Muito Cuidado com o que Deseja! escrita por Débora Barreto


Capítulo 1
ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO!


Notas iniciais do capítulo

ooooooooooi gente BONITAAAAA!
Prometi... Estão ai está!
HUAHUSAHUSHUAHUSHUAHUSHUAHUSUH
Espero que gostem! beijos beijos (L)



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- Para mim já chega! – disse levantando com tudo.



Eu só queria um dia sem estress, sem chefe reclamando, amigas falando de como seus namorados são perfeitos, transito, pessoas irritantes que fazem de tudo para serem melhores que as outras, porteiros preguiçosos, esse calor caótico, clientes chatos que só sabem reclamar, riquinhos metidos, saltos desconfortáveis e até poder trocar um café expresso por um sorvete em uma praça qualquer!



Eu só queria poder voltar no tempo, ter sido menos nerd e ter menos objetivos.



E para que todos aqueles planos serviram?



Se a única coisa que eu consegui foi ser sub – gerente em um banco de Nova Iorque!



Foram anos estudando feito uma louca, cursos de línguas e de bons modos, apostilas que mais pareciam placas de concreto, finais de semana regados à coca e muito café, encontros recusados, telefonemas não atendidos, programas educativos e até idas a museus em vez de shoppings.



E tudo isso para que?!



Naquela época, eu jurava para quem quisesse, que valeria a pena... Bom, eu estava enganada!



Sai do banco, depois de mais um dia estressante de trabalho e peguei meu carro.



As ruas estavam um verdadeiro caos, com pessoas buzinando e pedestres insolentes.



Mas isso já era normal...



“Rotina”. Eis uma palavra que resume perfeitamente minha vida!



Para uma menina que sempre saiu muito e vivia em baladas e restaurantes bons... Isso é quase revoltante!



Mais pelo menos uma coisa a vida me ensinou, uma coisa que eu preferia morrer sem saber...



Muitas vezes nós idealizamos tanto o que queremos ser ou fazer que não nos damos conta de que temos que nos jogar, arriscar mesmo... Pois, o tempo é
curto, e ele, infelizmente, não nos dá outra chance.



E era isso mesmo que eu queria... Algo impossível. Eu queria mais uma chance.



Uma chance de poder tentar mudar meu futuro, uma chance de ser feliz.



Parei em frente ao consultório de meu psicólogo, que vinha me agüentando durante dois dolorosos anos, e peguei minha bolsa.



Eu sei que pode ser estranho, pois todos pensam que só depois dos quarenta anos as pessoas passam a freqüentar esse tipo de medico... Por causa de depressões pós términos ou grandes perdas... E não com vinte e quatro anos e uma saúde mental impecável.



Bom... Veja por esse ângulo, há pessoas que gostam de sorvete, algumas gostam de morenos musculosos, outras até amam meias e comerciais de cervejas... Eu amo médicos! Amo conselhos de médicos e até amostras grátis! Eu amo remédios para dormir e troco qualquer suco por um bom sal de frutas.



Entrei na sala já conhecida por mim e sentei em umas das cadeiras, folheando uma revista qualquer somente para ver as figuras.



Um dos assuntos mais freqüentes das ultimas semanas era que eu precisava de um namorado... Alguém que preenchesse algum vazio que meu médico insistia em dizer que eu tinha.



Mas eu não queria SÓ um namorado... Ele não estava no topo de minha lista de prioridades no momento.



Na verdade eu havia desistido de fazer listas... Elas eram sempre compridas demais e difíceis demais de serem realizadas.



- Isabella Swan?!



Olhei para frente e vi a recepcionista me chamando.



Sorri e logo entrei na grande sala azul.



- Você parece estar animada hoje! – disse Carlisle.



Sorri para ele e fui até sua mesa, lhe dando um beijo estalado na bochecha e já deitando no confortável sofá – cama.



- Eu estou... – disse rindo e virando de lado para encará – lo – Hoje tem reunião na casa de Alice, uma amiga minha... – disse olhando para as estrelas verdes desenhadas no teto – Eu sei que ela e Rosalie vão ficar falando de seus namorados lindos e de como amam seus empregos mas... É bom estar
com elas!



Ele assentiu e fez mais algumas perguntas informais, como sempre fazia.



- Bella... – me chamou pelo apelido – Hoje nós vamos fazer uma pequena brincadeira...



- Brincadeira?! – disse o olhando com uma sobrancelha erguida.



- Sim... – disse rindo de minha expressão – É bem fácil... – explicou – Você irá fechar os olhos e desejar algo que você queira muito. Mas veja bem, é apenas um pedido e não vá gastá – lo com bobagens... Pense nele como se você tivesse achado uma lâmpada e que dentro dela tivesse um gênio mágico... – disse sério – Você só tem um desejo... E não é correto gastá – lo com algo inútil, como dinheiro ou coisas materiais que você pode conseguir facilmente... Um desejo, que aos seus olhos, seja impossível!



- Carlisle... Lembra do que falamos sobre não me iludir?! – perguntei rindo.



- Vamos, vamos... – disse me ignorando – Não fale alto... Apenas pense.



Olhei para ele com um olhar interrogativo.



- Bella... Feche seus olhos! – ordenou.



Fechei meus olhos e pensei em inúmeras coisas que eu poderia pedir, inúmeras coisas banais e outras até que interessantes como um emprego que eu goste ou uma casa nova... Mais mesmo pensando tanto, eu já sabia muito bem o que eu queria...



Que concentrei, mesmo achando uma bobagem e fechei ainda mais meus olhos, juntando toda a esperança que ainda me restava e depositando – a naquele pedido.



“Eu desejo poder ter uma chance de mudar meu futuro, ou melhor... Eu desejo dormir essa noite realizada. Realizada por ter feito escolhas certas e por ter vivido uma aventura, realizada por ter sido feliz... Nem que seja apenas por hoje!”



Abri meus olhos e vi que Carlisle me olhava como se tivesse ouvido meu pedido silencioso... Ele me olhava de um jeito estranho.



- Acabamos por hoje Bella! – disse depois de um tempo.



Assenti e já fui pegando minha bolsa.



Ele me levou até a porta e antes que eu saísse do alcance de sua visão, ele me chamou.



- Bella...



- Sim?!



- Aproveite bem a sua noite...



