– Não é tão bom como o do café, mas... – Steve coloca a caneca com o liquido quente na frente da ruiva que está sentada em uma poltrona olhando o céu da janela que ficava a sua frente.

– Obrigada – Ela sussurra, pegando e levando a boca provando um pouco. – Está uma delicia.

– Você não falou nada ainda... – Ele faz uma pausa. Então se senta no outro sofá

– Não é todo dia que eu descubro que o cara que eu tô afim... É o Herói que todo mundo fala por ai

– Desculpa, por não ser só o Steve que você conhecia.

– Eu não disse que era ruim

– Não? – Ele questiona intrigado

– Você é um herói Steve, isso só me faz te admirar mais ainda.

– Eu te coloquei em perigo – Ele sussurra como se aquelas palavras o martirizassem demais

– Não – A palavra sai antes de a ruiva pensar em falar.

– Sim, eles vinheram te atacar porque você é importante pra mim... – As palavras a paralisam por um instante... Ela era importante pra ele, era importante para alguém, isso era tão estranho.

– Eu... – As palavras engasgam na sua garganta – Eu... Sou importante pra você? – ela o encara seus olhos azuis estão brilhando, enquanto a fita.

– É claro que é... Eu não sou o tipo de cara que está com uma pessoa se ela não é importante – Ele faz uma pausa – Eu não sou do século que as pessoas “curtem” – Ela sorrir do comentário dele.

– Eu não quero que você me afaste, por causa desse cara que me atacou – Ela pede séria. Saindo da poltrona e ficando agachada aos seus pés pegando em suas duas mãos enquanto o encara.

– Eu não posso te deixar em perigo.

– Se eu estiver com você, eu não vou estar em perigo, você vai me proteger.

– Eu vou sempre te proteger... – Antes de ele terminar a frase Natasha cobre seus lábios com o dela, em mais um beijo, suas mãos estão seguras uma na outra, seus lábios estão colados e tudo parecem está bem naquele momento, pelo menos naquele momento.

– Eu não quero ficar longe de você – Ela afirma assim que o beijo finaliza

– Não vai... – Ela brinca com suas mãos que ainda estão unidas

***

Num mundo de verdades e mentiras, todos temos medo da mentira, mas apenas os tolos tem medo da verdade... Eu nunca tive medo de mentiras, nunca tive medo de ser uma mentirosa de me reinventar a cada nova missão em uma nova historia uma nova pessoa, mas diante disso tudo eu tenho que admitir que eu tenho medo da verdade, tenho medo de saber quem eu sou de verdade, tenho medo de quando tudo isso acabar não ter sobrado nada mim realmente, nada suficientemente para eu conseguir viver uma vida com Sophie.

Eu sempre pensei em salva-la desde o dia que a H.I.D.R.A. nos pegou, mas eu nunca pensei em o que seria de mim se um dia conseguisse talvez a morte fosse a melhor opção pra nós duas, talvez quando isso acabar eu tenha me tornado alguém pior que eles.

Estou correndo em uma rua escura e destruída, ha pessoas mortas em todo lugar que olho, há fogo também. Um prédio está pegando fogo eu ouço os gritos de Sophie pedindo por ajuda, mas quanto mais eu corro para chegar ate ela, mas longe eu fico, mesmo assim consigo vê-la, ela esta em uma janela e o fogo começa a tomar conta do seu corpo, eu fiz aquele incêndio, eu estou a queimando... Eu a matei.

Caio de joelhos no meio dos destroços de frente para o prédio, eu estou chorando, eu nunca choro, mas não consigo me controlar dessa vez.

Sinto braços fortes me confortarem em um abraço eu sei que é ele, mas por que ele esta aqui? Eu o enganei mentir, trair... Ele não devia está me ajudando.

– Tudo vai ficar bem – Ele sussurra enquanto choro – Confie em mim.

