O reino das rosas. escrita por Lord JH


Capítulo 44
Reinado.


Notas iniciais do capítulo

Wendy toma uma difícil decisão para manter a segurança de seu reino.



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As notícias de desaparecimento de crianças aumentavam mais a cada dia no reino das rosas.

Preocupada, a princesa Wendy já não sabia qual cavaleiro enviar novamente para resolver este problema, pois já havia enviado sete deles e todos “desapareceram”.

Minha princesa, precisamos enviar outro guerreiro para investigar este caso. Os desaparecimentos não podem continuar a acontecer. — Suplicou o velho Galbert para a nova rainha e princesa das rosas vermelhas.

Não adianta Galbert. Todos aqueles que enviamos estão mortos. A única maneira que teríamos de derrotar o cão vadio é com um exército, mas nós não temos um disponível agora. Temos? — Perguntou Wendy enquanto se mexia desconfortável no trono.

E o que faremos, minha princesa? Deixaremos a besta-fera raptar e devorar todas as crianças do reino? — Perguntou o mensageiro Galbert já impaciente.

Não! Resolveremos isto de uma vez por todas. Me dê apenas três dias e eu pensarei em algo para fazer. Até lá governe no meu lugar, por favor. — Pediu Wendy ao se levantar do trono e caminhar na direção do seu quarto.

Mas senhorita Wendy, hoje é o dia da aceitação dos novos cavaleiros. É tradição que a rainha os receba e dê uma boa olhada neles. — Explicou Galbert confuso e preocupado.

Você pode fazer isso no meu lugar, Galbert? Eu lhe peço do fundo do meu coração. — Pediu Wendy ao se virar e fazer um olhar pidão que não permitiria qualquer chance de resistência ou negação.

Está tudo bem, minha princesa. Eu mesmo os vistorio. — Falou Galbert ao concordar e deixar o salão real às pressas.

Obrigada, meu bom e fiel Galbert. — Falou Wendy antes de se virar e correr pelos longos corredores até chegar no seu majestoso quarto.

Então, ao abrir a porta de seu quarto, a jovem garota o trancou novamente e desabou em lágrimas por sobre a cama.

A pressão do governo e do reinado estava muito forte para alguém tão nova como ela. E apesar da ajuda de Galbert e dos conselhos dos mais velhos e sábios cavaleiros, a situação apenas piorava a cada dia.

O reino estava inebriado e tomado pelo medo. As pessoas temiam pelas suas vidas e pelas suas crianças. Muitos diziam que o rei estava morto e Wendy já estava começando a acreditar que eles estavam certos.

Eu não aguento mais Peter.... Todas essas pessoas, todos os sete cavaleiros.... Todas essas crianças morreram para que eu pudesse proteger a Jennifer. Tchunf! Morreram apenas para que eu pudesse proteger a minha amada. — Lamentou-se Wendy ao abraçar e choramingar no pelo branco e fofinho do seu coelhinho.

O que eu faço? Não há mais nada que eu possa fazer. Se ao menos eu tivesse alguma resposta. — Murmurava Wendy enquanto olhava nos olhos avermelhados do belo e pequeno animal.

Foi então, que ao ouvir um sussurro de uma voz ao vento, Wendy olhou para o velho e agora esfarrapado, e cortado, ursinho de pelúcia. E ao se levantar e pegar a sua tigela de água, onde ela costumava lavar as mãos e o seu rosto quando acordava, especialmente depois de uma longa noite de dor, sono, e choro, Wendy colocou a tigela por cima da cama e disse: — Eu sei que eu falei que não faria ou tentaria isto novamente.... Mas não tenho outra escolha. Jennifer, Joshua, papai, mamãe.... Me perdoem.

Então, de trás do travesseiro, Wendy retirou uma adaga com lamina de ferro e pomo de ouro no formato de um coelhinho; um presente dado a ela pelo último cavaleiro que partira a caça do cão vadio do terror.

A faca era velha, porem afiada e muito bem conservada. Bastou apenas um singelo corte para que uma boa quantidade do sangue da princesa saísse e pingasse por sobre a agua dentro da tigela clara como uma casca de ovo.

IBIX NUCS DORGM! — Recitou a princesa antes da agua na tigela ficar completamente vermelha e um vulto negro aparecer no formato de uma criança.

Wendy? É você mesmo? Foi você quem me chamou? — Perguntou Joshua ao avistar e admirar novamente o belo e encantador rosto pálido da princesa das rosas.

Olá meu amor. Quanto tempo não? Coloquei flores em seu tumulo e chorei por você, mas não fiz mais do que isso. Cof, cof... — Falou Wendy antes de tossir um pouco de sangue.

Sua estupida! Você não devia estar usando esta magia. Você sabe muito bem que magia para falar com os mortos consome muito da alma do usuário. — Repreendeu Joshua furioso.

Acredite, eu não usaria se eu não precisasse muito de sua ajuda. — Respondeu Wendy ao regurgitar e conter fortemente a vontade de vomitar.

