Escrevendo minha vida escrita por MrMeeseks


Capítulo 17
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Oie, até que nem denorou né? Ta aí o capítulo. Espero que gostem.
Até lá embaixo
Esse ficou muito grande.
Acho que é o maior capítulo da fic. Tem 4.050 palavras, segundo o contador do site. Deve ter bugado.



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Não sei como voltei a dormir, mas o sonho que tive depois não foi tão aleatório. Acho.
Lá pelas 9:30 eu acordei de novo. Olhei no visor do celular e vi que tinha uma chamada perdida do Antônio. Idiota. Eu deliguei o celular, coloquei na cômoda e esqueci que horas eram. Nem liguei.
Ao lado, a cama improvisada para a Valen estava desarrumada, mas ela não estava lá.
Tirei meu pijama e vesti um moletom e uma calça jeans rabiscada. Liguei o modo f0d@-** para a temperatura (28°C, acho) e fui ao banheiro escovar os dentes e pentear o cabelo. Então fui tomar café-da-manhã.
À mesa estavam meu pai, minha mãe, minha vó, a Gabi, a Paloma e a Valentina.
Minha "irmã" estava sentada no MEU lugar, usando MEU vestido rosa de flores coloridas. Todos pareciam voltados para ela, que estava contando uma empolgante história sobre pulgas suicidas. Revirei os olhos.
Peguei uma banana e fui até a área externa. Abri a única proteção de vidro e caminhei até aquela parte no arremate que não tem grade (consequencia de uma longa história envolvendo ninguém menos que meu tio Alberto) encostei a cabeça na parede e abri um livro: Fazendo Meu Filme 2. Fiquei analizando os fatos enquanto saboreava a deliciosa fruta conhecida popularmente como banana. Fiquei pensando como teria se sentido Tracy quando minha mãe chegou. Estaria ela sentindo que alguém havia tomado seu lugar? Que ela não era mais necessária? Ou teria ela agido de forma mais madura? Em vez de sentar na janela com moletons e jeans, comendo bananas e lendo, como ela teria lidado com isso?
Peguei o celular do bolso e liguei para a única pessoa que me ocorreu. Alguém que eu não via havia muito tempo. Alguém que, assim como eu, tinha outra pessoa que chegara depois dizendo ser seu irmão. Uma pessoa não muito mais velha. Que queria fazer piscicologia na faculdade e poderia me ajudar. Assim eaperava.
"Alô" ouvi a voz sonolenta da Lílian praguejando em inglês. Respondi na mesma língua.
"Oi, Lílian, aqui é a Mary. Tudo bem?"
"Mary, oi! Minha irmã não colocou o celular para carregar? Quer que eu chame ela?"
"Ahn, não, na verdade. Queria falar com você."
"Comigo? Aconteceu alguma coisa?"
Contei-lhe toda a história, desde o momento que a Lolô me deixou sozinha no apartamento até quando resolvi ligar para ela. Exclui a parte do sonho porque... Fala sério, o que aquela aleatoriedade teria interferencia no meu estado emicional?
"Por isso estava pensando" concluí "o que você fez quando soube da Dylah?"
Ela ficou quieta por alguns segundos então disse:
"Olha, é bem normal se sentir assim. Tenho muitas amigas com irmãs gêmeas. Eu, pessoalmente reagi muito bem à Dylah, pois temos uma diferença, digamos assim, rasoável de idade. Mas algumas das minhas amigas foram ter irmãos e irmãs mais novos aos 12, 13, e o que elas relatam é que é bastante chato, pois nessa idade você já se habituou à sua vida do jeito que é. Claro, sempre terão obstaculos e mudanças. Mas poucas dessas mudanças envolvem ter de dividir suas coisas íntimas com alguém. Todos os irmãos tem altos e baixos. Eu e a Dylah, por exemplo, nos damos super bem, mas ainda assim brigamos às vezes. Minha amiga Lola tem um irmão de 9 anos. Eles dois vivem brigando, mas há pontos em que são amigos. Ou a Rachel aos 7 anos ela ganhou um irmão. Imagina 7 anos de diferença. Mas eles se amam muito. Brigam bastante, mas são muito amigos. Ao longo do tempo, a fratetnidade fica mais amistosa e gostosa. Minha mãe, por exemplo, aos 4 ela ganhou uma irmã. Minha tia e ela brigavam sempre. Minha vó diz que era insuportável. Às 5:30 da manhã se ouviam gritos em Marte das brigas das duas. Hoje, são muito unidas. Mas, olhe, acho bom você ir numa piscicóloga, conheço uma muito boa, posso pedir nomes brasileiros e..."
"Lílian" eu disse ", muito obrigada. Você me ajudou muito. Acho que sei o que devo fazer. Muitíssimo obrigada. Sério! Não sei como te agradecer."
"Ah, fofa, foi um prazer! Boa sorte com sua irmã. Beijos. Tchau"
Ela desligou o telefone.
Olhei para mim mesma. Cara de sono. Metade do corpo para fora do prédio, com uma banana comida, um livro aberto na página 97, um moletom e calça velhos e quentes de mais para os 28°C e um celular indicando 1 hora de duração de uma chamada internacional.
Tomei minha decisão. Corri para o quarto, troquei de roupa. Um vestido regatinha listrado em tons de azul, um pouco decotado nas costas. Uma sandália de dedos e uma bolsinha pequena, apenas com meu celular e uma graninha. Uma roupa adequada para uma brasileira, pois era isso o que eu seria naquele dia: uma brasileira passeando por BH com sua irmã e sua amiga.