– Eu confio – murmuro entre soluços, mas quando volto a olha-lo sua boca começa a sair sangue e ele cai no meu colo...

– STEVEEEE – Meu grito é tão forte que se perde em determinado momento em minha garganta – Não... Não... Não esse não era o plano eu não iria te matar... Eu juro. – Ele dá um leve sorriso ainda consciente.

– Tudo bem, vai ficar tudo bem...

Meus olhos se abrem e eu me sento com o impulso do meu corpo, estou lavada de suor, meu coração está acelerado demais para eu controlar com minha respiração preciso de um momento para assimilar onde estou.

O quarto de Steve, ele me obrigou a dormir aqui, com medo de um novo ataque, coloco meus pés no chão gélido e então saiu do quarto indo direto para a sala ele está dormindo lá. Paro atrás do sofá e o observo ele esta tão sereno.

O que eu tô fazendo? É tudo que me pergunto. Em quem eu me tornei? Eu nem me lembro de quem eu sou mais, na verdade acho que eu nunca fui ninguém e é por isso que tenho tanto medo da verdade.

O mais próximo que já tive da humanidade de ser alguém, é sendo essa mulher Natasha Romanoff e ela não passa de uma grande mentira.

Faço a volta e vou até onde Steve esta deitado no colchão no chão então puxo a coberta e me deito ao seu lado me aconchegando em seus braços, eu não sabia o que estava fazendo, mas tudo o que eu queria nesse momento era um pouco de verdade e por incrível que parece Steve me dava isso.

Ele se mexe quando meu corpo esta colado a seu, viro meu pescoço para olha-lo ele abri levemente os olhos me fitando sem entender.

– Desculpa, mas eu tive um pesadelo, não quero ficar lá sozinha – murmuro.

Ele da um leve sorriso e passa os braços em torno de mim, aconchegando mais ainda.

***

Quando o sol dá as caras eu já estou longe do apartamento do capitão, ainda o deixei dormindo. Seria melhor assim sem perguntas ou proteção demais... Ontem já foi o suficiente para o resto da minha vida.

– Cadê o chefe? Eu preciso falar com ele – Pergunto, mas não espero resposta vou indo direto a sua sala, eu tinha três opções depois do que aconteceu.

Primeira eu fugia salvaria minha vida e mataria minha irmã como uma covarde o que nem era uma opção valida na minha cabeça, segundo contaria tudo ao capitão contando com a bondade dele para compreender tudo o que eu fiz e talvez arriscar a vida da Sophie confiando a vida dela a alguém que estaria bravo e com certeza sem nenhuma confiança em mim, eu não sou muito boa em ter expectativas com outras pessoas, e enfim a terceira opção voltar a H.I.D.R.A. descobrir o que aconteceu ontem e contar com a sorte de Bucky não ter aberto a boca e se isso tivesse acontecido morrer ao lado da minha irmã, pelo menos eu não a deixaria em momento algum.

E aqui estou eu com minha terceira opção a enfrentando.

Abro a porta da sala sem nenhuma cerimônia dando de cara com o homem sentado em sua cadeira atrás da grande mesa com os olhos fixos na porta.

– Estava a sua espera Romanova – Ele fala assim que me ver

– O que diabos aconteceu ontem? Você mandou me matar? – Caminho ate ele o questionando

– Eu não ia te matar, você é a melhor não desperdiçaria tanto – Ele é irônico.

– O que você ta dizendo? Aquele cara apontou uma arma na minha cara... Tenho certeza que ele não iria errar

– Você estava com seu capitão ele tá apaixonado não deixaria nada acontecer com você.

– Porque você tem tanta certeza?

– Porque o amor ridículo dele por você tá despertando algo bom em você também

– O quê? – Que conversa ridícula e sem cabimento era aquela.

– Você mentiu pra nós Romanoff... Mereceu o susto para se lembrar de quem somos e o que fazemos

– Do que você ta falando?