- Er... – disse não entendo nada.



- E lembre-se... – disse me olhando minuciosamente – A escolha do coração... Sempre vale mais a pena!



Assenti com os olhos arregalados e me dirigi até a porta.



DEPOIS A LOUCA SOU EU!



Fui para meu carro, eu ainda tinha que passar em casa para poder me arrumar.



As ruas agora estavam mais calmas, graças a Deus!



Dirigi com calma, olhando para o sol que se punha ao norte.



Ultimamente minha vida estava tão... Parada.



Mais não é um “parada” de sem movimentação, idas ao shopping ou jantares com amigas... Ela estava sem sal. Eu estava, mais do que nunca, me sentindo
sozinha... Mesmo estando com muitas pessoas.



Ela já havia caído na instigante rotina de: casa, trabalho, casa, supermercado, casa, casa de Alice, casa de novo.



Ultimamente, era tão difícil sorrir... Pelo menos um sorriso verdadeiro.



Eu não tinha vontade de sorrir, de me divertir...



Suspirei e acelerei um pouco mais, já ficando entediada com meus pensamentos idiotas.



Um dos motivos pelo qual eu comecei a freqüentar o consultório de Carlisle era a culpa que sentia... A culpa de ter me iludido com meu futuro. Eu era aquele tipo perfeito de adolescente que ama dar risada, não perde uma boa festa, acredita nas pessoas e jogaria tudo para o alto só para seguir seu sonho... Mais eu não o fiz.



O último instante do último tempo eu desisti de tudo, eu desisti de mim.



Eu queria ser uma grande fotografa. Eu queria congelar momentos marcantes em pequenas folhas de papel preto e branco. Congelar sorrisos e olhares intensos.



Mais eu não tive coragem...



Eu virei as costas para o meu sonho e pensei apenas no dinheiro que ganharia se eu seguisse qualquer outra profissão.



E eu nunca me perdoei... Se eu não sou feliz hoje, a culpa é toda minha.



Estacionei o carro na garagem de meu prédio e logo fui para o elevador.



Entrei em casa e me desmanchei no sofá.



Já sentindo algumas lágrimas caírem pelo meu rosto, às mesmas lágrimas que inundavam meu travesseiro à noite e que caiam involuntariamente toda a vez que eu me lembrava de como eu fui burra.



Eu já havia tentado voltar atrás um milhão de vezes, feito cursos de fotografia e até estágios, mais eu nunca tive sorte.



Eu havia perdido "A" chance no passado... Era tarde demais.



Fui para meu quarto derrotada e comecei a me arrumar.



Mesmo parecendo besta... Eu tive esperança que alguém pudesse ter ouvido meu silencioso pedido.



Nunca se sabe...



TUDO PODE ACONTECER!



(...)



Peguei a chave de meu carro e já fui logo saindo de meu apartamento.



Hoje eu estava básica... Calça jeans, bata e rasteirinha. Nunca que eu colocaria um sapato de salto alto, eu já passo o dia todo em cima deles!



Corri até o elevador, pois como sempre eu estava atrasada.



Havíamos marcado as sete na casa de Alice. Nada como uma noite de garotas para me fazer sorrir um pouco.



Entrei em meu carro e acelerei com tudo, já saindo da garagem e percebendo que logo choveria... O céu estava horrivelmente preto!



AI MEU DEUS!



Com medo da chuva que logo inundaria as ruas da cidade com seus gordos pingos, voei na rua, buzinando feito uma louca e correndo acima do permitido.



CREK!



Ops!



NÃO! NÃO! NÃO!



Virei o volante com tudo, pisando fundo no freio e parando antes de cair no barranco que havia do lado da rodovia.



Respirei algumas vezes, tentando acalmar meu coração e desci do carro.



- DROGA! – berrei chutando o pneu furado.



Abaixei para ver o que havia acontecido com o pneu e vi que havia um prego gigantesco ali.



De repente gordas gotas começaram a cair, em uma chuva forte e fria.



Olhei para cima a tempo de ver um raio cortando o céu, que fez todos os meus pêlos se arrepiarem.



Corri até o porta malas, rezando para ter comprado um estepe novo e o abri com presa.



OTIMO! AGORA EU ESTOU ENCHARCADA!



Procurei como uma louca, me descabelando toda e quase surtando.



ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO!



Fechei com raiva o porta malas, andando de um lado para o outro pensando em uma solução.



Tentei enxergar alguma coisa, pois a chuva havia feito uma espécie de neblina grossa, impedindo a minha visão.



Carros passavam depressa pela rodovia, fazendo com que mais água espirrasse em mim.



Com raiva, chutei novamente o pneu.



DROGA!



Comecei a tremer, pois os pingos de chuva estavam muito frios, sem contar o vento que arrepiava ainda mais os pêlos de meu braço.



Derrotada, já desistindo de achar uma solução, comecei a ir em direção a porta do carro.



BI BI BI BI



Olhei para trás, fazendo com que meus cabelos excessivamente molhados ricocheteassem em minhas costas e vi que um carro se aproximava do acostamento.



Me afastei um pouco, vendo um fusca azul parando ao meu lado.



Um homem impressionantemente lindo saiu dali, me encarando com um sorriso e abrindo um guarda chuvas preto.



- O que aconteceu?! – perguntou correndo até mim.



- O pneu furou! – disse enquanto ele me fazia entrar dentro de seu guarda chuvas, que por sinal era bem grande.



Ele riu e me olhou dos pés a cabeça.



- Uau... Você vai pegar uma gripe daquelas! – disse tirando o casaco e colocando em meus ombros – Não tem estepe?!



- Er... – disse sorrindo envergonhada e me agarrando a seu casaco – Eu esqueci de comprar!



Ele riu ainda mais, o que me fez rir também.



- Onde estava indo?! Se quiser eu te levo... – disse me encarando com um sorriso meigo.



Minha mente gritava coisas como: “E se ele for um assassino em série?” ou “Ele pode ser um seqüestrador!”.



Mais ele não se encaixava em nenhum dos quesitos necessários para ser um assassino ou um seqüestrador. Ele mais parecia um moço do interior, aqueles que andam em cavalos e cuidam das mães, saem com as sobrinhas nos domingos e tocam violão em festas beneficentes. Aqueles homens exemplos, o queridinho da mamãe e o orgulho do papai.