"Valen?" chamei. "Ei, vamos dar uma volta? Você gosta de chachoros? Porque eu combinei com o Rô de dar uma volta com o Bombril e com a Estopa. Anima?"
"Ah, Maria, olha eu não queria dar uma volta agora. Vem tomar café com a gente! Papai e Mamãe estavam contando quaando eles começaram."
"Tabom então" falei, um pouco decepcionada. E com raiva. Humpf, ela era uma versão melhorada de mim? A versão que gosta de ouvir histórinhas de amor? Tabom intaum. "Lolô, quer vir?"
"Mary, eu quero. Mas marquei com as minhas amigas um troço mais tarde e eu vou. Quer vir comigo?"
"Tabom, er... Que horas é? Porque eu realmente marquei de ficar com o Bombom e a Estopa."
"À uma da tarde. Agora são... Quinze pras onze. Olha, quando eu tiver saindo, eu te ligo, aí a gente passa lá para te pegar e vai encontrar as minhas amigas."
Peraí, peraí, peraí, a gente? A Valentina ia junto?
"A gente?" falei alto.
"É, eu combinei com a Valen."
Tabom, agora era de mais. A Paloma nunca havia marcado uma saída antes, sem combinar antes comigo, e eu era sempre a primeira a saber. Agora ela estava falando com... Ela. Antes de mim. Minha melhor amiga estava me traindo com a minha irmã?
Inveja. Eu estava com inveja? Eu nunca havia sentido isso antes.
Sorri e saí. Não aguentei, já no elevador comecei a chorar.
A Valen tinha me chamado de Maria. E a Lolô me chamou de Mary. Ela nunca, NUNCA havia me chamado assim. Como se sob influencia.
Raiva. Eu estava com raiva agora.
E não ache que eu vou ficar contando meus sentimentos assim, diretamente, mas esse é um dia que me doeu escrever.
Ai, não! Desculpa! Eu fui grossa com você! A única pessoa que não preferiria a... Valentina, a mim. Né?
Fui a casa alugada do Rodrigo, e só percebi minha cara no elevador.
Nariz inchado e vermelho, bochechas amassadas e úmidas.
Antes eu tivesse subido direto, mas eu resolvi lavar meu rosto no banheiro da piscina. E o que aconteceu depois foi pior.
Abri a porta da piscina ainda chorando.
"Ai, que chorona!" deboxou uma voz conhecida.
Me virei e deparei com, ninguem menos que o **** do Antônio.
"Cala a boca, mané."
Ele e os amigos riram.
"Ouvi dizer que você ganhou uma irmã..." disse um dos amigos.
"E que ela é bem mais gostosa que você." completou outro.
"Verdade. E perto dela vocês NUNCA vão chegar." não sei por quê, mas o impulso me fez defendê-la.
"U-hu!" deboxaram todos em uníssono.
"Isso" disse o Antônio "banque a malvada."
"Lincença, por favor. Eu quero ir ao banheiro e vocês estão na frente."
"Não. Me fala uma coisa. Essa sua irmã, é da sua família mesmo, porque se for, não pode ser tão gostosa assim."
"Me deixa em paz, por favor." pedi. Não gritei, não fui grossa, apenas, pedi.
Ele riu malicioso.
"Vem por cima então." ele disse no mesmo tom. Os amigos riram da piada, que eu, de verdade, não entendi. E meu instindo dizia que eu não queria entender.
"Hum, deixa eu pensar..." fingi estar pensativa "Não ou não, você escolhe."
"Então vem!" ele chegou mais perto. Recuei.
"Me deixa em paz." falei um pouco mais alto, e com mais autoridade.
Ele fez um gesto com a mão e os amigos saíram. Ele veio para cima de mim. Quase caí na piscina duas vezes.
Ele estava tentando me beijar, ou até... Até... Quer dizer... Eu não... Não... Não aos 13.
"ME DEIXA EM PAZ!" gritei.
"Hu-hu" ele riu. Bem falso.
"Tenho que desenhar? ME DEIXA EM PAZ! M-e d-e-i-x-a e-m p-a-z! Ta dificil de entender?"
Ele continuou. Agora eu estava à um centímetro da piscina.
Pensei nos meus ídolos.
O Harry Potter teria lançado uma azaração qualquer.
O Percy Jackson teria usado Contracorrente para transformar aquele monstro em pó.
Os Elfos de Senhor dos Anéis teria empunhado seu arco e jogado uma flecha.
O Sherlock Holmes teria atacado com uma arma.
A Princesa Léia teria atirado com revólver.
O Luke Skywalker teria usado o Sabre-de-luz.
Poderia continuar enumerando, mas eu estava agora à meio centímetro da piscina.
Resolvi ser minha própria heroína. Do meu livro: Escrevendo Minha Vida.
Dei uma joelhada no lugar onde não deve ser alcançado.
Ele recuou, falando uma dezena de palavrões.
"Isso doeu."
"E vai doer mais ainda se você continuar." fingi-me de valente.
"Você ta morta, garota valentona. Aliás é o nome da sua irmã, né? Valentona?"
"Valentina." defendi.
Ele correu atrás de mim. E eu corri, fugindo. Embora, preferisse poder dizer que enfreitei-o com dignidade.
Tudo que consegui fazer enquento corria foi ligar para a Lolô. Caixa postal. Ela devia estar muito ocupada com a nova melhor amiga.
Subi as escadas em direção ao apartamento do Rodrigo.
Graças a Deus, aos Valar, aos Deuses ou seja lá quem esteja controlando lá em cima, a porta estava aperta.
Entrei e fechei a porta atrás de mim.
Lá dentro estavam o Rodrigo, a Priscila, a Samantha e o Rodrigo2. Além da Estopa e do Bombom.

