I Lost My Heart to a Starship Trooper escrita por Sparkles


Capítulo 1
Parte I


Notas iniciais do capítulo

Então, migos, vai ser uma fic curtinha, até porque era pra ser uma one-shot (e porque eu tô cheia de trabalho de casa e coisas pra ler, olha o que esses nerds do Dean e do Castiel me fizeram fazer), mas espero que vocês gostem! Boa leitura!



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18:00 - QUINTA-FEIRA

– O que eu faço?

– Vai até lá e diz pra ele que a gente vai fechar.

– M-mas Meg, você quer que eu fale? Eu? - Castiel olhou mais uma vez para o garoto sentado na mesa central da biblioteca da escola, ocupadíssimo com um notebook aberto na sua frente - Você quer que eu fale com o Dean?

– Ah, sério? Aquele é o tal garoto da sua sala pelo qual você tem uma quedinha?

– C-cala a boca, eu só disse que ele é muito bonito. Não quer dizer que eu goste dele.

– Olha só, Cas, eu tô me lixando pra sua vida pessoal. Se você não for lá agora e mandar aquele garoto ir embora, eu juro que dou um jeito de te demitirem. Que tal assim?

Castiel refletiu sobre como precisava dos pontos extras que trabalhar na biblioteca da escola lhe rendiam e se pôs a andar na direção do menino.

– Com licença, - começou, muito acanhado - é que... a gente já tá fechando.

Lentamente, Dean levantou seu par de olhos verdes da tela do computador e lhe encarou, meio triste.

– Ah não, sério?

– É. Desculpa, mas você precisa ir embora.

– E que tal mais meia horinha? - Dean abriu um sorriso e levantou as sobrancelhas sugestivamente - Você faria isso por mim, amigo?

– Claro. - respondeu rápido e sem pensar, apenas percebendo a besteira que tinha feito quando virou-se de volta para o balcão, onde Meg o encarava, incrédula. Os dois então começaram a discutir sussurrando.

– Patético.

– D-desculpa, sério, Meg, foi sem querer, eu juro que não sei como isso aconteceu, nossa, desculpa mesmo, eu...

– Quer saber? Eu vou pra casa. Você fecha a biblioteca.

– Mas quem faz isso é você! Eu não posso...

– Então expulsa o garoto!

– Como?

– Dá teu jeito! - Meg respirou fundo e largou as chaves na mão de Cas. - E deixa de ser otário. Aposto que ele tá vendo pornografia, se você quer saber.

– O que eu faço com as chaves depois que eu fechar?

– Contanto que elas estejam na diretoria amanhã de manhã, eu tô pouco me importando. - e saiu.

Os níveis de ansiedade de Castiel foram às alturas. Aquela era a primeira vez que ele ficava tomando conta da biblioteca sozinho, mas a pior parte realmente era que ninguém mais ninguém menos que Dean Winchester estava lá com ele.

E, aproveitando o tempo sozinho para refletir, Castiel estabeleceu que não tinha absolutamente queda nenhuma por aquele garoto. Dean era apenas um menino que Cas achava bonito e ficar olhando para ele era uma forma de passar o tempo, mas grande coisa, metade da escola também achava isso.

Quando a meia-hora extra chegou ao fim, Cas apareceu ao lado de Dean, fazendo o menino de olhos verdes pular de susto e fechar o computador por impulso.

– Opa! - Dean recuperava o fôlego - Cara, você me assustou.

– Você tava vendo pornografia? - Cas arqueou uma das sobrancelhas.

– O quê? Não! Nossa, não. Que isso, eu... eu tô no meio da biblioteca da escola.

– Ai, me desculpa, eu não...

– Tudo bem, cara.

– Eu não sei porque eu disse isso.

– Relaxa. É que você apareceu do nada e eu tava distraído.

Ficaram uns trinta segundos em silêncio. Dean estava esperando Cas se afastar para que pudesse abrir o notebook de novo, mas o menino parecia ter perdido a linha de raciocínio.

