The Simple Things escrita por Vingadora


Capítulo 4
The Captain


Notas iniciais do capítulo

Tá, eu falei que não ia postar, mas como esse é muuuito grande e eu realmente to louca pra saber o que vocês pensam desse capítulo, resolvi postar (risos)

Vale lembrar que esse é o maior capítulo da short fic (acredito eu).

Com vocês: The Capitain



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POV. Ellizabeth.

─ Eu vou matar você, vou cortar seus dedos, fazer você comer seus olhos, dar nós em seu intestino! Não acredito que você fez isso!

Uma risada rouca soou assim que eu proferi as palavras.

─ Não faz ideia de como eu estou puta da vida com você! Juro que se ele aparecer amanhã, eu vou arrancar fora aquela cabeça!

A risada só aumentava.

─ Você não está me levando a sério, não é mesmo? ─ grunhi.

Eu disse a você, Lilly. Pedi ao Coulson para te lembrar de seus afazeres. Preciso que você termine aquele relatório.

─ Eu já terminei a merda do relatório! ─ gritei feroz. Meus olhos ardiam de raiva. Não acredito que ele foi capaz de fazer isso comigo. ─ Qual é, Nick. ─ suspirei.

Você está parecendo uma adolescente mimada, Lilly.

─ Se você estivesse aqui agora eu iria atirar no seu olho bom. ─ grunhi para o comunicador.

Não liguei para ouvir ameaças. Liguei porque preciso confirmar uma coisa: Steve irá para aí amanhã. Ele já deixou avisado que precisa de uma carona.

Bufei e me joguei na cama.

Eu havia acabado de sair do banho quando recebi a ligação de Fury. Estava tão irada com ele que nem esperei que ele começasse a falar para lançar ameaças e maldições.

─ Por que eu, Nick? Eu devo ter atirado um canhão na cruz, não é possível!

A risada rouca dele voltou, forçando-me a rir também.

Eu odeio ele!

Eu voltarei para Washington ainda hoje. Preciso que você me dê a sua palavra de que cuidará de Rogers.

─ Eu dou minha palavra de que não cuidarei do picolé.

Acho que o tempo que você passa com Tony Stark não está sendo produtivo para você. ─ ele observou.

Desde que eu salvara Pepper, acabei tornando-me uma visitante frequente apenas para fazer breves visitas e comentários irônicos sobre as novas criações das industrias Stark. O que Nick não aprovava, já que Tony tornou-se apto em recusar as investidas da Iniciativa Vingadores ─ eu acabei ouvindo isso por alto em uma das conversas com Tony.

─ Ele é um cara legal. ─ defendi ─ Um dos poucos amigos que eu tenho. Deveria se orgulhar do tipo de amizade que eu faço atualmente. Melhor do que as de antigamente.

O clima entre nós ainda era indefinível. Eu não conseguia chamá-lo de pai e ele, ás vezes, forçava um filha quando queria me obrigar a fazer alguma coisa para a S.H.I.E.L.D.. E, apesar das insinuações de que Stark não era boa influência para mim, eu ainda contestava e defendia a ideia de que Tony era um ótimo Homem de ferro.

Você está mudando de assunto, Lilly.

Bufei.

─ Tá. Tanto faz. Eu tomo conta do homem picolé. Mas se ele perguntar qualquer envolvimento meu com a S.H.I.E.L.D. eu vou revelar tudo. Vou contar que fui eu quem o encontrou na caverna, que fui eu a primeira pessoa que ele esbarrou assim que acordou, que fui forçada a tomar conta dele e ensinar os novos mandamentos da tecnologia avançada. E, de quebra, conto que sou sua filha.

Tudo bem. ─ ele disse apenas ─ Eu preciso desligar. Tenho que resolver algumas coisas para o secretário de estado, conversamos depois.

─ Tá. Tanto faz. ─ repeti e a chamada foi encerrada.

❇❇❇

Naquela manhã eu acordara disposta a ser uma boa pessoa. Como todos os dias. E isso funcionava. Até, claro, eu me deparar com a bagunça deixada pela nova funcionária na cozinha.

─ Eu poderia simplesmente fechar o Bien. ─ eu resmunguei enquanto lavava a louça.

