E assim aprendemos que não se deve abrir a primeira porta que você vê pela frente quando acordar em uma casa desconhecida se não você toma um soco da Ana-papão e acabar sendo jogado a três metros de distancia e cai em cima de um otaku tarado.
Mas falando serio agora, ou não, depois que a Ana deu um murro em min e eu apaguei me acordaram com água na cara, pois não queriam esperar mais um dia e meio de novo, sim teve um intervalo de um dia e meio entre eu dormir em um sofá e acordar em outro.
–Viktur, Viktur, VIKTUR!
–O que foi Ana... Onde eu estou? Não me lembro de nada depois de dormir no sofá do escritório do Demias

É mais do que obvio que eu estava mentindo e para minha sorte devo ter sido convincente o bastante para que ela acreditasse.

–Estamos no reino de Minsay, o reino dos humanos com os aladiz, o reino voador.

A shiro tem um vicio por sorvete, tenho que anotar isso, ela estava comendo um copão de sorvete, tenho que anotar que ela não consegue comer sorvete sem se sujar.

–Ei, Shiro o seu rosto ta sujo aqui- Demias estica a mão com um paninho pra limpar o rosto da Shiro até que...

Quando o Demias levantou o braço a Ana fez algo que nem mesmo eu esperava, ela segurou o pulso dele e disse

–Nem pense em fazer algo estranho! Seu pervertido!

–Ué, to fazendo nada demais...

Percebendo a treta maligna que estava para acontecer a Shiro pegou o lenço da mão do Demias e começou a limpar o rosto enquanto dizia

–Eu sei me cuidar sozinha

Eu tentei juro que tentei, mas não consegui, a zuera foi mais forte que eu

–Admita Ana, você só esta com ciúmes.

Logo depois de eu terminar de falar uma adaga do tamanho de um facão veio em minha direção como um míssil, felizmente ela errou e a faca passou raspando provocando um leve corte na minha bochecha.

–Eu errei de propósito

A Ana estava me encarando com os olhos brilhando de ódio e raiva.

–Foi... Mal. - Falei numa tentativa fracassada de me redimir

A garota de cabelos brancos que eu salvei na praça começou a rir, serio, será que eu quase ter morrido era tão engraçado assim?

–Vocês são engraçados!

Eu tive uma idéia

–Eu errei de propósito- Eu tava engrossando minha voz ao maximo fingindo imitar a Ana

–MINHA VOZ NÃO É ASSIM!

–Eu errei de propósito- agora eu estava afinando a minha voz ao maximo, enquanto isso todos estavam rindo, até a Shiro que estava quieta até pouco tempo, até rindo ela é fofa

–Dessa vez eu não vou errar de propósito- Ela tava tentando parecer seria, mas não conseguia segurar o riso

–MEU DEUS DO CÉU, CORRE BERG!- Eu comecei a correr em direção à cozinha, a Ana me perseguiu jogando o chinelo em min, enquanto isso o pessoal la na sala veio pro corredor ver a zuera continuar.

–Você esta cercado! Não há para onde fugir! Se renda agora!

A Ana estava vestindo calça e casaco de moletom cinza, tinha capuz, mas ela não estava usando, e sim ela estava me ameaçando com um chinelo.

–Ok, eu desisto- levanto a mão em sinal de rendição

MASÉ CLARO que eu não vou me render sem lutar. Quando eu me “rendi” ela abriu a guarda e foi ai que eu agi, Ana estava entre eu e o corredor, e eu estava na cozinha. Parti em disparada rumo à sala, Essa minha atitude repentina deixou a Ana desconcertada, ela abriu um pouco as pernas, sem malicia, eu corri e com uma rasteira passei por entre as pernas dela, sem malícia².

QUE HILARIO! Quando eu pulei depois da rasteira eu bati com o joelho na cara do Demias, mas não foi tão engraçado quando eu dei com o rosto na quina do sofá.

Tenho quase certeza que jogaram gás do riso nessa casa, por que todos começaram a rir menos a Ana, que jogou um chinelo em min, o que não seria problema, se o chinelo não fosse um daqueles chinelos havaiana grossão que quase quebrou o meu nariz.

–ISSO FOI POR TER TENTADO ARRIARAR A MINHA CALÇA!

–Eu não sabia que você era assim Vikkun...

–Então você me salvou só pra... – A garota que eu conheci na praça deu um gritinho de constrangimento e se encolheu na poltrona em que estava.

–Não foi de propósito!

–CALA A BOCA PERVERTIDO!

E foi assim que eu acabei amordaçado, algemado, de joelhos no milho com uma placa presa ao pescoço com os dizeres “SOU UM PERVERTIDO, FIQUE LONGE DE MIN”

–Ainda não sabemos o seu nome Srta... – A Ana é o demônio disfarçado de mulher, não que isso tenha relação com o que ela acabou de dizer, é só pra ressaltar mesmo.

–Vita, o meu nome é Vita

–Vita... Um nome bonito significa vida em uma língua antiga, o meu nome é Ana, ela é Shiro e eles dois trastes ali são Viktur e Demias, eles são o pior que a sociedade tem a oferecer, fique longe deles. - A Ana é do mal, só pra vocês não esquecerem.

–Mas pelo menos o Vikki me salvou...

HADUKEN! Segura essa Ana, quero ver você dizer que eu sou a escoria da humanidade agora.

–É verdade... –Disse a Ana desviando o olhar

Foi ai que a Shiro tocou em um assunto delicado

–Então... Porque aquilo estava acontecendo na praça?...

–Eu tinha quebrado uma pilha de pratos de porcelana, isso acontece bastante com empregados que fazem besteiras.

Parece que o Demias se soltou e desamarrou as minhas cordas também, pois eu já podia me mexer, ele ficou em pé em frente à Vita quando disse

–Mas agora você é uma pessoa livre, nunca passara por isso novamente- O Demias estava muito confiante, parecia até outra pessoa.

A Vita se levantou de súbito com os olhos esbugalhados e começou a chorar, mas era um choro de felicidade, choro de alguém que viu a luz no fim do túnel, de alguém que alcançou a luz.

–Mas, ele, isso não é...

Ela desabou nos próprios joelhos e continuou a chorar, ela chorava tanto que nem conseguia falar direito.

–Você tem os seus momentos legais Demias

–Acho que la no fundo eu sou um cara legal

Eu me aproximei da garota em choros e disse

–Você nunca vai sofrer novamente, eu prometo.

–Viu, você tem os seus momentos legais também Vik- realmente o Demias parecia outra pessoa, alguém bem mais responsável.

Pela primeira vez desde que eu cheguei nesse mundo eu me senti em casa, não que eu me lembre de como ela era, mas devia ser algo parecido com isso, um lugar com pessoas que se preocupam com você, que estão la para te ajudar nos momentos de dificuldades, alguém que nunca irá te esquecer independente das dificuldade.