava, enquanto limpava um pouco do sangue da boca.

Pyrrha se assustou. Segurou com as mãos na boca o susto que levou:

– Meu deus, Jaune! Me desculpe! Eu realmente não queria te machucar!

– Nah, ta tudo bem. Já aconteceu coisa pior...ou não. Ta doendo muito... – A ultima frase ele dizia pra si mesmo, baixinho.

– Espere, deixa eu te ajudar.

Ela chegou perto dele. Ela colocou os dedos nos lábios dele e se concentrou. Tentou novamente fazer aquilo no segundo dia da Beacon de cura-lo com aura. Ela ainda não se sentia muito a vontade fazendo isso. Quer dizer, os dois tinham que ficar tão perto só pra curar um corte tão pequeno. Quando ela começou a aplicar sua aura, de súbito, foram pegos de surpresa. Em questão de um instante os lábios de ambos estavam colados e não se desgrudavam de jeito nenhum. Foi um susto gigantesco. Jaune começou a ficar desesperado e tentou se separar. No final, em um passo em falso, ele tropeçou no pé de Pyrrha e ambos caíram no chão. A garota no final teve a queda amortecida e o pobre do Jaune que sofreu. Estavam lá, em um beijo que não tinham a mínima ideia como prosseguir. Aliás, não tinham nem ideia se deviam prosseguir. Estavam muito envergonhados. Olhavam direto nos olhos um do outro:

– Hrhmmm...HmmmhmmmHM! – Jaune tentava dizer alguma coisa.

– Hmmmmhmhmmm! Hmmmmm...! – Pyrrha também não sabia muito bem como resolver aquilo.

– Hnmmmhmhmmm?! HRMMNHMMMMMM!!!

Jaune estava esperneando, agitado pra querer alguma solução. Pyrrha pensou em uma solução, mas aquilo era realmente necessário? Quer dizer, ela queria que uma hora os treinos chegassem naquilo. Só não daquela maneira...:

– HRRMMMMMMMM!!!!

Estava começando a ficar sem ar. Ela então colocou o que pensou em prática. Tocou com seu dedo os próprios lábios e desativou a aura neles. Depois disso, conseguiram se descolar. Jaune gritaria de alívio, mas estava tão sem ar que a primeira coisa que fez foi inchar o peito feito balão. Tossiu muito. Pyrrha agora era quem não sabia o que fazer. Toda vermelha, tentou se explicar:

– J-J-JAUNE! E-Eu posso tentar esclarecer...!

– P-Pyrrha, o que foi isso?! Eu sei que você gosta de me ajudar, mas não é assim que cura um cara sem namorada! – Ele estava hiper espantado, ainda recuperando o fôlego.

– E-Eu acabei ativando minha aura nas nossas bocas e elas se magnetizaram...mas foi sem querer, eu juro!

– Magnetizaram?! Ahaha, depois dessa eu estou até com medo de saber o que a minha aura faz... – Olhou pro céu, meio pensativo.

Pyrrha ainda estava encima dele. Vermelha feito o cabelo, fez de tudo pra se desculpar, por mais que achou que não deveria se sentir assim:

– Olha, desculpa! Eu realmente não tinha intenção de nada!

Jaune fechou os olhos, suspirou, ainda estirado no chão falou com um tom de voz bem mais sério do que se ouvia antes:

– Pyrrha, é assim: você é uma garota muito bonita. Se não fosse, não seria capa de caixa de cereal faz um tempo. Você é super gentil, amigável e companheira e eu fico realmente muito agradecido por isso. Sabe, a Weiss é isso que eu falei e muito mais...em partes.

Ela ficava ainda mais envergonhada com tantos elogios, até que Weiss veio à tona. De novo. Já perdia as esperanças de finalmente poder ter conseguido algo naquela tarde de treino. Tudo, tudo que poderia levar daquele dia em diante. Mas, a boa notícia é que se arrependeria de pensar assim:

– Mas, ela não tem uma coisa que você tem de sobra...

Ficou levantado. Agora, estavam sentados, um de frente pro outro. Jaune mandou um olhar muito sincero com um pouco de sarcástico, passou a mão pelo rosto dela e terminou:

– ...que é a capacidade de me aturar assim.

Então a deu um beijo, simples, curto e objetivo. Pyrrha não esperava aquilo de maneira nenhuma. Querer ela queria, só não imaginava que fosse acontecer sem ela fazer nada. Não sabia direito como encará-lo, ainda que o fizesse. O loiro simplesmente olhava e deu uma leve risada e ficou lá sorrindo. Contagiada, ela fez meio que o mesmo e ainda falou:

– É, a Weiss não te atura como eu. Mas se fosse pra vocês estarem juntos, acho que quem sofreria seria você. Te aguentar não é muito fácil, agora, a Weiss deve ser insuportável, ahaha! – Ainda que estivesse meio sem jeito, não perdia o charme.

