Olhos de Esperança escrita por Rafa Carvalho


Capítulo 1
Capítulo Unico - Que Seja Real esse Olhar


Notas iniciais do capítulo


A inspiração para essa historia veio em meio a um teste da escola. Sem nada para fazer eu comecei a bolar ela e gostei do assunto, e decidi escreve-lá.
Espero que apreciem!



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Eu não me lembro o dia, ou que mês era. Apenas me lembro de escutar o som da campainha, abaixar o volume da TV e abrir a porta. E então como se um furação perigoso e pavoroso surgisse e me sugasse para as nuvens, eu fui arrancada da minha porta.

Homens fortemente armados e vestidos de preto rodeavam o condomínio e miravam suas armas em mim, em seguida eu já estava no chão com a cabeça sangrando e a visão fosca e uma voz aguda gritava que eu pagaria pelo sofrimento causado. Em seguida tudo se apagou, e a escuridão me dominou.

Hoje será a ultima seção que farei, a qual ira declarar se devo morrer ou ser inocentada, mas para falar a verdade eu já não sei qual eu quero. Não consigo me lembrar quais crimes cometi, mas também não me lembro de quem eu era antes de vir parar aqui.

O hospício já havia se tornado meu lar, eu não gostava do lugar no inicio e paguei muito por causa dos problemas que eu causava aqui, mas as punições me moldaram e me tornaram uma mulher fraca e que teme o mundo a sua volta. Eu vivo cercada por essas paredes brancas sombrias e o silencio daqui grita por socorro de tão devastado que esta.

Se a morte fosse à solução, eu já teria acabado com isso; Mas eu não poderia fazê-lo, pois sempre que penso no quão agradável deve ser morrer, me vem à lembrança de um par de olhos verdes, que eu jamais pude esquecer. Já não me lembro a quem eles pertencem, mas desde que aqui entrei venho tendo sonhos com esses singelos olhos, que contêm a esperança do meu eterno amor.

Quando as dificuldades surgiram, eles estavam ali. Quando as experiências começaram, eles me encaravam por trás da porta, eu podia senti-los e eu desejava insanamente que eles fossem reais. Mas, eu não poderia simplesmente deduzir isso, porque aquele lugar criava muralhas envolta de mim, as pessoas de branco machucavam os outros pacientes e mesmo assim eu tentavam me agarrar a pouca sanidade que me restava, e então eles surgiram, como uma luz no fim do túnel, prontos para me ajudar e segurar a minha pouca humanidade, eram como uma âncora.

Estando eu naquela sala medonha, com o coração a mil, me entreguei a pouca disposição que ainda restava em mim, talvez eu fosse liberta daqui, talvez eu não tivesse que morrer. Talvez, apenas talvez eu devesse acreditar que o destino pelo uma vez estaria do meu lado; Mas então veio a condenação: morte por cadeira elétrica.

Abaixei minha cabeça e contive as lágrimas, eu não era merecedora de derramá-las; Certamente merecia morrer.

Esse era o meu fim, o fim desejado e deixado para trás, o fim que eu esperei e desejei nunca alcançar, mas a sentença já havia sido tomada, eu seria liberta dessa aflição e poderei pagar pelo meu ato, o qual eu não me lembro de ter cometido.

Sendo levada daquele lugar, com vários flashes sendo atirados contra mim eu pude perceber que não valia a pena viver se no final eu iria acabar daquele jeito, mas der repente um sopro frio me tocou e eu senti eles pela ultima vez me olharem, aqueles olhos cheios de esperança. Uma lagrima solitária rolou pela minha face, e eu desejei subitamente ter sido uma pessoa boa e ter aproveitado os anos antes de vir parar aqui.

Sentada na cadeira, com os pés dentro da água e com meus míopes fios da cabeça sendo arrancados de mim, percebi que a vida era algo estranho e que não fazia sentido eu continuar vivendo se eu não tivesse ninguém com quem compartilhar.

Suspirei e apertei meus olhos quando jogaram água sobre meu corpo e ali no meio da minha insatisfação eu desejei que o homem dos meus sonhos fosse real e que ele estivesse ali naquele momento para segurar minha mão, me olhar com seus olhos e dizer que tudo iria ficar bem. Um arrepio percorreu meu corpo e então a maquina foi ligada.

Um barulho agonizante se apoderou de meus ouvidos e eu não pude conter um grito. Pude sentir minha vida saindo de meu corpo enquanto uma solidão terrível invadia meu coração; mas então a porta se chocou contra a parede e um par de olhos verdes me encararam amedrontados, o choque parou e eu despenquei em um mar revolto.

Não sentia mais meu corpo e um zumbido tomava conta de meus ouvidos, me impedindo de pensar qualquer coisa, eu só sabia respirar e nem se quer conseguia levantar meu rosto e olhar o que acontecia. Senti duas mãos tocarem minha face e então eu pude encarar aqueles singelos olhos cheios de esperança e ouvir sua doce voz.

- Eu consegui, agora tudo vai ficar bem.

E eu acreditei naquelas palavras como se minha vida dependesse daquilo e ate hoje eu acredito, porque sei que onde quer que eu estiver aqueles olhos estarão comigo e que mesmo depois das piores tempestades surge um belo arco-íris.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem.
Estou muito contente por vocês terem disponibilizado um tempo, para lerem a minha historia.
Tenham um bom dia!



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