Sophie não sabia o que fazer. Ela nem sequer conseguia olhar nos olhos de Adam e sentia seu rosto queimar.

— Me desculpe, Sophie. Eu agi por impulso, por favor não fica brava comigo! — disse o menino, vendo que ela havia ficado envergonhada

Ela não sabia o que responder. Não havia ficado brava, havia amado aquele beijo. Porém, não queria iniciar um relacionamento agora, logo com o seu melhor amigo.

— Tudo bem, Adam. Eu não estou brava, ok? Eu.. eu só quero pensar um pouco, entender o que está acontecendo comigo... Pode ser? — perguntou ela, olhando-o nos olhos e vendo uma expressão de alivio e tensão ao mesmo tempo — Já já eu volto. — completou, afastando-se

Ela não sabia para onde estava indo, até porque nunca havia entrado naquela casa, até que após andar um pouco achou um banheiro. Esgueirou-se para dentro e após checar que não havia ninguém ali, trancou-se.

Olhou-se para o seu reflexo no espelho e notou que ainda havia vestígios do beijo: sua boca ainda estava vermelha e a respiração acelerada. Ele conseguia mexer com ela de uma forma que Felipe nunca conseguira. Mas por que ela não conseguia aceitar isso? Não conseguia dá um chance para o menino? Já estava cansada de ser tão complicada.

Ela começou a lembrar desde a primeira vez que o vira encarando-a na janela de casa, de como sentira uma atração assim que encontrou os seus olhos, até o beijo que ela tanto ansiara. Estava chegando a uma conclusão, até que ouviu uma vozinha interior gritando: "Você está se privando de viver o momento por medo do futuro"

Ela teve que concordar: realmente estava com medo do futuro, com o que poderia acontecer, se isso iria estragar a amizade deles. Mas concluiu que não tinha certeza de nada, só testando para saber.

Após muito impasse consigo mesma, Sophie tomou coragem, ajeitou o cabelo e saiu do banheiro. Ela iria parar de ser frouxa e ia dá uma chance para ele.

Pensando nisso, tentou encontrar o caminho de volta para a sala e ao chegar lá o viu de costas, encostado ao balcão de cabeça baixa. "Coragem, Sophie" disse ela pra si mesma e seguiu.

— Oi — começou — Será que a gente poderia conversar, bem.. em um lugar mais calmo? — perguntou

— Tudo bem. Vem comigo! — respondeu ele, segurando a mão dela

Enquanto seguiam para fora da casa, ela só conseguia pensar em como a mão dele era quente e encaixava-se perfeitamente a sua.

— Bom, aqui tá bem mais calmo. — disse ele quando chegaram ao jardim da casa

Não havia ninguém no local e ainda dava para escutar a música ao fundo.

— Então.. — começou — eu queria conversar sobre o beijo, sobre nossa amizade.. sobre nós! — disse, tentando não gaguejar

— Pode falar, estou ouvindo. — respondeu ele, enquanto forçava o maxilar

— Bom, você foi o primeiro amigo que eu tive aqui na cidade, que me acolheu, sempre esteve ao meu lado nesses últimos meses e.. nunca desistiu de mim! Eu nunca tive um amigo homem como você e isso..

— Sophie, se você for falar que vamos continuar apenas amigos, não precisa enrolar, já estou acostumado! — interrompeu-a, com um olhar triste

— Como eu ia falando.. — continuou — Isso é muito diferente pra mim. Muitas vezes já tentei distinguir se o que eu sinto por você é só carinho de amigo ou.. ou é algo mais forte! E após esse beijo eu consegui encaixar e entender tudo! — disse, aproximando dele — Eu estava com medo de perder sua amizade, porque você é muito importante para mim, mas daí eu me toquei que eu não tenho como ter certeza de nada e.. — ao olhar para o rosto dele, ela sentiu as malditas borboletas atacando-a como se ela fosse um saco de pancadas — Eu percebi que eu estou.. eu estou perdidamente apaixonada por você, Adam!

— Ham? O quê? Acho que eu não entendi o que você falou, será que você poderia repetir para mim? — pediu ele, aproximando-se para perto e colocando suas mãos na cintura da menina

— Eu disse que estou perdidamente apaixonada por você! — sussurrou no ouvido dele, fazendo o pelos de sua nuca se eriçarem

Adam abriu um sorriso enorme e olhando no fundo dos olhos dela, respondeu:

— Eu me apaixonei por você desde a primeira vez que te vi naquela varanda olhando o céu. Nunca esqueça disso!

Após isso, eles se encaram por um momento e iniciaram um beijo longo e carinhoso, com ambas as mãos passeando pelo rosto um do outro. Aquele seria um beijo que Julie descreveria como "amolece pernas", porque era assim que Sophie estava se sentindo naquele momento e tentou não cair na frente dele.

Quando terminaram, ele a puxou para um lado do jardim mais reservado. Deitaram-se lado a lado sobre a grama, contemplando as estrelas.

— Você não sabe o quanto eu esperei por esse momento. — disse ele, quebrando o silêncio

— E o que você está esperando para me beijar? — flertou

Ele soltou uma gargalhada e subiu em cima dela com cuidado, começando um beijo, dessa vez mais quente, apertando a cintura da menina, até que Sophie interrompeu o beijo, dizendo:

— Lembra daquela vez em que eu fui na sua casa e caí assim em cima de você? — perguntou, indo pra cima dele

— Como esquecer? — disse ele com um sorriso torto

— Você não sabe como eu tive vontade de fazer isso! — disse, passando a mão pelo rosto dele, acariciando sua bochecha e descendo até chegar no peitoral. Ah, mas que peitoral! Continuou até o abdômen, massageando e levando sua boca ao encontro da dele, assim iniciando um beijo mais quente que o normal.

Quando estavam no ápice do momento, ouviram passos.

— Então vocês estão aí, né.. Ops!