Speaking Of Truth escrita por MB Sousa


Capítulo 1
Capítulo Único - Keep Me Alive


Notas iniciais do capítulo

Espero que curtam, eu amo esse shipp mais do que eu mesmo hahahah então se curtirem, comentem e tudo mais :33
Link da música: https://www.youtube.com/watch?v=Da4r_kJy9Do



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Thomas ainda não conseguia acreditar que ele, Minho e Alby tinham sido os primeiros garotos a permanecer vivos depois de uma noite no labirinto.

E mesmo depois de um bom tempo que isso tinha acontecido, ainda não conseguia dormir direito, muito menos depois do aparecimento da garota, que ainda continuava desacordada. Havia sido punido, tornara-se um corredor, mas alguma coisa ainda estava errada, ainda sentia-se vazio

Depois de dormir o dia inteiro desde que retornara à Clareira, Thomas se encontrava agora de pé com um dos ombros encostado no tronco de uma árvore, estava ali há tanto tempo que cansara de ficar sentado, apesar de ser mais confortável. As imagens de tudo que acontecera com eles quando estiveram de noite no labirinto não pareciam real, mas essa era sua realidade agora, Verdugos, correr pelo labirinto com Minho, tentando descobrir uma solução para o labirinto, uma que não havia sido descoberta em dois anos.

Newt se aproximou sorrateiramente, cuidando para não fazer nenhum barulho que o denunciasse, mas isso parecia ter sido em vão.

— Olá Newt. – Thomas o assustou, por mais que tenha falado baixo e sem mover-se.

— Ah... Oi Tommy, eu não queria atrapalhar. – O loiro estava claramente envergonhado por ter sido pego, seu objetivo era apenas observar Thomas de trás de alguma árvore próxima o suficiente.

— Não está atrapalhando. – agora Thomas se virava para ele com um sorriso um tanto triste.

Newt se aproximou mais do mais corajoso calouro que já vira.

— Você está bem? – perguntou, já sabendo a resposta, era uma questão de educação.

Thomas voltou a encarar os gigantescos muros do labirinto, enquanto Newt parava ao seu lado, alguns passos atrás.

— Não sei. Estou aliviado por ainda estar vivo e ser um corredor, mas ainda assim me sinto estranho. – Thomas desabafou, queria poder se abrir para alguém, queria poder se deixar ser vulnerável, mas até Newt surgir agora, não sabia nem como nem para quem.

— Medo? – Newt indagou, ainda atrás dele.

Novamente ele demorou para responder.

— Não sei, talvez sim. – Thomas suspirou. – Acho que as vezes eu só me sinto sozinho aqui, por mais que esteja cercado por tantos garotos.

Aquela última frase fez Newt sentir uma sensação estranha na barriga e um nervosismo que fez as palmas das suas mãos começarem a suar. Queria fazer qualquer coisa para acabar com a solidão de Thomas.

— Ei, você não está sozinho. – o loiro começou, se aproximando um passo de Thomas, mas parando novamente, sem saber como continuar, abriu a boca em busca de proferir novas palavras reconfortantes, mas não as achou.

— Não? – Thomas perguntou fitando Newt pelo canto do olho, este encontrava-se tão nervoso quanto se estivesse prestes a enfrentar um Verdugo.

— Claro que não, seu trolho. – Newt agora tentava relaxar, mas a frase não soava natural nem para ele.

Thomas, ainda o olhando apenas com o rosto virado, abriu o mesmo sorriso triste de antes e este destruía Newt.

Nos poucos momentos que se seguiram, Newt pensou em tudo que tinha acontecido com Thomas, e que ele poderia morrer a qualquer momento, aquele lugar era definitivamente perigoso, e morreria sem saber, Newt com certeza não conseguiria viver com o fardo de nunca ter contado à ele.

Com um resquício de coragem que residia em si, aproximou-se de Thomas, agora ficando apenas alguns centímetros do garoto, lentamente, pousou a mão direita sobre o ombro direito de Thomas, e a esquerda no esquerdo.