Sorri e assenti.



Peguei minha bolsa correndo, já apertando o alarme de meu carro e correndo para a porta de seu fusca.



Estava TÃO quentinho ali!



Ele deu a volta no carro, entrando com presa e logo fechando a porta.



O encarei sorrindo e já fui logo colocando o cinto.



- Obrigada! Mesmo! – disse ainda sorrindo – Eu nem sei o que faria se você não tivesse aparecido! – admiti.



Ele sorriu, mostrando suas lindas covinhas e me encarou.



- As ordens! – disse virando para o volante e já ligando o carro, que fez um grande barulho e depois ligou.



Olhei para sua direção, ainda enrolada em seu casaco e percebi que ele tinha lindos olhos verdes que mais pareciam grandes esmeraldas.



Ele percebeu que eu o olhava e me encarou também, sorrindo lindamente para mim.



- Aonde vamos?! – ele perguntou de um jeito engraçado, o que me fez rir.



Dei todas as instruções de como chegar à casa de Alice. Ele logo entendeu aonde era e disse virando a rua.



- Se importa se eu passar no shopping?! – perguntou já virando a outra rua – Eu preciso comprar um presente de aniversário para minha sobrinha... Hoje é seu aniversário...



Sorri divertida.



SABIA!



Sorri por estar certa sobre ele ser um típico garoto exemplo e logo respondi.



- Claro! – disse contendo a risada – O que pensa em comprar para ela?!



- Er... – disse com uma sobrancelha erguida – Eu não tenho a mínima idéia!



Ri e percebi que eu não sabia nem o seu nome!



BOA BELLA!



- Er... – disse o encarando – Desculpa mas... Como é seu nome?! – perguntei rindo.



Ele me encarou também rindo.



- Edward Cullen! – disse tirando uma das mãos do volante e estendendo – a para mim.



- Isabella Swan! – disse pegando sua mão e a apertando firme – Só Bella na verdade!



- Muito prazer! – disse rindo e fazendo uma careta engraçada.



Ele dirigia feito um louco, fazendo com que o motor do fusca reclamasse varias vezes, fazendo barulhos altos, que eu fazia questão de ignorar.



A chuva ainda caia, para mim ela estava ainda mais forte!



Logo ele parou no shopping, sorrindo para mim e saindo do carro.



Tentei fazer o mesmo mais a porta não abria de jeito nenhum.



Logo ele veio me ajudar, dando um belo solavanco na porta e a abrindo com facilidade.



- Ela tem essa mania de emperrar quando chove! – disse rindo e segurando minha mão para que eu pudesse sair.



Ele me puxou com uma força um pouco exagerada, fazendo com que eu saísse quase voando do carro.



- UOU! – berrou me puxando antes que uma bicicleta me atropelasse.



Ele me olhou assustado, talvez por eu ser tão leve que eu praticamente voei com um simples toque!



Eu não duvidaria nada, que nesse exato momento ele estivesse se perguntando como eu não havia me partido em duas quando eu estava sozinha no acostamento, chutando o MALDITO pneu e quase voando com o vento.



Ele riu e alisou as costas da minha mão.



Hum... Aquilo era bom!



De repente ele soltou minha mão do nada, talvez se dando conta do que estava fazendo.



- Er... Vamos?! – perguntou com as bochechas vermelhas.



Ri e assenti, vestindo seu casaco, que agora estava todo molhado.



EU NÃO QUERO NEM IMAGINAR O MEU ESTADO!



O casaco ficou gigantesco em mim, as mangas eram grandes e ele quase cobria a minha bunda. Mais também, mesmo ele aparecendo ter saído de um sitio, ele tinha braços bem fortes e um abdômen que aparentava ser bem definido.



OU SEJA, ELE NÃO ERA DE SE JOGAR FORA... MUITO PELO CONTRARIO! HAHÁ!



Entramos no shopping, que por sinal estava bem lotado e começamos a andar. Meio que sem rumo.



Segurei minhas mãos, igual a uma criança de cinco anos com vergonha do papai Noel e olhei para os lados, vendo as pessoas rindo e conversando alto.



Era bem estranho estar andando no shopping ao lado de um homem totalmente desconhecido.



Ele olhava para as lojas com um olhar interrogativo... Não sabendo muito bem o que procurar.



Olhei para sua direção pelo canto do olho, aquele silêncio estava me incomodando... Muito!



- Er... – tentei dizer – Você mora aqui?! – disse querendo me bater por ter perguntado uma coisa tão idiota.



Ele olhou para a minha direção e sorriu.



- Me mudei faz pouco tempo... – disse como se me conhecesse há anos – Estou trabalhando em um jornal... “O Diário”. Conhece?!



- Sério?! – falei um pouco alto – Eu assino esse jornal! – disse rindo – Você faz alguma coluna ou algo assim?!



Ele riu e olhou para mim fazendo careta.



- Eu?! Jornalista?! – riu ainda mais – Não... Eu faço as histórias em quadrinhos! Aquelas que ficam no final do jornal!



- Ah... – disse prendendo o riso – Eu nunca acho graça em nenhuma delas! – admiti rindo.



Ele levantou a sobrancelha e fez uma cara de mal.



- Mesmo?!



- Er... Os desenhos são muito bons mais... – tentei me explicar, já ficando sem graça.



Ele começou a rir do nada, quebrando totalmente aquele clima chato.



- Que bom... Eu faço os desenhos! – disse enquanto uma das minhas sobrancelhas se erguiam – O Jesse é quem faz as histórias!



Respirei aliviada.



- Nossa... – disse balançando as grandes mangas do casaco – Você desenha muito bem! – disse sincera.



Ele sorriu abertamente para mim.



- Não são tão bons assim... – disse olhando para uma loja de roupas infantis – Minha especialidade é desenhar pessoas... – disse olhando para mim – Não sou muito bom em desenhos animados ou meninos de palitinhos!



- Hum... Para mim eles são perfeitos! – disse olhando para os lados.



Ele olhou para mim e disse sorrindo.



- Eu posso desenhar você qualquer dia...



Qualquer dia?!



Aquelas palavras ficaram martelando em minha cabeça. Será que eu o veria de novo?!



Assenti mordendo os lábios nervosamente.



Ele riu e olhou para o lado.



- É isso! – disse do nada.



