Epílogo de Heróis do Olimpo escrita por Bia Prior


Capítulo 5
Você não está louco


Notas iniciais do capítulo

oi gnt, voltei. Demorei mto pra postar, me desculpem, mas tava com a história em mente mas não conseguia escrever, fora que tá faltando tempo.
Mas sem mais delongas, boa leitura e espero comentários!



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" -Ótimo. Agora me conte seu segredo."

–Tudo bem. Como se conta isso para alguém?- ele fez a pergunta mais para si mesmo.

–Começa pelo começo.

–Ok , é que... Desde que eu me entendo por gente vejo coisas que ninguém mais vê. Já vi espécies de monstros andando pelas ruas, objetos estranhos em museus, armas mortais nas mãos de crianças; porém todas as vezes sou só eu que percebo, só eu fico incomodado ou com medo. Depois de um tempo, comecei a simplesmente tentar esconder os meus sentimentos em relação ao mundo que vejo, porque todos me achariam louco se descobrissem. Ninguém sabe sobre isso, nunca quis contar a nenhuma pessoa minhas visões, você pode até achar que sou um louco varrido trancado dentro de um armário com você ou que estou mentindo para justificar ter te puxado pra cá por razões obscuras; porém eu sei que não sou atormentado. As coisas as quais eu vejo parecem tão vívidas, elas precisam ser reais, tem de ser...
Nesse momento ele já está segurando o choro. Sei o que ele é e como deve se sentir. Mas se contar a ele, estará em grande perigo. Terei que contar tudo a Kurts: sobre mim e o mundo em que vivo, não posso arrastá-lo para isso, então por que é tão difícil esconder dele?!
Ele esconde o rosto entre as mãos e penso “ah, droga!”
– Essa é a deixa para me xingar ou algo parecido...

–Não vou fazer isso. Você não é louco Kurts.
A vozinha da minha consciência diz: “Não faça isso. Vai coloca-lo numa situação horrível. Fora que ele não vai acreditar”. Minha resposta desse conselho foi imediata. “A situação dele já está ruim. Não posso deixa-lo viver sofrendo com isso. Vá pro inferno com o perigo, preciso tentar lhe dizer a verdade”...
Kurts olha pra mim com os olhos que ficaram vermelhos e uma expressão confusa. Ele deve estar pensando ‘ela acreditou em mim? Por que?’. Agora é o momento no qual ele vai achar que estou zombando dos seus problemas e de nunca mais olhar na minha cara... Em 3, 2, 1 ...

–Você tem que saber que no meu mundo, bem diferente do seu, é comum se ver esse tipo de coisa, isso não é loucura, apesar de parecer, mas é ruim para sua vida ficar sabendo a verdade, porque assim que souber de tudo, eles saberão que você descobriu e ficará em apuros o tempo todo...

–Espera um pouco ai. SEU mundo? Quem são eles? O que tá querendo dizer?- Ele parece mesmo o Jackson, haja paciência! Mas vou ter calma, é tudo novo para ele...

–Se eu fosse você, encostava na parede-faço um movimento com o queixo indicando a parede a suas costas. Ele encosta, o que faz com que consiga olhá-lo nos olhos sem ter que levantar a cabeça. Encaro-o e continuo a explicar:

–Sabe a mitologia grega e a romana? Em que existiam deuses, monstros, criaturas místicas?- ele afirma com a cabeça- Então... Eles não são só mitos, eles existem e atualmente estão localizados nos Estados Unidos, porque é o centro da civilização, assim como a Grécia e Roma já foram. Os deuses residem em Nova York, e bem... ainda tem o costume de ter filhos com mortais e é ai que eu entro. Sou filha de Belona, deusa romana da guerra e sou líder de um dos poucos lugares onde os semideuses, ou meio-sangues, se quiser, podem viver em segurança: o acampamento Júpiter, localizado em Nova Roma, uma cidade escondida. Percy e Annabeth também são como eu, mas são filhos dos deuses gregos. Percy é filho de Poseidon, Annie é filha de Atena. Ser meio-sangue é muito perigoso, somos perseguidos por monstros de todo tipo e ainda temos que lidar com crises em que nossos pais se envolverem. Mas os mortais comuns não podem saber a verdade, o caos se instalaria e o mundo poderia acabar, então te peço que não fale a ninguém sobre o que contei hoje, está bem?