"Ta tudo bem?" a Samantha perguntou assim que o Rô e a Pri saíram. Se entendi, eles iriam num bar com uns amigos e a Sam iria sair também. Médico do Rodrigo2. Então eu teria de ficar com os cachorros.
"Hã..."
"Clarinha, você está passando por algum problema emocional? Eu posso ajudar."
Neguei. Mas a Sam me pressionou tanto qie eu acabei contando.
Ela apenas ouvia e assentiade vez em quando.
Quando eu terminei, ela falou:
"Olha, Clarinha, você não está com inveja da Valen, apenas com ciúmes. Parece a mesma coisa, mas não é. Ciúmes é uma reação natural. Todos sentem. Mas o que você faz com os ciúmes... Isso muda de pessoa para pessoa. Sua irmã passou por muito. E não duvido que você também, mas essa coisa de irmã gêmea, é novidade para vocês duas. Vocês tem que aprender a se lidar. Aquilo que sua amiga Lílian falou é verdade: cada fraternidade é de um jeito. A Pri e o Arthur, por exemplo, sempre brigaram muito, mas quando a Lívia e o Luís, os pais deles, se separaram, com o tempo, eles foram ficando mais unidos. Depois que eles reataram, essa união foi reforçada. Isso é novidade. A Paloma deve estar apenas tentando integrar a Valentina. E, quando a Lolô te chamou de Mary, provavelmente era uma correção indireta à Valen, pois você não gosta que te chamem de Maria, a Valentina provavelmente não sabia. Mas não esquente a cabeça."
Uau. Lílian+ Samantha= to feita! Agradeci o conselho e fui dar uma volta com os cachorros. Colocar as coisas em ordem, sozinha.
–X-

