Flowers in the dark escrita por Salayne


Capítulo 1
Flowers in the dark


Notas iniciais do capítulo

Yoo! E aí, pessoas lindas, como estão? Espero que estejam bem :D Essa minha fanfic é diferente de qualquer outra que eu já tenha escrito. Porquê não tem morte, sexo, yaoi ou demônios. Além disso, se passa na Grécia Antiga ( ♥ ) e tem como tema principal os deuses. Melhor dizendo, Hades e Perséfone. Esta é apenas uma oneshot e o principal personagem é Hades. Entretanto, se vocês gostarem, eu pretendo fazer uma longfic com esse casal. Anyway, hope you like it!Ah, e é claro, fanfic pra linda da minha melhor amiga, chamada Laura ♥ Até porque, quem me deu ideia para o título da fic por ela ♥



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Hades jamais iria admitir, mas ele estava cansado e entediado de ficar no mundo inferior. Aquele era o seu domínio, o lugar onde ele reinaria por toda a eternidade e ele não reclamava daquilo, muito pelo contrário. O deus dos mortos achava que seria difícil encontrar um lugar que fosse mais parecido consigo. Ele era recluso, quieto e sombrio. Assim como submundo.

Entretanto, após séculos da mesma rotina, tudo se tornara repetitivo e cansativo. Hades não tinha companhia no mundo inferior. Seus amigos, por assim dizer, resumiam-se em Hécate, Tânatos e Caronte, que viviam com ele no mundo inferior. Nyx e Hypnos não moravam com ele, mas vinham vê-lo várias vezes. E, raramente, até mesmo Hermes vinha visitá-lo. E este era todo o contato que ele tinha com o mundo superior. Nem seus irmãos iam visitá-lo.

Irmãos... Os chamava assim apenas pelo fato de serem filhos dos mesmos pais, pois não os considerava seus irmãos. Quando destronaram Cronos, Zeus ficou com o Olimpo e Poseidon com os mares, deixando para Hades nada além do submundo, um lugar solitário e escuro. Deviam ter achado que o irmão acharia a escolha agradável, por se parecer com ele. Não estavam totalmente errados, mas mesmo Hades precisava de um pouco de ar puro às vezes.

Ele suspirou e se remexeu em seu trono. Não era bem vindo no Olimpo, sabia daquilo. Muitos dos outros deuses não gostavam dele e ele não se importava com aquilo. Além do mais, não ir ao Olimpo era bom, já que toda vez que ele ia, Afrodite tentava lhe arranjar uma esposa. Ele não devia ser um monarca tão solitário, ela dizia, todo rei precisa de sua rainha.

Hades nunca lhe deu ouvidos. Não precisava ou queria uma esposa. Nunca tinha se apaixonado antes. Ele tinha sim, uma amante, uma ninfa chamada Menthe. Mas tudo o que tinham era relação carnal, ela servia apenas para dar prazer para Hades e nada mais. Esse era o único tipo de relação que ele tinha com as mulheres. Não entendia o amor, não sabia qual era a sensação de estar apaixonado.

E não se considerava desafortunado por não saber. Achava que o amor apenas servia para confundir o juízo das pessoas, acabando até mesmo por deixá-las insanos. Afinal, como se pode pensar friamente quando sua cabeça está sempre em outro lugar, divagando sobre outra pessoa?

O deus dos mortos balançou a cabeça e bufou. Ele não iria ao Olimpo, não queria aguentar Afrodite falando sobre o quanto ele era frio, sobre o quanto precisava de uma rainha e sobre o quanto ela adoraria achar uma esposa para ele, ampliando seus domínios. Afinal, ela seria imensamente poderosa se conseguisse enfeitiçar até mesmo o senhor do Tártaro.

Decidiu então que iria até o reino dos mortais. Escolheria um campo ou algum lugar desolado, onde nenhum camponês ou humano desavisado estaria. E, caso algum humano aparecesse por lá, Hades colocaria seu elmo das trevas e ficaria invisível a quem quer que fosse.

Hades se levantou de seu trono e saiu rapidamente da sala, com seu manto negro serpenteando atrás de si. Parou em seus aposentos, apenas para pegar seu elmo negro e logo depois continuou andando. Antes, porém, que conseguisse sair do mundo inferior, ele se encontrou com Hécate.

A deusa era linda. Tinha os cabelos muito negros, os lábios avermelhados, a pele era branca como mármore e os olhos dela eram violetas. Seu corpo era esguio e delineado, com boas formas que eram ainda mais destacadas pela túnica roxa que usava. Quando viu Hades, um sorriso formou-se em seus belos lábios rubros. Seus olhos brilharam.