- Hãm?! – perguntei feito uma idiota.



- Crianças gostam de brinquedos!



Comecei a rir feito uma louca, até segurando minha barriga.



- Você chegou a essa conclusão sozinho?! – perguntei ainda rindo.



- Hahá! – riu irônico – Vamos! – disse me puxando para uma loja de brinquedos.



Ele começou a olhar as diversas prateleiras, procurando alguma coisa que nunca encontrava. Eu já estava ficando entediada.



Ele olhou para mim depois de um tempo e sorriu.



- Uma ajuda?! – perguntou rindo – O que meninas de sete anos gostam?



Pensei um pouco. Se fosse para mim eu pediria uma...



- Boneca! – disse como se aquilo fosse obvio – Meninas amam bonecas!



- Er... – disse coçando a cabeça – Você é boa nisso! – admitiu rindo.



Ri também.



Era tão fácil rir com ele... Estranho, mas fácil.



Ele começou a olhar para as milhões de bonecas que haviam ali. Ele apontou para uma e logo em seguida olhou para mim, como se esperasse que eu aprovasse ou não.



A boneca era linda... Um verdadeiro bebê.



Assenti sorridente, satisfeita com sua escolha.



Fomos para o caixa e ele logo pagou a boneca, mandando a moça do caixa embrulhá – la para presente.



Enquanto esperávamos a moça, que parecia jovem demais para trabalhar, as luzes se apagaram do nada, o que me faz pular de susto.



- AAAAAAAAAAAAAH! – berrei agarrando o braço de Edward.



- Hey! – riu ele colocando sua mão em cima da minha e tentando me acalmar – Deve ser um apagão geral! – disse olhando para fora da loja e vendo que estava tudo apagado lá fora também – Mas aqui não tem um gerador?! – perguntou Edward indignado.



Comecei a tremer e a suar frio.



Eu já disse que tenho fobia de escuro?! Bom... Eu tenho!



Me psicólogo usa milhões de palavras para definir isso mais para mim isso tem um outro nome... CAGASSO!



Conhece?



Eu sou totalmente cagona! Tenho medo de tudo, desde palhaços a cobras mutantes.



Muitas pessoas que estavam na loja começaram a falar ao mesmo tempo, umas até gritavam ou assoviavam.



- Bella... – disse Edward tentando não rir – Se acalme... Assim você vai infartar!



- Até que não seria uma má idéia! – disse revoltada e me agarrando ainda mais a Edward – Pelo menos eu não estaria aqui... PRESA NO ESCURO! – berrei feito uma louca.



Ele estendeu a mão, pegando a sacola com o presente e virou o rosto em minha direção.



- Vem... Vamos sair daqui! – disse me rebocando, pois meu corpo estava petrificado.



BELA NOITE QUE EU ESTOU TENDO!



E O MEU DESEJO?! AONDE FOI PARAR EM?!



Berrei mentalmente.



Ele me guiava perfeitamente bem, sem em nenhum momento me deixar trupicar ou esbarrar nas pessoas.



Com o shopping lotado... Era difícil chegar a alguma saída.



E o que me deixava ainda mais louca era o fato de que todas as pessoas tiveram a mesma idéia.



PORQUE MEU DEUS?! POR QUÊ?!



Depois de muito tempo, conseguimos finalmente chegar à saída.



Olhei para os lados, quase ajoelhando ali no estacionamento mesmo, por estar conseguindo ver e olhei para Edward, que somente ria.



- Obrigada! – disse pulando em seus braços e o abraçando – Brigada mesmo!



Meio hesitante, ele me abraçou também.



E como uma luz que se acende naqueles desenhos animados, eu soltei seu pescoço, percebendo que eu nem o conhecia.



Ele riu e olhou para mim com uma ruga no meio dos belos olhos.



Ele ignorou o fato de eu não estar entendendo nada e colocou o dedo no meu cabelo ensopado.



- Mas o que... – começou a dizer mas a sua voz sumiu.



- O que foi?! – perguntei já entrando em pânico.



- Er... – disse tentando não rir – O seu cabelo ta ficando laranja!



AI MEU DEUS!



Foi ai que eu me lembrei.



NÃO!



- Ai meu Deus! – disse correndo até um carro e me olhando no espelho – A TINTA!



- O que?! – perguntou ele já ao meu lado.



- Eu pintei ontem! – disse quase chorando – Era uma tinta nova, com uma formula para deixar os cabelos mais brilhantes e mais fortes... – disse passando a mão em meu cabelo – Eu não podia molhá – lo durante dois dias! – disse com uma cara de choro – Como eu vou trabalhar amanhã?!
Como eu vou sair na rua?! AI MEU DEUS! EU JÁ ESTOU NA RUA! – disse me escondendo atrás de Edward – Isso NÃO pode estar acontecendo!



Ele tentou não rir mais foi inevitável. Ele estava gargalhando feito um louco.



- Hey! – disse batendo em seu braço – Vamos embora?! – perguntei chorosa.



Ele assentiu rindo.



Quando já estávamos para entrar no carro, um idiota passou com um carro esporte ridículo, nos molhando ainda mais.



MAIS EU MATO!



RESPIRA BELLA... RESPIRA!



Ele me olhou como se eu fosse explodir a qualquer momento o que ajudou ainda mais no meu relaxamento.



Eu NÃO vou explodir na frente de um desconhecido! Não vou!



Sorri fraquinho e abri a porta do carro, já entrando e respirando fundo.



Ele deu a volta no carro e já foi logo tentando ligar o carro.



- Droga! – disse depois de umas cinco tentativas frustradas.



- O que foi?! – perguntei assustada.



- Er... Você quer a verdade ou...



- FALA LOGO! – gritei sem querer.



- Pifou! – disse rindo.



- O que?! – gemi.



- Pifou! Quebrou! Foi dessa para melhor! Pendurou as chuteiras... Como preferir! – disse rindo – Já era!



- Isso não pode estar acontecendo! – disse olhando para o relógio – Vamos pegar um táxi?!



Ele assentiu ainda rindo e enfiou a mão embaixo da bunda para pegar a carteira.



- Er... Cadê minha carteira? – perguntou procurando por todos os bolsos – Droga!



Olhei para os lados procurando minha bolsa e não encontrei nada.



