Alguém tem algo a esconder escrita por Violet


Capítulo 13
Eu Sei Sobre a Ana


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Sei que estou em ausência há mais de 1 ano, porém, tenho muito apreço por esta história. É bem verdade que estive mesmo sem tempo para conciliar a universidade com as postagens dos capítulos, mas a verdade é que mesmo se eu tivesse um tempo curto que fosse, não queria escrever qualquer coisa. Enfim! Eu voltei!
Espero que gostem! Se tiver algum erro de português etc, me perdoem pois não corrigi muitas vezes! Estou super animada com esse retorno :*



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Ana caminhou até a fonte central do campus, seus pensamentos uniram-se às ondas de calor e isso lhe configurava uma ânsia de vômito terrível. Sentou-se por sobre o concreto da fonte e ao fitar o jardim, percebeu que nem tudo estava apodrecendo ao seu redor. Pensou em ficar ali e aproveitar o que ainda era limpo, apesar de sentir que ela é quem poderia poluir o ambiente. Quis respirar fora da caixa e alguns segundos depois pensou que ela era só uma boba. Ana não suportava mais aquele peso dentro dela mesma e ouvir que as coisas iriam se ajeitar ou que a solução era só sair por aí, fazer um monte de amigos e se divertir seria a grande e eficaz cura para o tanto de sujeira que se empoeirava em sua alma, não lhe agradava. Não, ela não acreditava nesta saída. Ela realmente não acreditava nisso e vinha cada vez mais concordando com esta ideia.

            Foi acordada de seus pensamentos por alguém que chamara seu nome ao seu lado na fonte:

— Ana? – Disse ele.

E virando-se ao reconhecer aquela voz, olhou-o com muito desgosto sem o responder.

— Você está bem? – Ele perguntou.

Ana continuou sem responder. Ela não queria mais se envolver porque sabia que nada mudaria o fato de ela ter uma dor tão profunda dentro de si mesma que nada mesmo iria mudar. Além de também lutar consigo mesma o máximo possível para não vê-lo e nem lhe direcionar nenhum tipo de atenção sequer.

— Ana, estou falando com você! – Ele disse segurando em seu ombro, virando-a para ele e quando os olhos dela encontraram os dele, continuou: - Então... Me diga!?

Ana desviando seu olhar dos dele lançou:

— Não precisamos fazer isso. – Ana disse levantando-se e caminhando até os dormitórios sem olhar para trás.

Neste dia, Evan não reconheceu Ana e isso lhe acrescentou uma sensação diferente. No entanto, a verdade é que Ana estava um tanto quanto cansada. De verdade e profundamente.

~*~

Evan deitou-se em sua cama e tentou ligar os pontos que o levassem até Ana. Ele sabia que deveria mantê-la distante e, de certo modo, parecia que Ana tinha entendido bem a mensagem. Então, tudo estaria saindo como pensado. No entanto, ele não estava conseguindo acreditar que tinha sido tão fácil, já que conhecia Ana tão bem a ponto de saber mais do que ela mesma sobre sua própria vida e por isso admitia que Ana era teimosa e não desistia fácil das pessoas, ela tinha o costume de nunca perder a fé em quem quer que fosse.

Então é isso? Acabamos aqui?

Ao finalizar sua interrogativa, foi fisgado de seus pensamentos por algumas batidas em sua porta. Evan levantou-se de sua cama, passou a mão por sobre sua barba e logo após sobre seus cabelos e nem se preocupou em pôr algo em seus pés, e assim, cortou seu quarto até a porta para checar quem o lhe solicitava.

Ao olhar pelo olho mágico, suspirou e revirando seus olhos abriu a porta, encostando-se por sobre a mesma, dizendo:

— O que foi desta vez? – Ele disse encarando-a com olhos frios.

— Desta vez foi eu e você na festa! Inclusive daqui a pouco! Vamos lavar esse rostinho lindo. – Ela disse apertando seu queixo e dando-lhe um selinho rápido.

— Morgana... – Ele foi interrompido por Morgana que pôs por sobre os lábios dele sua mão, impedindo que Evan terminasse sua frase.

— Áh áh áh, não! Nem uma palavra mais! É o que você vai fazer agora! Vamos, vai ser divertido! Eu prometo não encher muito o saco. - Ela abriu um sorriso lindo e ele gostava do sorriso dela.

Evan não a respondendo, colocou sua mão por sobre seu rosto, como se não quisesse ver o que ela estava, praticamente, obrigando-o a fazer. Ao ver a reação dele, Morgana passou um dedo por dentro do seu passador da calça e puxou-o quarto a dentro em direção ao banheiro. Ao chegar à porta do banheiro e perceber a expressão facial de Evan o interrogou:

— Tem algo errado? Você está... um pouco estranho. – Ela disse olhando-o por completo. – Eu até sei que você não gosta muito de festas, mas sei que você gosta de se divertir, inclusive não sei onde... você poderia me dizer. – Ela terminou pondo a mão no queixo. – Você tem outra? – Ela o encarou sem muita preocupação. – Tudo bem! Posso conviver com isso! Contanto que eu não saiba quem, porque aí já é coisa demais. – Ela segurou o rosto de Evan com as duas mãos beijando seu nariz em seguida, neste momento, ele fez uma negativa com a cabeça e sorrindo pensou o quanto Morgana poderia ser livre e desapegada. Seguiu dizendo:

— Eu sou um cara exigente. Então... vai depender se você quiser entrar também. – Ele mordeu o lábio encarando-a e em seguida balançou a própria cabeça em direção ao box do banheiro dando a Morgana um sorriso tentador.