— Hades — ela o cumprimentou. Viu o elmo em suas mãos e arqueou as sobrancelhas. — Onde está indo?

O deus dos mortos apenas deu de ombros.

— Sair. — ele respondeu. — Até mesmo eu, o senhor dos mortos, preciso de ar fresco de vez em quando. Preciso pensar um pouco. Eu não demoro.

Hécate deu um passo à frente.

— Gostaria que eu o acompanhasse? — ela propôs, ainda sustentando o sorriso no rosto. — Se estiver indo ao Olimpo, seria o meu prazer lhe acompanhar. Eu mesma tenho alguns assuntos a tratar lá. Iríamos unir o útil ao agradável. — a mão delicada e macia dela tocou o ombro dele, coberto pela roupa negra.

Ele soltou um baixo suspiro. Seria bom ter a deusa como acompanhante, mas ele duvidava que ela fosse querer ir para a terra. E ele não queria mudar seus planos só por conta dela, não queria ir para o Olimpo. E, bem, ele já se acostumara a ficar sozinho. Uma hora a mais ou a menos não faria diferença.

Preparou-se para, o mais delicado o possível, dispensar a companhia de Hécate.

— Infelizmente, eu não estou indo para o Olimpo. Vou ficar algumas horas da terra. Eu preferia ficar sozinho, seria bom para colocar os meus pensamentos em ordem. — ele explicou.

O sorriso da deusa fraquejou e ela soltou um baixo suspiro. Logo depois, deu de ombros e voltou a sorrir para ele.

— É claro, é claro. Não é meu desejo atrapalhá-lo. — Hécate apertou o ombro de Hades de leve e logo depois se afastou. — Espero que relaxe um pouco na terra, Hades. — então ela fez uma pequena mesura e logo depois virou as costas, se afastando.

O senhor do submundo a esperou sumir de sua vista, antes de voltar a andar. Ele apreciava a companhia de Hécate, ela era uma boa amiga. Sempre sabia qual era o assunto certo para se conversar. Tinha todas as opiniões formadas e sabia muito bem defender o que queria.

Ela também exalava autoridade. Se, apenas se, algum dia Hades precisasse de uma rainha, ela sem dúvida seria sua escolha. Além de tudo, Hécate ainda era muito bonita, o que tornava tudo ainda mais agradável. Ele só não podia deixar que Afrodite soubesse que ele pensava isso, ou então ela iria acabar achando um jeito de juntar os dois e torná-los o casal perfeito. E não era aquilo que Hades queria. Hécate poderia ser sua rainha e sua amiga, mas ele jamais se apaixonaria por ela.

Hades soltou um resmungo baixo e afastou aqueles pensamentos, enquanto saía do submundo. Admitiu para si mesmo que era bom, de vez em quando, sentir o vento frio batendo contra seu rosto, refrescando-o. Sua capa negra ondulava atrás de si.

Ele estava em uma espécie de campo, repleto de flores e árvores. As flores estavam enormes e belas. Aquele lugar não combinava em nada com ele, mas ele não se incomodou. Continuou andando, segurando seu elmo em uma das mãos. Ouviu algumas risadas femininas, mas não se incomodou em procurar a origem delas. Deviam ser ninfas e as ninfas detestavam os deuses e fugiam deles. Ele não tinha com o que se preocupar.

Fechou os olhos por instantes, respirando fundo e sentindo-se livre, ao menos por alguns segundos, de toda a responsabilidade que tinha como rei. Julgava as almas, cuidava para que os pecadores realizassem seus castigos direito, mandava as almas boas para os Campos Elísios, ia ao Tártaro duas vezes ao dia para ver se os Titãs continuavam presos e sem chance de fuga, entre outras coisas. Era cansativo. Ele precisava de uma folga.

Mais de mil anos fazendo a mesma coisa podia ser extremamente irritante.

Hades se permitiu admirar a paisagem e se deixou relaxar por instantes, tendo o cuidado de não pensar em trabalho ou qualquer coisa que o estressasse. Ele só não esperava estar sendo observado por uma deusa loira e de olhos verdes.

— Hades!

Ele reprimiu um rosnado ao reconhecer a dona da voz e se virou na direção dela. Ele estava muito mais perto dos risos femininos do que quando chegara ali e até estava surpreso pelas ninfas ainda não terem ido embora. Ignorou o pensamento e focou seus olhos na deusa do amor.

