Bola demolidora escrita por Eduardo Távora
Um lindo dia chegava e com ele chegava a consciência das coisas feitas na noite passada, Fátima acordava tão feliz por tudo que acontecia que a primeira coisa que fazia era com seu celular olhar o instagram de seu amado. “Você nunca vai saber que é tão importante.” Pensava a menina enquanto olhava de um lado para outro para ter certeza que ninguém notava sua atitude hipnotizada frente ao celular enquanto tomava o café da manhã com seu irmão que ficava calado na mesa.
— O que vai fazer hoje? — Perguntava Fátima de modo que puxasse algum assunto.
— Ficar aqui em casa, claro. Tenho que aproveitar que não estou naquela sala infernal de alunos que não querem aprender. — Nesse meio tempo, Cristina entrava procurando por Fátima.
— Oi amiga, eu já estava terminando de tomar café mesmo, vamos sair! — E assim, as duas foram juntas para o shopping center. Ao chegarem lá vendo as vitrines e escolhendo roupas divertidamente, estavam ali a toa e apenas se distraindo, quando preocupada Cristina comenta com sua amiga:
— Amiga, você não notou o Theodoro estranho ontem?
— Não, na verdade não estava prestando muita atenção nele. — Dizia Fátima com um tom de risada.
— É que ele parecia tão distante e irritado, mas não sei o que eu fiz. Era para ser a comemoração de nossa primeira semana de amor.
— Amiga, todos ficamos bêbados, talvez você tenha ampliado demais uma coisa que não existe. — Confortava Fátima.
— Eu estou gostando de verdade do Theodoro, amiga! Ele me apoiou em um momento muito delicado da minha vida. E não quero perdê-lo. — As duas se abraçavam tentando mostrar que não tinha porque disso acontecer, e concluía Fátima dizendo:
— Espero que as coisas melhorem entre vocês.
Enquanto isso Luiza escuta sua campainha tocar e se levanta a força com muita ressaca e grita no meio da casa: “Quem é?” e ao abrir a porta dá de cara com Daniela dizendo:
— Bom dia!
— Oi, pode entrar. — E assim a Dj já vai entrando e se sentindo à vontade no apartamento de sua amiga.
— Fiquei preocupada com você ontem, saiu muito bêbada da calourada.
— Normal. Eu fiz alguma besteira? É que não me lembro de muita coisa. — Dizia Luiza.
— A gente ficou e você não queria se desgrudar de mim.
— Ai meu Deus! Mas essa também não é a primeira vez que a gente fica, então…
— É que você estava carente e sofrendo tanto pelo Heitor que eu quis te ajudar. — Dizia Dani. — Mas confesso que fiquei preocupada… — Continuava a mesma.
— Preocupada com o que?
— De você levar a sério. Eu sou como Heitor, Luiza! Não sou de namorar, mas se quiser alguém para ficar e se divertir pode contar comigo.
— Imagina, nem precisa me lembrar disso, a ultima coisa que eu quero é me envolver com alguém, fora que jamais levaria sério uma mulher. — Explicava Luiza.
— Sendo assim eu fico mais aliviada. — Daniela se aproximava de Luiza e as duas se beijavam novamente.
— Quero que você fique comigo hoje o sábado inteiro. — Dizia Luiza entre o beijo e as duas chegavam a ir até a cama chegar a rolar de tudo lá.
Theodoro ficava na esquina a espera de sua companhia, ao chegar mesmo sem ser revelado o rosto os dois saíam dali na moto de Theodoro.
— Desculpe por não está contigo ontem, espero te recompensar hoje. — E assim a moto avançava e os dois iam para a casa do estudante de Arquitetura.
De volta ao shopping a conversa sobre ontem ainda invadia a cabeça das meninas.
— Theodoro foi a melhor coisa que me aconteceu desde muito tempo, você se lembra do meu ultimo namorado o Andriel, ele me abandonou e nunca mais o vi. — Dizia Cristina aflita ao se lembrar de seu passado.
— Sim amiga, temos histórias parecidas de abandono, lembra?
