Estampa de Margaridas escrita por Popsy e Twilla


Capítulo 1
Capítulo um: Primeiras Impressões


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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Para muitos, a margarida não passa de uma flor com variadas pétalas conhecida com o famoso ''bem-me-quer''. Outros consideram um belo nome, e além disso existem os que tratam como uma simples forma de vida natural. Surpreendentemente, Clara só conseguia assemelhar a margarida a buques enviados ao cemitério.

Privada de uma infância divertida, Clara passava o tempo todo lendo um livro enquanto se deliciava com os bolos caseiros da avó, ou cuidando das suas flores no jardim da casa no interior. Seus pais e amigos achavam que seu destino era abrir uma floricultura ou talvez, tornar-se uma ''degustadora'', mas quem dera.

Encarando a morte da mãe pelo câncer de mama, Clara passou a considerar sua vida mais triste a cada dia, sem pensando em regar as flores do seu jardim ou comer um pedaço de bolo sem fazer uma careta — que desmotivava a avó — de nojo e arrepio. Não ia mais para a escola, não brincava mais de boneca com o pai e muito menos dava um beijo de boa noite na família para dormir.

Mas esta história não se resume apenas a vida desventurosa da pequena Clara, e sim da vida (não) especial da futura criada pessoal do príncipe Claud Vonttret.

X-X-X

— Mantenha a postura, Clara — Uma das experientes criadas da mansão dirigiu um olhar sóbrio para a jovem, que se arrumou depois

— Perdão, Evangeline.

— É assim que conversará com o príncipe? Chamando-o de Claudius?

Ela prendeu o riso. ''Claudius'', para ela, não importava se seu nome era realmente Claud, supremo mestre e outras coisas desnecessárias. Mas se havia um nome mais careta do que este, ela não conseguiu imaginá-lo.

— Não, eu devo o chamar de...de...mestre?

— Mestre é aceitável, Clara. Mas tome cuidado mocinha, ele não escolhe qualquer uma para servi-lo.

''Servi-lo'', Clara imaginava isso como um quarentão preguiçoso que adoraria tomar proveito para chamar ela a qualquer momento, como pegar um salgado na cozinha ou apenas mudar de canal na televisão. Relaxou os ombros e Evangeline não a repreendeu desta vez

A ''carruagem'' parou de repente, Evangeline lançou um sorriso desafiador para Clara que exibiu um olhar de ''me deseje boa sorte'' no mesmo instante. A portinha da carruagem fora aberta, e ela deu um salto até o chão que a fez cambalear.

O ambiente era muito escuro, com barulho de cigarras sendo o único som e alguns lampiões que iluminavam aquilo, ela tomou a decisão de que deveriam ser provavelmente oito horas da noite, ou mais tarde. Apertou a saia e seguiu um homem que fizera um sinal para ela cinco segundos antes.

— Tudo aqui é...escuro — Ela resmungou, tendo que se curvar para seguir em frente. Parecia tão desconfortável quanto uma formiga correndo em pleno dia de chuva.

— O príncipe acha que isso dá um ar de sua personalidade no ambiente.

Sua personalidade? Clara gelou e com passos mais apressados agora, tentou não chamar atenção o suficiente.

Tarde demais. Quando se aproximou da mansão, era possível ver crianças olhando torto para ela, todas vestidas de cinza ou azul-escuro com bolas nas mãos e um sorriso maligno, viajantes com galões d'água nas costas cochichando e dando passagem para ela prosseguir. Suas roupas vivas — saia marrom e blusa vermelha sangue — não pareciam disfarça-lá mais ainda, é claro.

Seguindo pela ruas estreitas, ela estremeceu de vez. Quando o homem parou, ela teve de se esquivar para não chocar o corpo com as costas dele. A porta gigantesca da mansão completamente preta abriu, rangendo.

— Entre, senhorita.

Foi praticamente uma ordem. Clara se encolheu ao adentrar a mansão — fria e também, escura —, e depois veio a mente Evangeline colocando livros em sua cabeça para que ela ajeitasse a postura, de um jeito ou de outro.

Com um aceno novamente, Clara seguiu o homem para o local mais fundo da casa, provavelmente, os aposentos do príncipe. A porta já estava aberta, mas com cerca de cinco homens com armaduras em posição de ataque rosnando na frente.

— A criada está aqui, mestre — Quando os cavaleiros deram passagem, o homem alto que mostrara o caminho para Clara fez uma reverência.

Uma figura se movimentou, e se esquivou facilmente do homem avançando para a frente de Clara. ''Essa não''...

— Bem-vinda, jovem.

Clara estava surpresa. Tinha praticamente 1,80 de altura e um semblante pavoroso no rosto, os cabelos bagunçados pretos compostos por uma coroa pequena na cabeça, olhos cor de âmbar atentos e pele pálida.

Definitivamente, essa não era a imagem que Clara esperava encontrar.


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