– Você teve acessos aos documentos que agente 13 deu ao capitão, eram coordenadas de onde o soldado invernal esteve e onde ele estaria... ERA IMPORTANTE – ele grita, mas nem me movo. – Se não tivéssemos alguém lá para me contar todos os seus passos não teríamos achado o amiguinho do capitão primeiro. Porque você não contou viúva? Han? – Ele se levanta caminhando ate mim segurando meus ombros e me colocando sentada na cadeira – Proteger seu capitão? Nutrindo sentimentos por ele?

– NÃO... E você está me espionando agora? Não confia em mim? – Falo mais alto que seu tom de voz

– Cala boca quem faz as perguntas aqui sou eu e não? Tem certeza? Então me dê um bom motivo pra confiar novamente em você – O que vou falar? Eu te odeio e não te contei porque estou formulando um plano pra acabar com tudo.

– Eu não fiz por ele... Eu só estava esperando por mais, só eram coordenadas... E ate então eu nem sabia nada sobre o soldado invernal, sobre ele ser amigo do capitão... Eu não estou nutrindo sentimentos por ele isso é ridículo

– Ok vou fingir que acredito em você e te dar mais um chance...

– O Steve confia em mim ele me contou sobre o capitão América... – Eu precisava que ele confiasse em mim.

– Isso bom, muito bom, tá vendo o ataque não foi de todo mal – Ele sorrir e a vontade que tenho é de atirar em sua cabeça.

– Viu? Eu não tô do lado dele, eu sei que não posso fugir do meu destino... Eu ainda sou a mesma pessoa de todas as outras missões – Certifico.

– Eu espero que seja... Mas caso você esqueça eu tenho um lembrete ainda melhor pra você – Meu coração gela

– O que você fez? – Eu estava tentando ser forte, mas um nó formava na minha garganta.

– Como prêmio por ter avançado na missão você pode ir vê a Sophie, talvez cuidar dela por um tempo...

Levanto-me desesperada, se ele tiver tocado nela eu vou mata-lo.

***

– Nat – Sua voz é fraca. Corri ate ela quando a vejo no fundo do quarto escuro, ela esta jogada, e fraca a marcas por todo o seu corpo, o nariz está sangrando e a cortes eu seu rosto também. Eu não choro ha muito tempo não faço isso, mas meu coração esta em pedaços estou destruída e uma raiva, um ódio tão grande mais do que eu já sentir em toda a minha vida toma conta de todo o meu corpo eu iria mata-lo da pior forma possível e não ia poupar esforços para isso.

– Minha pequena – ajudo a levantar e ir deitar na cama. Ha uma tigela com água quente, toalhas e um quite de primeiro socorros.

Limpo suas feridas e faço curativos, limpo seu corpo e rosto também e dou um jeito em seus longos cabelos ruivos também lhe dou alguns remédios para dor, e a deixo o mais confortável possível.

Não queria deixa-la e ela me implorando por isso era mais difícil ainda, mas um dois capangas da H.I.D.R.A. vêm me buscar depois de algumas horas isso foi o maior tempo que conseguir para ficar com ela em anos.

***

– Você deu sorte eu vim hoje para te matar – Natasha declara assim que entra na sala onde se encontra Bucky

– Você é bem confiável – Ele é irônico

– Ontem eles tentaram me matar... Eu escondi algo deles.

– O que vai fazer?

– Eu não posso mais lidar mais com a H.I.D.R.A. não depois de hoje, eu vou precisar de ajuda vamos colocar um fim nisso. Eu preciso que confie em mim, Porque eu vou confiar em você.

– Como vamos fazer isso? – Ele é direto

– Eles têm minha irmã, eu faço tudo por ela... Eles a machucaram eu nunca mais vou deixar que eles toquem nela novamente... Eu não importo o que aconteça comigo, eu só preciso que a salvem.

– Que salvem?

– Nós e os vingadores...