Nos olhamos ao mesmo tempo apavorados.



- Fomos roubados! – dissemos juntos.



- O apagão! – completou furioso – Meu dinheiro! Meus cartões! Tudo! – disse revoltado – Só sobrou... Um cartão de ônibus! – disse tirando o cartão do bolso da frente.



- Ótimo! – disse sarcástica – Vamos de ônibus! – disse já saindo do carro.



AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!



Berrei mentalmente.



Porque meu Deus?! Por quê?!



Ele veio ao meu lado, igualmente furioso e chutou o ar.



Fomos até o ponto de ônibus que havia ali perto do shopping e ficamos quase meia hora esperando.



- Finalmente! – disse subindo no ônibus lotado.



Ele riu e passou o cartão para que pudéssemos passar na catraca.



Sentamos em um banco do fundo, espremidos por dois homens super desenvolvidos e ali ficamos, espremidinhos.



Olhei para Edward e suspirei.



- Para onde estamos indo?! – sussurrei em seu ouvido.



Ele riu da minha pergunta besta e respondeu.



- Estou tentando deixar você na casa da sua amiga! – disse sorridente.



- Mas e você?!



- Eu pego outro ônibus depois vou para casa. – disse simplesmente.



Aquilo mexeu comigo. Nunca nenhum homem havia mudado seu percurso para me deixar segura em casa... Nunca!



- Er... Você dorme lá! – disse sorrindo – Na casa da minha amiga! Têm muitos quartos... Ela não vai se importar! – disse feliz por minha idéia.



- Bella... Não seja absurda! – disse rindo – Eu ainda posso ser um seqüestrador! – disse em um tom de ameaça.



Bati em seu ombro, o que fez com que ele risse.



De repente o ônibus freou com tudo, fazendo com que eu quase voasse para frente. Se não fosse Edward me segurar... Provavelmente eu teria ido de boca no vidro.



- O que aconteceu?! – perguntei assustada.



Ele me olhou com uma sobrancelha erguida e balançou os ombros.



No minuto seguinte o ônibus foi invadido por cinco homens encapuzados, com armas nas mãos e mochilas nas costas.



- Só faltava! – disse alto demais.



Um dos assaltantes veio em minha direção e pegou meu rosto por entre suas mãos.



- O que disse graçinha?!



Forcei meu rosto para o lado, fazendo com que ele soltasse meu rosto e o encarei NEUROTICA.



- Só faltava isso para meu dia ficar perfeito! – disse me levantando e apontando o dedo na cara do assaltante – MEU DIA FOI UMA DROGA! – berrei nem
me importando com a arma que ele segurava – EU JÁ FUREI O PNEU DO MEU CARRO, TOMEI UMA BAITA DE UMA CHUVA, FIQUEI ABANDONADA EM UMA RODOVIA SOZINHA, TRABALHEI QUE NEM UMA LOUCA, AGUENTEI CLIENTE CHATO! – berrei enquanto Edward me olhava apavorado – FUI ASSALTADA, MEU CABELO TA LARANJA, TO ANDANDO PARA CIMA E PARA BAIXO COM UM DESCONHECIDO E AINDA VEM VOCÊ PARA ATRASSAR AINDA MAIS A MINHA VIDA! – berrei socando o assaltante – VAI PEIDAR NA ÁGUA!




Ele me olhou até com medo e fez um sinal para o ônibus parar.



- O QUE É?! VAI ME MATAR AGORA?! – berrei descontrolada.



Edward levantou e me obrigou a sentar.



- Er... Desculpa senhor bandido... – disse gaguejando – Minha irmã tem problemas mentais... Ela não sabe o que faz... Eu até estava levando ela no medico!



O olhei incrédula e rosnei.



- Viu?! – perguntou para o bandido – Doida! Doida! – sussurrou fazendo gestos com as mãos.



O bandido nos olhou com um olhar mortal e fez um outro sinal.



FU – DEU!



(...)



- SEU DESGRAÇADO! – berrei para a estrada vazia.



Ele havia nos largado no meio do nada!



- PARA! – berrou Edward passando a mão no olho roxo – Você só pode ser louca... Como você manda um bandido armado “peidar na água”?! – perguntou incrédulo.




Bufei e sentei em uma pedra na beira da estrada.



- O que fazemos agora senhora “Eu sou foda”? – perguntou sentando ao meu lado.



- VAMOS PEGAR UMA CARONA! – berrei feliz.



Eu levantei e comecei a dançar, como se eu estivesse ganhado na loteira.



Edward me olhou com uma sobrancelha erguida e riu.



- Eu mereço! – disse ainda rindo.



Naquela estrada não passava se quer um alma.



ÓTIMO!



Depois de mais ou menos meia hora só discutindo ou fazendo brincadeiras bobas finalmente um caminhão surgiu ao longe.



- AAAAAAAAAAA! – berrei pulando – UM CAMINHÃO! ESTAMOS SALVOS!



Edward se levantou e olhou para a direção que eu apontava.



- Bella... – começou a dizer preocupado – Eu não acho seguro pegar carona com um desconhecido!



O olhei com uma sobrancelha erguida e com um sorriso cínico nos lábios.



- Esqueceu que você também é um desconhecido para mim?! Assim como eu sou para você?! – perguntei rindo.



Ele levantou as sobrancelhas e levantou os ombros.



- Verdade! – riu também.



Começamos a acenar feito dois loucos, pulando e gritando alto.



O caminhão velho e meio grande parou na nossa frente, o que fez um baita barulho.



- E ai crianças?! – perguntou um velho nojento, que aparentava uns cinqüenta anos e nenhum banho.



Ele sorriu amarelo, com seus poucos dentes ainda restantes e nos encarou.



Eu e Edward nos encaramos com medo.



- Er... – disse depois de um tempo – Você pode nos dar uma carona?!



Ele sorriu novamente, o que fez meu estomago dar umas vinte voltas e assentiu.



- Para onde vão?!



- Para a civilização! – disse Edward prontamente – Isso já basta!



Ele riu e assentiu novamente.



- Entrem!



Eu e Edward começamos a discutir silenciosamente para ver quem iria sentar ao lado do velho nojento.



- Vai logo! – disse o empurrando – Eu sou a mulher da história! – disse brava.



Ele entrou meio relutante, sentando ao lado do velho e me puxando para sentar ao seu lado.



