A antiga decisão escrita por Chokito TMJ


Capítulo 2
Volte para o Cebola




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Na grande praça de alimentação do Shopping, Mônica conversava com Magali, até a garota dar um grito e assustar todo o mundo.

– Mas e agora, menina? Você beijou o Do Contra, Mônica! Que eu saiba, fora o Cebola, você nunca tinha beijado ninguém antes! – Magali tenta encaixar as coisas e lembrando Mônica da situação que ela estava.

– Psiu, Magali! Fala baixo, por favor! Não é preciso contar para toda a população do Limoeiro! – Mônica falou, se sentindo meio constrangida. A amiga precisava fazer aquele escândalo todo, dizendo uma coisa que ela já sabia? Tá, ela sabia que Magali só queria ajudar... só podia ser em um tom um pouquinho mais baixo, para não fazer aquele escândalo todo.

– Como não? Você não pode simplesmente ignorar um acontecimento dessa relevância, Mônica! Presta atenção! – A amiga fala, dando espaço para a outra também comentar sobre o assunto. Parecia que só ela falava.

– Ignorar, Magá? Tu tá me zoando? Isso não sai de jeito algum da minha cabeça! É que, depois daquele dia... eu... ainda não voltei para falar com o DC...

– Não falou, né? Pois eu sei muito bem o motivo! – Magali falou provocando. Mônica a olhou e não entendeu o que ela quis dizer, então a menina disse explicando. – Mônica, você quer adiar o inadiável! Você quer fugir... da decisão que precisa ser tomada! Você deu as costas para o Cebola! Ficou com o Do Contra. Mas e agora? Como vai ser daqui para a frente? Com qual deles você vai ficar? Essa é a decisão! Você precisa escolher logo, porque os dois garotos estão esperando por isso. – Mônica olhou para a amiga e soltou um “é, acho que você tem razão”. Não se dando por satisfeita, Magali completou. – E quanto mais você enrolar, Mônica... maior a chance de você magoar alguém.

– Eu não queria magoar ninguém, Magá... Mas também estou cansada de sempre me magoar! Está na hora de procurar minha felicidade. Tenho que falar com o DC, dizer para ele que...

– ...aquele beijo não vai se repetir! Nunca mais! – Magali completou a fala da amiga. – Mônica, a quem você está tentando enganar? Você e o Cebola nasceram um para o outro! Todo o mundo sabe!

– Magali! Eu tentei namorar o Cebola! E ele só fazia me avacalhar, e dar mole para as outras, e...

– ...e no fim você sempre volta para ele. – Magali completou de novo. – O Cebola apronta com você desde criança, mas depois das coelhadas, você perdoava ele todas as vezes! Até parece que alguma coisa mudou! Já me conformei que você gosta de sofrer.

– Magali, você está enganada! Muito enganada! Eu não gosto de nada disso! – A menina tentou se explicar. Mas parece que não havia mesmo argumentos contra as evidências.

– Ah, Mônica! Chega! Chega de querer se enganar! Tá falando daquele seu beijo com o Do Contra? Aquilo foi só uma provocação! Você estava irritada com o Cebola! Quis dar uma lição nele! Nada além disso!

– Magali, o que deu em você? Acha que eu usaria alguém assim? Meu sentimento pelo DC é sincero! Ele é muito legal e atraente! – Mônica tentou novamente explicar o que sentia. Aquela ex-comilona estava lhe provocando ou algo assim?

– Grande coisa, Mônica. Também acho o professor Rubens atraente... legal... mas nem por isso eu larguei o Quim. Já te falei isso umas mil vezes! Achar bonito é completamente diferente de gostar! – A menina começou a se irritar. Aquela era uma teimosa, cabeça dura...

– Pois eu... eu... eu desisto. Você está certa. Eu sempre volto para o Cebola. Quero dizer... voltava! Mas não mais. Eu gosto do Do Contra sim! Gosto muito! Ele sempre me apoiou! Sempre se preocupou com meus sentimentos! Não liga se sou mais forte! Não fica tentando me derrotar! Sempre estava lá quando eu precisei! Mesmo quando a gente era criança, ele era o único menino da turma que nunca implicava comigo! – Mônica também estava se estressando.

– Se você está tão certa assim... por que ainda não foi falar com ele? – Magali falou. Mônica respondeu que era porque estava nervosa, mas isso não convenceu Magali. – Óbvio que é porque você não quer desistir do Cebola!

– Magali! Achei que fosse minha amiga! Achei que ia me apoiar!

– E sou! Por isso mesmo que eu estou te aconselhando. Já que você vai voltar para o Cebola mesmo, é melhor que seja mais honesta com o Do Contra. Ele parece gostar de verdade de você, Mônica. Não é justo alimentar as ilusões do coitado. Dar falsas esperanças. Entende o que quero dizer, e aonde quero chegar?

– Sim... você está certa. – Mônica finalizou a conversa ali, deixando metade do seu hambúrguer na mesa e saindo da praça de alimentação.

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Mônica andava pra lá e pra cá dentro do Shopping. Será que ela queria mesmo continuar correndo atrás do Cebola, sem atitudes de volta?

– Um cara como o DC não se encontra todo o dia. Um lado meu quer partir para ele. Ele tem opinião própria, é legal, gentil, e cá entre nós... é bem gatinho! Por outro lado... eu e o Cebola estamos nesse rolo há tanto tempo... eu gosto dele e sempre gostei! Apesar de tantas mancadas e pisadas na bola, sei que ele também gosta de mim! Será que é certo desistir dele assim? Por impaciência? – Mônica fala sozinha em voz alta. O que ela não sabia é que Denise lhe espiava atrás da moita, e depois disso, foi logo dando sua opinião.

– Não pensa muito não, minha filha! Teve gente que bateu as botas por causa disso! – A ruiva disse aparecendo e dando um susto na... “cabelo de ouriço morto”.

– Denise! O que você está fazendo aqui? Aliás, de onde você veio?

– AH, me poupe, fofolete! Estamos em um Shopping, o considerado meu habitat natural!

– Nossa, amiga... seus métodos de garimpar as fofocas se superam a cada dia! – Mônica fala e Denise se finge de ofendida.

– Humpf! Fofoca! Mas que calúnia! Soube de uma amiga sofrendo e quis ajudar, oras! Não precisa nem disfarçar, linduxa. O bairro inteiro já sabe.

Denise mostra seu celular na frente de Mônica e a garota não consegue nem acreditar no que ela estava vendo. Então era verdade?


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