Naruto (17 de Outubro de 2014)

– Me diz Okaa-san. – perguntei andando de um lado para o outro do quarto. – O que eu vou fazer com esse guaxinim laranja?

– Larga de ser burro Naruto. – ela disse. – É uma raposa, já disse mil vezes. – a olhei enquanto ela dava outro biscoito praquele guaxinim irritante.

– Já faz uma semana e esse bicho ainda não foi embora. – disse. – Porque eu sei que é uma piada, só pode. – ouvi a risada da minha mãe e a olhei furioso.

– Não é nenhuma piada, Naruto-kun. – ela disse se levantando do chão onde estava. – É seu bichinho conselheiro e você tem que o tratar bem, diferente do que tem feito. – bufei, sentando sobre a cama.

– Qual era seu bicho? – perguntei, se o meu era esse bichinho idiota o da minha mãe devia ser uma formiga.

– Uma fênix. – ela respondeu.

– O quê? – gritei. – Uma fênix? – ela riu, saindo do quarto com o pote de biscoitos na mão, até o bicho da minha mãe foi melhor que o meu. - Por que você não é um dragão? – perguntei olhando-o comer, depois desses sete dias eu acabei contando e ele tinha 9 caldas.

– Por que eu sou uma raposa, idiota. – disse pulando ao meu lado na cama, com a habitual voz irritante. – E eu sou seu conselheiro, você devia ouvir sua mãe e me respeitar. – eu ri o empurrando com a mão da cama, vendo-o cair no chão.

– Respeitar? Você? – me deitei rindo. – Nunca.

– Você devia mesmo me respeitar Naruto. – levantei assustado. Aquela não era a voz do guaxinim, ou raposa, sei lá, quem falava.

Olhei para o chão onde ele estava vendo os olhos vermelhos brilharem, parecia faiscar. Juntei os dedos em forma de cruz na frente do meu corpo, o bichinho parecia possuído.

– Ta possuído, é? – perguntei ainda com os dedos na frente do corpo. Ouvi uma risada, a mesma voz grave.

– Essa é minha forma doméstica Uzumaki, posso até esconder oito caldas para lhe acompanhar na rua. – respondeu já na voz fanha subindo na cama novamente, deitando-se. – Você temeria minha forma real.

– F-forma real? – perguntei. O que ele queria dizer com isso?

– Acho mesmo que sou assim tão inofensivo? - ele ria. - Um dia Naruto, um dia. - eu não conseguia temer suas palavras não com aquela voz idiota.

– Por que escolhe ser fanho? - ele rosnou. És a duvida, agora, guaxinim, cachorro ou raposa?

– Me deixe dormir! - disse. - E vá dormir também, amanha temos aula.

– Como assim temos? - ouvi uma risadinha ao fundo, mas nenhuma resposta. Ahh filho da mãe, mas eu presentia que amanhã descobriria o que ele queria dizer. Puxei minha coberta de baixo do esquilo e deitei na cama, cobrindo-me.

Fechei os olhos e eu não conseguia pensar em guaxinim, em conselheiro, nem me irritar por imaginar que amanha Kurama iria tentar me infernizar na escola, só conseguia pensar naquela linda menina de cabelo azul que me encantava com o sorriso tímido e o rosto corado enquanto eu espiava no intervalo. E pensando nela adormeci.

...

Girei na cama ouvindo o despertador que perturbava meu sonho tão ousado e quente. Ai ai, a cada dia os sonhos pareciam tão reais e será que ela tinha mesmo aquele corpo? Oooh, eu tinha que vê-lo. Levantei da cama e bati com o despertador na parede, coisa chata que não parava de tocar. Semicerrei os olhos olhando para a cama atentamente. Cadê o esquilo? Estranho. Desci da cama olhando os lugares onde ele se acostumou a ficar nesses 7 dias e nada. Será que minhas preces foram ouvidas? Ele foi embora, então fora mesmo uma piada. Sorri.

Olhei para a calça e soube que precisava de um banho antes de ir pra escola, nem que eu quisesse conseguiria esconder o volume que estava ali, isso que dar sonhar dessa forma com ela. Sasuke me chingaria e eu devia também, por que raios nunca falei com ela? Okaa-san diria porque eu sou um idiota. Entrei no banheiro, deixando a agua gelada banhar todo meu corpo, esfriando-o.

Coloquei o uniforme e sacudindo os cabelos com as mãos sai do quarto pegando a mochila.

– Bom dia Okaa-san. - roubei um pãozinho da mesa. - Viu aquele esquilo hoje? - ela me olhou furiosa.

– É uma raposa. - disse.

– Ta ta. - respondi, não adiantava discutir pra mim ia ser sempre um guaxinim. - Viu ele hoje? - perguntei.

– Hoje não. - estava pensativa. - Não me diga que conseguiu perder seu espírito conselheiro?

– Acho que sim. - eu sorria. -Graças a Kami. - ouvi ela bufar, mas antes que começasse as reclamações sai, deixando-a falando sozinha. Parei na esquina esperando o ônibus escolar passar, me perguntava quando meu pai iria liberar que eu tivesse um carro. O ônibus amarelo parou e abriu a porta, subi nele olhando as pessoas lá dentro, tudo bem, tinha uma coisa de bom. Ela sempre estava lá.