Fechei a porta do caminhão e encostei minha cabeça no ombro de Edward, que estava me espremendo na porta para não precisar tem nenhum contato com o velho.




O caminhão começou a se movimentar rápido demais e uma música ridícula tomou conta do ambiente.



O velho, de tempo em tempo, nos olhava malicioso, o que fazia todos os meus pêlos se arrepiarem.



- Sua namorada?! – perguntou depois de um tempo.



- Não... Somos amigos! – disse Edward me olhando sem saber o que responder.



- Bom! – disse do nada – Você é uma graçinha!



Uma coisa subiu pela minha garganta e uma vontade de vomitar tomou conta de mim.



- Er... Brigada! – disse respirando fundo.



Edward me olhou assustado e começou a me abanar, provavelmente vendo que eu estava ficando verde.



- É bom que assim vocês tem como pagar a corrida!



- O que?! – perguntou Edward.



- Bom... A graçinha ai é desimpedida... Acho que ela pode me pagar o favor... Sabe como é, eu ainda dou um bom caldo!



O QUE?!



Meu olhos se arregalaram, assim como os de Edward.



- Er... – disse tossindo – Assume Edward! – disse cutucando seu braço.



- O que?!



- Nós vamos nos casar! – disse sorrindo – É... Ele é meio tímido! Estamos fugindo para isso!



Edward me olhou chocado e assentiu.



- Nós nos amamos! – disse tentando não rir.



O velho nos olhou desconfiado e parecendo estar bem aborrecido.



DROGA!



Peguei o rosto de Edward, e num impulso, lhe dei um selinho demorado, esmagando seus lábios contra os meus com vontade. E por mais incrível que pareça... Aquilo foi TÃO bom!



Sorri para ele meio envergonhada e disse alto.



- Ai ai amor!



Ele arregalou os olhos novamente e riu.



- VOCÊS ESTÃO QUERENDO ME ENGANAR! – berrou o homem feito um louco.



- Não senhor...



- EU NÃO LIGO! ELA VAI SIM FAZER UMA BOA MASSAGEM NA MINHA BUNDA! – berrou.



Engoli seco e me encolhi.



ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO!



É SÓ UM SONHO... SÓ UM SONHO!



- Hey! – disse Edward bravo – Ela é minha noiva!



- Eu não tenho ciúmes! – disse sorrindo malignamente.



O silencio pairou no ar.



Olhei para frente, olhando para o porta luvas.



AI MEU DEUS!



Cutuquei Edward.



Ele me olhou assustado, pois eu estava tremendo e olhou para onde eu apontada.



Ele arregalou os olhos e engoliu em seco.



- Ele está armado! – sussurrou mordendo os lábios nervosamente.



- Hoje eu não volto para casa! – sussurrei apavorada – OH MEU DEUS! – berrei sem querer.



O velho nos olhou desconfiado, mais logo ignorou.



Me agarrei ainda mais ao braço de Edward e fechei os olhos com força.



E O MEU DESEJO EM?!



EU NÃO MEREÇO ISSO!



- Eu vou comprar uma cerveja! – anunciou o homem.



Ele parou em um posto de gasolina e antes de descer falou.



- É melhor vocês estarem aqui quando eu voltar! – disse nos encarando com um sorriso.



LOUCO!



Ele virou e saiu andando calmamente.



Olhei apavorada para Edward.



- VAMOS EMBORA! – berrei já abrindo a porta.



- TA LOUCA! – berrou também – Se nós formos... Ele vai nos alcançar! Vai ser bem pior.



- O que nós fazemos então?! – disse chorosa.



Ele pensou um pouco e me olhou sorrindo.



- Vamos embora...



- Mas...



- Com o caminhão! – disse rindo e já pulando para o banco do motorista.



- BEBEU?! – berrei feito uma louca – Nós NÃO vamos roubar um caminhão!



- Então qual é a sua sugestão?! – perguntou já ligando o caminhão – Ficar aqui e morrer?!



Respirei fundo e olhei para frente, vendo que o velho já saia da loja.



- Vamos! – disse colocando o cinto de segurança.



Edward começou a dar ré, já virando e acelerando feito um louco.



O velho começou a gritar, nos ameaçando de morte e amassando a lata de cerveja com uma única mão.



- Você sabe dirigir essa coisa?! – perguntei vendo – o acelerar ainda mais.



- Eu dirigia tratores na fazenda da minha mãe! – disse sorrindo.



Sorri também.



Certa novamente. Típico moço do interior! HAHÁ!



Coloquei o pé em cima do porta luvas e fechei os olhos.



FINALMENTE PAZ!



- Bom... – começou a dizer – Chega por hoje! – disse rindo – Nós já nos metemos em confusões suficientes para uma vida inteira!



- É verdade! – ri também – Prometo nunca mais brigar com bandidos! – disse ainda rindo.



- Espero! – disse ele fingindo estar zangado – Você quase me fez cair duro naquela hora! – admitiu – Só eu mesmo para oferecer carona para uma louca!



- É... Você ainda não sabe se eu sou uma seqüestradora! – repeti sua fala anterior.



Ele riu e piscou o olho.



- É... Você tem razão! – disse ainda rindo – Você até já me agarrou!



Foi nessa hora que eu passei de cor papel para vermelho pimentão.



- Eu não iria fazer massagem na bunda daquele nojento! – disse quase derretendo no banco – Foi por legitima defesa!



Um silêncio desconfortável pairou no ar.



Reparei que Edward dirigia feito um louco. Na janela os vultos das árvores passavam rápido demais... Mais rápido do que eu esperava.



- OPS! – disse freando com tudo.



- O que foi?!



- Policia! – disse olhando para frente.



FUDEU!



Um policial velho demais fez sinal para que nós parássemos no acostamento.



Olhei para Edward tremendo. Ele apenas fez um sinal com a mão para que eu me acalmasse.



- Aja naturalmente! – disse enquanto abria o vidro manual e sorria para o policial.



- Boa noite! – disse o policial barbudo nos analisando de ponta a ponta – Documentos?!



- Claro! – disse Edward começando a procurar por todos os lugares.



Fechei os olhos, cruzando os dedos e até rezando para todos os santos, para aquele caminhão ter algum documento.



- Ah... Aqui! – disse Edward aliviando, o que fez meus olhos abrirem.