– Então... - Dean tentou reiniciar a conversa.

– Ah sim, eu tinha uma coisa pra falar. Você precisa ir embora.

– Poxa, já? - Dean suspirou - Eu preciso muito terminar isso hoje. Não tem como você me dar mais meia hora?

– Ai, cara... - Cas coçou a cabeça - É algum trabalho?

– Isso! E é pra amanhã, eu preciso muito desse notebook.

– Quinze minutos?

– Vinte?

– Pode ser.

– Ótimo! Valeu mesmo, é... - apertou os olhos para ler o nome na carteira escolar presa na camisa do outro - Castiel Novak.

– Pode me chamar de Cas. - voltou para o balcão, 20% sentindo-se um idiota, 20% sentindo-se feliz por Dean saber seu nome e 60% preocupado com esse tal trabalho que acabara de descobrir que teria que fazer para o dia seguinte.

Mas realmente, aquilo era muito estranho. Cas não era o tipo de pessoa que deixava passar qualquer trabalho. Ele fazia tudo que podia por pontos a mais.

– Ei... - colocou-se na frente de Dean e cruzou os braços - Não tem nenhum trabalho escrito pra amanhã.

– Desculpa, jovenzinho, mas acho que não tem como você saber dos meus trabalhos.

– Dean, eu sou da sua turma! - Dean ficou sem saber o que dizer - Desde o primeiro ano.

– Ah. - finalmente encontrou palavras - Tudo bem, você venceu. Não é um trabalho.

– Seja lá o que for, o notebook vai ficar aqui, você não pode terminar amanhã? - Cas já estava impaciente, sem mencionar desapontado. É por isso que não valia a pena nutrir sentimentos platônicos por pessoas que você mal conhece. Mas não que ele nutrisse sentimentos platônicos por Dean, é claro.

– Por que a gente não faz o seguinte: - Dean levantou-se, afastou um pouco o computador e colocou a mão sobre o ombro de Cas, que nessa hora sentiu um arrepio correr-lhe o corpo todo, lutando para manter seu semblante sério - você deixa a chave comigo e eu prometo que fecho a biblioteca pra você?

– S-sem chance. Isso é muito conta as regras.

– Por favor, Cas. - Dean abriu um caloroso sorriso e olhou profundamente dentro de seus olhos - Sério, você vai ter a minha eterna gratidão.

– Eu não sei... - era muito provável que Dean só estivesse forçando uma amizade para conseguir o que queria, mas ao mesmo tempo, ele parecia tão sincero. As palavras "eterna gratidão" ecoavam na mente de Castiel e junto delas, as palavras de Meg pedindo para ele "deixar de ser otário" (um tanto rudes, porém bastante sinceras) também ecoavam.

Cas então decidiu que ia parar de ser otário. Mas não naquele dia.

07:21 - SEXTA-FEIRA

A vida seguia em frente. Dean já tinha conseguido o que queria e portanto as estatísticas indicavam que a probabilidade dele dirigir a palavra a Cas alguma outra vez na eternidade eram muito baixas. Mas Cas não estava ligando muito para isso. Um toque no ombro e um sorriso eram muito mais do que qualquer outra coisa que já havia experienciado na vida. E só por isso, a pequena rebeldia já tinha valido à pena.

Parou em frente ao seu armário, que ficava ao lado do de uma garota do primeiro ano chamada Charlie. De vez em quando, eles conversavam um pouco antes da aula.

– Cas, Cas, Cas! - Charlie estava animada - Já tá sabendo?

– Do quê?

Ela não respondeu, apenas tirou da mochila um bolinho de panfletos de fundo preto com "Star Wars Celebration 2015" impresso em letras brancas. Entregou um para Cas.

– Nãaao! - ele exclamou

– Siiim!

– E você vai?

– Eu não vou, Cas, eu já estou lá. Você não tá entendendo, eles vão divulgar o novo trailer! Eu tô frenética!

– Eu queria muito ir, mas minhas notas não estão nada boas. Duvido muito que meu pai aceite me levar pra lá.

