Le deliu, escrita por McQueen.

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Os olhos verdes-esmeraldas da garota correram pelo local, avistando uma caixa de presente em cima de sua escrivaninha. A mesma arregalou os olhos de curiosidade, correndo até onde se encontrava aquela enorme caixa negra com um belíssimo laço branco ao seu redor.

Logo o laço daquela caixa fora arrancado para que pudesse a garota abrir a caixa. Em um movimento ansioso, a caixa foi aberta e a garota fez uma expressão duvidosa por somente encontrar uma carta. Leu com calma as palavras que apareciam nela e não conseguia acreditar em nenhuma daquelas palavras. Aquilo não podia ser real. Não, não podia!

Ao fim da carta, os joelhos da garota tocaram o chão e a mesma pôs a mão em defronte á boca, que estava com um pequeno vão. Eu não fiquei longe tanto tempo assim, isso não pode ter acontecido! – Pensava, repreendendo as lágrimas que começavam a ameaçar desabar. De repente, tudo passou em sua mente: A carta sobre a escrivaninha, a dança que tanto surpreendera a loira com aquela estranha melodia e a expressão de Ciel que, para ela, estava tão contente e também a época de criança, antes de tudo ser tirado do garoto, até mesmo seu mais sincero e empolgante sorriso. O sorriso que ela tanto lutava para nunca mais sair dos lábios do garoto.

De repente, tudo se tornou apenas memórias dolorosas. Coisa passada que nunca mais poderá repetir-se. De repente, tiraram-lhe seu amor, sua cor e tudo pareceu ficar cada vez mais cinza naquele exato momento. De seus olhos então, finalmente caíram as lágrimas de um choro ainda abafado por suas mãos. Seu chapéu delicado havia caído quando Elizabeth se curvou, apoiando-se em suas mãos ainda chorando.

A esperança cor-de-rosa de mais sorrisos como aquele havia ido embora, sobrando apenas a cor escura, sem vida – o negro.

Tudo havia sido tirado por letras tão bem moldadas e negras de uma carta, escondida em uma caixa com um lindo laço. Ela ainda se recusava, ainda tinha esperanças de que aquilo não passava de um mal entendido ou apenas um equívoco, porém nem mesmo seu invencível otimismo conseguia permanecer forte naquele momento. E se ele estiver mesmo morto? – Tornou a pensar e ainda soluçando, ergueu um dos braços e se apoiou na escrivaninha, fazendo força para impulsionar o corpo á se levantar. As pernas ainda trêmulas demonstravam o tamanho de sua fraqueza e de seu amor. O melhor amigo, o prometido noivo, os bons tempos como antes, as cores e seu coração – tudo estava morto junto á ele. Tudo, absolutamente tudo estava ao lado de Ciel Phantomhive.

Dessa vez a carta foi ao chão, seguida por um soluço alto e uma negação em alto tom, dessa vez ouvida por todos.

Em memória de:

Ciel Phantomhive

Morto em 26 de agosto de 1889

Aos 13 anos.

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Le Deliu, ou simplesmente 'Deliu' significa Luto, traduzido do Francês para o Português.