— Afrodite. — ele resmungou, mal humorado. Tinha evitado ir ao Olimpo justamente para não ter que vê-la e agora ela estava ali, em sua frente.

Ele olhou para trás, por aonde viera, tentando calcular quais eram as suas chances de escapar antes que a deusa do amor viesse para cima dele e começasse a falar sobre o quanto paixão e amor o fariam bem. Sobre o quanto ela se encarregaria de encontrar a esposa perfeita para ele.

A deusa estava a apenas alguns segundos de distância dele. Se ele começasse a correr agora, podia fugir dela e voltar para o submundo. Antes que ele pudesse botar seu plano em prática, no entanto, ele sentiu algo afiado perfurando seu peito. Soltou um gemido de dor e olhou para baixo. Era uma flecha.

Hades soltou um rosnado e puxou a flecha para fora de seu peito, satisfeito por não estar sangrando. Levantou a cabeça, procurando por quem tinha lançado a flecha e, assim que olhou para frente. As donas dos risos entraram em seu campo de visão. Ele mal notou as ninfas que estavam ali, seu olhar prendeu-se sobre uma única mulher.

Ela tinha olhos azuis, a pele era branca, seus lábios eram róseos e, em seus cabelos castanho-claros, havia uma coroa de flores roxas. Ela vestia uma túnica simples e enfeitada com os mais diversos tipos de flores. Perto de onde ela estava sentada, havia uma cesta cheia de flores e folhas. Ele a olhou novamente. Ela não era uma ninfa. Era muito mais bela que uma ninfa. Devia ser uma deusa menor.

O coração de Hades começou a bater mais forte e, enquanto ele continuava olhando para a mulher, um estranho calor se apoderou dele. Ele olhou para a flecha que estava em sua mão, depois olhou para Afrodite que sorria de um jeito diabólico e olhou para a garota novamente.

E então, entendeu.

— Merda. — ele resmungou, jogando a flecha no chão. Olhou em volta, procurando Eros. Ele já devia ter ido embora. Estava óbvio que Afrodite tinha armado tudo aquilo! Ele queria esganá-la!

Afrodite se aproximou dele e riu. Colocou as mãos sobre os ombros dele e novamente direcionou seu olhar para a mulher que continuava colhendo flores. O coração dele se acelerou novamente.

— Aquela é Perséfone. A deusa da primavera. É sua sobrinha, filha de Zeus e Deméter. — a deusa explicou, falando baixo, mas tendo certeza de que ele ouviria. Ela riu baixinho e Hades fez uma careta.

Ele não conseguia acreditar. Afrodite tinha conseguido o que queria! Ela tinha conseguido flechá-lo, agora Hades era mais um preso em seus encantos. Toda vez que ele olhava para Perséfone, seu coração se acelerava e ele tinha vontade de sorrir. Aquilo era estar apaixonado? Ele se sentia um idiota. E se sentia mais idiota ainda por ter caído em um dos truques de Afrodite.

O deus dos mortos apaixonado. Aquilo era a pior coisa que poderia acontecer a ele.

— Afrodite... — ele rosnou, ela riu novamente.

— Me agradeça depois, Hades, querido. Eu encontrei sua rainha. — ela piscou para ele e, logo depois, desapareceu, mas sua risada ficou no ar.

Hades não sabia o que fazer. Iria atrás de Afrodite e exigiria uma forma de desfazer aquele maldito encanto? Ele nem sabia se aquilo era possível. Seu olhar insistia em continuar voltando para Perséfone. Era inacreditável o quando a deusa menor era linda. Como ele nunca a tinha visto ou reparado nela? Já tinha ouvido falar dela, é claro, ela sendo sua sobrinha, mas Hades nunca realmente tinha prestado atenção a ela. E agora ele se arrependia amargamente por isso.

Agora que a olhava, todas as deusas, ninfas ou mortais que ele já vira pareciam rascunhos mal feitos. Todas tinham o brilho apagado perante a Perséfone. Nenhuma delas tinha uma beleza que se igualasse.

Nem mesmo Afrodite.

A deusa do amor tinha, sinceramente, encontrado uma rival a sua altura.

Em pouco tempo, as ninfas perceberam que havia alguém as observando. Sem dar a elas tempo de ver quem era, Hades colocou o elmo das trevas e ficou invisível. Observou as ninfas falarem algo a Perséfone que, mesmo suspirando, assentiu. Elas então se levantaram e Perséfone pegou a cesta de flores. Lentamente e ainda rindo, elas foram embora.

