Por trás do seu sorriso escrita por Tatá Mellark


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oiii!! Gostaria de ter voltado antes, mas estou correndo com um trabalho da facul, meus avós estão doentes e tenho que tomar de conta e não deixar a casa desabar por enquanto! kkkk
Espero que estejam gostando da fic! Quero trabalhar nesse fim de semana em capítulos novos e postar o mais breve possível, então fiquem de olho ;D
Boa leitura!



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– Alunos, essa matéria é de suma importância para a prova que vocês farão em duas semanas. Gostaria de saber quem está encontrando dificuldade na resolução das questões, levante a mão por favor.- diz o professor de cálculo, sério como de costume.

Não tive a menor vergonha ao erguer minha mão ao lado de uma grande quantidade de alunos da minha sala. As duas primeiras aulas de cálculo eu estava até conseguindo acompanhar, mas a matéria que o professor deu hoje não está entrando de forma alguma na minha cabeça.

– A quantidade foi maior que na outra turma e isso não é muito bom, aconselho que vocês venham para a monitoria nos dias de terça e sexta das 16h as 18h.- diz anotando na lousa o horário e o número da sala que se realiza a monitoria.- Vocês estão dispensados.

– Melhor você fazer a monitoria, gatinha.- escuto Thomas dizer da cadeira na minha frente, sim ele sentou ali novamente, mas nessa aula se limitou a fazer anotações em vez de piadas idiotas.

– Já disse pra não me chamar assim.- esbravejo.

– Eu sei que você gosta...- provoca.- Mas sério, as monitorias ajudam muito e se você está com dificuldade deveria vir.

– Obrigada pelo conselho, veterano.- respondo simplesmente.

– Você fica mais bonita quando não responde tudo rispidamente.- diz e segura meu queixo me fazendo o olhar.- Agora tenho que ir, gatinha!- se despede e antes que eu pudesse fazer algo ele beija minha bochecha e sai da sala como um raio.

Não sei se estou vermelha de raiva, de vergonha ou por conta do calor que se espalhou a partir do local onde ele me beijou. Droga! Não queria me sentir atraída por aquele imbecil, tem algo nele que me mexe comigo profundamente, na maioria das vezes isso acarreta a minha irritação, mas dessa vez me deixou com a estranha vontade de sentir novamente seu toque.

Balanço minha cabeça na tentativa de afastar o assunto "Thomas" para o fundo da minha mente, não posso ficar pensando nele, principalmente por ter de me concentrar em cálculo. Todos que conheço na área da engenharia dizem que cálculo é o terror da faculdade e se em menos de uma semana eu estava com dificuldades quer dizer que tenho que correr atrás o mais rápido possível, antes que eu fique completamente perdida naquela imensidão de propriedades, fórmulas e números.

Espero por Olívia no térreo antes de irmos de escada para o andar do estacionamento. Estamos quase no carro quando sem fazer barulho Oli me para e aponta para o lado oposto do estacionamento onde Thomas está em uma conversa com um homem estranho, considerando que o mesmo possui facilmente dois metros de altura, negro e parece ser muito forte, vestido no maior estilo segurança de patrão.

Inicialmente penso que não temos nada a ver com aquilo e continuo caminhando para o meu carro que está não muito longe do Thomas e seu amigo. Já estava pegando minhas chaves quando Olívia me para de novo quando estamos próximas o suficiente para escutar um pouco do que eles falam.

Isso é verdade, Ralf?- diz Thomas irritado.

Não diria se não fosse, garoto.- responde em uma voz grave o tal Ralf.

Vou pedir para o Ian cuidar disso para mim então.- declara Thomas e passa as mãos bagunçando os cabelos em sinal claro de irritação e nervosismo.

Não faça isso, apenas deixe como está e tome cuidado. Agora tenho que ir. Tente não matar o Tinoco essa semana.- se despede de forma amistosa dando um abraço rápido em Thomas antes de sumir dentro de um carro preto.

Não sabia o que pensar sobre isso, obviamente isso não é da minha conta, mas que é estranho é. Quem seria esse Ralf? E do que eles estariam falando? Será que esse Tinoco é o meu professor e coordenador do meu curso? São muitas perguntas sem respostas e que provavelmente nunca serão respondidas, afinal não iria dizer para o Thomas que por influencia da minha melhor amiga o espiamos falando com um cara no estacionamento da faculdade, nem tenho motivos para isso.

***

Tarde de sexta-feira e eu aqui voltando para a faculdade em busca de uma luz no meio dessa tempestade de Cálculo.

