COMENTEM SE GOSTAREM, OBRIGADA

Tick Tock
O relógio cuco fazia esse barulho.
Tick Tock
Contando os minutos, os segundos.
Tick Tock
Annabeth batia os dedos na mesa, acompanhando a batida do relógio.
Tick Tock
Apenas mais alguns segundos.
Tick Tock
O relógio então começou a badalar, e o pássaro, de uma madeira branca polida, saiu de sua pequena moradia.
Feliz Aniversário, Annabeth pensou.
12 de Julho, era seu aniversário de dezessete anos.
Falta só um ano, Annabeth, Aguente.
Um ano, e ela iria ser uma adulta, poderia sair de casa, finalmente.
Annabeth apagou a vela que iluminava seu quarto no sotão da pequena casa de sua avó.
Ela ouviu o vento gritar pela janela entreaberta.
Annabeth deitou a cabeça no travesseiro e lutou contra as lágrimas que ameaçavam vir.
Ela fechou os olhos e caiu em um sonho, não, uma mémoria boa.
§
Ela estava na livraria, com seu pai e sua mãe, que sorriam, os olhos de Atena Chase, cinzas, tais como os de Annabeth, brilhavam ao ver a filha, de apenas 10 anos, deslizar os pequenos dedos pela práteleira de clássicos, ela pegou um livro com a capa vermelha e letras em formato de faroeste, cuja o título dizia:
SHERLOCK HOLMES
UM ESTUDO EM VERMELHO
A mãe sorriu ainda mais ao ver a escolha da filha.
-Sherlock Holmes, grande estudioso, gostaria de ter a mesma percepção que ele tem. -ela disse
O pai pegou o livro e folheou.
-Mas, Atena, onde estão as figurinhas? - perguntou ele
-Na sua imaginação, Frederick - a mãe se virou para a filha -Você quer, querida?
-Sim, mamãe - a pequena Annabeth respondeu.
-Tudo bem.
Atena pegou o livro das mãos do marido e foi para o caixa, pedindo uma caneta para ela em seguida.
Quando Annaberth pegou o livro novamente, havia uma frase na primeira página, com a caligrafia perfeita de sua mãe.
Para uma grande mente, nada é pequeno. Você vai longe Annabeth, mamãe te ama.
§
-SURPRESAAA
Annabeth acordou com o grito de sua prima, Silena, que segurava um grande bolo de morango, o favorito de Annabeth.
-Emma? O que faz aqui? - Annabeth perguntou, sua prima morava em Miami, era muito estranho ela vir aqui para o aniversário dela.
-Viemos para o seu aniversário -disse ela, e, notando o olhar de Annabeth, Silena suspirou - também viemos para dizer que a minha mãe está grávida, denovo
-Nossa - Annabeth disse, levantando-se da cama, e pode dar uma boa olhada na prima.
Ela usava um top que deixava sua barriga a mostra, e uma legging preta, os cabelos negros dela estavam em uma trança delicada, os olhos azuis cristalinos dela estavam cobertos por uma sombra negra.
Linda, Annabeth pensou
-Vamos descer, querida - disse Silena
Annabeth vestiu um moletom cinza e amarrou os cabeos louros em um rabo de cavalo.
No andar de baixo, tia Afrodite estavamostrando a barriga saliente para a avó, que sorria inocentemente.
-ANNIE QUERIDA - a tia a cumprimentou - Como vai?
-Bem, obrigada - mentiu, dando um sorriso triste.
Afrodite a olhou bem, parecia perceber a mentira, mas não disse nada.
-Meus parabéns, querida - Afrodite então pegou uma pequena caixa, dentro dela havia um colar com uma espada, de ouro, lindo.
-A você também - Annabeth deixou a tia colocar o colar em seu pescoço - obrigada.
-De nada, querida. Vamos aproveitar o seu aniversário.
§
Durante o resto do dia, as mulheres assistiram a filmes e jogaram alguns jogos, Silena insistiu em pintar as unhas de Annabeth, um cinza claro.
Afrodite pegou o bolo que Silena havia levado para a cama de Annabeth, agora apenas pela metade, e colocou duas velas.
-Faça um desejo
Annabeth assoprou a vela, não desejou nada, sabia que nada poderia fazê-la feliz desde que sua mãe morrera.
Todos bateram palmas, inclusive a avó, mesmo não sabendo de quem era o aniversário.
Depois de comerem do bolo, Afrodite chamou Annabeth para o cômodo ao lado.
-Querida,-disse ela- O que há de errado?
-Como Assim, tia? N-não há nada de errado.
-Sim, você está triste, Annabeth.
-Não, eu não estou - mentiu a garota
-Sim, você está, eu reconheço o olhar de tristeza e perda em todas as pessoas, olha - ela suspirou - Eu sei que a mor- o falecimento da sua mãe e a saída do seu pai te afetaram bastante, mas você precisa superar, tudo vai ficar bem.
Ela levantou a mão para tocar o rosto de Annabeth, porém ela desviou.
-Prefiro não falar sobre isso- disse a garota.
-Veja como você está magra, como está comendo Annabeth?
Annabeth não respondeu.
-Querida... Você não está bem. Eu, Eu vou te levar ao médico.
-NÃO - gritou Annabeth, quase como um sussurro.
-Vamos. - Afrodite pegou a bolsa em cima da mesa e arrastou Annabeth para a porta.
-Aonde vocês vão -perguntou Silena, quase na porta.
-Vamos levar a sua prima ao Hospital, cuide da vovó.
E a porta atrás de Annabeth se fechou.
§
-Ela está com depressão. - o médico disse
-O que? Não, eu não estou - disse Annabeth, se levantando da cadeira.
-Sim, você está, querida, sente-se - Afrodite disse calmamente - O que precisamos fazer, doutor?
A sala onde Annabeth estava era de um claro tom de verde, calmo, as cadeiras eram brancas e havia uma mesa de vidro.
-Eu iria recomendar alguns remédios, mas como a senhora disse que ela mora com a avó eu cho melhor mandarmos ela para o Hospital psiquiatrico de Nova York, só por uma ou duas semanas, até ela melhorar. - Doutor Gibson falou.
-Acho uma boa ideia. - disse Afrodite.
-O QUE? Não pode me mandar contra a minha vontade.
-Na verdade querida, eu posso. No momento em que pisei na cidade virei sua guardiã legal, e, por mais que eu não queira, você precisa ir.
Uma hora depois, Afrodite estava assinando o termo do responsável e Annabeth a esperava para elas irem para casa pegar suas coisas.
Em casa, Annabeth pegou apenas alguns livros e uma muda de roupa, caso precisasse.
Silena se despediu dela aos prantos, dizendo que ela iria melhorar, e a avó deu um abraço caloroso nela, e falou que a amava.
E a última coisa que Annabeth viu de sua casa, foi o lindo lustre de vidro que se mexia no meio da sala.