— Eu estou aqui, Tommy – sussurrou próximo ao ouvido de Thomas.

Percebeu Thomas estremecer um pouco e fechar os olhos, e viu isso como um sinal de que podia seguir em frente. Apertou carinhosamente os ombros do garoto.

— Isso é bom. – Thomas soltou com um risinho.

— O quê? – O loiro questionou, muito mais aliviado e se sentindo mais confiante agora.

— Contato físico. – Thomas respondeu. E depois de um longo momento que Newt massageava lentamente seus ombros, acrescentou. – Você.

— Eu? – Newt perguntou, confuso. Então Thomas finalmente se virou para ele, encarando-o nos olhos.

— Sim, você. – ele sorriu, e dessa vez não era um sorriso triste, apesar do olhar ainda demonstrar cansaço, esse sorriso era sincero, e era esse o sorriso que Newt amava.

— Tommy, tem algo que eu queria que você soubesse... – novamente reunia toda coragem dentro de si, se qualquer coisa desse errado, era o fim, tudo acabaria, sua amizade com Thomas e qualquer futuro que pudesse ter com ele.

— Newt, eu sei. – Thomas o interrompeu, antes que pudesse continuar.

— S-sabe? – gaguejou, tamanha era sua surpresa. – Sabe o que? – agora estava hostil e com medo, temendo a reação de Thomas, por mais que ele se mostrasse bondoso.

— Sei. – ele continuava sorrindo, encarando-o firmemente. – Eu noto o quanto você me trata bem, com mais atenção que os outros, sempre saindo em minha defesa. – agora Thomas mesmo começava a ficar nervoso, isso também era embaraçoso para ele tanto quanto era para Newt. E concluiu, sem saber mais o que falar. – Sei lá, eu percebi isso.

Mesmo com a pouca luz, qualquer um poderia ver que Newt ficava vermelho, na verdade ele sentia seu rosto em chamas e podia jurar que este estava pegando fogo.

Engoliu em seco, também sem saber como continuar.

— E? – finalmente perguntou, confirmando de uma vez por todas seus sentimentos por Thomas, cada partícula do seu corpo parecia se remexer dentro dele, fazendo com que suasse cada vez mais, passou as mãos pelas laterais da calça com objetivo de secá-las e ao mesmo tempo se acalmar. Respire fundo.

— E... – Thomas abriu ainda mais seu sorriso, percebendo o nervosismo do outro. — ...Que eu não sei de onde eu vim nem como eu era e nem de quem eu gostava. Mas eu estou disposto a tentar com você, Newt. Ninguém fez eu me sentir tão seguro quanto você deste que eu cheguei nessa mértila de lugar, e seria uma honra se eu pudesse fazer você sentir o mesmo.

Newt riu bobo, em parte por causa do tremendo alívio que tomava conta do seu ser e também por ver Thomas começando a usar as gírias do labirinto, que ainda soava estranhas vindo dele.

— Do que você está rindo? – Thomas perguntou, em parte irritado, mas ainda sorrindo.

— Talvez do quanto eu estou sendo um idiota por ainda não ter te beijado.

Thomas arqueou as sobrancelhas e abriu a boca para responder àquilo, mas antes que dissesse uma sequer palavra, os lábios de Newt encontraram os seus, rápidos e famintos. De início foi confuso, apesar de Thomas já estar com a boca aberta, ele arregalou os olhos, e ficou sem reação, fitando as pálpebras de Newt fechadas, e então percebeu o quanto aquela sensação era boa, e se entregou. Envolveu Newt com seus braços, passando a mão nas costas do garoto até seu pescoço.

