Kyoshi - A lenda escrita por Kitsune Amaterasu


Capítulo 13
LIVRO 2- Ar - Capitulo 1 - Novos Ares


Notas iniciais do capítulo

Demoroooou mais saiu rs, acharam que nem iria mais sair né? Aposto que pensaram isso mesmo!
Relaxem, pois essa é uma fic complicada e eu demoro mesmo XD



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—Não Adianta Ai - O irmão mais velho massageava as têmporas sentado sobre o tronco de arvore –  Nunca vamos achar a Avatar desta forma.

 

—Koumei, meu querido irmãozinho - Akira Ai sempre usava de toda sua ironia para irritar seu irmão-  A gente tem que começar de algum lugar!

 

— Começamos... E terminamos aqui sentados no meio do mato sem nenhum pedaço de pão para comer! Por sua culpa!

 

Akira Koumei era um jovem monge muito ansioso, digamos que ele tinha muito teoria e nenhuma pratica já sua irmã tinha o talento para irrita- lo.

—Minha culpa? É você quem sempre quis acampar irmãozinho, veja que excelente oportunidade.

 

O olhar raivoso de Koumei foi a única resposta, ele realmente não agüentava mais sua irmã, assim eles ficaram em silencio por um bom tempo e o pobre bisão de Koumei não estava mais agüentando voar, ele estava exausto e o escuro da noite de lua cheia não deixava ele ver nada.

 

—Eu sabia... - Koumei sussurrou baixinho sentado ao lado de seu bisão –

 

—Sabia de que ô sabichão? – Ai Akira ironizou novamente-

 

—Que sua intuição não funcionava, quando o assunto é habilidades espirituais você é a pior.

 

Ai ficou mexida, mas nunca deixaria isso transpor. Apenas respondeu com passos se afastando de seu irmão naquela floresta, ambos estavam tão cansados que nenhum deles realmente se importava.

 

“Eu só queria que alguém acreditasse na minha capacidade ao menos uma vez, mas já que ninguém acredita eu farei isto por mim mesma! E eu digo que encontrarei o Avatar naquela direção” Essa foi a ultima coisa que Akira pensou antes de entrar na floresta seguindo seu coração.Porém o que ela mal podia imaginar é que a poucos kilometros dali estava a cidade Shin.

 

                                     OoO

 

—Nossa filha você esta muito bela!

 

A mãe de Kyou estava impressionada com a filha, ela havia crescido tanto... E como cresceu, já tinha o tamanho do pai! Com a roupa e a maquiagem do festival ela ficara ainda mais bela.

 

—O tema do festival de Outono é sempre se fantasiar, acho que posso permitir essa extravagância. - Kyou dizia enquanto examinava a si mesmo. Ela estava vestida e pintada igual sua imagem “clássica”.-

 

Sua maquiagem era inspirada numa lenda que ouviu quando criança. Sobre um espírito que punia pessoas que se aproveitavam das outras e sempre aparecia para assombrar. O Branco significava o senso de justiça e o vermelho sua determinação. Era uma lenda conhecida em todas as nações.

 

— Divirta-se lá e leve o Plin com você! –

 

A mãe e o pai de Kyou eram pessoas extremamente generosas e acabaram adotando o gato dentuço que sempre perseguia Kyou dando lhe o nome de Plin, ela por outro lado achava aquele gato manhoso um animal manhoso demais, além de ser um filhote muito feio e desengonçado para um gato.

 

No caminho para o festival Kyou havia visto algumas pessoas, porém não cumprimentou primeiramente porque não fazia idéia de quem eram as pessoas que estavam debaixo daquelas fantasias, segundo porque para ela sua vizinhança eram pessoas a quais ela preferia observar de longe, a luta diária das pessoas do bairro pobre era admirável e ela tinha empatia por todas aquelas pessoas.

 

Assim que chegou ao local do festival ela viu diversas fantasias e varias barracas de comida todas cheias de variedades a qual Kyou degustou lentamente enquanto esperava avistar seu verdadeiro objetivo: O mestre de Xiang.

 

Ela queria ver ele de perto, e ela deduziu que ele estaria vestido de Hannya( 1) porque uma determinada vez Xiang disse que seu mestre adorava Hannya e ele também.