De: Lílian
Para: Mary Lá pelas 9:30 eu acordei de novo. Olhei no visor do celular e vi que tinha uma chamada perdida do Antônio. Idiota. Eu deliguei o celular, coloquei na cômoda e esqueci que horas eram. Nem liguei.
Ao lado, a cama improvisada para a Valen estava desarrumada, mas ela não estava lá.
Tirei meu pijama e vesti um moletom e uma calça jeans rabiscada. Liguei o modo f0d@-** para a temperatura (28°C, acho) e fui ao banheiro escovar os dentes e pentear o cabelo. Então fui tomar café-da-manhã.
À mesa estavam meu pai, minha mãe, minha vó, a Gabi, a Paloma e a Valentina.
Minha "irmã" estava sentada no MEU lugar, usando MEU vestido rosa de flores coloridas. Todos pareciam voltados para ela, que estava contando uma empolgante história sobre pulgas suicidas. Revirei os olhos.
Peguei uma banana e fui até a área externa. Abri a única proteção de vidro e caminhei até aquela parte no arremate que não tem grade (consequencia de uma longa história envolvendo ninguém menos que meu tio Alberto) encostei a cabeça na parede e abri um livro: Fazendo Meu Filme 2. Fiquei analizando os fatos enquanto saboreava a deliciosa fruta conhecida popularmente como banana. Fiquei pensando como teria se sentido Tracy quando minha mãe chegou. Estaria ela sentindo que alguém havia tomado seu lugar? Que ela não era mais necessária? Ou teria ela agido de forma mais madura? Em vez de sentar na janela com moletons e jeans, comendo bananas e lendo, como ela teria lidado com isso?
Peguei o celular do bolso e liguei para a única pessoa que me ocorreu. Alguém que eu não via havia muito tempo. Alguém que, assim como eu, tinha outra pessoa que chegara depois dizendo ser seu irmão. Uma pessoa não muito mais velha. Que queria fazer piscicologia na faculdade e poderia me ajudar. Assim eaperava.
"Alô" ouvi a voz sonolenta da Lílian praguejando em inglês. Respondi na mesma língua.
"Oi, Lílian, aqui é a Mary. Tudo bem?"
"Mary, oi! Minha irmã não colocou o celular para carregar? Quer que eu chame ela?"
"Ahn, não, na verdade. Queria falar com você."
"Comigo? Aconteceu alguma coisa?"
Contei-lhe toda a história, desde o momento que a Lolô me deixou sozinha no apartamento até quando resolvi ligar para ela. Exclui a parte do sonho porque... Fala sério, o que aquela aleatoriedade teria interferencia no meu estado emicional?
"Por isso estava pensando" concluí "o que você fez quando soube da Dylah?"
Ela ficou quieta por alguns segundos então disse:
"Olha, é bem normal se sentir assim. Tenho muitas amigas com irmãs gêmeas. Eu, pessoalmente reagi muito bem à Dylah, pois temos uma diferença, digamos assim, rasoável de idade. Mas algumas das minhas amigas foram ter irmãos e irmãs mais novos aos 12, 13, e o que elas relatam é que é bastante chato, pois nessa idade você já se habituou à sua vida do jeito que é. Claro, sempre terão obstaculos e mudanças. Mas poucas dessas mudanças envolvem ter de dividir suas coisas íntimas com alguém. Todos os irmãos tem altos e baixos. Eu e a Dylah, por exemplo, nos damos super bem, mas ainda assim brigamos às vezes. Minha amiga Lola tem um irmão de 9 anos. Eles dois vivem brigando, mas há pontos em que são amigos. Ou a Rachel aos 7 anos ela ganhou um irmão. Imagina 7 anos de diferença. Mas eles se amam muito. Brigam bastante, mas são muito amigos. Ao longo do tempo, a fratetnidade fica mais amistosa e gostosa. Minha mãe, por exemplo, aos 4 ela ganhou uma irmã. Minha tia e ela brigavam sempre. Minha vó diz que era insuportável. Às 5:30 da manhã se ouviam gritos em Marte das brigas das duas. Hoje, são muito unidas. Mas, olhe, acho bom você ir numa piscicóloga, conheço uma muito boa, posso pedir nomes brasileiros e..."
"Lílian" eu disse ", muito obrigada. Você me ajudou muito. Acho que sei o que devo fazer. Muitíssimo obrigada. Sério! Não sei como te agradecer."
"Ah, fofa, foi um prazer! Boa sorte com sua irmã. Beijos. Tchau"
Ela desligou o telefone.
Olhei para mim mesma. Cara de sono. Metade do corpo para fora do prédio, com uma banana comida, um livro aberto na página 97, um moletom e calça velhos e quentes de mais para os 28°C e um celular indicando 1 hora de duração de uma chamada internacional.
Tomei minha decisão. Corri para o quarto, troquei de roupa. Um vestido regatinha listrado em tons de azul, um pouco decotado nas costas. Uma sandália de dedos e uma bolsinha pequena, apenas com meu celular e uma graninha. Uma roupa adequada para uma brasileira, pois era isso o que eu seria naquele dia: uma brasileira passeando por BH com sua irmã e sua amiga.

