O Preço da Traição escrita por Massie


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

O ultimo de hoje, espero que gostem



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Eu estava no meu quarto, havia acabado de sair do banho, não estava me sentindo muito bem porque no dia anterior eu havia pego uma chuva daquelas. Parecia que tinha levantado trezentos quilos com as pernas e os braços em uma academia, minha cabeça girava, minha garganta estava em brasa e meus olhos miúdos. Eu estava olhando o movimento da rua pela minha janela - sim, minha vida era bem interessante – quando de repente eu vi um carro parando de frente para casa da Karina, não demorou para ela sair da casa mais linda do que nunca e o dono do carro também saiu dele e era nada mais nada menos do que o Bernardo. Ele pegou sua mão e depositou um beijo na mesma, Karina sorriu. Ele abriu a porta do carro pra ela e ela entrou, ele entrou logo em seguida e o carro rapidamente partiu. Eu senti um embrulho no estomago e não era ânsia. Eu senti um bolo na garganta e não era culpa da ardência. Será que homem tem TPM? Porque eu desconfiava que eu estava com essa parada ai.

Bem, já que eu havia perdido a Karina antes mesmo de tê-la, eu resolvi seguir com a minha vida, eu sei, eu sei, você deve estar me chamando de trouxa, covarde, retardado e várias outras coisas, mas é que eu vi que ela não estava interessada em mim, ela estava interessada em outro e eu não sou o tipo de cara que atrapalha o lance dos outros. Nunca faça com as pessoas aquilo que você não quer que façam com você. Esse era meu lema e eu procurava segui-lo á risca.

Resolvi deitar, eu realmente não estava bem, e eu estava falando da gripe, só pra deixar claro. O que pareceu ser uma eternidade depois eu acordei, na verdade minha mãe me acordou.

– E ai mãe, qual é?

– Levanta Pedro, tem visita.

– Diz que eu to dormindo né!

– Mas você não está dormindo.

– Mas eu estava antes da senhora me acordar, e pretendo voltar a dormir – Virei a cabeça para o outro lado e puxei o edredom até a cabeça.

– Só pra deixar claro, é a Karina que está lá em baixo – Abri os olhos rapidamente, mas não me mexi.

Eu poderia ter levantado em um pulo, esquecido que estava doente e ter corrido para vê-la, mas não, homem também tem orgulho ferido e o meu estava bem… Bem ferido. Aliás, o que é que ela queria comigo? Ela não tinha saído com o namoradinho dela? Só me faltava ele ter pedido ela em casamento e ela ter ido à minha casa para me convidar pra ser padrinho.

– Já disse pra senhora falar que eu to dormindo.

– Pedro levanta dessa cama agora!

– Ahh mãe, qual é cara, eu não to bem – Sentei na cama e puxei o edredom junto, e eu realmente deveria estar parecendo um zumbi do resident evil porque minha mãe arregalou os olhos e aproximou-se colocando a mão sobre minha testa.

– Ô querido, você realmente não está bem – Fiz bico. O que? Sou muito manhoso quando to dodói – Vamos fazer assim, você desce pra ver a Ka e aproveita e toma um remédio – Revirei os olhos.

– Tudo bem – Levantei e do jeito que eu estava eu desci. Cabelo desgrenhado, moletom cinza, pele mais branca que papel e com o edredom em volta de mim, fora o bafo, certeza que eu tava com bafo, mas eu estava me fodendo pra isso.

Entrei na sala e vi Karina sentada no sofá, suas mãos estavam sobre seu colo, ela parecia meio nervosa. Será que aquela minha brincadeira dela ter sido pedida em casamento e ter ido à minha casa para me chamar pra ser padrinho era verdade?! Tentei sair dali, mas minha adorável mãe não me permitiu. Me aproximei e sentei-me na poltrona que havia em outra extremidade da sala, ela me olhou e sorriu, e eu juro que tentei não sorrir de volta, mas falhei nessa missão.

– Boa – Olhei para a janela e vi que do lado de fora já estava escuro – Noite.

– Boa noite – Me respondeu quase sussurrando. Então ficamos em silêncio até minha mãe quebrá-lo entrando na sala com um comprimido e um copo de água.

– Pedro daqui á quatro horas você vai ter que tomar de novo, não se esquece, eu não vou estar aqui pra te lembrar, vou levar a Tom Tom pra casa da sua tia e irei ficar por lá mesmo.

– E eu não vou também por quê?

– Porque eu sei que você acha um porre ficar no meio de um monte de mulher.

– Tá certa.

– Bem, eu vou indo.

– Deixa eu dar um beijo na Tom Tom antes.

– Nada disso, você está doente, não quero que ela pegue gripe – Revirei os olhos – Bom, boa noite pra vocês.

– Boa noite Delma – Karina levantou-se e beijou o rosto da minha mãe, ela saiu da sala deixando eu e Karina sozinhos novamente.

– Você está bem? – Karina me olhou franzindo o cenho.

– Estou sim, é apenas uma gripe boba – Ótimo, minha voz estava ficando nasalada.

– Não parece boba.

– Bom… Você veio me falar alguma coisa?

– Ahh eu… – Karina colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. Naquele momento ela parecia mais uma garotinha tímida, e não uma garota determinada como ela sempre me pareceu ser – Ahh sei lá, eu… Queria saber se você queria fazer alguma coisa – Ergui uma sobrancelha.

– E, o Bernardo não vai ficar chateado porque você está aqui não?

– E por que ele ficaria?

– Ué, vocês não estão juntos? – Isso ai garoto finja que não liga.

– Não, somos apenas amigos, os boatos que corre pela escola não procedem.

– Serio? Por que ao ver de todos, vocês parecem mais que amigos – Bocejei despreocupadamente e me acomodei melhor na poltrona.

– Como eu disse, é tudo mentira.

– Hum – Joguei minhas pernas em cima de um puff e cruzei os braços.

Karina parecia ainda mais desconfortável. Ela usava um vestidinho delicado creme com algumas flores vermelhas e brancas espalhadas por todo ele e em sua cintura havia uma fita de cetim na cor vermelha. Seu cabelo estava preso de lado deixando alguns fios soltos na frente e sua maquiagem estava leve. Ela estava perfeita e eu fiz uma inspeção completa e ela só não percebeu porque estava olhando para um ponto qualquer da sala.

– Bem eu… Acho que vou indo – Karinalevantou-se e eu permaneci no mesmo lugar. O que? Só menina que pode fazer draminha é? Eu sei que é outra palavra, mas mantemos a compostura – Então… É… tchau.

– Espera ai Ka – Okay, chega de drama, falei mesmo. Ela finalmente me olhou firmemente nos olhos e sorriu e droga, aquele sorriso… Levantei-me e me aproximei um pouco dela - Você quer assistir um filme, sei lá?

– Não sei, você não me parece muito bem – Eu não sabia se eu estava vendo coisa onde não tinha, mas ela me pareceu feliz pelo convite.

– Imagina, como eu disse é apenas uma gripe, não estou tossindo nem nada. E então, você aceita meu convite?

– Tudo bem – Eu nunca havia me controlado tanto para não abrir um sorriso de orelha á orelha.

– Se importa de ser no meu quarto? É que os filmes estão lá.

– Claro que não.

– Então vamos – Me aproximei dela e virou, coloquei a mão em suas costas para guiá-la até a escada e eu senti choques percorrendo minha mão. É, eu sei, eu era tão mariquinha.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando do Bernardo? E o que vcs acham que vai acontecer? Comentem



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