 

Kyou terminou de comer e começou a seguir pela parte mais lotada do festival, no entanto... Quase todas as fantasias masculinas eram de Hannya. A decepção foi iminente, ela queria treinar ou lutar com alguém a sua altura. Já faziam 3 semanas que Xiang havia ido para baa sing se e suas tardes desde então eram puro tédio, ela sempre ia ao mesmo bosque treinar e podia ouvir as queixas dos outros freqüentadores sobre possíveis vândalos terem arrancado a arvore sagrada do lago.

 

O festival continuava a passar e Kyou estava ali entediada. Decidiu então se retirar e aproveitar aquela noite sem lua para treinar, saiu do festival em direção a floresta, mas antes comprou alguns baozis(2) para comer no caminho sempre acompanhada do Gato Plin que era extremamente feio para um felino.

 

                                     OoO

 

         Na mesma floresta Ai Akira estava se arrependendo de ter seguido sua intuição.

        

         Akira Ai gritava mais milhares de “resmungações” e palavrões, dava para entender por que ela não tinha a tatuagem e também porque ela não era uma nômade do ar normal, desesperada e perdida na mata escura correu até cair em cima de uma pedra, ela não via nada,só a escuridão, aproveitando esse momento ela recolheu sua cabeça sobre os joelhos e começou a chorar baixinho Ai se sentia triste, ninguém confiava nela, ninguém lhe dava credito e em meio ao seu choro desesperado ela começou a fazer uma súplica:

 

         _Espíritos, sei que sou a pior nômade do ar de toda historia, mas se tiver algum espírito nessa floresta, me guie até um caminho seguro para que eu não fique perdida pois tenho muito medo de baratixa(3)

 

         Ai Akira chorou e continuou a caminhar até chegar a uma clareira totalmente aberta, as nuvens tinham ido embora e as estrelas estavam iluminando aquele campo que apenas tinha grama e algumas alfazemas. Akira ficou feliz, primeiro porque um campo aberto não era tão perigoso quanto à mata fechada e seu irmão poderia acha - lá mais facilmente segundo e mais importante: Algum espírito tinha lhe ouvido.

 

         _Obrigada espíritos, Obrigada!

 

Ai saiu correndo e girando pelo campo de alfazemas aproveitando a brisa noturna. Porém ela não esperava ouvir uma resposta;

 

         _Pode fazer silencio? Por favor, eu acabei de treinar só quero meditar. –

 

Kyou também estava no campo de alfazemas, cansada de tanto treinar estava tentando se recuperar de uma dor de cabeça que sentiu por conta da aglomeração de pessoas, porém um detalhe importante é que ela ainda usava sua fantasia de espírito... O que causaria um pequeno mal entendido.

 

—Oh espírito branco e vermelho! Aquele da famosa lenda.

 

Akira Ai caiu surpresa, ela acreditou que estava vendo um espírito de verdade. Por outro lado Kyou achou que aquilo era um elogio a sua roupa, e que ela estava fantasiada de nômade do ar já que não possuía as tatuagens, então decidiu continuar a “brincadeira”:

 

—Eu mesma... Fácil de me reconhecer não é mesmo?

 

—Com certeza... Obrigada por me mostrar o caminho! Posso conversar com você grande espírito?

 

Kyou achou estranho, mas entendeu que a garota queria falar com ela por algum motivo e a seguiu desde o festival:

 

—Você queria vir até aqui? E sim, já estamos conversando afinal. – A avatar não deu muita atenção, haviam muitas pessoas alcoolizadas no festival que falavam coisas sem nexo. -

 

—Não até aqui exatamente... Sabe espírito você poderia olhar para mim e enxergar com seus olhos o meu problema?

 

Kyou a olhou e entendeu que estava falando da fantasia:

 

—Falta à seta, já vi nômades do ar, eles tem tatuagens azuis na cabeça e nas mãos.

 

—Sim! Exatamente isso! – Ai ficou comovida ao entender como que o espírito era sábio-

 

—Não acho que isso seja um problema grande, consigo perceber que você é uma nômade do ar.

 

Neste momento Ai ficou com olhos marejados de emoção.

 

—Obrigada!

 

—O que mais queria dizer?

 

—Você sabe onde está o avatar, grande espírito?

 

Neste momento Kyou ficou assustada, se ela a seguiu havia visto ela treinar e então ela teria desconfiado que ela era avatar? Porém ela não demonstrou nada. Apenas levantou e respondeu:

 

—Ninguém sabe nada do Avatar.