Então me fala logo o que você deseja saber! Não quero ver você se matando e acabando igual a mim. — Respondeu Joshua impaciente.

Eu gostaria de saber se não existe algum jeito de matar ou controlar o seu pai. Cof, cof.... Pois ele está incontrolável. — Perguntou Wendy apreensiva.

Depende do caso... — Respondeu Joshua meio incerto. — O que ele anda fazendo? — Perguntou o príncipe das regras curioso.

Ele anda atacando e matando todas as pessoas que tentam ataca-lo ou impedi-lo de sequestrar e torturar crianças. Cof, cof.... Ele nunca esteve tão faminto antes. Tchunf! Em apenas algumas semanas ele sequestrou mais de quarenta crianças. — Respondeu Wendy sincera.

Então ele provavelmente não está devorando-as...  Mas mesmo assim ele deve ser parado. — Concordou Joshua seguro de suas palavras.

Sim. — Concordou Wendy com um sorriso. — Era isso que eu queria lhe perguntar. Existe algum feitiço ou alguma maneira de derrotá-lo?

Joshua parou, suspirou e pensou um pouco, e após olhar profundamente nos olhos azuis de Wendy, respondeu — Existe sim. Tem alguns feitiços que funcionariam contra ele, mas são muito perigosos e fortes para você usar. E eu nunca arriscaria a sua alma e a sua saúde com algo tão arriscado apenas para que você possa enfrentar um inimigo tão poderoso e perigoso.

Wendy então perdeu a paciência com Joshua e ao ficar muito brava, jogou a faca na parede e gritou — Deixe de ser medroso Joshua! Eu preciso parar ou derrotar o seu pai logo e o mais rápido possível. Apenas me diga e me conte como fazer. — Implorou Wendy ao começar a lacrimejar e chorar.

Joshua sentiu o seu coração frio pesar ao ver as lágrimas de sua amiga e amada, e após pensar um pouco mais, falou — Bem, existe uma outra maneira.... Mas é bem arriscada e muito difícil de se conseguir e fazer.

Qual é? Me diga como. — Pediu Wendy com um olhar sincero e esperançoso.

Bom, você precisará de um domador troca-peles. — Respondeu o garoto sombrio com certeza no olhar.

Um domador troca-peles? — Perguntou Wendy confusa.

Sim. São pessoas que possuem a habilidade de entrar e dominar a mente, visão, audição, e os atos dos animais e dos outros seres vivos. — Explicou Joshua com sabedoria.

Ótimo. E aonde eu encontro um desse? — Perguntou Wendy empolgada com a ideia.

Então, aí é que está o problema. Todos os troca-peles são selvagens, ou descendentes de selvagens que moravam na grande floresta que divide o reino das rosas do reino das terras além da floresta. E quase todos eles estão em extinção. — Esclareceu e explicou Joshua ao dar a mal notícia.

Não sobrou nenhum deles vivo? — Perguntou Wendy se segurando ao máximo para não vomitar ou passar mal devido a tontura que já atacava o seu corpo e a sua cabeça.

Não muitos. — Respondeu Joshua sinceramente. — Eu mesmo só conheço apenas um. E é uma menina.

E onde eu posso encontrá-la? — Perguntou Wendy empolgada e esperançosa com a boa notícia.

Ela fica em uma floresta ao sul daqui do castelo. Procure por um urso chamado Coleira verde, e assim você encontrará a pessoa a quem procura. — Falou Joshua antes de sua imagem começar a ficar tremula e apagada.

Obrigada Jójó. É por isso que eu te amo. — Falou Wendy ao sorrir e deixar derramar uma lágrima no pequeno portal de agua avermelhada.

Joshua: — Por nada, minha princesa. Sugiro que você assuma a sua forma de ursa quando for falar com ele. Isso ajudará você a chamar e prender a atenção dele em você.

 Sim. Sem dúvidas ele ficará bastante feliz ou desconfiado se achar que eu sou uma outra troca-peles. — Concordou Wendy em alegria.

Exato. Agora, tenho que partir. Você já está fraca o suficiente para sequer conseguir manter a conexão entre os dois mundos. — Falou Joshua antes da sua imagem ficar embaçada novamente.

Obrigada novamente Jójó. Eu te amo e te agradeço por tudo isso. Principalmente pela ajuda. Cof, cof... — Falou Wendy antes de tossir e cuspir sangue novamente.

Concordo, minha princesa. Mas não precisa agradecer. Pois você sabe muito bem que eu apenas vivo para lhe servir. Agora adeus. E se cuide muito bem. E também não se esqueça de tomar aquela poção. — Falou Joshua antes de sua imagem desaparecer de vez com a cor escura e avermelhada do sangue na agua.

Sim, meu amor.... Eu não esquecerei. — Falou Wendy antes de perder o controle de sua garganta e não conseguir mais conter o impulso de vomitar, sujando assim toda a sua cama e o chão de seu quarto.

Oh, droga. O Galbert e o Joshua vão me matar... — Sussurrou Wendy antes de seus olhos se fecharem e ela cair mole e fria no chão.

 

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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