O policial pegou os documentos meio desconfiado e foi até um outro policial.



Eu e Edward nos encaramos apreensivos.



AI MEU DEUS!



Sem nem pensar direito, peguei a mão de Edward e apertei tanto seus dedos que o coitado até soltou um pequeno gemido.



Respirei algumas vezes, mas sem em nenhum momento soltar a mão de Edward.



Ele apertou um pouco a minha mão, como se quisesse passar segurança e alisou minha palma.



AI EU VOU INFARTAR!



Meu coração batia descompensadamente em meu peito, fazendo até um barulho estranho.



Olhei para a janela e vi que o policial nos olhava com um olhar mortal.



AI DEUS!



Logo ele começou a andar em nossa direção, sendo acompanhado por mais dois grandes policiais e abriu a porta de Edward com força.



- Vocês estão presos!



- O QUE?! – berrei sem querer.



Eles começaram a nos algemar, sem dó em piedade.



- FOI EM LEGITIMA DEFESA! – comecei a berrar enquanto eles nos levavam até o carro – EU JURO! ELE QUERIA NOS MATAR! – berrei descontrolada – ELE TINHA UMA ARMA! E EU NÃO IA FAZER MASSAGEM NA BUNDA NOJENTA DELE! HEY! – berrei enquanto eles nos colocavam no porta malas – NÓS NÃO TEMOS CULPA!



- Não vai adiantar! – disse Edward rindo.



O porta malas foi grosseiramente fechado.



- PARA DE RIR! – berrei tentando me soltar.



- Ai, ai... Aonde eu fui amarrar meu bode! – disse Edward com um típico sotaque de ROÇA!



ISSO NÃO ESTÁ ACONTECENDO!



(...)



- Como assim o caminhão JÁ era roubado?! – perguntei sentada em uma cela nojenta.



- Foi o que aquele homem disse! – disse Edward suspirando – Nós o roubamos de um ladrão!



- Que ótimo! – disse sarcástica.



- Eu expliquei o que nos aconteceu para o policial... Ele disse que mesmo que tenhamos agido em legitima defesa... Temos que pagar uma gorda fiança!



- MAIS NÓS NÃO TEMOS DINHEIRO!



- Eu disse isso também... Que nós JÁ fomos roubados! – disse rindo – Eles estão pesquisando... Temos que esperar! – completou AINDA rindo.



- Posso saber... PORQUE VOCÊ AINDA TA RINDO?! – berrei já enlouquecendo.



Como ele consegue ser tão calmo?



- É melhor rir do que chorar! – disse balançando os ombros.



Fiz uma cara de choro e segurei as lágrimas...



DROGA!



Ele me olhou por um instante, meio que não sabendo o que fazer e começou a procurar pedras no chão.



- O que ta fazendo?! – perguntei com uma voz de choro.



- Você já vai ver! – disse pegando uma grande pedra branca e começando a desenhar na parede da cela.



Fiquei olhando para o que ele desenhava, mais era difícil enxergar, pois ele ficava com o corpo na frente.



Depois de longos minutos ele me olhou sorrindo, saindo da frente do desenho.



Minha boca se abriu e meus olhos se arregalaram.



- Sou... Eu?! – perguntei em choque.



Ele assentiu e veio até mim.



- Você sorrindo... Pois é assim que você fica ainda mais linda...



Olhei para o desenho novamente e foi impossível não sorrir.



Ele desenhava lindamente, os traços eram tão leves e certeiros, aquilo mais parecia uma foto... Tão perfeito.



Os traços brancos se destacavam na parede verde musgo. Meus cabelos estavam soltos, caindo como cachoeiras, e um lindo sorriso se encontrava dançando em meus lábios.



Me perguntei por um segundo se era assim que ele me via, pois eu apostava que eu estava um lixo, com cabelos bagunçados e totalmente ensopada.



Olhei para Edward, que me encarava com um sorriso lindo nos lábios e o abracei.



E mesmo estando vivendo a pior noite da minha vida... Eu estava feliz.



Pois, mesmo parecendo estranho, eu estava feliz por ter Edward ao meu lado, o único desconhecido que eu tive vontade de conhecer... Até os mínimos detalhes.



Nos soltamos meio relutantes e foi ai que eu olhei para a parede que estava logo atrás de mim.



- UMA JANELA! – berrei sem querer.



- NÃO!



- É a nossa chance! – disse chacoalhando os braços de Edward – Vamos embora!



- Bella... Nós vamos ver liberados depois das investigações! – disse revoltado.



- Vamos... Por favor! – disse o olhando nos olhos – Eu não quero ficar aqui...



- Bella... – disse já mexido.



- Por favor?! – disse fazendo minha melhor cara de cachorro sem dono.



Ele rosnou e mordeu os lábios nervosamente.



- Porque eu não te deixei morrer no acostamento?! – perguntou rindo.



- Por que... Bem lá no fundo, você me ama! – disse sem perceber o que eu dizia.



Olhei para ele, querendo me bater e tentei consertar o que havia dito.



- Er... Porque você é uma pessoa boa... É! Uma pessoa boa!



Ele riu, ignorando minha confusão interna e começou a olhar para os lados.



- Você prefere sair primeiro e ver se é tudo seguro lá fora ou...



- Vai você! – disse prontamente.



- Porque eu?!



- Você é o homem da história lembra?! – perguntei rindo.



- Sempre eu! – reclamou já indo até a janela.



Ele colocou um banquinho embaixo da pequena janela, dando um pequeno impulso e já se apoiando ali. Ele teve certa dificuldade para passar, por causa
de seus ombros largos e fortes. UI!



Agradeci aos céus por aquela delegacia ser mais velha que a vovó Lulu e suspirei.



Ri com aquele pensamento e fui até lá.



- E ai?! – sussurrei.



- Vem...



Subi no banquinho e já fui logo me apoiando na janela, pois passos estavam vindo em direção da nossa cela.



Empurrei meu corpo miúdo para frente, me jogando em cima de Edward.



- Hey! – berrou embaixo de mim.



Ri e sai de cima do coitado.



Nos olhamos por um segundo e olhamos para os lados.



- Vamos entrar naquela floresta ali... Deve ser só um parque florestal! – disse balançando os ombros.