─ Não! ─ Sophie protestou. Parou de varrer o chão e me olhou irada ─ Qual é Lilly! Quer dizer... Kate. Vai fechar o Bien só porque um cara gato, sarado, lindo, importante, caiu de paraquedas... quer dizer ─ ela soltou uma risada rápida ─ de aviador e congelou durante anos só pra você encontrá-lo.

─ Você realmente está rindo da tragédia alheia? ─ perguntei surpresa ─ Esperava mais de você. ─ ironizei e voltei minha atenção para os pratos sujos.

─ Ah, eu me recuso a permitir que você e esse cara gato se afastem.

─ O cara gato tem nome. ─ lembrei a ela irritada, o que lhe rendeu mais risadas.

Steve Rogers! ─ ela desfilou com a vassoura pela cozinha ─ Oh, Steve! ─ ergueu o cabo da vassoura fazendo a ponta ficar bem a cima de sua cabeça e continuou a falar com uma voz melosa ─ Que bom que você veio, Steve! Se eu o amo? Claro que eu o amo, Steve. Vamos! Vamos embarcar na minha moto poderosa e correr atrás do por-do-sol pelo mundo... ─ ela foi interrompida quando a porta se abriu, revelando Joselyn ─ nova funcionária.

─ Ei, chefinha... Tem um cara lá fora querendo saber como funciona o lance com os livros. ─ Joselyn era quase que confundida com as crianças do Bien por ser tão baixa. Seu cabelo era curto preto com umas mexas roxas, seus olhos eram negros ─ ela usava lentes de contato ─, usava sempre roupas em tom preto e azul e nunca, NUNCA conseguia alcançar os molhos nas prateleiras da cozinha.

─ Tá, eu já vou. ─ por um momento pensei que fosse Steve, mas logo reconsiderei a ideia, afinal seria sorte demais para uma manhã só.

Mas, como sempre, o destino adora fazer joguinhos comigo.

Como chamá-lo? Será que chamar de Rogers vai parecer que eu andei pensando nele? Ou vai ficar muito estranho se eu simplesmente tratá-lo de forma grossa? Será que eu digo bom dia? Vai parecer cantada se eu disser bom dia? Olha só para esses olhos! Deveria ser um crime um homem ser tão lindo assim. Merda. Fury tinha razão ontem. Eu pareço mesmo uma adolescente.

─ Pois não? ─ foi tudo o que eu disse quando cheguei ao caixa. Considerando que minhas pernas ficaram bambas novamente quando nossos olhares e encontraram ─ senti esse mesmo efeito no dia anterior ─, até que eu estava me saindo muito bem.

Mas que merda de olhos lindos que ele tem! Pior! Ele é todo lindo. Como é possível um homem ficar lindo até mesmo usando moletom? Aposto que tiveram que dar um número grande pra ele vestir. Esses braços são definidos demais para ficarem tão folgados em um casaco de moletom qualquer...

─ Hã... Oi. ─ ele quase gaguejou.

Ele parecia ter dificuldades para falar. Mas não era para menos. O cara acordou sessenta anos após sua época e já é lançado no mundo.

─ A Joselyn, aquela anã, sabe? ─ tentei criar um clima mais amigável o possível para ele, forçando o máximo que pude uma gentileza ─ Disse que você estava em busca de informações sobre os livros, certo?

Ele assentiu.

─ Então... ─ saí de trás do caixa e segui caminho em direção ao segundo pavimento, pedindo que ele me seguisse. Minhas pernas ainda estavam bambas (Mas o que raios está acontecendo comigo? É só um cara lindo! Contenha-se Ellizabeth!), mas consegui subir os curtos degraus com decência ─ Aqui ficam a maior parte dos livros de nosso acervo ─ comecei a explicar rapidamente como funcionava as seleções e as categorias de cada estante e ele parecia ouvir atentamente. Recusei-me a olhá-lo novamente sabendo que cairia no feitiço de sua beleza ─ Existem alguns outros livros, poucos procurados por serem antigos demais, mas se você quiser dar uma olhada é só pedir que eu vou buscar. ─ dei um passo para trás, distanciando-me enquanto ele seguia caminho pelos corredores e observava atentamente as prateleiras que eu indiquei sutilmente por serem as que contém os livros da segunda guerra mundial.