A expressão do garoto ruivo a minha frente é indecifrável, ele deve estar decidindo se acredita em mim ou não, bom, já é um avanço das minhas expectativas...

–Se os mortais não podem saber, por que está contando pra mim?- ele arqueia uma sobrancelha, deuses, ele fica lindo assim... para com isso Rey, se concentra!

–Bem, porque você não é um mortal comum. Existe uma espécie de véu que esconde o nosso mundo chamado névoa, até pra nós é difícil ver além dela. Só uns poucos mortais conseguem ver através dela. Você é uma dessas pessoas e por isso parece que está doido. Por favor, só acredita em mim, eu não tô zoando com você. - Cara, que desespero foi esse agora? O que está acontecendo comigo hoje? Sinto ânsia de vômito desse drama.

–Olha, eu quero muito acreditar em você, mas é meio difícil ver se não tá mentindo se não olhar pra mim.- disse levantando o meu queixo para que olhasse ele nos olhos. Nem tinha percebido que olhava o chão.
O encaro e ficamos alguns segundos assim; devo estar com uma cara muito idiota ou muito estranha porque ele simplesmente fala:

– Tudo bem. Agora acredito em você-e sorriu. Um sorriso perfeito, então soltei o ar que nem percebi que estava prendendo. Espera, eu nem conheço ele, tenho que me manter firme. Voltei do transe e disse normalmente:
–Agora que já me disse a verdade, pode me explicar por que me puxou pra cá?- Ele sorri de lado.

– Por quê? Não gostou do lugar mais reservado?
Bato no braço dele. Com muita força. Mas ele parece não se importar...

– Não! E você estava em pânico minutos atrás, então pode ir contando tudo.

– Sim senhora!- falou brincando com os braços levantados, se rendendo. - Eu vi um monstro passando pelo corredor e ele não parecia muito amigável. - Ele olha para o chão e entendo o que aconteceu.

– Me descreve ele... - levanto seu rosto como ele fez comigo um pouco antes para me certificar de que não está tirando uma comigo.

–Olhos grandes e vermelhos, presas amarelas, garras afiadas, pele acinzentada, asas iguais as de morcegos...

– Droga! O que uma fúria faz aqui?- sussurrei o nome da criatura temendo que ela aparecesse ali mesmo.

– Por que sussurrou? Estamos sós aqui.

–Os nomes têm força, quanto mais falamos dessas criaturas, pior é.
– Entendi. O que fazemos agora?

– Precisamos avisar Percy e Annie. Não foi uma boa ideia ficarmos os três aqui. Temos cheiros muito fortes. Somos rastreados com muita facilidade.

–OK. Por mais que seja incrível estar aqui só com você, esquecendo de tudo, e ficando bem perto de você; vamos sair, eles estão em perigo.
Saímos do armário e sinto o ar um pouco mais frio, estremeço.

– Tudo bem?

Estou com frio por culpa desse vestido idiota, mas não vou admitir isso.

–Estou bem.

– Eu sei que está com frio só com esse vestido, pode admitir- disse já abraçando meus ombros.
Ali estava quentinho e se pensei em afastar ele, desisti. Estou morrendo de frio.

– Bem melhor não acha?- deu um sorriso malicioso. Arqueei as sobrancelhas.
– Não me provoca ou vou arrancar seu braço do corpo.
– NOSSA... Sempre soube que meu abraço era bom, mas não a esse ponto, de a pessoa querer levar ele pra casa.- o olhei brava e ele riu da minha reação. Não, gargalhou até perder o ar. Revirei os olhos e corei, o que fez rir mais.

– Para.

Ele assentiu ainda sorridente e caminhamos calados, porém continuamos abraçados e me surpreendi ao gostar do contato. Até que de repente ele me soltou, mas apertou minha mão e começou a andar mais rápido. Até que sussurrou no meu ouvido.

– Ela está nos seguindo.
Entendi na hora o que acontecia e acompanhei o passo de Kurts. Eu podia lidar com a fúria, mas não podia arriscar a vida do Kurts assim, sem mais nem menos.
Meus pensamentos são interrompidos quando uma mulher de meia idade para a nossa frente, nos impedindo de ir em direção à festa. Naquele momento soube que era a fúria porque o garoto ao meu lado ficou tenso e parou de andar. O medo que ele sentia estava muito controlado e me impressionei com essa qualidade dele. Deve ter usado ela muitas vezes assim como eu a uso sempre.

