Juliet and Juliet escrita por Joko


Capítulo 22
Só mais um pouco que eu poderei dizer...


Notas iniciais do capítulo

Oioioioioioioioioioioioi.
Postarei mais um mais tarde, porque eu estou louca para posta-lo :3
Até mais, boa leitura.



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Sabe aquele momento em que você não sabe o que fazer, mesmo sabendo que tem de fazer algo, porque caso contrário alguém que você ama pode vir a morrer? Ou simplesmente aquele momento em que você fica entre a cruz e a espada ou, como no caso, entre o amor e razão? Aquele maldito momento que você quer fazer qualquer coisa para impedir que quem você ame te deixe?

Pois bem, eu me encontro exatamente assim nesse momento. Eu não tinha como decidir, eram coisas quase impossíveis de decidir, e o pior, tinha de decidir sobre pressão.

Como Hylla pôde fazer isso comigo?

Eu sabia que não tinha muito tempo, em torno de duas ou três horas, mas meu cérebro se recusava a trabalhar vendo que ela estava ferida. Eu tinha de tomar uma decisão, rápido, mas não sem antes cuidar dela.

– Por que eu fui tão estupida? Eu deveria ter ido embora naquele mesmo dia, assim você estaria segura- uma lagrima minha caiu na bochecha do rosto calmo e apagado dela.

Eu realmente deveria ter ido embora... mas aqueles olhos, aquele sorriso, aquele tom brincalhão. Como eu pude ser tão fraca?

Eu sabia que tinha de correr atrás de meu pai, que provavelmente já estaria distante. Mas eu não conseguia me soltar de Rachel, eu a segurava com todas as minhas forças e me balançava para mantê-la acordada, coisa que estava começando a ficar difícil.

A pele da ruiva começava a ficar cada vez mais pálida e parecia que se manter respirando era quase impossível. Os olhos verdes estavam escondidos por baixo das pálpebras pálidas fechadas, o sorriso tinha sumido por completo e os cabelos ruivos começavam a perder a cor. Rachel estava morrendo aos poucos e a porcaria da ambulância não chegava.

– Desculpe-me, minha pequena- murmurei acariciando seu rosto com os nós dos dedos de leve- Eu te meti nisso... eu perdoe-me. Enquanto eu pensei que estava te salvando, eu só te meti em mais problemas. Eu sei que fui fraca, mas quando eu te conheci... foi como se já nos conhecêssemos a anos e eu sentia uma vontade imensurável de te proteger, de te beijar, de te abraçar para sempre... eu não queria te soltar nunca mais. Isso me assustou, mas eu não consegui resistir, mesmo o destino dizendo: Fiquem longe. Mas eu não quero ficar longe de você, Rachel... Eu não quero nunca mais distanciar-me de você, eu quero te proteger, quero acordar amanhã e poder dizer...- suspirei- “Bom dia, Julieta...- funguei- eu amo você”.

Uma lágrima minha caiu em seu rosto delicado. Lembrar-me de como nos conhecemos me dava medo, não por ter sido ruim... e sim por ter sido bom. Eu deveria ter ido embora e nunca mais ter voltado. Ela é tudo para mim, mas e agora? Eu vou perdê-la e tudo por culpa daquela maldita rivalidade. Não, não era apenas a rivalidade... era tudo. Mas eu não desistiria, principalmente depois de tudo isso.

Ouvi as sirenes altas ao longe. Olhei para os meus amigos, que começavam a acordar e se soltar. Fitei Rachel vendo-a ficar ainda mais pálida.

– Pessoal- chamei ficando em pé e pegando Rachel no colo. Os adolescentes me olharam com os olhos esbugalhados, não sei se por mim ou por Rachel, mas decidi escolher por mim, afinal, Rachel ficaria bem... eu sei que ficaria- Vou subir correndo com Rachel, mandarei enfermeiros, ok?

Fitei-os segurando Rachel em meu colo como um bebê. Eu tinha passado um dos braços dela em torno de meu pescoço e deixei o outro em cima de sua barriga, encostei sua cabeça na curva de meu pescoço e então dei as costas para os jovens, sem esperar por mais nenhuma resposta.