"Valen?" chamei. "Ei, vamos dar uma volta? Você gosta de chachoros? Porque eu combinei com o Rô de dar uma volta com o Bombril e com a Estopa. Anima?"
"Ah, Maria, olha eu não queria dar uma volta agora. Vem tomar café com a gente! Papai e Mamãe estavam contando quaando eles começaram."
"Tabom então" falei, um pouco decepcionada. E com raiva. Humpf, ela era uma versão melhorada de mim? A versão que gosta de ouvir histórinhas de amor? Tabom intaum. "Lolô, quer vir?"
"Mary, eu quero. Mas marquei com as minhas amigas um troço mais tarde e eu vou. Quer vir comigo?"
"Tabom, er... Que horas é? Porque eu realmente marquei de ficar com o Bombom e a Estopa."
"À uma da tarde. Agora são... Quinze pras onze. Olha, quando eu tiver saindo, eu te ligo, aí a gente passa lá para te pegar e vai encontrar as minhas amigas."
Peraí, peraí, peraí, a gente? A Valentina ia junto?
"A gente?" falei alto.
"É, eu combinei com a Valen."
Tabom, agora era de mais. A Paloma nunca havia marcado uma saída antes, sem combinar antes comigo, e eu era sempre a primeira a saber. Agora ela estava falando com... Ela. Antes de mim. Minha melhor amiga estava me traindo com a minha irmã?
Inveja. Eu estava com inveja? Eu nunca havia sentido isso antes.
Sorri e saí. Não aguentei, já no elevador comecei a chorar.
A Valen tinha me chamado de Maria. E a Lolô me chamou de Mary. Ela nunca, NUNCA havia me chamado assim. Como se sob influencia.
Raiva. Eu estava com raiva agora.
E não ache que eu vou ficar contando meus sentimentos assim, diretamente, mas esse é um dia que me doeu escrever.
Ai, não! Desculpa! Eu fui grossa com você! A única pessoa que não preferiria a... Valentina, a mim. Né?
Fui a casa alugada do Rodrigo, e só percebi minha cara no elevador.
Nariz inchado e vermelho, bochechas amassadas e úmidas.
Antes eu tivesse subido direto, mas eu resolvi lavar meu rosto no banheiro da piscina. E o que aconteceu depois foi pior.
Abri a porta da piscina ainda chorando.
"Ai, que chorona!" deboxou uma voz conhecida.
Me virei e deparei com, ninguem menos que o **** do Antônio.
"Cala a boca, mané."
Ele e os amigos riram.
"Ouvi dizer que você ganhou uma irmã..." disse um dos amigos.
"E que ela é bem mais gostosa que você." completou outro.
"Verdade. E perto dela vocês NUNCA vão chegar." não sei por quê, mas o impulso me fez defendê-la.
"U-hu!" deboxaram todos em uníssono.
"Isso" disse o Antônio "banque a malvada."
"Lincença, por favor. Eu quero ir ao banheiro e vocês estão na frente."
"Não. Me fala uma coisa. Essa sua irmã, é da sua família mesmo, porque se for, não pode ser tão gostosa assim."
"Me deixa em paz, por favor." pedi. Não gritei, não fui grossa, apenas, pedi.
Ele riu malicioso.
"Vem por cima então." ele disse no mesmo tom. Os amigos riram da piada, que eu, de verdade, não entendi. E meu instindo dizia que eu não queria entender.
"Hum, deixa eu pensar..." fingi estar pensativa "Não ou não, você escolhe."
"Então vem!" ele chegou mais perto. Recuei.
"Me deixa em paz." falei um pouco mais alto, e com mais autoridade.
Ele fez um gesto com a mão e os amigos saíram. Ele veio para cima de mim. Quase caí na piscina duas vezes.
Ele estava tentando me beijar, ou até... Até... Quer dizer... Eu não... Não... Não aos 13.
"ME DEIXA EM PAZ!" gritei.
"Hu-hu" ele riu. Bem falso.
"Tenho que desenhar? ME DEIXA EM PAZ! M-e d-e-i-x-a e-m p-a-z! Ta dificil de entender?"
Ele continuou. Agora eu estava à um centímetro da piscina.
Pensei nos meus ídolos.
O Harry Potter teria lançado uma azaração qualquer.
O Percy Jackson teria usado Contracorrente para transformar aquele monstro em pó.
Os Elfos de Senhor dos Anéis teria empunhado seu arco e jogado uma flecha.
O Sherlock Holmes teria atacado com uma arma.
A Princesa Léia teria atirado com revólver.
O Luke Skywalker teria usado o Sabre-de-luz.
Poderia continuar enumerando, mas eu estava agora à meio centímetro da piscina.
Resolvi ser minha própria heroína. Do meu livro: Escrevendo Minha Vida.
Dei uma joelhada no lugar onde não deve ser alcançado.
Ele recuou, falando uma dezena de palavrões.
"Isso doeu."
"E vai doer mais ainda se você continuar." fingi-me de valente.
"Você ta morta, garota valentona. Aliás é o nome da sua irmã, né? Valentona?"
"Valentina." defendi.
Ele correu atrás de mim. E eu corri, fugindo. Embora, preferisse poder dizer que enfreitei-o com dignidade.
Tudo que consegui fazer enquento corria foi ligar para a Lolô. Caixa postal. Ela devia estar muito ocupada com a nova melhor amiga.
Subi as escadas em direção ao apartamento do Rodrigo.
Graças a Deus, aos Valar, aos Deuses ou seja lá quem esteja controlando lá em cima, a porta estava aperta.
Entrei e fechei a porta atrás de mim.
Lá dentro estavam o Rodrigo, a Priscila, a Samantha e o Rodrigo2. Além da Estopa e do Bombom.

