O reino das rosas. escrita por Lord JH


Capítulo 61
Caminhos


Notas iniciais do capítulo

Eleanor faz um pedido inusitado para a princesa Wendy.



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Já era meio dia quando a comitiva real decidiu fazer uma pausa próximo a um pequeno poço que oferecia água fresquinha para os viajantes do reino dos espinhos.

Wendy, montada em Sir Peter, agora levava Jennifer por sobre o Miraj, enquanto Amanda dividia a cabra Mary com Meg, e Eleanor acompanhava Diana na cabra negra Saly.

Brown, que havia acompanhado os velozes e belos cavalos de Sir Cleric e Sir Berturio, agora se deliciava com o balde de água oferecido por Thomas, que estava encarregado de prover água para todos os animais, até mesmo os que não fossem de montaria.

Ai, meu traseiro está todo dolorido. — Reclamou o magro garota que galopara o belo cavalo branco de Sir Berturio.

Não reclame, Thomas. Você poderia ter feito todo esse caminho escaldante a pé, gostaria disso? — Zombou Sir Cleric enquanto escovava o pelo empoeirado da crina de seu alazão malhado.

Acho que não. — Respondeu o magro garoto ao acariciar a cabeça do belo animal.

Do outro lado do poço, as meninas estavam sentadas embaixo de uma única arvore, que provia sombra e um pouco de refresco naquele lugar inóspito.

Jennifer e Wendy riam enquanto ouvia as aventuras de Diana, enquanto Meg lia e checava alguns mapas antigos e Amanda e Eleanor olhavam para a longa estrada de areia batida.

Você era amiga de Jennifer, não é? — Perguntou Eleanor sem precisar encarar o rosto de Amanda.

Eu achei que era. Isso até ela supostamente morrer no mar e magicamente retornar dos mortos para salvar o reino e se tornar amante da princesa. — Respondeu Amanda de maneira sincera.

Você também é amiga de Wendy. — Afirmou Eleanor agora olhando para o rosto gordo da menina esfarrapada.

Amanda porem não respondeu, e apenas após suspirar profundamente, a garota gordinha falou — Eu também achei que era, mas agora eu percebo que sou apenas uma ferramenta na mão dela.

Eleanor apenas permaneceu em silêncio, e ao perceber a expressão de insatisfação no rosto de Amanda, se afastou da garota gordinha e foi em direção a jovem rainha das rosas vermelhas.

Princesa Wendy, posso falar com vossa majestade? — Pediu Eleanor de maneira educada, mas ainda fria.

Mas é claro que pode, Eleanor. Diga o que deseja. — Respondeu Wendy com seu sorriso fofo, meigo e encantador.

Majestade, eu creio que seria bastante prudente, para não dizer sábio, enviar uma mensagem para princesa Clara, avisando-a que estamos indo até o reino dela; e se vossa majestade não se importar, eu mesma me ofereço para ir no Feliz até lá. — Propôs Eleanor com a sua voz fria e comedida de sempre.

Feliz? Quem é Feliz? — Perguntou Wendy sem entender sobre o que ou quem a princesa fria estava falando.

Feliz é o pássaro mágico dela, minha princesa. Uma ave incrível e bela como nenhuma outra que eu tenha avistado antes. — Respondeu Jennifer antes mesmo de Eleanor sequer abrir a boca.

Wendy então olhou para o pequeno passarinho vermelho que estava por sobre o ombro da garota nortenha, e ao se lembrar da história que sua mãe havia lhe contado, a princesa solitária falou — Ah então este é o nome do famoso pássaro vermelho da felicidade? Que lindo! Eu creio que seria maravilhoso vê-lo se transformar em uma ave gigante. Até hoje ainda gosto de ver o Sir Peter mudando de forma. — Respondeu Wendy maravilhada com a possibilidade de finalmente avistar tal ato.

Será um prazer, minha princesa, eu fico mais do que feliz em poder demonstrar a transformação do Feliz para vossa majestade. — Respondeu Eleanor ao colocar o belo passarinho vermelho em seu dedo indicador direito e depois jogá-lo ao ar para que Feliz voasse alto antes de se transformar em uma ave gigante.