O deus dos mortos observou a deusa da primavera ir embora. Perguntou-se se deveria ir atrás dela e depois decidiu que não; aquilo era exatamente o que Afrodite esperava que ele fizesse. Ir atrás de Perséfone e se declarar. Principalmente na frente de outras pessoas, para que todos vissem que nem mesmo Hades era imune aos poderes da deusa do amor.

E ele não ia dar aquele triunfo para Afrodite. Se era com aquilo que ela estava contando, então ela iria se decepcionar. Não importava de Hades tinha ficado mexido com a visão da deusa da primavera, ele iria fazer o possível para se manter afastado dela. Ele iria evitá-la e, provavelmente, com o passar do tempo, aquele calor irritante que ele estava sentindo dentro de si cada vez que ele pensava na deusa iria passar.

Sim, aquilo era exatamente o que ele faria.

OoO

Não deu certo.

Hades estava se sentindo extremamente estúpido por ter achado que aquilo iria passar. Ele tinha que se curvar perante Afrodite, ela era mais forte do que ele no quesito de encantos. Toda vez que o rei dos mortos pensava ou se lembrava de Perséfone, seu coração se acelerava.

Ele tinha descoberto que era uma espécie de tortura ficar longe dela. Ele queria vê-la todos os dias, mesmo que ela não pudesse vê-lo. Talvez até fosse melhor assim. Afrodite tinha dito que achara uma rainha para ele, mas naquilo ela estava errada.

Perséfone era a deusa da primavera. Adorava as flores, os pássaros, a natureza e a vida. E não havia nada daquilo nos domínios de Hades. Ela jamais se uniria a ele.

Ele soltou um suspiro exasperado. Aquele tipo de pensamento vinha mexendo e muito com ele, ultimamente. O senhor do submundo andava mais irritado do que o normal. Vivia sempre pensativo, estava sempre sem paciência e raramente se encontrava no mundo inferior.

Passara a viver muito mais entre os mortais, sempre invisível, é claro, observando Perséfone. E aquilo não podia continuar daquele jeito. Ele não podia continuar descuidando de seu reino do jeito que estava fazendo, mas também não conseguia ficar longe da deusa da primavera.

Ele só via uma alternativa a ser tomada e, mesmo que as chances de ele ter êxito fossem nulas, ele precisava tentar. Por isso, naquele dia, Hades não rumou para a terra, mas sim para o Olimpo.

Precisava ter uma conversa séria com seu irmão.

Zeus ficou surpreso ao vê-lo, mas Hades já esperava aquela reação. Eles se sentaram e conversaram por bastante tempo. O deus dos mortos evitou tocar no assunto que o levara até lá, até quando foi impossível continuar adiando. Ajeitou-se na cadeira e se preparou para falar.

— Irmão, eu quero a mão de sua filha em casamento. — ele anunciou.

O rei dos deuses franziu a testa e piscou, atônito. Ficou olhando para Hades por alguns instantes, sem saber se ele estava falando sério e o que responderia.

— Eu... como?

— Você ouviu bem, Zeus. Eu quero a mão de Perséfone em casamento. — o deus dos mortos repetiu, olhando firmemente para o irmão.

Zeus se remexeu onde estava sentado e passou a mão pelo rosto. Seus olhos azuis perfuraram os verdes do irmão. Ele sorriu.

— Não vejo motivo para lhe negar isso. Muito pelo contrário, essa união pode ser muito proveitosa. Unir minha filha ao meu irmão, como se estivéssemos unificando os reinos... — ele passou a mão pela barba rala, pensativo. — Eu lhe dou a minha permissão.

Hades sorriu.

A porta da sala onde se encontravam foi aberta e Deméter entrou, olhando para Zeus com fúria. Hades não fazia ideia de que a deusa estava escutando. E, ao julgar pela sua cara, ela não tinha gostado nem um pouco do que escutara.

Parecia poder matar Zeus apenas com o olhar, como se ele tivesse feito algo terrível.

— Mas eu não.

O rei dos deuses se levantou.

— E posso saber qual o motivo da sua recusa? Hades será um bom marido para ela. — e virou-se para o irmão. — Não é mesmo? Irá tratá-la muito bem, como a sua rainha, correto?

O deus dos mortos assentiu. Zeus nem precisava pedir aquilo. Ele jamais cogitara o contrário.

Deméter cruzou os braços e empinou o nariz ao olhar para Hades.

— No reino de Hades há morte e destruição. Isso não combina em nada com a nossa filha. — ela começou a dizer, embora seu rosto deixasse claro que ela considerava aquilo muito óbvio. — Além do mais, ele mora embaixo da terra e eu me recuso a ser separada de nossa filha.

