Odeio dia chuvosos, embora também os ame pronfundamente em meu ser... Estranho. Exótico. Um cheiro... Aquele cheiro de terra molhada, cheiro de chuva... E a falta daquele cheiro em especial, a melhor fragância, que se destacava na chuva. Ficava mais forte e impregnava em minhas roupas.

Tudo bem, não estou chorando.

Odeio a chuva porque a conheci em um dia de sol, tão bonito. Odeio a chuva porque você odiava se molhar, embora fosse para a chuva. Odeio a chuva porque ela me lembra sua fragância...

Ela me traz sua fragância dentre todas as outras.

Ela me traz você.

E você me traz a chuva.

E a chuva me traz alguma dor, juntamente com você.

Não, por favor, não pense que as memórias de você são dolorosas. Algumas sim, outras nem tanto. Mas, essas memórias... Não posso esquecer, não quero esquecer. Por mais que doa um pouco, eu sei que ainda posso sentir você, vibrando em meu peito, neste coração partido. Houve momentos em que pensei que fosse realmente doloroso lembrar... Lembra daquele dia que quase a perdi, pela primeira vez? Pensei que fosse doer ao lembrar, sinceramente não dói. E a segunda vez também não dói. Mas a terceira...

A terceira vez, quando de fato a perdi, me machuca, me quebra, me destroça... Dói, arrebenta, machuca, estraçalha. Não sei qual termo usar, quando todos eles combinam tanto!

Tudo bem, não irei mais chorar pois sei que isso tem lhe machucado.

Me desculpe.

Me perdoe.

Não pude fazer as coisas que queria e nem ter te visto o tanto quanto queria. Adoraria te abraçar agora... Mas, já não me é mais possível. É apenas um desejo, vago, dentre tantos outros.

Este simples coração partido, você o curou com suas mãos mágicas... Não, você curou apenas com presença... E eu, tola, que sempre pensei que jamais poderia a dor poderia ser curada com apenas presença. Mas você veio e me mostrou o quão errada eu estava sobre a vida e principalmente, errada sobre mim. Tudo bem, eu aceitei isso. Aceitei isso desde o primeiro momento em que a vi, naquele dia de verão...

Era janeiro e eu sempre odiei janeiro, mas naquele momento amei tanto janeiro que pensei que fosse explodir. Senti meu coração, muito machucado, se aquecer naquele dia de verão. Ele entendia que você havia chegado para me curar, embora eu nunca irei ser capaz de entender porque você veio somente para isso.

Não poderia ficar mais?

Você não disse que o tempo era eterno?

Nossa eternidade... Juntas... Como pôde ter terminado tão rápido?

E eu lhe prometi o mundo.... As flores... O céu... E tudo o que te dei foram minhas lágrimas.

Eu sinto muito. Oh Deus, eu realmente sinto muito! A traga de volta e eu farei tudo diferente. Me dedicarei mais a este amor, me dedicarei mais à ela... Mas por favor, apenas a traga de volta. Não me importo se aquela fragância mudar ou se aquele olhar mudar... Apenas quero vê-la, tê-la em meus braços... Meu Deus, isso não pode ser proíbido, não é?

Deus, nunca lhe pedi nada antes e por isso, por este simples motivo, não pode traze-la e fazê-la curar este coração? Sei que já o parti tantas vezes, que não o cuido devidamente... Mas eu não consigo ser eu mesma se ela não esta aqui, me olhando.

Deus, você sabia que cada canto desta casa tem um pouco dela? Um pouco? Que tolice! Tem muito dela, mas não à tem mais. Isso faz algum sentido? Para mim não faz e está tudo bem!

Sei que não posso tê-la mais e isso me dói e por doer, peço para que a tenha de volta... Acho que nunca vou conseguir aceitar bem este tipo de perda... E teria como aceitar? Teria? Um dia, ela estava aqui e no outro, já havia ido embora...

Sem nem se despedir.

Ela nem deixou os chinelos.

Apenas deixou fotos, mais nada.