Desfeito escrita por Tiger14


Capítulo 1
Sobre a dor que carregamos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/609638/chapter/1

Quando as pessoas olham para as capas de revistas em que uma celebridade está, pensam 'É rica, bonita, é feliz' porém ter dinheiro ou ser bonita, não significa ser feliz... Por que há muitas coisas que o dinheiro não pode comprar. Como a saúde e a vida.

Fitei o médico a minha frente com os olhos opacos, a resposta era óbvia. Suspirei, ele analisava os papéis do exame. Vi em seu crachá ', um dos melhores médicos do Japão, e ele não cobrava atendimento... Apesar de não aparentar, esse fato já o tinha como uma pessoa gentil.

— Nami... Eu realmente lamento dizer que o seu câncer no pulmão continua lá, mesmo com as terapias e remédios... Porém, por uns dois anos, esse câncer não vai dar problemas sérios. Ainda sim, uma vez por semana quero ver você aqui para tentarmos tratar dele de novo — Suspirou, fazendo uma pausa — E eu quero ver quais são as reações do câncer em você... Vou lhe dar drogas, a qual vai tomar todos os dias, sem falta...

Assenti, tomei remédio durante uns seis meses desde que descobri o câncer, e eu agora seria ainda mais depende deles. Suspirei tristemente.

— Então... — Me levantei e ele me entregou a receita com a data da minha próxima vinda — Obrigada, Doutor.

Ele sorriu de leve. E eu me retirei.

...

Parece tão surreal, uma mulher bonita e conhecida como esta Nami, estar com câncer. Sabia, qualquer pessoa pode ficar doente e morrer a qualquer momento, não importa o quanto de dinheiro tenha ou o quão famosa seja.

Jogou-se para trás na cadeira, suspirando pesado. O dia tinha apenas começado e estava cansado. Não cansado de estar ali, amava a profissão e amava estar ali. Mas estava cansado de fingir sorrisos e dizer que lamentava por alguém, sim, realmente lamentava mas para ele, não poder salvar um único ser humano, fazia toda a diferença.

Levantou-se, pronto para entrar em um leito e ver pacientes que cuidava, ali, deitados. Porém, parou na frente de um quarto com número 32, onde um menino estava sentado ao lado da cama, com as mãos uma na outra, fitava o paciente, que estava com ajuda de aparelhos.

Sete dias na UTI essa noite

Pequeno garoto

Eles não querem ter que dizer adeus,

Sua mãe está ao telefone, com o seu pai no corredor

Orando, Deus salve essa vida

Então lembrou, aquele devia ser o Ace, o tiraram da ICU (UTI Br) Olhou o chão, relutante e em seguida entrou no quarto. O homem, que aparentava ter entre 18/20 anos o fitou, e viu-se o rosto iluminar, já reerguendo as esperanças.

— Doutor! É sobre o Ace? Ele melhorou, ne? — Law olhou para o corpo magro e quase sem vida do paciente e em seguida olhou o garoto.

— Na verdade... — Tentou pensar nas palavras que diria, não podia quebrá-lo, não mais que já estava — Acho que é hora de... Dizer adeus.

Ele arregalou os olhos, e sua expressão se tornou fria, porém, tristemente fria. Cerrou os punhos, e mordeu o lábio, tentando não chorar. Trafalgar notou, mas não disse ou fez nada. Apenas ficou parado. Era a verdade, por mais que doesse, ainda era a verdade. Por que lutar quando a guerra já está perdida para você?

O-oque? — Ele tentou argumentar, talvez, queria que o médico dissesse que ele havia entendido errado ou coisa toda.

Desista — Repetiu, com certeza frieza — Chega de lutar...

O menino ignorou-o, e ligou a TV. Law surpreendeu-se ao ver Nami, e algumas letras na tela afirmavam 'O por que da atriz Nami desistir de sua carreira', a princípio sentiu raiva, aquela Nami parecia mesmo gostar do que fazia, e eles simplesmente agem como se ela tivesse desistido?

Olhou a tela, como o menino fazia.

Se ela havia programado uma entrevista, provavelmente sempre soube que não iria se curar. Tanto que parecia bastante conformada quando lhe foi dado esse resultado.

Ela logo chegou aos microfones, suspirou e começou:

Eu não desisti da minha carreira. Esse sempre foi meu sonho — As pessoas que ali estavam escreviam o que ela dizia e tiravam fotos, filmavam — Eu estou com problemas na saúde e bem... Não vou voltar a trabalhar por hora — A notícia surpreendeu e a 'platéia' de jornalistas, paparazes e outros afins parecem surpresos, eles começaram a falar juntos.

— Tenho câncer... — Todos parecem tristes — Estão tristes por mim? Eu fui ao hospital onde CRIANÇAS com câncer, todo tipo deles, ficam. É bem mais fácil encarar quando se trata de adultos, mas crianças? — Exasperou-se — Eu quero que todos mudem a forma como me vêem, ou como vêem outras celebridades, somos só humanos. Por que temos dinheiro e afins, não quer dizer que sejamos felizes. P-Porque... Bem, a coisas que o dinheiro não pode comprar, como a cura de uma doença incurável, ou... Uma vida... Ou... Sei lá, o amor. Pode comprar o calor, mas não o amor.

Dito isso, retirou-se, deixando todos ali, boquiabertos com sua revelação e forma de ver as coisas. O menino desligou a TV.

Levantou-se voltando a se sentar ao lado da cama de seu irmão, Ace, se feriu gravemente em um acidente de carro e não vai acordar agora, os médicos querem desligar os aparelhos.

Law, mesmo vendo a triste cena, a triste pronuncia, a triste dor, retirou-se do quarto. Nami, o menino, a mulher que passa o dia inteiro ao lado do marido na ICU, ou a outra mulher que passa o dia inteiro esperando seu bebê que tem problemas no coração lhe dar um sorriso, a perseverança das pessoas lhe fazia crer que sua vida não era tão difícil.

... Quatro portas abaixo

Há um homem que não vai acordar

Ele se acidentou tão arduamente

E os doutores querem desligar os aparelhos

Sua esposa está ao seu lado

Dizendo 'Não, essa noite, Deus vai simplesmente aparecer'

Dizer adeus? — O menino falou como uma piada.

Monkey D Luffy, irmão de Portgas D. Ace. Mesmo lá no fundo, Luffy sabia que era hora de se despedir, uma última vez. Suspirou, fitando o rosto pálido e quase falecido do irmão, mordeu os lábios, na tentativa de reprimir o choro.

— Ace... Não se preocupe, não desisti de você... Não vou desistir — Disse.

Uma enfermeira entrou no quarto, fazendo o que fazia todo dia 'Olhar Ace, sua pressão e examina-lo' e então escrevia na plaqueta. E saia, sorrindo para Luffy.

Depois que a mesma se retirou, o D foi caminhando pelos corredores, ouvindo o choro de algumas pessoas quando seus entes familiares morrem, ouvia-se também orações: Acredite, muitas vezes um aeroporto já viu mais beijos sinceros que uma igreja, e hospitais já ouviram mais orações sinceras do que várias igrejas.

(Continua)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!