Olívia: Você vai mesmo para essa monitoria hoje?

Eu: Vou sim, já estou chegando na sala. Na volta ainda vou ter que pegar o Júlio na aula de robótica dele...

Olívia: Sério? Tudo bem então, vou me enfiar nesse livro que meu professor indicou/nos obrigou a ler.

Eu: Sorte aí na sua leitura chata!

Olívia: Sorte aí com seus números chatos!

Guardo meu celular quando encontro a sala onde está acontecendo a monitoria, bato na porta como de costume e quando a abro para perguntar se posso entrar meu corpo trava. Isso é pode ser brincadeira.

– Oi gatinha, senta aí, você chegou bem na hora!

Não pode ser verdade aquilo. Thomas era o monitor de cálculo? Como ele pode ter reprovado a cadeira e ser o monitor da mesma? Atônita sigo para uma das cadeiras vagas, a maior parte da turma de hoje era de garotas, os caras estavam sentados mais atrás com caras de quem não queriam estar aqui. Pego meu material lentamente enquanto escuto Thomas tirar a dúvida de uma menina na mesa dela do outro lado da sala.

– Bem pessoal, vamos começar! Na minha particular opinião e Sr.Tinoco ensina de uma forma muito mais complicada essa matéria, que é sim importante no primeiro semestre.- diz ele parecendo sério comparado ao Thomas que estou acostumada. - Vou anotar algumas dicas aqui no canto do quadro e fazer algumas questões como exemplo. Qualquer dúvida me chama que eu vou até sua mesa se preciso.- depois que ele se virou para lousa e começou a escrever, me volto para o meu caderno e tento me concentrar, vim aqui para estudar e é isso que vou fazer!

Por mais que seja difícil admitir, ele é muito bom nisso de ensinar. Além de ele mostrar uma forma mais fácil ele é divertido durante a explicação. Juro que ouvi diversos suspiros por parte das meninas sentadas ao meu redor e alguns comentários sobre o quão inteligente e bonito era o monitor e não sei se concordava com elas ou cortava as línguas delas foras, mas tenho a leve impressão que eu não deveria querer nenhuma das duas coisas.

– E aí, gatinha? Tá entendendo melhor agora?- pergunta Thomas surgindo do meu lado.

– Até que para um babaca você ensina bem.- elogio do modo que menos parecesse um elogio que consegui pensar.- Mas como você pode ser monitor e ter reprovado a cadeira?

– Eu nunca disse que reprovei a cadeira, você que tirou essa conclusão, gatinha!- diz abrindo um sorriso que fez sua covinha surgir.

– Então como você assiste as aulas de cálculo I e ainda é o monitor da matéria?- questiono.

– Gosto de ver como o Tinoco complica a matéria e faço anotações de como explicar melhor, simples. Além do bônus de ter uma aula contigo, gatinha!- explica simplesmente não perdendo a oportunidade de me chamar daquele apelido bobo. -Quer que eu te ajude em alguma questão específica?

– Acho que suas amiguinhas ali podem estar com mais dúvida quem eu...- comento ácida.

– Bem que a Oli me disse que você era ciumenta!- fala e solta uma gargalhada meio alta.

– Ela disse o que?!

– Relaxa, gatinha! Não consigo ficar mais de cinco minutos com qualquer uma daquelas meninas, você me diverte e me cativa mil vezes mais!- comenta me dando uma piscadela.

– Não sou palhaça pra ficar te divertindo!- alego.

– Não, não é. Mas esse seu jeito marrento, irritadiço e irônico é engraçado e a forma como você resiste a mim também.

– Resisto a você? O que quer dizer com isso?

– Quer dizer que se eu quisesse te beijar agora eu provavelmente levaria um chute nos países baixos e...

– Que bom que você sabe disso!

– ..E provável que nenhuma menina daqui fizesse isso.

– Você é muito convencido! Meu Deus!

– Você acha que estou errado?- como não neguei ele sorriu e continuou.- Além do fato de você ser muito mais linda que qualquer uma delas... Principalmente quando fica com vergonha!

– Não estou com vergonha!- minto o que está estampado no meu rosto.

– Claro que não, sou que está vermelhinha como um morango!

– Para com isso, seu idiota!

– Tudo bem.- diz erguendo as mãos como quem se rende.- Só mais uma coisa, você não ser como as outras só me faz querer ter você mais perto de mim.- sussurra perto do meu rosto ainda vermelho de vergonha.