- Você é louca ou o que?! – perguntou ele com uma sobrancelha erguida.



- Olha... Eu ainda pretendo chegar à casa da minha amiga hoje! – disse brava.



- Tarde demais... São... – disse olhando para o relógio de seu pulso – Quase duas da manhã.



- O QUE? – berrei colocando a mão na boca.



- Quer que eu repita ou...



- Vamos logo! Elas devem estar enlouquecendo agora! – disse bufando e o arrastando em direção das árvores.



Começamos a andar meio sem rumo. Era meio claro ali e as árvores nem eram tão assustadoras.



- Então... – começou ele – O que você perdeu de tão espetacular hoje?!



- Er... Uma noite de garotas!



Ele começou a rir e me encarou sorrindo torto.



- Eu acho que eu sou melhor do que uma noite de garotas! – disse piscando.



O olhei com uma sobrancelha e tentei não sorrir.



Mesmo não querendo admitir... Era claro que ele estava certo.



Sorri minimamente e encarei as árvores a minha frente, tentando esconder minhas bochechas coradas.



Andamos por mais alguns minutos em silêncio, lado a lado.



- UOU! – berrei ao ir de cara ao chão.



Quando vi, Edward já estava ao meu lado.



- Você está bem?!



- Er... – disse sentindo uma pontada em meu pé – Acho que torci o pé!



Suas mãos logo estavam apertando meu pé, de uma madeira bem delicada.



- Isso... Dói?!



- HEY! – berrei puxando a minha perna – O que pensa que está fazendo?!



Ele riu e puxou meu pé novamente.



- Fica quieta! – disse apalpando ainda mais meu pé – Estou vendo se você o quebrou!



- Nem vem! – disse puxando novamente minha perna – Eu já estou bem! – menti na maior cara de pau.



Ele me ignorou e começou a me levantar, me carregando feito uma Cinderela.



- Hey!



- Você é uma teimosa! – disse andando comigo em seus braços.



- Eu sei! – sorri cínica – Aonde pensa que vai?



Ele me ignorou e continuou a andar.



- Ali! – disse de repente, o que fez meu coração parar por um minuto ou dois – Eu sabia que havia visto alguma coisa...



Olhei para cima, não entendendo nada.



Mais lá estava ela, bem escondida entre as árvores, uma pequena casinha, feita de madeira escura e meio velha.



Ele logo entrou na casa, que parecia menor que o meu closet e me colocou delicadamente no chão.



- Você pode reclamar o quanto quiser... – disse já pegando alguns galhos – Mas nós não vamos ficar andando por ai... Ainda mais agora que a senhorita
fez o favor de torcer o pé!



O olhei emburrada e fiz um bico gigante.



- Mas...



- Nem mais nem menos! – disse tentando fazer uma fogueira – Amanhã eu dou um jeito de te levar para casa!






Link Seguro gente! HAHÁ!

http://www.youtube.com/watch?v=UJAxHqnpXFM







Olhei para o chão e percebi como estava sendo mal agradecia e até um pouco egoísta. Ele havia me ajudado tanto... Muito mais do que alguém algum dia havia pensado em fazer. Além de suportar meus chiliques e ataques.



E o mais incrível era que ele ainda estava ai... Prometendo que me levaria para casa.



Me senti envergonhada.



Como eu posso ser tão... Idiota?!



Olhei para sua direção e vi que ele ainda sorria tentando fazer uma fogueira.



Aquilo era meio novo para mim... Quando eu iria imaginar que um estranho iria me ajudar de tal forma?!



Vagarosamente, comecei a me aproximar cada vez mais dele, até ficar bem ao seu lado.



Ele olhou para minha direção e sorriu mais uma vez... Aquele mesmo sorriso que não havia saído de seus lábios durante a noite toda... O mesmo sorriso que me fazia sorrir também.



Encostei a cabeça em seu ombro e fechei os olhos.



Era bom estar ali.



Ele me puxou mais para si, jogando os gravetos que estavam em suas mãos e envolvendo minha cintura.



Ele me aconchegou em seus braços, que pareciam perfeitamente moldados para mim e começou a fazer círculos nas costas de minha mão, que agora estavam agarradas as suas.



Olhei para cima, só conseguindo ver seus lindos olhos brilhantes no meio da escuridão e sorri. Um sorriso verdadeiro...



Ele sorriu também, encostando nossas testas e fechando os olhos, como se quisesse prolongar o momento.



Milhões de coisas passavam em minha cabeça, coisas que eu um dia cheguei a achar que eram a mais pura mentira. Mas estava tudo ali, na minha frente... Como se alguém quisesse esfregar na minha cara que eu estava, mais uma vez, enganada!



Fechei meus olhos também, sentindo a ponta de seu nariz tocar no meu.



E num impulso... Um impulso que eu não queria conter... Eu o beijei.



O beijei como nunca.



Eu estava feliz... Mais feliz do que eu achava possível estar.



E mesmo não percebendo naquele momento... Eu dormi realizada.



E pela primeira vez eu não me arrependi da escolha que tomei...



Eu já sabia o que eu queria... E eu não desistiria por nada desse mundo.



Eu não trocaria nem por todo o dinheiro do mundo... Por todos os melhores carros ou as melhoras casas...



Sorri em meio ao beijo e agarrei seu pescoço enquanto suas mãos me puxavam ainda mais para si.



Eu queria ele.



Naquele momento... Nada mais importava.



Eu estava feliz... E nada poderia mudar isso!







Às vezes... Os nossos mais profundos desejos não acontecem como desejamos ou imaginamos... Mais isso não quer dizer que eles não vão acontecer da melhor forma possível! Pois dormir realizada pode ter milhões de significados... Mas dormir feliz só tem um.






--*--



E AAAAAAAAI GENTEE?!
QUEM GOSTOU LEVANTAA A MÃÃO!
O/O/O/
UHUUUUUUUUUUUUUUL
UHSAUHAHUSHUAHUSHUAUHSHUAHUSAHU
Bom... eu ameeeei demais fazer! mesmo!
Não deixem passar em branco... Comentem! é só um capitulo mesmo!
QUEM QUISER UM BONUS... PEDE!
HUSHUAHUSHUAHUSHUAHSUHUASHHUAHUASHU
AMO VOCÊS!
beijoooooooooooooooooooooooooos (L)

Debira XD

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