"Ta tudo bem?" a Samantha perguntou assim que o Rô e a Pri saíram. Se entendi, eles iriam num bar com uns amigos e a Sam iria sair também. Médico do Rodrigo2. Então eu teria de ficar com os cachorros.
"Hã..."
"Clarinha, você está passando por algum problema emocional? Eu posso ajudar."
Neguei. Mas a Sam me pressionou tanto qie eu acabei contando.
Ela apenas ouvia e assentiade vez em quando.
Quando eu terminei, ela falou:
"Olha, Clarinha, você não está com inveja da Valen, apenas com ciúmes. Parece a mesma coisa, mas não é. Ciúmes é uma reação natural. Todos sentem. Mas o que você faz com os ciúmes... Isso muda de pessoa para pessoa. Sua irmã passou por muito. E não duvido que você também, mas essa coisa de irmã gêmea, é novidade para vocês duas. Vocês tem que aprender a se lidar. Aquilo que sua amiga Lílian falou é verdade: cada fraternidade é de um jeito. A Pri e o Arthur, por exemplo, sempre brigaram muito, mas quando a Lívia e o Luís, os pais deles, se separaram, com o tempo, eles foram ficando mais unidos. Depois que eles reataram, essa união foi reforçada. Isso é novidade. A Paloma deve estar apenas tentando integrar a Valentina. E, quando ela te chamou de Mary, era provavelmente uma indireta para corrigir a Valen. Não esquenta a cabeça."