– Prof Thomy?- escuto quando a voz de uma das meninas o chama antes que ele se afaste me dando as costas.

Prof Thomy? De onde essas garotas tiram essas coisas? Principalmente com aquele tom de voz quase dizendo "me joga na parede e me chama de lagartixa!". Em uma coisa ele estava certo, eu não sou nem um pouco parecida com essas garotas aqui. Eu não sou nenhuma nerdzona ou líder de torcida de filme americano, me considero normal, afinal. Não sou muito alta com meus um metro e sessenta e oito, meus cabelos são de um loiro escuro e levemente ondulados e acabam antes da minha cintura, com os meus óculos passo até por intelectual, mas as únicas leituras que me prendem são alguns romances policiais em especiais, não conseguiria passar horas lendo aquelas coisas chatas que a Oli tem que ler.

De qualquer forma o que o Thomas falou parece ter grudado como chiclete na minha mente "você não ser como as outras só me faz querer ter você mais perto de mim" o que ele quis dizer com mais perto dele?

Olho para meu relógio e percebo que estou ficando atrasada! O tempo passou tão rápido que nem notei e agora já é 18:10. Guardo meu material e olho a sala, a maioria já saiu, só sobraram poucas meninas em volta da mesa onde Thomas estava sentado, que lindo. Fecho minha bolsa de uma forma meio barulhenta e pesco meu celular do fundo de um bolso, vendo que meu irmão havia me ligado, será que esse menino não podia esperar um minuto? Estou quase alcançando a porta quando escuto a voz de Thomas me chamando.

– Está indo embora, Sam?

– Estou indo sim.- digo contendo a ironia.

– Vou com você!- diz e antes que eu pudesse responder ele se volta para as garotas ao redor da mesa.- Meninas, foi ótimo ter vocês aqui na monitoria, qualquer dúvida tem monitoria de novo na terça. Boa noite, tchau.

Ele levanta, pega sua mochila e sai da sala me puxando pela mão através do corredor e indo em direção as escadas.

– O que você pensa que está fazendo? Que história é essa de você ir comigo?!- digo parando depois de descer o primeiro lance de escada e o obrigando a parar também.

– Você não ia mesmo me deixar com elas, ia? Elas estavam pra me comer vivo!

–Coitadinho de você, Prof Thomy.

– Até que esse apelido ridículo não fica tão ruim saindo da sua boca.- fala sorrindo.

– Idiota.- acuso e volto a descer as escadas com ele ao meu lado.

– Você está de carro?

– Sim.

– Sabe que vai sair bem no horário de pico né?

– Sim.

– Sua casa é muito longe?

– Um pouco.

– Você vai me responder só com uma palavra?

– Em "um pouco" eu usei duas.- digo e tento não sorrir.

– Ponto para você. Vai para casa agora?

– Primeiro tenho que pegar meu irmão no curso dele.

– Você tem irmão?

– Depois não quer que eu te respondo com ironias, olha as perguntas que você faz!- respondo olhando para ele.

– Faço só para te provocar, gatinha! - diz dando uma gargalhada quando chegamos ao andar do estacionamento.- Vou te acompanhar com a minha moto.

– Não vai não.

– Não era uma pergunta dessa vez. Está perigoso e não me custa nada, não tenho nada para fazer mesmo.

– Não vou nem discutir com você. Se você me seguir vou apenas te ignorar!

– Adoro quando você finge não adorar o que faço contigo.- rebate subindo na sua moto e colocando o capacete.

Entro no meu carro e jogo minha bolsa no banco de trás, coloco o cinto, ligo o motor e saio da vaga em direção a saída do estacionamento tem consciência de Thomas está bem atrás de mim com aquela sua moto vermelha. Sigo até onde meu irmão seu curso de robótica evitando as vias principais, mas mesmo assim pego um transito terrível, me fazendo chegar lá mais de 18:40.

Desço do carro depois que o estaciono próximo da entrada e desço sabendo que só liberam os alunos com um responsável lá, esse é um dos motivos da minha mãe ter escolhido esse lugar para ele ter as aulas, ela preza muito a segurança pelo fato de ser mais que super protetora conosco.

– Por que desceu?- pergunta Thomas aparecendo do meu lado com o capacete na mão.

– Tenho que pegar meu irmão, já disse.

– Quantos anos seu irmão tem?

– Dez, por que?

– Por nada, deve ser legal ter irmão mais novo.- comenta um pouco pensativo.

– Depende do dia. Você tem irmãos?

– Um mais velho.- diz seco.