─ O colecionador de lágrimas. ─ ele sussurrou ao ler o título e pegou-o.

─ É um livro muito famoso. ─ soltei rapidamente o comentário ─ Ganhou vários prêmios. ─ Idiota! É claro que ele já deve saber disso. É uma das coisas que está escrito na capa.

─ Interessante... ─ ele deixou as palavras escaparem e voltou a caminhar entre as prateleiras.

─ Você pode ler o livro aqui ou levá-lo para casa, se quiser. ─ expliquei enquanto o seguia em curtos e lentos passos ─ A maioria das pessoas gosta de levar pra casa ou ler aqui durante a noite. Às vezes a Sophie realiza uns recitais de poesia na sexta. ─ eu me perdi entre as prateleiras e os livros enquanto tagarelava ─ Acho que essa sexta o tema é Poemas de guerra, mas não tenho certeza... ─ acabei esbarrando em algo duro e surpreendentemente largo a minha frente: o peitoral de Steve. ─ Desculpa. ─ rapidamente dei um passo para trás e senti minhas bochechas queimarem.

─ Você esta bem? Parece um pouco vermelha...

─ É o sol! ─ o interrompi, por reflexo.

─ Sol? ─ ele olhou rapidamente em volta e constatou o óbvio: nem mesmo janelas havia naquela parte do Bien.

─ Pois é. ─ confirmei ás pressas ─ Eu tenho caminhado muito ultimamente pelo Central Park e...

─ Mas... tem chovido muito ultimamente. ─ ele franziu o cenho.

A essa hora minha face já tinha voltado ao normal.

─ Ah, então deve ser o- ─ Joselyn apareceu e me interrompeu.

─ Chefinha! Sophie está pedindo sua ajuda lá dentro. Parece que ela precisa de ajuda com um picolé... ou alguma coisa assim.

Suspirei, aliviada.

Apesar de não vendermos picolé, aquela foi a desculpa que salvou minha vida.

─ Joselyn, acompanhe o senhor Rogers-

─ Steve. ─ ele corrigiu rapidamente ─ Pode me chamar de Steve.

─ Ok... Steve, e responda a as dúvida dele. Qualquer coisa estarei lá dentro ajudando a Sophie e o... picolé.

❇❇❇

Eram quase oito horas e ele ainda estava lá.

Por ser quarta-feira o movimento à noite era bem fraco e isso pareceu agradá-lo de tal forma que instigou-o a ficar ainda mais tempo lendo e bebendo café, provando capuccino e as iguarias loucas que a Sophie forçava-o a provar.

─ Ele é tão gato. ─ Joselyn estava debruçada sobre a bancada do caixa e nem disfarçava seu encantamento.

Algumas poucas vezes, nossos olhares se encontravam e ele sorria tímido por ter sido pego no flagra de me olhar.

─ Acho que vou ir pedir o número dele. ─ assim que Joselyn disse isso, segurei-a pelo braço e a puxei de volta.

─ Nem ouse causar esse tipo de perturbação no freguês. ─ grunhi meio que irritada demais para uma situação tão boba.

─ Qual é, Kitkat. ─ Joselyn revirou os olhos ─ Eu não posso perder a chance de falar com o cara.

─ Não. ─ falei, agora firme o suficiente para fazê-la ficar ─ Deixe-o ler em paz.

No fundo, eu sabia que estava sendo super protetora demais com um cara que me recusava a conversar, conhecer, ficar perto, respirar o mesmo ar...

─ Kate. ─ Sophie puxou-me para fora de um desvaneio.

─ Hãn? ─ olhei-a rapidamente e logo voltei-me para o caixa.

─ O Steve quer falar com você. ─ um sorriso maléfico surgiu em seus lábios e ela nem perdeu tempo para ouvir uma resposta, entrou na cozinha e foi seguida pela Joselyn.

Ai que merda!

Em passos curtos e bem ─ bem ─ lentos me aproximei de Rogers.

─ A Sophie disse que você queria falar comigo.

Ele ergueu a cabeça, desviando a atenção do livro para mim e me fitou por um longo e demorado momento.