Sorri ao vê-la olhar para frente vendo quem entrara no ônibus, com as bochechas coradas ela desviou rapidamente os olhos perolados. Me sentia tentado a sentar do seu lado, mas vi Sakura e Ino do outro lado e me encaminhei pra lá.

– Bom dia Naruto. - disse Ino quando sentei ao seu lado.

– Bom dia meninas. - respondi. - Fez aquele trabalho de semana passada? - ela negou.

– Bom dia Naruto-baka. - gemi ao sentir uma pancada na cabeça, foi Sakura. - Não me viu aqui não?

– Vi sim Sakura. - respondi sorridente olhando para trás.

– Ele só preferiu falar comigo primeiro, testuda. - disse Ino sedutora, Sasuke dizia que ela tava na minha, mas eu jurava que não.

– Na verdade só não estou acostumada a te ver por aqui. - respondi. - Você não vai sempre de carona com o poderoso Uchiha? - ela corou. Itachi, irmão mais velho, de Sasuke, meu melhor amigo, sempre deixava ele e a rosada na aula.

– Sasuke não vai pra aula hoje. - respondeu. - Algo do pai dele, ele teve que viajar. - não queria saber do Sasuke, na verdade, a Sakura era do primeiro ano e podia ser da sala da morena, era minha oportunidade para saber o nome dela.

– Sakura você é da turma dela? - apontei disfarçado, vendo-a confirmar. - Qual nome dela?

– Por que o interesse nela? - perguntou Ino, a olhei com os olhos semicerrados, queria minha resposta.

– É Hyuuga Hinata. - disse a rosada me fazendo sorrir. - Só sei porque fiz um trabalho com ela e nem assim ouvi a voz dela. - então ela era mesmo tímida como parecia, sorri olhando-a. Hinata? O nome era tão bonito quanto ela.

O ônibus parou e vi a loira sair bufando do meu lado.

– Que que deu nela?

– Você é mesmo idiota Naruto. - disse Sakura seguindo a loira, enquanto eu levantava lentamente. Esperei a morena sair primeiro e desci ao seu lado.

...

Cheguei na sala, não sei se por sorte ou azar só tive aula no ultimo tempo, bem antes de ir para casa. Os outros professores estavam em uma palestra doida. Não entendia, já sou professor? Pra que ouvir mais palestras? Adultos.

– Aii. - ouvi. Por que minha mochila estava fazendo barulho? Peguei a mochila do chão enquanto sentava e a abri. - Oi Naruto. - disse sorrindo, olhei furioso.

– O que você ta fazendo ai?

– Se eu não me escondo você não ia me deixar vir com você, mas não sabia que ia demorar tanto pra abrir a mochila. - ele disse me fazendo bufar. - Aqui tem um cheiro ruim, sabia?

– Boa tarde alunos. - disse Iruka-sensei entrando na sala. - Guardem o material, só caneta e lapis sobre a mesa. Hoje faremos uma prova surpresa. - disse sorrindo, todos os alunos suspiraram triste alguns até reclamaram.

– Você fica quietinho ai, viu. - fechei a mochila e joguei de novo no chão.

– Ai.

– Silêncio! - disse serevo o professor entregando as provas.

– Que coisa mais chata. - a frase veio de minha mochila. - Esse lugar é escuro e silencioso demais pra mim. - o professor me fuzilou com os olhos.

– Fique em silêncio Naruto. - eu assenti e olhei para a mochila, queria poder ter visão de raio x para poder fazer esse guaxinim quieto.

– Termina logo isso ai! - meu espirito guardião dizia. - Quero sair desse lugar fedido.

– Mais um piu e você ficará com zero. - disse Iruka-sensei.

– Do jeito que o garoto é burro eu vou morrer sem ar aqui. - disse Kurama.

– Já era Uzumaki. - ele andava na minha direção. - Me entreguei a prova e saia da sala.

– Mas sensei...

– Eu não quero desculpas. - ele me cortou. - Saia logo ou te mando pra direção. - bufei me levantando. Não iria pra direção, minha avó ia contar pra minha mãe se eu fosse parar na sala dela.

Olhei para o teto do corredor da escola, tudo que eu podia fazer era esperar a saída. Puxei a mochila abrindo-a.

– Satisfeito? - perguntei.

– O que eu fiz? - Kurama sorria sonso.

– Me fez tirar zero. - reclamei. - E ser expulso da sala. - ele riu. Sua cabeça já pra fora da mochila, olhando para os lados. Segui seu olhar e vi Hinata sentada no banquinho próximo a arvore no patio do colégio. Kurama me olhou sorrindo. - Nem pense. - ele pulou da mochila caindo sob as patas traseiras, não é que ele estava mesmo com uma só calda? Olhei para frente e ele já estava longe. - KURAMA! - gritei correndo atrás dela com, mesmo com a mochila aberta. - VOLTA AQUI SEU IDIOTA. - parei ao chegar perto da linda menina que roubava meus sonhos e vi algo laranja em seu colo.

– É s-s-seu? - perguntou olhando diretamente pela primeira vez, as bochechas coradas me fizeram coçar a nuca.

Continua...