Corri na direção do elevador, ele até que foi bem rápido. Assim que ele abriu, corri apressada na direção das escadas do hall para poder, enfim, chegar do lado de fora. Tinham viaturas da policia e três ambulâncias. Assim que colocaram os olhos em mim, os policiais apontaram armas para mim, porém, abaixaram a mando de uma pessoa.

Maria Di Angelo, mãe de Nico.

– SOCORRO- gritei- Ela vai morrer. Por favor, meu ajuda!- implorei chorando compulsivamente- Por favor... salve-na

Logo trouxeram uma maca e a tomaram de meus braços, deitando-a e a levando. Eles tentaram me levar também, mas eu me recusei, disse que ainda tinha de mostrar a eles onde estavam os outros. Foi então que um policial disse:

– Está tudo bem, senhorita- a voz dele era calma- Nós vamos resolver tudo. Diga-nos onde eles estão e nós iremos busca-los. Mas precisa nos dizer rápido, pois precisa de ajuda medica e rápido.

Assenti e expliquei para o policial exatamente onde eu tinha deixado os jovens, logo depois alguns enfermeiros me levaram para uma ambulância e me deram os devidos cuidados, não permitiram que ninguém entrasse, pois tiveram de tirar minha roupa para cuidar de alguns ferimentos. Assim que trouxeram Annabeth, Clarisse e Silena para a ambulância ao lado, eu, Percy e Chris fomos levados pela que eu estava para o hospital.

Eu acho que eu apaguei antes de chegarmos lá, pois, depois de ouvir a ambulância começar a andar pelas ruas apressadamente, eu não me lembro de mais nada. Acordei com o som de um BIP, BIP, BIP.

Sentei na maca e olhei para o meu corpo. Eu estava com roupas mais normais, sem aquela roupa ridícula de hospital. Era uma calça moletom xadrez vermelha, verde e outra cor que eu não consegui identificar; uma blusa de mangas dos Red Sox- meu time e de Rachel, ainda não entendi porque ela estava de Yankees- com as mangas e gola vermelha e o resto branco, com apenas os desenhos e nome RED SOX em azul.

Levantei tirando todas aquelas agulhas e coisas coladas ao meu corpo e corri na direção do banheiro. Olhando-me como eu estava, eu não estava mal, parecia uma adolescente com ressaca, mas quando eu tirei a camisa- estava de sutiã- e tirei a calça, vi perfeitamente o estrago. Minhas pernas estavam quase totalmente enfaixadas, sem minha coxa direita a mais enfaixada com uma marca de sangue. Tinha uma faixa cobrindo meu tórax na parte das costelas, tinham dois curativos na barriga e, quando me virei, três nas costas. Meu braço direito estava totalmente enfaixado, ao ver que o outro tinha apenas alguns curativos. E meu rosto, apesar de parecer uma adolescente com ressaca, parecia mesmo uma adolescente com ressaca que tinha se envolvido em briga, pois o canto de minha boca estava com um curativo e minha bochecha direita tinha outro que ia do canto do meu olho até metade da bochecha.

Soltei o ar. Não estava interessada no meu estrago, tinham outras pessoas que eu precisava saber como estavam, principalmente, uma certa ruiva de olhos verdes.

Saí correndo do quarto em direção a sala de visitas, sabia que se eu quisesse algo, seria lá que eu iria encontrar. Dito e feito, um médico começava a se aproximar de lá.

– Doutor!- chamei me aproximando, correndo mancando.

– O que faz aqui, senhorita Arellano? Era para estar em repouso absoluto- ralhou ele comigo.

Revirei os olhos.

– Preciso saber como meus amigos estão. Como Rachel está- falei.

– Ela acordou!

Olhei por cima do ombro do doutor apenas para ver Zoe, Ártemis, Luke, Will, Nico e Thalia ali com balões de “Parabéns” e uma caixa de bombons. Atrás deles estavam Annabeth, Clarisse, Silena, Chris, Percy, Beckendorf e Maria Di Angelo.

Passei pelo médico em direção aos meus amigos.

