Write My Song escrita por LITTLELIRA


Capítulo 2
Just One Day


Notas iniciais do capítulo

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
—Maria Julia Paes de Silva
Boa leitura :3



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Era por volta das 10:30 da manha quando cheguei naquela cidade, mas ainda não estava preparada para conhecer o tal Will, a verdade é que eu não queria nem ouvir esse nome. Havia algumas lojas e decidi entrar em uma já que precisava comprar algumas coisas para mim. Cantava o refrão de uma musica qualquer bem baixo nos corredores de prateleiras da loja consideravelmente vazia enquanto pegava tudo o que precisava.

Hey, I just met you,
And this is crazy,
But here's my number,
So call me, maybe
It's hard to look right,
At you baby,
But here's my number,
So call me, maybe.

—Droga ! - murmurei a mim mesma, eu era, infelizmente, baixa e simplesmente não conseguia alcançar o que eu queria. Quase morri pra pegar e quando acontece, esbarro em alguém que me faz deixar tudo o que peguei cair.

—Bela voz, -Alguém diz me ajudando com o que caiu, como eu disse a loja estava QUASE vazia.– me desculpe.

—A culpa é minha e... obrigada. - Sinto minhas bochechas esquentarem. O garoto era bonito, um pouco mais alto que eu, cabelos escuros e olhos lindos. Ah aqueles olhos, profundos, azuis acinzentados, lindos. Perfeito era a palavra e não era pra menos, o jovem astro tinha que se cuidar.

—Precisa de ajuda? -ele pergunta interrompendo meus pensamentos. - Parece pesado.

—Não me parece uma boa ideia senhor modinha.

—senhor modinha?

—sim.- respondo e ele sorri.

—Tudo bem, eu juro que não vou te sequestrar.- ele diz sério e depois sorri.

—Nem é uma má ideia - murmuro pra mim mesma, mas é claro que ele ouve.

—Então não ha problema se eu lhe ajudar.- Ele me ajudou e flertou comigo algumas vezes. Já estávamos fora da loja e ele com metade das minhas sacolas.

—Posso acompanhar esta bela jovem ao seu destino?-Ele pergunta.

—Talvez esta bela jovem não tenha um destino.-Respondo.

—Neste caso, eu poderia levá-la a um lugar?

—Claro.

Eu tenho problemas mentais, de certo modo ele era um estranho, ninguém com a mente sã sai com um estranho qualquer pra sebe se lá onde. Estava dentro de um carro, com um garoto do qual, apesar de já ter visto, eu não conhecia e aparentemente indo a um lugar total e completamente desconhecido. Mesmo nesta situação, não conseguia ficar preocupada. Era um estranho em quem eu confiava plenamente por motivos que eu não compreendia.

Não demorou para que chegássemos a uma praia, mas a mesma estava deserta. Eu já estive aqui, por pouco tempo e fui em poucos lugares mas o suficiente para saber que estávamos bem afastados do resto de Azalea. Era bonito demais e eu com certeza lembraria daquilo quando voltasse para Kragmont.

— Também fiquei assim quando vim pela primeira vez. - Ele diz me olhando.

— faz muito tempo?

— Muito. - Diz sorrindo, provavelmente se lembrando do acontecimento. - Meu pai me trouxe aqui quando eu era menor, vínhamos com freqüência e aprendi a surfar aqui.

— Não me parece convidativo - Digo me referindo ao mar que apesar de ser lindo estava agitado demais para que alguém consiga entrar sem se afogar.

— Não é tão difícil e perigoso quanto parece.

— Como ele é?- Pergunto depois de um minuto de silêncio.

— Não sei, não me lembro dele.

— Entendo.

— Entende? - Ele pergunta incrédulo.

— Sim, um pouco. Meu pai é um estranho pra mim.

— Não vejo meu pai à muitos anos. - ele diz.

— Nunca vi meu pai.- Digo finalmente. - Mas recentemente ele descobriu que eu existia e aqui estou eu.

— Se vai vê-lo hoje porque me disse que não iria a lugar algum.

— Não quero vê-lo.

— Se não queria, porque veio?

— Talvez um dia eu te conte.

— E porque não agora?

— Porque não é o momento certo.- E então ele sorriu. O sorriso mais lindo que já vi em toda minha vida e que me fez sorrir junto a ele, mas também fez com que, por um segundo, uma imagem viesse aos meus pensamentos. Não era apenas uma imagem era um sorriso Igualmente importante, igualmente bonito, mas igualmente destinto. Tão rápido quanto veio, ele desapareceu deixando-me intrigada e silenciosa, com um sentimento que nunca havia tido até agora. Depois disto vários assuntos mais interessantes surgiram e risadas encheram o local.

A manha já havia passado e eu continuava ali, com ele. Em algum momento um silêncio havia se instalado naquele local, quando de repente senti meu corpo sair do chão e fui carregada, pelo não mais estranho garoto ao meu lado, em direção ao mar. Sem dar-me tempo para um possível protesto ele entrou no mar magnificamente enfurecido fazendo-me ficar apavorada.

— está com medo?- ele me pergunta rindo.

— O que você acha?

— acho que devia ficar calma e aproveitar.- ele diz jogando água em mim, iniciando uma Guerra de água.

Estava disposta a aproveitar cada segundo como se fosse o ultimo e imortalizar este dia pra que ele jamais me esquecesse. Não queria que este dia acabasse.

***

Sentados novamente, em um abraço de lado vendo o pôr do sol depois do melhor dia da minha vida, aquele momento era, de certo modo, mágico. Mas sabia que estava acabando. E então naquele exato momento recebi uma mensagem.

—Preciso ir - Aviso-o.

Tudo o que menos queria era que esta hora chegasse, mas era inevitável. Respondi a mensagem dizendo onde estava. Red Mountain.

—Posso te acompanhar.

— Não precisa. - Suspiro - Foi um ótimo dia.

— E já está apaixonada?

— Não - Digo entre risos.

— Um dia acontece. - Ele diz dando de ombros.

— Talvez um dia. - Me viro e vejo o carro de Chris que deveria ter demorado um pouco mais.

— Espera, eu nem sei seu nome.

— Não precisa saber - Digo o encarando.

— Quando te verei novamente? - Ele pergunta.

— Eu ... não sei. Pode me ligar, quando quiser.

Não disse mais nada permitindo que o silencio se fizesse presente, ele me olhava profundamente e pude ver em seus olhos algo parecido com a tão conhecida preocupação, mas havia também um brilho indecifrável em seu olhar que quase magicamente fez-me perceber o que viria a seguir.

Senti seus lábios nos meus em um beijo calmo e único, mas também urgente, como se fosse impossível vivermos sem o outro, mas aconteceu o inevitável. A separação.

E por fim caminhei em direção ao carro de Chris.


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Notas finais do capítulo

Leu? Gostou?
Podem conversar comigo, ok? Adoro um bom papo.
Beijo e queijo.
*3*



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