 

Ai estranhou os movimentos de Kyou e percebeu que não era um espírito, sentiu- se decepcionada, mas não deixou transparecer. Apenas perguntou:

 

—Existe alguma cidade aqui perto?

 

—Sim.

 

—Estava tendo algum tipo de festival lá?

 

—Obviamente. - Kyou estranhou, se ela estava fantasiada como não saberia?-

 

—Entendi, tem alguma hospedagem por lá?

 

Akira Ai estava envergonhada e isso era notável em sua voz e mesmo em seu rosto, ela sempre passava por situações constrangedoras e mesmo assim não se acostumara a “pagar mico”, porém sabia bem como disfarçar.

 

—Sabe onde posso me hospedar por um preço bem barato?- Akira Ai esboçou um sorriso forçado para disfarçar sua vergonha- Pode não parecer mas sou uma nômade de verdade e estou perdida.  

 

Kyou olhou a garota estranha de cima a baixo, suas roupas rasgadas cheias de folhas e seu cabelo cheio de terra, ficou com pena dessas pessoas desabrigadas e para aumentar sua piedade começou a cair uma chuva que só fazia engrossar.

 

—No armazém da minha casa, você pode passar a noite lá.

 

—Sério? Muito obrigada! Nem sei como agradecer!

 

—Sim, mas de manhã você vai embora.

 

Kyou seguiu mostrando o caminho para moça um tanto arrependida, pois a mesma não calava a boca um segundo sequer, ela estava narrando seu dia todo.

 

—Você está percebe que não estou ouvindo uma palavra do que esta falando?- Kyou disse de um modo ríspido, para combinar com seu humor que havia mudado drasticamente. -

 

 

—Mas me sinto aliviada só por contar a alguém.

 

Akira Ai esboçou um sorriso infantil, provavelmente sem nem perceber que a paciência de Kyoshi havia se esgotado. -

 

Durante o caminho elas se depararam com um íngreme pedaço de estrada que havia sido mal tratado pelas chuvas. A nossa Avatar em apenas um movimento pavimentou o trecho novamente e a jovem nômade se impressionou de maneira desigual ao tamanho do ato.

 

—Uau!  Você é uma dobradora de Terra? Que legal! É a primeira vez que vejo um, fico pensando nas varias coisas que dá para fazer. Sabia que sou a única nômade do ar que não dobra? Não sabia? Santo Monge! Meu nome e Akira Ai e eu sou templo do ar do sul que é bem depois da praia! Falando nisso você é tão branca né? Por que não pega um sol?-

 

Akira ai começou a falar e falar, mas Kyou já estava tão à frente que nem sequer parecia ouvir (E não estava ouvindo mesmo). Um súbito lampejo na mente de Kyou a fez parar, subitamente ela fez uma proposta que soaria estranho a Ai.

 

—O que acha de me mostrar alguns movimentos de dobra de ar?

 

Kyoshi perguntou despretensiosamente, porém, a expressão de surpresa e incompreensão de Akira Ai foi sua única resposta, ela desistiu e voltou a andar sem dizer mais nada, logo surgiram outros assuntos da boca de Akira ao longo do caminho.

 

A chuva aumentava e já podia se ver as luzes das casas longinquamente, Kyou apertou o passo para chegar mais rápido já Akira ai paralisou- se na chuva. Quando a jovem avatar olhou para trás notando o silêncio (coisa rara até o momento), viu Akira dizer:

 

—Eu sou um fracasso como nômade do ar.

 

—An? –Kyoshi entendeu o que havia sido dito, porém não entendeu o contexto daquela declaração-

 

—Eu não posso te mostrar nada por que sou um fracasso. - Os cabelos de Akira caiam encharcados sobre o rosto e no meio de tanta água não era possível saber se ela estava chorando ou não –

 

—Sei... Então é só você treinar.

 

Kyou foi a mais indiferente possível, pois não havia enxergado os sentimentos da nômade, e mesmo que tivesse visto não poderia compreender então continuou seu caminho andando ate que sentiu o doce som do silencio novamente... E ao observar viu a garota desmaiada ali no chão, Kyou não se espantou, caminhou até a pequena nômade de 1,40 e confirmou que estava respirando, a segurou no colo carregando até sua casa e se arrependendo eternamente de adotar por uma noite aquela garota tagarela.

 


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Notas finais do capítulo

Comentem que eu demoro menos para escrever(é sério, ja fiz o teste).



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