– Deve ser legal ter irmão mais velho.- imito suas palavras tentando aliviar o clima estranho que inexplicavelmente se formou.

– Não o meu.- responde sem mais detalhes.- Qual deles é seu irmão? - pergunta quando chegamos na recepção do local.

– O magrelo de óculos.- digo apontando meu irmão sentado jogando no psp dele.- Júlio!

Ele levanta guardando o jogo na mochila e vem na nossa direção.

– Por que demorou tanto?- reclama assim que nos alcança

– Tava na faculdade estudando cálculo, pare de reclamar. Júlio esse é Thomas um... colega da faculdade, Thomas esse é meu irmão pirralho chato Júlio.- apresento e pra implicar bagunço os fios escuros do cabelo de Júlio.

– Colega? Depois fala da Oli... Prazer,cara.- fala Júlio.

– Eu acho a Oli um pouco mais simpática que a sua irmã e o prazer é meu!- diz Thomas e parece ganhar pontos com meu irmão quando fala mal de mim.

– Eu vou ter que concordar com você!- diz Júlio e eles batem as mãos em forma de socos como se já fossem melhores amigos.

– Mais um que se bandeia pro seu lado, ein?- comento quando chegamos no meu carro e Thomas se dirige a sua moto que ele estacionou na frente do carro.

– Caraca! Essa moto é sua?!- exclama Júlio quando vê Thomas em cima da moto.

– É sim, lindona né?

– Ela é incrível! Se a minha irmã não te espantar com a chatice dela, será que poderia dar uma volta, com você é claro, algum dia?- escuto meu irmão perguntar um pouco tímido.

– Por que adiar? Sobe aí, cara!- responde Thomas com um largo sorriso.

– Sério mesmo?! Valeu!- diz aceitando o capacete de Thomas e montando na moto.

– Er.. Desculpe atrapalhar vocês, mas você sequer pensou em me perguntar se podia subir na moto de um completo estranho pra você?- me intrometo na bolha que eles pareceram construir ao redor deles.

– Ele não é estranho, ele é o Thomas, seu colega da faculdade e que tem uma moto super legal!- explica meu irmão como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

– Seu irmão está certo, Sam! Não seja desmancha prazer. Entra no carro e mostre o caminho que estaremos logo atrás de você!- diz Thomas me dando mais uma de suas piscadelas antes de baixar o capacete e ligar sua moto.

Sem poder dizer mais nada sem ficar parecendo a vilã da história, me limito a voltar para o carro e seguir o caminho de casa. Do lugar do curso do meu irmão até em casa era relativamente perto, mas para prolongar um pouco a diversão do meu irmão fui pela rota mais longa e sem tanto trânsito. Depois ele ainda vem dizer que eu sou chata, hum!

Quando chegamos na frente da minha casa, uso o controle para abrir o portão da garagem e entro sendo seguida pelos dois na moto. Minha casa não é nenhuma mansão, longe disso, mas moramos em um bom bairro, a casa é um duplex, tem quatro quartos e uma piscina no quintal, típica casa de família classe média-alta.

– Isso foi incrível! - diz meu irmão assim que desce da moto com o rosto corado de animação.- Quando puder dirigir vou querer ter uma moto dessa! Sabia que em um dos meus jogos tem uma igualzinha?

– Claro que sei! MotoCross XX né? Jogo esse jogo também, me inspirei nele quando fui comprar a minha moto!- responde Thomas parecendo realmente animado com a conversa com Júlio.

– Duvido muito que a mamãe vá deixar dirigir uma moto, quem dirá uma dessas. - digo.- Enfim, já está na sua hora não é Thomas?

– Na verdade eu estava pensando se você não poderia me dar um pouco de água, estou com sede.

– Qual seria o tamanho da minha sorte se eu não te desse água e você morresse de sede?

– Samantha Figueiredo Almeida! Essa não foi a educação que te dei!- escuto a voz estridente da minha atrás de mim e eu não precisava me virar para saber que ela estava com suas mãos no quadril, batendo um dos pés e com uma carranca pela minha "falta de educação", outra coisa que minha mãe preza é a educação, então já dá para imaginar o tamanho da confusão que me meti.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? COMENTEM!!!!
Próximo capítulo iremos conhecer um pouco mais da família da Sam e da vida do Thomas, que já está mostrando ter alguns segredos ;}
Logo estarei de volta, não sintam mt sdd!
Bjs, Tatá :3
P.S: Leiam minhas outras fics caso tenham gostado da minha escrita! ^,^



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