─ É. ─ foi tudo o que ele conseguiu dizer.

Revirei os olhos mentalmente.

Como ele é difícil de conversar!

─ E então? ─ tomei a liberdade para me sentar na poltrona a sua frente.

Ele fechou o livro, colocou-o sobre a imensa pilha ao seu lado e me encarou daquela forma intensa que só ele consegue fazer.

Foco, Ellizabeth! Ele é um feguês ─ gato demais, eu sei ─ e você precisa ser profissional.

─ Um amigo me disse que você é muito boa com essa coisa com os livros e-

─ Que amigo? ─ acabei o cortando rápido demais.

É claro que ele não tinha amigos de verdade, Lilly! Para de deixar o cara em maus lençóis.

─ Nick. ─ ele precisou de uns segundos para pensar em um nome e, assim que o disse, xinguei de formas inimagináveis Fury mentalmente ─ E... bom... Eu estou fazendo uma pesquisa sobre a Segunda Guerra mundial ─ Não me diga! Pensei ao encarar a pilha de livros disposta a minha frente ─ e eu gostaria de livros com informações mais... reais sobre a guerra.

─ Quais temas específicos você busca? ─ resolvi perguntar, afinal haviam tantos livros sobre o tema.

─ O fim da guerra, as organizações secretas...

─ O Capitão América. ─ mordi a língua quando percebi que tinha dito aquilo alto. Será que ele me ouviu?

─ Você tem livros sobre o Capitão América? ─ ele indagou, curioso.

─ É... Alguns. Um velho senhor na Rússia me vendeu um livro e alguns álbuns de figurinha dele. ─ revelei, por fim.

─ Será que eu posso ver?

Levantei, em um pulo e segui caminho em direção ao segundo pavimento.

Ele seguiu-me um pouco incerto e perdido nos pensamentos enquanto eu buscava o livro.

Não acredito que estou fazendo isso! Eu vou mesmo entregar um livro sobre o Capitão América para o próprio Capitão América?

No fim das contas passei o resto da noite procurando informações e lendo livros ao lado de Steve que acabou mostrando-se uma silenciosa ─ porém ─ muito boa companhia.

Eu só fui me tocar da hora quando Joselyn apareceu e se despediu de mim.

─ O que você acha dele? ─ Steve perguntou quando pausei a leitura para olhar a minha volta.

─ Dele quem?

─ Dele. ─ apontou para a imagem de um livro. Ele realmente estava me perguntando sobre... bom... ele?

─ Ah... Sei lá. Nunca tive muito interesse pelo Capitão América.

─ Verdade? ─ ele franziu o cenho, parecendo um pouco chocado.

─ É... Nunca fui muito tiete de super-heróis e tudo mais. ─ sorri fraco, sabendo que poderia estar magoando o cara, mas eu precisava ser sincera.

Voltou a sua leitura e passou a em observar de tempos em tempos, me deixando ainda mais nervosa. Qual é a desse cara?

─ Já é bem tarde. ─ eu acabei soltando quando ele terminou de ler mais um livro.

─ É. ─ ele assentiu e olhou em volta. Quando se deu conta de que estávamos sozinhos, ele levantou-se as pressas ─ Vou ajudar você a guardar os livros.

─ Não precisa! ─ eu soltei rápido demais ─ É.. Você pode levar para casa se quiser. ─ apontei para a pilha que só continha mais três livros.

─ Não... eu... ─ ele pareceu se perder em pensamentos rapidamente ─ Volto para ler amanhã.

─ Tá, legal... ─ segurei-me ao máximo para disfarçar o sentimento estranho que cresceu ao ele falar aquilo.

Por fim ele me ajudou a guardar os livros e eu deixei os três últimos separados atrás do balcão do caixa.

─ Quer que eu ligue para um táxi? ─ resolvi perguntar segundos antes dele partir.

─ Não... Eu... vou caminhando. Não moro muito longe daqui. ─ ele sorriu agradecido.

─ Tudo bem... Até amanhã Steve. ─ sorri levemente.

─ Até amanhã, Kate.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não gostaram? Como é que tá? Tá bom, ruim, péssimo, terrível? Por favor, comentem ou eu enlouqueço!

.............

Até o próximo capítulo! õ/