Cumprimentei rapidamente os da frente e fui direto para os de trás, encarando cada um com cuidado.

– Vocês estão bem? Eles lhes feriram demais?- perguntei desesperada.

– Calma- falou Annabeth- Nós estamos bem. As torturas que você viu naquela sala nunca aconteceram, eles apenas nos manterão presos em salas e nos batiam vez ou outra. Apanhamos mais hoje cedo, para fazer a cena maior.

Suspirei aliviada.

– Desculpe fazê-los passar por isso- desculpei-me sinceramente. Eu estava preocupada com eles, mas tinha outra coisa. Virei-me para o médico suplicando por respostas- E ela? Onde está Rachel?

O médico pediu para um de meus amigos me sentassem enquanto outro ia pegar água. Isso apenas me deixou mais apreensiva, o que mais poderia ter acontecido?

O médico me explicou que ela tinha acabado de entrar na sala de cirurgia, que iria que tinham feito uma assim que ela chegou, entretanto, estavam fazendo outra, pois no Raio X dela encontraram um corte profundo em seu tórax, que precisava dos devidos cuidados e rápido.

Vinte minutos depois, eu não conseguia parar quieta na cadeira: ou ficava andando de um lado para o outro na sala de visita, a qual eu convenci o médico de ficar, ou ficava sentada batucando os dedos, as pernas, me coçando. Não importava. Quieta era tudo o que eu não conseguia fazer.

Passaram-se mais vinte minutos, depois uma hora e nenhuma noticia. E então, repentinamente, entrou no lugar a única pessoa que eu não queria ver naquele momento e que eu sabia que, provavelmente, viria atrás de mim.

Caminhei em sua direção a passos largos, segurei-a pela gola da camisa e taquei-a contra a parede, pronta para soca-la.

– O que está fazendo aqui? Você me traiu! Como tem a coragem de aparecer aqui?- bradei quase gritando.

– Reyna!- Luke e Árt foram os primeiros a se aproximar.

– Fica calma, pequena. Eu posso explicar... eu posso, eu juro- falou Hylla- Eu não sabia que papai iria fazer aquilo, eu pensei que ele fosse te ajudar. Eu não queria meter ninguém em perigo.

– ACONTECE QUE FOI EXATAMENTE ISSO QUE VOCÊ FEZ, HYLLA. PORRA, EU FALEI QUE NÃO QUERIA ELE ENVOLVIDO E AGORA RACHEL PODE MORRER, TALVEZ NÃO PELAS MÃOS DELE, MAS AINDA SIM.

– Reyna- ouvi Will dizer baixinho enquanto se aproximava- calma. Você não pode se exaltar, precisa descansar. E caso o médico volte aqui, ele não irá mais permitir que espere Rachel aqui.

Will tinha razão, então eu soltei Hylla e voltei para a minha cadeira, jogando-me lá, batucando as unhas no braço da cadeira nervosamente. Art trouxe um copo de água para mim, bebi-o e fiquei conversando com Zoe, acho que elas tinham planejado isso para caso isso viesse a acontecer.

E então o médico entrou na sala e nos encarou, suspirando e sorrindo.

– A cirurgia foi um sucesso. Ela vai acordar daqui à dez, vinte minutos. Podem ir vê-la assim que eu terminar de trocar os curativos de Reyna, pode ser?

Não tinha percebido o quão tensa eu estava até eu soltar o ar com força pela boca e relaxar os ombros. Fiquei em pé, já tirando a blusa e puxando o médico pelo pulso.

– Então vamos, tem que ser rápido. Tem uma coisa que preciso dizer para a ruiva- apressei-o.

Ouvi todos rirem e ouvi passos nos seguindo, supus ser Art ou Luke, então nem liguei. Assim que entramos no quarto de hospital, os passos pararam e depois começaram a se distanciar. Sentei na cama e o médico logo começou a trocar meus curativos.

– Falta pouco, pequena. Aguenta firme... chego já ai- murmurei baixinho o suficiente para que apenas eu ouvisse.


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Notas finais do capítulo

Até mais tarde, boa noite.



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