De volta aos quinze escrita por Nathaly Beckrrantt


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo


Oi amores, tudo bem ?
Esse é o primeiro cap da fic, eu espero de coração que vocês gostem !
Não esqueçam de comentar,o que acham !BEIJOS ♥



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Aos 30 anos, percebi que eu era

exatamente a mesma pessoa de antes.

aos 30, percebi também que as pessoas

ao meu redor não esperavam

que eu fosse assim.

Sonhos e pesadelos começam exatamente do mesmo jeito. Em um determinado momento, você percebe que as coisas ao seu redor se transformaram. Então, não consegue mais se lembrar de como chegou até ali. Coisas maravilhosas e assustadoras podem acontecer a qualquer momento. Ainda é sua perspectiva da história, mas, de alguma maneira, você sente que aquele lugar não é seu. Antes que alguma coisa faça algum sentido de verdade, você desperta com um beliscão ou com o barulho do velho despertador. É hora de acordar para mais um dia, que você provavelmente esquecerá em algumas semanas. Bom, no meu caso, talvez isso não aconteça. Afinal de contas, não é todo dia que sua irmã se casa com o príncipe encantado. Que, não por acaso, é dono da floresta inteira e tem a coleção toda da Abercrombie no guarda-roupa.

Era manhã do dia 7 de fevereiro de 2015, um sábado abafado de verão. Passe a última madrugada dentro de um ônibus com ar-condicionado, o que significa que minha garganta estava péssima. Como de costume, antes da viagem até Imperatriz, minha cidade natal em Minas Gerais, tomei um Dramin, o que me fez adormecer logo nos primeiros minutos do trajeto. Nós nem mesmo havíamos saído do trânsito insuportável de São Paulo.

Eu poderia ter comprado uma passagem de avião, se fosse responsável e não tivesse deixado para resolver tudo na última hora. Você sabe: férias, alta temporada, quase carnaval, e as empresas aéreas achando que faço milagres com meu salário. Sem chance. Prefiro gastá-lo comprando um sofá novo para sala. Droga! Quando foi que minha vida se tornou tão chata a ponto de minhas maiores aquisições serem coisas para a casa ?

-Acorda!-gritou minha mãe.-Você não pode se atrasar como sempre faz. Hoje,só sua irmã Luiza tem esse direito, filhota! Um dia será a sua vez!

Normalmente, as mães sonham em ver suas filhas bem, realizadas, independentes, viajadas ou qualquer coisa que as faça felizes. A minha sempre foi diferente. O que ela quer é que sejamos o centro das atenções. Certamente, sou sua maior frustração.

Eu tinha aproveitado as primeiras horas da manhã, depois de chegar de viagem, para dormir mais um pouquinho e não aparecer com lindas olheiras no casamento, e não estava nem um pouco interessada em ser a primeira da festa.

-Não ligo de ser a última da fila das madrinhas. Meu vestido não é o mais bonito. Aliás, ele nem deve estar fechando mais.-respondi, enquanto me lembrava da sacola de guloseimas que comprei e devorei durante a primeira parada do ônibus.

-Não fale bobagem. Em trinta minutos volto para te ajudar com a maquiagem . Tome banho e vista o roupão que está pendurado na porta do banheiro!-Ela decretou, com ar de autoridade , e logo saiu andando, distribuindo ordens para os empregados e provavelmente para qualquer outro ser que respirasse e entrasse no roteiro criado em sua mente antes de sair da cama. Como ela consegue ser assim? Ou melhor, como aguentei por tanto tempo ?

Levantei e fui logo abrindo a enorme janela do quarto. Estávamos todos hospedados em um sítio chamado Santa Amélia, próprio para festas, onde o casamento de minha irmã aconteceria. A família do noivo era dona de boa parte dos terrenos que ficam em volta a cidade. Por isso, resolveram fazer a cerimônia e a festa ali mesmo. Minha irmã sempre sonhou com um casamento de princesa. Aquela seria, então, seu próprio conto de fadas se tornando realidade.

Abri o chuveiro e senti a água fria tocar minha pele, parte por parte, até todo o meu cabelo estar molhado e eu começar a desejar que aqueles minutos durassem horas. Fechei os olhos e comecei a pensar nas coisas que estavam entaladas na minha garganta. Quando você está se sentindo mal há tanto tempo, ás vezes nem consegue mais se lembrar dos verdadeiros motivos.

Listei mentalmente, enquanto espalhava xampu nos cabelos, o que tanto me afligia: meu emprego como secretária era uma droga. Eu sentia cada vez menos vontade de sair de casa e encarar aquelas pessoas. Era tudo tão monótono! Papelada, telefonemas intermináveis, reuniões agendadas...Meu chefe era um cara legal, mas gastar tantas horas do meu dia com tudo aquilo fazia com que meus anos de faculdade de administração, aguentando provas e colegas de classe bêbados na maior parte do tempo, parecessem ter sido totalmente em vão.


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