– Que triste isso. - ela fez um biquinho - Vou chorar por você quando eu estiver lá, vendo o trailer. Na verdade, eu vou chorar mais pelo trailer mesmo, mas também por você.

– Obrigado. - Castiel respondeu, meio incerto. Achava Charlie estranha às vezes, mas estranha de um jeito engraçado.

– Ei, Cas. - Meg se aproximou dos dois - Já soube?

– Star Wars Celebration 2015?

– Eca, não. - nessa hora, Charlie apertou os olhos como se Meg tivesse insultado cinco gerações de sua família - O diretor quer falar com você. Aparentemente seu namorado dormiu na biblioteca.

– Que namorado?

– Você tem mais de um? - Charlie perguntou

– Não! E-eu não tenho nenhum. - virou-se para Meg e tentou falar discretamente - Você não tá falando do Dean, né?

– É óbvio que eu tô falando do Dean! - Meg gritou - Acorda, Cas! Não é possível que você seja tão inútil. Era só fechar a biblioteca, Cas, era só isso. Eu não acredito...

Deixou Meg gritando sozinha e correu para a diretoria. Estava desesperado demais para bater na porta antes de entrar. Mal colocou os pés lá dentro, foi se pondo de joelhos já para implorar pela sua vaga na biblioteca.

– Eu preciso muito desses pontos extras, por favor, diretor, eu juro, nunca mais o senhor vai ouvir meu nome, eu não quero ser banido, eu não vou causar mais problemas, é a única atividade extracurricular que eu gosto, eu não sou bom em esportes, eu preciso ajudar na biblioteca, por fav...

– Opa, opa, opa. - a pessoa sentada na cadeira da diretoria virou-se para Cas. Não se tratava do diretor, mas sim de Dean Winchester - O senhor não precisa se ajoelhar, senhor Novak, pode deixar que eu vou mexer aqui no meu computador de pessoa importante e dar todos os pontos que você merece. - Dean começou a fingir que digitava alguma coisa no teclado, enquanto terminava de debochar do diretor.

– Você tá louco? O que você tá fazendo?

– Ah, cê sabe, esperando o diretor. Só que eu fiquei entediado e resolvi ver se é legal sentar desse lado. Quer saber o que eu achei?

Castiel deu de ombros.

– Eu acho que é a mesma coisa. - Dean continuou - É só uma cadeira. Não sei porque a gente dá tanto poder a ela.

– Você não respeita nada, não é mesmo? - Castiel foi se levantando aos poucos e sacudindo a roupa.

– É impressão minha ou tem uma pontinha de amargura na sua voz?

– Pois é, eu não fiquei muito feliz por você ter me prometido uma coisa e faltado com a palavra.

– Ah, a história toda de eu ter dormido na biblioteca?

– O motivo pelo qual a gente está aqui? É, eu acho que sim. - a voz de Cas falhou no final, deixando escapar uma voz de choro, justo quando ele queria parecer zangado.

– Você vai chorar por isso? - Dean contornou a mesa para se aproximar mais de Cas

– Não. - respondeu com mais voz de choro ainda

– Isso é besteira, cara. Eu venho aqui todo mês. Ele só conversa com você, não acontece nada.

– É a primeira vez que o diretor me chama aqui. Eu sempre fiz tudo tão certo, isso não podia acontecer.

– Ei, que isso, vai ficar tudo bem. - Dean dizia, enquanto passava o braço pelo pescoço de Cas, que não reagiu de primeira - Eu sei que eu não sou a pessoa mais confiável pra você no momento, mas eu prometo que ele não vai te banir da biblioteca. Ou eu não me chamo Dean Winchester.

– Então você vai ter que mudar de nome. - Cas disse, afastando o braço de Dean, bem a tempo do diretor entrar na sala.


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Notas finais do capítulo

E aí, pessoas? Gostaram? Não gostaram? Preferiam ter ido ver o filme do Pelé? A sinopse tá legal? Comentem alguma coisa, qualquer coisa, eu respondo tudo.