Abri os olhos, decidida a ir ao hospital falar com o Cameron. Levantei, coloquei uma roupa para sair, tomei meu café, avisei minha mãe e fui ver ele. Durante caminho inteiro fiquei pensando no que iria falar para ele. Quando cheguei no hospital tive uma sensação estranha, mas não parei. Na recepção perguntei qual era o número do quarto do Cameron e a moça disse que era 214. Quando cheguei ao quarto quase enfartei. A Melissa estava lá conversando com o Cameron como se fossem bons amigos. Quando me viram pararam a conversa; o Cameron me olhou com uma cara de medo. A Melissa se despediu do Cameron e saiu do quarto. Quando passou por mim ela me puxou para fora do quarto e falou:

“Você estragou a minha relação com O Cameron e estraguei a sua, agora estamos quites!” ela piscou e foi embora. Fiquei lá parada na porta por uns cinco minutos sem entender, a que ela estava se referindo? Percebi que o Cameron continuava me olhando então decidi entrar no quarto.

“Oi...” falei me aproximando dele.

“Fica longe de mim, sua louca!” gritou ele. Fiquei encarando ele com cara de ponto de interrogação.

“O quê?” falei me aproximando.

“Isso mesmo que você ouviu. A Melissa me contou tudo. Desde a parte que você disse que me amava e não era recíproco até a parte que você me empurrou por vingança!” AQUELA DESGRAÇADA!

“Cameron, não é nada disso, nós nos amamos!”

“Eu acho que saberia se amasse você!” Ouch!

“É, você está certo, então acho melhor eu ir!” falei saindo do quarto. Fiquei segurando as lágrimas praticamente o caminho inteiro. Quando estava perto de casa vi a Melissa. Ela me viu e veio em minha direção.

“O amiga, está tudo bem? Por que você está chorando? Perguntou ela irônica. Ignorei-a e apressei o passo, segurando as lágrimas. Quando cheguei em casa fui correndo para o meu quarto. Adentrei o quarto, peguei meu celular e meus fones, coloquei uma música com o intuito de me acalmar. Eu tinha que parar de ficar chorando toda hora. Mas quando liguei o celular para colocar uma música, vi uma foto que eu tinha tirado com o Cameron no aniversário dele de dezesseis. Na mesma hora começou a tocar Photograph do Nickelback. Não aguentei e comecei a chorar. Fui passando as fotos e me lembrando de todos os momentos que passamos juntos. A segundo foto era de quando ele me levou na festa de aniversário da avó dele. Lembro que ela perguntou se eu era a namorada dele. A terceira foto foi do último dia de aula. O Cameron estava muito nervoso por que ele achou que não tinha passado por que ele estava meio mal em física. Quando ele recebeu o boletim e viu que tinha passado ele fez uma cara tão feliz, que eu tive que tirar uma foto. E assim eu fui passando as fotos até chegar na última, que foi no dia em que nos conhecemos. Eu queria tanto que ele estivesse vendo aquelas fotos comigo e rindo.

Quando me acalmei, peguei o meu diário e comecei a escrever. Escrever me acalma.

Querido Diário

Nesses últimos dias eu passei por muita coisa:

Primeiro descobri que o Cameron era pai, depois descobri que ele não era pai, porque na verdade o filho era do Derek, e a Melissa havia enganado ele (o Cameron). Quando descobri, me obriguei a contar para ele, e ele ficou muito mal, pois amava muito a Melissa. No mesmo da passei mal (pois fiquei sem comer por muito tempo e por conta disso acho que minha pressão acabou baixando). Fiquei internada. O Cameron ficou ao meu lado o tempo todo. Quando recebi alta ele foi para casa e eu o médico recomendou que eu descansasse, entretanto desobedeci às ordens médicas e fui visitar o Cameron, pois ele precisava do meu apoio. Quando cheguei à casa dele, ele se assustou mas permitiu que eu entrasse. Conversamos um pouco sobre a Melissa e combinamos que eu iria distraí-lo para não pensar nela. Então nós decidimos ver um filme; Peter Pan. Chorei, lembrando o meu pai. E o Cameron me apoiou, sendo que quem precisava de apoio era ele. Não sei se foi pelo drama do momento ou pelo fato de estarmos perto demais, só sei que nos beijamos. Foi o melhor beijo da minha vida.

Estava tudo bem até que ele caiu da escada e perdeu a memória. Aproveitando esse acontecimento, a Melissa foi no hospital e envenenou ele contra mim, dizendo que eu o havia empurrado porque eu disse que gostava dele, porém o sentimento não era recíproco. Agora ele me odeia porque acha que eu fiz isso. Se a Melissa queria vingança, fico triste em dizer que infelizmente ela conseguiu.

Alguém bateu na porta do meu quarto. Atendi. Era minha mãe, querendo saber o que aconteceu. Contei tudo pra ela, que escutou com atenção e quando terminei me deu um abraço forte e apertado. “Acho que agora só tenho minha mãe de melhor amiga” pensei eu.