— Tá, mas o Victor demorava mas sempre voltava, já o Andriel nunca tive notícias, acho que ele morreu. Tomara. — Desabafava Cristina em uma pausa.
— Você ainda gosta dele?
— Não, claro que não… Não chega nem aos pés do que sinto pelo Theodoro. Amiga, nós já fomos até para cama, ele foi meu primeiro. Eu adoro quando a gente transa, sério. — Dizia Cristina que começava a ficar meio envergonhada com o assunto.
— Ai amiga, nisso eu não concordo. Vocês tem pouco tempo de namoro, era pra você ter esperado mais. Nossa, que horror, você não deveria ter feito isso, está louca? — Repreendia Fátima.
— Amiga, eu não me arrependo porque foi muito bom. Você nunca pensou nisso com o geminiano Heitor? — Atiçava Cristina.
— Claro que já, muito na verdade, mas tenho que me manter firme. Você também tem que tomar muito cuidado amiga. — Alertava Fátima.
— Sim, eu sei… Mas eu sempre fui menos conservadora do que você, eu não ligo pra isso. Afinal, como vocês estão? — Perguntava Cristina.
— Amiga, sempre que o vejo tudo se acende, não sei como agir com ele. Já deveríamos estar mais sérios… — Dizia e refletia Fátima.
— O que pensa em fazer? — Nisso Fátima ficava pensativa como quem já tivesse uma ideia e assim ela mudava de assunto dizendo
— Olha, acho que a gente não foi naquela loja ainda. — E assim as duas foram até lá saltitantes.
Enquanto isso Heitor no seu novo quarto ficava feliz com seus avanços já que levou seu colchão e outros objetos pessoais para sua nova moradia.
— Está bem instalado amigo? — Perguntava Gustavo ao entrar no quarto vê-lo arrumando as coisas.
— Estou sim, muito bom. Me sinto até mais independente depois que saí da casa de minha mãe.
— Fico feliz por você. O que precisar pode contar comigo! — Dizia Gustavo se colocando a disposição do amigo.
— Obrigado. E acho que em breve vou precisar de uma ajuda para trazer alguém mesmo. — Dizia Heitor pensativo.
— Pode ficar a vontade e trazer quem quiser. Vai sair hoje?
— Sim, fiquei de ir na casa da minha mãe vê-la e pegar umas coisas e depois vou me encontrar com Fátima. — Dizia Heitor já olhando o relógio para sair.
E assim no shopping as meninas já estavam na cafeteria, enquanto saboreava seus deliciosos cappuccinos falavam sobre a vida. Quando Cristina resolve ligar para seu namorado para encontrá-la nesse mesmo estabelecimento.
— Alô amor? Onde você está? Theodoro? Por que a ligação está falhando? — Perguntava Cristina sem entender tantas falhas.
— Oi amor. Estou te ouvindo, o que é?
— Onde você está? — Indagava Cristina.
— Estou ajudando meu pai a lavar o carro, vim vê-los esse final de semana. Passarei todo aqui. — Explicava Theodoro.
— Mas como assim? Você não pode vir aqui pro shopping?
— Não tem como né, você sabe como meus pais moram longe, só tenho o fim de semana para vê-los. Olha na boa, tenho que desligar. — E assim Theodoro desligava na cara de Cristina. O que a deixava bem triste com a situação.
— O que houve? — Perguntava sua amiga Fátima.
— Ele não vai poder vir… — Dizia Cristina pensativa.
— Aconteceu algum problema?
— Não sei, mas se ele pensa que vai me tratar assim e vai sair barato, está muito enganado. — Dizia Cristina com uma certa raiva. Nesse momento chega Heitor e cumprimenta as meninas já sentando na mesa ao lado de Fátima.
— Como estão todas? — Perguntava Heitor para puxar um assunto, e já ia fazendo sinal para que o garçom lhe trouxesse um café.
— Bem, vou deixar vocês a sós. — Dizia Cristina se levantando da mesa.
— Amiga, já vai pra casa? — Tentava entender Fátima.