–x-

De: Lílian
Para: Mary
Assunto: Psycologisty.
Enviada: 5 de Janeiro, 18:54

Hey, there!
Are you better with Valen?
I know you didn't ask, but I am sending some psycologisty's names in USA and Brazil. Then give me the feedback.
I'm sorry if there are mistakes in the brazilian cards, but I'm not good in portuguese.
Kisses
Lílian.

Doctor Victor Sunshine
Phone: 8674-3333
Site: dctrvsunshine.org

Doctor Lisa Parket
Phone: 6799-4464
Site: parket.lisa.com

Doutora Malissa Carvalho
Telefone: 8833-7890
Site: malissacarvalhoempresa.com.br

Dr. Jorge Massari Pinto da Silva
Telephone: 1234-4321
Site: agenciasilvaecartro.com.br

–x-

De: Samantha
Para: Paloma
Assunto: Ajuda
Enviada: 5 de Janeiro, 19:01

Oi, Paloma, tudo bem?
Não sei se você lembra de mim, eu sou a Samantha, cunhada da Priscila, a gente se viu no aniversário dela.
Seguinte, hoje a Clarinha foi falar comigo. Ela está um pouco enciumada em relação à Valentina. Ela também me disse edtar tendo problemas com o Ex.
Não estou pedindo que pare de falar com a Velentina, apenas fique um tempo à sós com a Clarinha. Diga que você não está "escolhendo" ninguém.
Conto com a sua ajuda
Beijos
Sam.

–x-

De: Paloma
Para: Samantha
Assunto: Re: Ajuda
Enviada: 5 de Janeiro, 19:24

Oi, Samantha. Tudo bem com você o Arthur e o Rodrigo?
Obrigada por me contatar, vou tentar ajudá-la.
O Antônio é realmente muito problemático. Já nos causou problemas muitas vezes.
De qualquer forma, obrigada de novo.
Beijos
Lolô


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem!!! Feliz ano-novo.
Beijoss



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