Magnifico! — Exclamou a princesa ao ficar em pé e começar a bater palmas para o belo e mágico animal. — Minha mãe realmente lhe fez bem ao presentear-te com um ser tão belo. — Completou a princesa ao ficar admirada com as belas e brilhantes penas escarlates da grande ave.

Sim, e agradeço a falecida rainha por ter me agraciado com um amigo tão maravilhoso. Mas agora espero que vossa majestade permita que eu vá até o reino do litoral, como foi suplicado antes. — Relembrou Eleanor o seu verdadeiro motivo.

Ah, sim. Você pode ir sim; necessita de algo mais? — Perguntou Wendy bastante satisfeita com a lealdade e servidão de Eleanor.

Apenas uma companhia, será que eu poderia pedir a ajuda da senhorita Amanda nessa jornada? É um caminho bastante longo mesmo em voo, e é sempre bom ter alguém para conversar. — Explicou Eleanor para surpresa e descrença total de Jennifer, Meg e Diana, que ficaram de boca aberta ao ouvir as palavras proferidas pela branca condessa.

Mas é claro que sim. Amanda! Você poderia fazer a gentileza de acompanhar a condessa em um voo até o reino do litoral? — Pediu Wendy gentilmente ao falar com a garota gordinha.

Amanda ficou maravilhada com a possibilidade de poder voar nas costas de um pássaro gigante, e ao perceber que aquilo não se tratava de um sonho ou de uma miragem, a garota gordinha respondeu — Sim! Digo, sim, vossa majestade. Eu aceito acompanhar a condessa Eleanor até o reino do litoral.

Wendy apenas sorriu ao perceber a alegria no rosto de Amanda, porem Jennifer, Meg e Diana ainda estavam em choque pela atitude completamente anormal da personalidade fria de Eleanor.

Então vão. Partam em segurança e avisem a princesa Clara de nossa comitiva. Encontraremos vocês no castelo branco. Até lá, cuidem-se. — Falou a princesa Wendy com extrema delicadeza e pompa.

Eleanor então apenas agradeceu a gentileza da princesa e esperou Feliz pousar no chão para poder montá-lo e oferecer a mão esquerda para ajudar Amanda a subir no grande pássaro.

Obrigada! — Falou Amanda ao montar feliz na grande ave; e então, ao segurar na cintura fina da bela princesa fria, a garota esfarrapada teve o prazer de poder sentir o vento do céu no rosto pela primeira vez na vida.

E lá vão elas. Deve ser divertido montar e voar nele, não acham? — Perguntou Wendy ao olhar para os lados e perceber que as outras garotas ainda estavam incrédulas.

Meninas? O que houve? — Perguntou Wendy um pouco preocupada e desconfiada.

Porém, ao contrário do que a princesa esperava, nenhuma de suas amigas quis responder a sua pergunta inquisidora. E foi apenas quando Wendy se sentou novamente, que Jennifer falou — Wendy, posso falar com você um pouco?

A princesa das rosas vermelhas ficou mais desconfiada ainda da situação, mas como era um pedido de sua doce amada, pediu para que a duquesa e a baronesa saíssem para que as duas pudessem conversar um pouco a sós.

O que foi, amor? — Perguntou Wendy bastante confusa e preocupada.

Jennifer então lembrou de algo que gostaria de ter perguntado antes, mas por motivos de paixão e noites de amores exaustivas, não pôde.

Princesa, as meninas lhe contaram sobre o que achamos nas minas de Miriac? —  Perguntou Jennifer com certa delicadeza.

Foi então que a expressão de felicidade de Wendy desapareceu por completo, e logo após a princesa suspirar lentamente, Wendy falou — Elas me falaram sobre a morte deles. A baronesa Margarete até me deixou ler o livro de anotações do pai dela durante a nossa reunião.

Jennifer então tomou coragem e perguntou — Então você já sabe sobre o rei?

Sim, eu sei. — Respondeu Wendy em uma tentativa de não demonstrar fraqueza.

Jennifer então percebeu que a princesa não se sentia confortável em falar sobre aquilo, mas ainda tinha uma pergunta que a mesma não conseguiria conter.

Jennifer: — Como você está se sentindo com tudo isso?

Wendy então permaneceu em silêncio durante alguns segundos até suspirar mais uma vez e em uma voz fraca e embargada, falar — Eu ainda tenho você... — E salgadas lágrimas caíram de seus belos e azulados olhos.

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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