— Sim, não quero segurar vela, fora que tenho muita coisa pra fazer lá ainda. Beijos! — E assim Cristina levava suas sacolas e bolsa e se retirava dali.
— Enfim, sozinhos né? — Dizia Heitor ao olhar para Fátima com um belo riso.
— É… Como você está?
— Muito bem, a mudança está fazendo maravilhas em mim! Aliás, quero que você vá lá comigo! Lá é bem tranquilo, não tem familiares poderemos ficar bem à vontade. E você pode ficar para dormir. — Explicava Heitor.
— Não, acho melhor não, Heitor.
— Por que não?
— É que eu sei o que você quer. E não posso fazer isso, sinto muito! — Lamentava Fátima enquanto corada olhava nos olhos de Heitor, e ele a segurava sua mão e dizia:
— O que eu quero, é você comigo. Esses momentos juntos serão ótimos para nós dois.
— Eu não posso fazer isso. Sem nem definir nossa situação… Não, não posso…
— Então, defina. — Dizia Heitor.
— As vezes não sei o que a gente é. E também as vezes acho que você quer e tem vezes que não sinto essa segurança, pra você pode ser normal e natural isso, mas pra mim é algo sagrado e totalmente novo. Quero ter certeza de que vai ser pra valer. — Dizia a jovem.
— Você sabe o que sente por mim? — Perguntava Heitor.
— Ah, eu sinto muito carinho, e sinto algo novo que eu quero conhecer, eu penso muito em ti, é sério, nem sei como isso acontece. — Dizia Fátima calculando bem suas palavras para não expressar tudo.
— Mas você ainda não disse o que sente. — Rebatia Heitor esperando ouvir mais sobre.
— É isso, sinto esse apego, um enorme afeto.
— Eu também sinto o mesmo que você. — Dizia Heitor apertando a mão de Fátima. — Eu me sinto bem contigo, e as vezes você é meio chata, mas é suportável… — E assim os dois caíam na risada.
— Nossa… — Dizia Fátima enquanto ria.
— Se você quiser tentar algo mais profundo, tipo penetração… — E assim o clima descontraído continuava desfocando o motivo central da conversa.
— Ai, eu to falando sério… Para de brincadeira.
— Eu também… — E assim ele continuava a brincar.
— Você não entende nada. — Dizia Fátima bebendo seu cappuccino.
— Tá tá, mas vamos deixar rolar poxa, tá bom assim.
— É claro. — Dizia Fátima ao acenava com sua cabeça dizendo que sim. Olha, eu preciso ir, tenho que ajudar a Cristina com uma coisa.
— Fica mais um pouco, eu to com saudade dos seus beijos.
— É que realmente não posso agora. Vamos combinar de nos encontrarmos amanhã. — E assim, Fátima dava um beijo na cabeça de Heitor e voltava para casa. O que o deixava muito pensativo.
Ao chegar em casa Fátima encontra sua mãe arrumando as coisas da casa pois com tanto trabalho só tinha tempo nos fins de semana. E assim a filha a cumprimentava e perguntava sobre o irmão e sua mãe respondia:
— Ele não está. Disse que teve turno extra.
— No sábado?
— É, ele disse que é um turma especial que ficou no reforço, acho que ele vai voltar só a noite. — Explica sua mãe. E assim Fátima ia para seu quarto se deitava na cama e refletia sobre tudo que tinha acontecido.
E assim a noite chegava e Heitor ficava pensativo em seu quarto se lembrando de tudo também, mas ainda muito indeciso sobre o passo que vai tomar. “E agora?” Ao amanhecer ele vai até a casa de Fátima logo cedo e ao ser recebido pela mesma ele dizia:
— Oi, eu vim te chamar para tomar café comigo.
— Oi. Não deveria ter vindo. Estou com minha família e sempre tomo café com eles.
— Na verdade era um pretexto, eu queria conversar contigo.
— Fala, não posso demorar. — Dizia Fátima.
— Então, você quer namorar comigo? Era isso que você queria né? Então… Eu já me decidi. — Dizia Heitor a olhando nos olhos enquanto ela ficava muito surpresa com o pedido.
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