– Você...tem um ponto.

Riam um pouco e voltavam a se olhar. Não sabiam muito bem o que fazer naquela hora. Pyrrha não demorou muito pra finalmente tomar partido e tornar aquilo o mais real possível:

– Então...fazemos isso de novo?

– Isso o que? – Jaune ainda não sacava.

– Ora, voltar com o bei...!

Na hora, ele a beijava, novamente pegando ela de guarda baixa. Dessa vez, foi algo muito mais longo e intenso. Ela realmente sentia tudo aquilo que tinha guardado dentro do peito florescer. E o melhor, percebia que Jaune estava com a mesma sensação que ela. Era um par perfeito, como ela sonhava. Ficava em dúvida se aquilo era realmente real. A cada instante que passava, ficava com uma expectativa angustiante de acordar no meio da aula e ter que ouvir um sermão. Depois de descolarem os lábios e abrirem os olhos, Jaune brincava:

– Pra aluna mais forte da Academia Beacon, você precisa de mais treino.

– Diz o cara que também ficou sem par pro baile! – Disse isso depois de rir bastante.

– Ah, qual é! Eu tenho experiência nisso! Pelo menos mais experiência que você... – A ultima frase foi baixinho.

– Sei. Então, o que acha de me ensinar?

– T-te ensinar?!

– Claro. Ou está com medo de não atingir as minhas expectativas?

O garoto suspirou, mas com um toque de alívio:

– Então, deixa eu ver se entendi: você me treina ensinando combate e eu te treino ensinando como beijar? É isso?

– Muito difícil? – Pyrrha o desafiava um pouco;

– Não, pra falar a verdade,eu acho...então, quando começamos?

A garota colocou seu olhar mais sedutor que sabia fazer, colocou as mãos nos ombros dele e se aproximando bem devagar, respondeu:

– Agora mesmo...

E voltavam a se beijar. Agora aquilo sim foi como finalmente tomar as rédeas do próprio sonho e tornar aquilo real. Aquele beijo foi como o primeiro desajeitado dos dois, mas com um lado bom: Sem aura, sem algemas mas ainda assim presos um ao outro pela vontade. Era, como a aura, um magnetismo. Estavam como os polos Sul e Norte de dois imãs, se atraindo com toda a energia do mundo. Ela, habilidosa e forte e ele, persistente mas nem tão poderoso. Opostos que se atraiam em um único movimento sincronizado. Depois que ela decidiu dar uma pausa, perguntou:

– E então? Como me saí?

– Bem...não foi mal, mas da pra melhorar.

– Ainda bem. Faça um bom trabalho então. Conto contigo!

Se olhavam. Pyrrha sonhou com isso desde o primeiro dia que viu Jaune em Beacon. De poder ser olhada por ele de igual pra igual, sem ignorar defeitos e exagerar qualidades. O garoto ficava se lembrando do sonho que teve com Weiss. Aquilo era justamente igual: Era como se o mundo inteiro congelasse e só existissem os dois naquela tarde. Sem lustres, sem luxo, sem cores dançantes. Era bem mais simples e menor. Ainda assim, era o equivalente ao sonho e ainda melhor: um mundo só para os dois, dessa vez, real:

– Então...acho que vamos fazer isso por aqui no terraço mesmo. A questão é, fazemos isso antes ou depois do meu treino?

Pyrrha riu um pouco, colocando o dedo no peitoral dele:

– Eu que vou decidir!

– Hãã? Por que?

– É como você falou, Jaune: “Primeiro as damas”. – Deu uma piscada para ele.

– Espera, mas isso faria com que você...!

Ela deu um beijo nele, curto e rápido. Colocou um olhar mais sarcástico e perguntou:

– O que foi mesmo?

– ...Deixa pra lá.


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Notas finais do capítulo

Bem, foi isso.

Eu realmente fico pensando se a equipe que produz RWBY lesse essa fic eles poderiam realmente fazer algo assim alguma hora. Uma pena que o produtor sênior deles faleceu...que ele descanse em paz.

Mas, foi hiper prazeroso pra mim escrever do começo ao fim! Espero um dia realmente ver isso se concretizando na série (o que eu tenho bastante certeza que vai acontecer).

Espero que tenham gostado! Comentem o que acharam. Adoro ouvir opiniões. ;)

Bye~



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