Ceús, como essa sensação era maravilhosa, Newt imaginara diversas vezes como seria bom ter Thomas em seus braços, poder abraça-lo forte, poder beijá-lo com ternura e tomar conta dele. Mal conseguia acreditar que isso se tornava realidade, Thomas estava ali, preso em seu aperto, colado à seus lábios e isso parecia o paraíso. Até aquele momento achava que era impossível esquecer-se da Clareira, do Labirinto e todas as coisas sem explicações que os cercavam, estava sempre preocupado com o dia de amanhã, como manteriam o lugar e quem mais morreria, mas enquanto estava beijando Thomas, nada disso importava, nada disso existia, eram apenas Thomas e ele, podiam estar em qualquer lugar que imaginassem, em uma praia ou em casa vendo um filme. Não importava, estava com Thomas. Seu maior desejo tornara-se realidade.

Finalmente se soltaram, e Newt soltou um gemido baixinho, do qual Thomas sorriu e fez carinho no rosto do garoto.

— Sabe do que acabei de me dar conta? – Newt perguntou, com um sorriso brincalhão nos lábios.

— O que? – Thomas retrucou, também sorrindo.

— Que eu sou o garoto mais sortudo da Clareira.

Thomas soltou uma gargalhada, e puxou o loiro para um abraço apertado, colocando o rosto do garoto em seu peito.

— É sério. – Newt disse, um tanto abafado. – Quem aqui tem a chance de ficar com alguém que ama?

E então enrubesceu, ficando sério com suas palavras e notou que Thomas fizera o mesmo, parando de apertá-lo.

— Você me ama, Newt? – Thomas perguntou depois de alguns tensos segundos.

— Eu... Desculpa, Tommy, não quis dizer isso. – Não queria apressar as coisas, por mais que tivesse certeza de seus sentimentos por Thomas, não queria estragar tudo por ter pressa, gostaria de acreditar que tinha todo o tempo do mundo para Thomas.

— Cale a boca. – Thomas sorriu, novamente aliviando o clima. – Por que está se desculpando?

— Não quero apressar as coisas, e nem que pense que eu sou um idiota apaixonado. – Newt decidiu ser sincero.

— Não está apressando nada. – ele sorriu. – Eu sei que é cedo, mas eu também gosto muito de você, Newt. Não quero que se sinta inseguro por estar comigo. Eu quero muito poder dizer que te amo, e entendo você.

Aquelas palavras eram como uma música maravilhosa que tocavam nos ouvidos de Newt, queria dizer nesse exato momento que o amava, que queria poder ficar com ele todos os momentos de sua existência, e que os tiraria daquele maldito labirinto e eles viveriam juntos em um mundo sem Verdugos, queria dizer tantas coisas, mas o que disse foi uma pergunta estúpida.

— E os outros?

Thomas não respondeu de imediato, não sabia a resposta para essa pergunta, Newt já havia pensado na hipótese centenas de vezes quando os imaginava juntos, mas Thomas não, nunca passara pela sua cabeça a reação e recepção dos outros clareanos.

— Vamos contar à eles, eventualmente. – foi o que respondeu, mas isso o assustava de certa forma. Tinha medo da reação dos outros garotos, medo de que não os aceitassem.

— Não precisa ter medo. – Newt, ainda apertado em seu abraço, tranquilizava-o, como já fizera tantas outras vezes. – Se fizerem qualquer coisa, eu chuto o traseiro deles.

Thomas riu, mas sabia que era verdade, eles sempre protegeriam um ao outro.

Conforme foram conversando e se abraçando, Newt sentiu um... volume pressionado contra si, e se deu conta do que era. Ah... Também tinha imaginado isso muitas vezes, como seria, o que faria, e queria muito possuir Thomas por completo.

Estavam no escuro, no meio da floresta e todos já deviam estar dormindo, a oportunidade parecia perfeita, mas colocou em sua cabeça o dilema de não apressar as coisas, e por enquanto, estar abraçado e beijando Thomas seria o suficiente.

Não, seria mais do que o suficiente.


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Notas finais do capítulo

Talvez, mas só TALVEZ tenha uma continuação, porque eu amei escrever sobre Newtmas *-*Enfim, espero que tenham lido e gostado hahah Abraçooos ♥