~*~

A festa no campus estava muito animada e foi promovida pelo curso de medicina com o tema “Circo”. A tenda estava preparada nas 7 cores do arco-íris, haviam pessoas a caráter, com fantasias de diversos personagens de circo, maçãs do amor por toda parte, recepcionistas com mini trajes sensuais de palhaço na entrada principal da tenda e o chão do interior era todo revestido com um carpete vermelho grosso. Haviam malabaristas musculosos que atravessavam o perímetro do local em monociclos servindo bebidas coloridas, no teto haviam trapezistas que saltavam de um lado para o outro desafiando a gravidade, muitos acadêmicos estavam aglomerados ao redor do palco central, que era redondo, para dançar e sentir a música um pouco mais perto, alguns até subiam no palco para se jogarem na multidão de mãos que se agitavam ao som de músicas pop selecionadas pelo DJ da festa, haviam dançarinas em espaços estratégicos por sobre mini palcos, e estas foram contratadas para animar os rapazes (e também algumas moças) elas se envolviam na música dançante com bambolês em seu corpo colorido de purpurina furta-cor e suas cintas ligas já estavam recheadas de dinheiro. O jogo de luzes por vezes dava a sensação de tudo estar em câmera lenta e os rostos dos convidados estavam todos cobertos por desenhos com tinta neon facial que acendia no escuro de maneira intensa.

Morgana olhou para todo o ambiente, ficou bestificada com toda aquela produção e soltou um gritinho levantando as mãos para o alto. Morgana caminhou puxando Evan pela jaqueta de couro preta que ele usava por sobre uma camisa branca e um jeans básico. Evan segurou-a pela cintura e antes que iniciasse um beijo ela foi mais rápida e o roubou dele. Ela falou algo para Evan, mas ele não compreendeu pela alta competição sonora de fundo e seguiu dizendo no ouvido dela:

— Já volto. – Pronunciou saindo entre a multidão que emaranhava seus corpos ao som da música alta e olhando para Morgana, notou uma piscadela de volta para ele e, logo após, Morgana adentrou ainda mais na multidão.

Evan saiu da grande tenda e caminhou até próximo aos dormitórios femininos e ao elevar seus olhos para o alto do prédio encontrou as luzes do quarto de Ana acessas. Ele sabia que as colegas de curso dela haviam a infernizado para ir à festa, porém notou que Ana havia conseguido convencê-las. Pensou em ir conversar com ela, mas desistiu e sentando-se nos degraus das escadas do prédio, abriu as mensagens em seu celular e apagou todas elas. Permaneceu ali lutando contra o que devia fazer e com o que queria fazer. Pensou que poderia ao menos se desculpar e levantando-se pôs seus passos contrários ao que o levavam a isso.

Seus passos o levaram de volta até a festa e ao adentrá-la mais uma vez, encontrou Morgana subindo num mini palco das dançarinas, procurando alguém com olhar quase fazendo o trajeto panoramicamente, certamente procurando por ele, e assim Evan levantou os braços fazendo movimentos que pareciam um ‘x’ no ar. Ela pulou de onde estava e lutou contra o mar de convidados, que estavam muito animados, para ir de encontro a Evan.

— Onde você estava? – Ela o questionou arrumando sua roupa.

— Você disse que não ia encher meu saco. – Ele devolveu.

— Ok. Digamos que você tenha ido ao banheiro, certo? – Ela o encarou.

— Digamos que sim. – Ele mentiu se sentindo um pouco incomodado pelo som abafado que vinha de dentro da tenda.

— Tudo bem. Você quer voltar? Na verdade, você nem aproveitou nada. – Ela o abraçou beijando seu pescoço, falando com uma voz doce.

— Não podemos ficar um pouco por aqui? – Ele devolveu.

— Ok. Ah! A princípio, tinha um cara diferente procurando por você. – Ela disse passando um dedo por sobre o formato da mandíbula de Evan.

Evan paralisou e seguiu questionando-a com uma expressão facial de surpresa:

— Quem? – Ele disse separando-a dele.

— Ele não disse o nome, mas era bonitão. – Ela riu.

— Morgana, me dê detalhes, agora! – Ele aumentou seu tom de voz.

— Tudo bem, calma. Acho que ele disse que... – Ela fez uma expressão facial de quem não conseguia lembrar por causa do barulho da festa. – Ah! Que falaria com você, mas disse que já sabia onde encontrá-lo e apontou para os dormitórios masculinos.

Evan segurou Morgana pelo braço esquerdo e levou-a de volta à festa.

— Se infiltre. – Disse deixando-a na festa sem explicar nada.

Ao chegar nos dormitórios masculinos, analisou todo o quarteirão e subiu as escadas sorrateiramente. Evan inspecionou as paredes externas, o chão nas escadas e tentou abrir a porta o mais mansamente possível e ao notar que seu quarto estava exatamente como havia deixado, desanimou por não ter mais nenhuma novidade que agitasse sua vida e jogando-se na cama pôs as mãos na testa rindo de si mesmo, mas ao olhar para o seu ventilador de teto, avistou um pequeno pedaço de papel feito uma bola amassada pregado por um líquido vermelho viscoso.

Evan ficou em pé por sobre sua cama, esticou seu braço para alcançá-lo e pegando, sentou-se em sua cama. Para sua surpresa, quando o abriu, notou pelo cheiro que o líquido era sangue, que estava meio seco e ainda meio viscoso e então calculou o tempo mentalmente.

Recente” — Pensou.  

E ao decodificar as palavras, em caixa alta no pequeno papel, entendeu a frase que formara:

“EU SEI SOBRE A ANA”


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Notas finais do capítulo

Falem pra mim o que acharam, tá? Preciso mesmo desse retorno! Fico muito feliz com os comentários e me sinto mais animada para escrever os capítulos. Beijos em todos! :*



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