A fúria nem se importou em esconder sua identidade e já foi falando:
–Filha de Belona, está se divertindo com o mortal?- Sua cara era de puro sarcasmo; o que me deixou furiosa. – Não quero interromper o momento, mas vou te matar de qualquer maneira.

– Ele não tem nada a ver com isso, deixa ele em paz- disse já tirando a adaga que tinha escondido no meu vestido por precaução, uma que Hylla me deu após o ataque na ilha de Circe.

Kurts arregalou os olhos quando fiz isso, e já que levantei um pouco o vestido para pegar a arma, deixando uma perna minha a mostra, fiquei confusa se ele estava assim por causa da minha perna ou por causa da faca. Decidi não me concentrar nisso, tinha um monstro para matar nesse momento.

– Ele sabe de muita coisa, não pode sair dessa vivo. – A fúria diz e avança no garoto, jogando-o contra a parede com toda a força e arranha seus braços enquanto está atordoado no chão no momento em que a puxo para longe dele já desviando de suas garras logo depois, mas me desequilibro e ela fica por cima de mim e, como bato a cabeça, perco a consciência por alguns segundos, mas quando acordo, vejo que o monstro investe em Kurts que está sentado encostado na parede. Ela está sussurrando algo para Kurts e me levanto sem fazer barulho, indo na direção ela com a adaga em punho, quando estou mais perto escuto o que ela fala para o garoto que se mantém firme, mas já aquele rosto antes no espelho, ele está com medo, porém conformado com o que vai ocorrer.

– Até que você é bonitinho, é uma pena; então não vou mexer no seu rosto, está bem?- e arranha seu pescoço abaixo da orelha, ela está se divertindo fazendo ele sofrer quieto... E ai minha arma se move sem que pense em mais nada e decepa o braço da fúria pelo ombro.

A criatura se vira urrando de dor pronta para atacar e tenta me morder na mão, mas minha raiva me movimenta e após desviar de seus dentes, seguro sua cabeça e enfio a lâmina em seu pescoço, fazendo ela virar uma chuva de areia dourada. Olho para o montinho que se formou e sussurro:

– Eu disse pra deixar ele em paz. – e chuto o que antes era minha oponente.
Logo após me volto para Kurts que continua onde estava, com os olhos arregalados e assim que me aproximo ele sorri para mim.

– Está tudo bem com você?- Pergunto olhando seu ferimento próximo a orelha.

– Estou ótimo, você foi incrível!- o levantei e coloquei a mão no machucado enquanto ele continuava falando. – Você é muito corajosa, o pacote completo na minha opinião...- Ele faz uma careta de dor ao passar minha mão no sangue que já coagulava.
O encaro e me sinto culpada. e então o interrompo.

– Era pra ter morrido, se eu tivesse ficado desmaiada mais alguns segundos, não estaria mais aqui pra me achar corajosa.

– Mas não aconteceu nada, eu é que fiquei só parado esperando. Salvou minha vida e ainda acha que fracassou?- Seus olhos brilham ao dizer essas palavras.

– Você se feriu por minha causa, não me perdoaria se ficasse com sequelas. Kurts, não posso te arrastar pra essa vida, sinto muito... não vou poder cumprir a opção que escolhi mais cedo... então escolho a segunda opção.

Ele me olha confuso, mas neste momento já estou puxando ele pelo colarinho da camisa para beijá-lo.

O beijo foi demorado e começou doce, delicado, mas foi se intensificando e ficando urgente. Ele enlaça minha cintura me trazendo para ainda mais perto. Se pudesse ficaria lá o resto da noite, porém já fiz minha escolha e me afasto devagar dele, olho- o nos olhos e digo por fim:

– Adeus Kurts.- me desvencilho dos seus braços e corro pelos corredores procurando a saída.


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Notas finais do capítulo

Bom gnt, é isso. Espero que tenham gostado e se puderem me mandar sugestões para o ship Reyna e Kurts, eu agradeço(amei eles!!!!). Adorei escrever esse cap. queria ver se gostaram de lê-lo.
Obg por ler, até a próxima, bjo, Bia Prior.



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