Zeus arqueou a sobrancelha.

— Ela não é mais uma criança. Já está na idade de se casar. E será proveitoso que seja com Hades. Eu o conheço e confio nele.

Deméter bateu o pé.

— Mas eu não! — ela rosnou. — Ela é minha filha, Zeus.

Ele revirou os olhos.

— É minha também. — ele deu de ombros. — E eu sou o rei dos deuses. A minha palavra é lei.

A deusa da agricultura resmungou.

— E eu sou a mãe dela! É a mim que ela obedece! Eu não permito, então não haverá casamento. — ela virou as costas para os dois deuses. — Espero que tenham entendido. — então, ela virou as costas e saiu da sala.

Hades olhou para o irmão. Ele era o rei dos deuses. Não podia abaixar a cabeça perante Deméter. Tinha de mostrar que tinha alguma autoridade ali.

Ele, entretanto, apenas encolheu os ombros.

— Ela irá mudar de ideia. — ele deu um tapa no ombro do deus dos mortos, como se para reconfortá-lo. — Apenas dê mais um tempo para que ela se acostume. Deméter é muito apegada à filha, mas ela logo verá a razão. Apenas espere mais um pouco e logo vocês dois estarão casados. Eu lhe garanto.

Hades assentiu.

— Ao menos a sua permissão eu tenho?

— E sempre terá, irmão. — Zeus concordou, sorrindo para o irmão mais velho.

O deus dos mortos não se demorou muito mais no Olimpo. Assim que pôde, saiu de lá. Não viu Afrodite, Deméter ou Perséfone enquanto saía. Lamentou apenas não ter visto à última, pois apenas ela conseguiria melhorar o estado em que estava seu humor naquele dia.

Hades suspirou, sabendo que teria de acatar a sugestão do irmão e apenas esperar. Mesmo que aquilo fosse uma tortura infindável para ele.

OoO

Semanas se passaram e Deméter não apenas não concedeu a permissão para que Hades desposasse Perséfone, como também o proibiu de cortejá-la. Deixou bem claro que não queria sua filha perto de um deus tão frio como ele.

Frio... Se ela ao menos tivesse noção de um décimo do que Hades sentia por Perséfone. Ele suspirou. Mesmo sendo proibido, ele ainda a olhava. Colocava o elmo em sua cabeça e ficava invisível, a observando colher flores, nadar no rio, rir com as ninfas...

Às vezes, ele se aproximava mais e soprava uma leve brisa nos cabelos da deusa da primavera. Ela ria, deliciada e parecia gostar daquilo, enquanto as ninfas tremiam de medo. Perséfone parecia gostar dele, mesmo que inconscientemente. E ao vê-la sorrir daquele jeito, Hades não conseguiu deixar de detestar a deusa da agricultura por ter negado a ele a mão da filha.

O deus dos mortos sabia que precisava de Perséfone ao seu lado. Ele estava louco de amores por ela. Não conseguia fazer mais nada além de passar o dia todo observando-a e pensando no quanto seria bom tê-la como sua rainha. Sequer se importava com seu reino, sua atenção era dedicava apenas à deusa da primavera.

Suas noites resumiam-se em encontrar uma maneira de poder ficar com ela, mesmo com a proibição que Deméter impusera. Ele tinha o sim de Zeus e ele era o rei dos deuses, aquilo devia contar para alguma coisa.

Afinal de contas, quem era Deméter para proibir algo que o rei dos deuses deixara? E porque Zeus abaixara a cabeça perante ela? Se Zeus tivesse sido um pouquinho mais forte, ele já estaria casado com Perséfone a aquela altura.

Aquilo era o que ele mais queria. Fazer de Perséfone sua esposa e sua rainha. Amá-la e reinar com ela por toda a eternidade. Tê-la perto de si o tempo todo. Perséfone seria sua flor na escuridão.

E Hades estava determinado a ter aquilo. Nem que para tal, precisasse roubá-la de sua tão protetora mãe.


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Notas finais do capítulo

Hellou :D E então, pessoal? Que acharam? Se eu escrevesse a longfic, vocês leriam? Antes de mais nada, um enorme OBRIGADA por ter lido ♥ Por favor, diga-me o que achou! Vejo vocês por aí :3
A propósito, a longfic deles já tem o primeiro capítulo postado, tá aqui
[ http://fanfiction.com.br/historia/612401/Never_Let_Me_Go/ ]



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