O reino das rosas. escrita por Lord JH


Capítulo 33
O reencontro.


Notas iniciais do capítulo

Jennifer reencontra Eleanor, e descobre coisas importantes sobre o seu passado esquecido.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/609470/chapter/33

A viagem fora longa e cansativa. Porem, depois do terceiro dia de cavalgada, Jennifer pode sentir o frio que emanava das florestas nevadas e geladas do norte.

Fazia muito tempo desde que Jennifer visitara o reino do norte. A garota azarada esteve aqui para comemorar o aniversario da Condessa Eleanor. Princesa das terras geladas e velha amiga de Jennifer.

Infelizmente, Jennifer não lembrava mais da sua amiga e muito menos que fora a princesa fria que lhe deu a sensação de seu primeiro beijo.

Quatro cavaleiros conduziram Jennifer até o castelo de gelo, onde dois guardas vestidos com casacos de pele grossa e que protegiam a porta do palácio o receberam.

Quem são vocês e o que desejam? — Perguntou um dos guardas sem rodeio.

Nós somos cavaleiros da guarda da floresta e estamos aqui para escoltar a senhorita Jennifer, que é enviada da rainha e princesa do reino das rosas vermelhas. — Respondeu um dos cavaleiros que acompanhava Jennifer.

Então suponho que a enviada deseje falar com a Condessa Eleanor. Estou certo?  — Perguntou um dos guardas que possuía uma cicatriz no olho esquerdo.

Sim! Digo, por favor. — Se corrigiu Jennifer ao perceber que havia se empolgado sem saber o motivo.

Então você pode entrar. Mas os cavaleiros terão que esperar aqui, ou no salão de visitas que fica ao lado castelo. — Falou um dos cavaleiros ao empurrar e abrir a enorme porta de gelo.

Jennifer e os cavaleiros concordaram e logo a garotinha azarada estava andando acompanhada de Brown pelos enormes corredores de gelo do castelo.

Então, após se perder inúmeras vezes pelos corredores frios e parecidos, Jennifer encontrou um cozinheiro que a guiou até a sala do trono.

Jennifer não sabia a causa, mas por algum motivo a garota azarada sentia como se já tivesse estado ali antes, e que de algum modo que ela não sabia explicar, talvez ela até conhece-se a princesa fria do castelo.

Chegamos senhorita. — Falou o cozinheiro ao parar na frente a uma enorme porta de gelo.

Atrás desta porta você encontrará a sala do trono de gelo. E lá encontrará a princesa. — Explicou o cozinheiro antes de se despedir e retornar para a cozinha.

Jennifer agradeceu e tomou coragem antes de abrir as portas frias e gélidas ao toque humano. Fez um pouco de força e ao abrir a porta, encontrou um enorme salão com o chão coberto de gelo como as paredes e o resto do castelo, e um teto aberto que permitia que flocos de neve caíssem e molhassem o chão frio ao derreter-se no gelo.

Cuidado Brown! Este piso deve ser escorregadio. — Falou Jennifer para o cãozinho que já brincava e escorregava enquanto tentava pegar alguns flocos de neve.

Aproxime-se! — Falou uma voz fria e suave que fez o coração de Jennifer bater mais rápido.

No final da sala, sentada em um trono de gelo, estava uma garota de cabelo curto e negro, vestindo um vestido branco como a neve e transparente como gelo. Ao seu lado um pequeno pássaro vermelho piava livre em cima de sua mão enquanto uma gaiola vazia jazia ao lado do trono.

Jennifer se aproximou da princesa com passos cuidadosos para não escorregar, mas apesar de todo o cuidado a garota azarada perdeu o equilíbrio por um instante e acabou caindo de joelho no gelo.

Tsc. O tempo passa e você ainda não aprendeu a andar no gelo. — Sussurrou a princesa ao se levantar do trono e caminha com os pés descalços pelo gelo frio até Jennifer.

Perdão! A verdade é que eu sou muito desastrada. Hihihi... — Comentou Jennifer envergonhada.

Tudo bem. Aqui, segure na minha mão. — Falou a princesa fria ao oferecer a mão para a garota azarada.

Jennifer agradeceu e olhou atentamente para a princesa. Viu que o vestido da Condessa era tão fino e transparente que dava para ver o seu corpo nu através da roupa. E que apesar de não usar nenhuma roupa por baixo do vestido, a garota não aparentava sentir nenhum frio.

Você não sente frio? — Perguntou Jennifer ao segurar na mão fria da princesa e se levantar.

Não muito. Mas o motivo de eu não estar vestida apropriadamente é que eu não sabia que eu receberia visitas. — Falou Eleanor corando e tentando cobrir as partes intimas disfarçadamente.

Não. Não tem problema! É um vestido muito bonito! Mas eu não acho que eu aguentaria andar sem sapatos por este chão. Brrrri... Aqui faz muito frio. — Sibilou Jennifer enquanto tremia e se abraçava tentando se aquecer.

Sim. Você tem razão. Talvez devamos ir para o meu quarto. Assim eu poderei colocar uma roupa mais apropriada e você poderá se aquecer um pouco mais. — Sugeriu Eleanor com um olhar envergonhado destinado ao chão.

Aquecer? — Perguntou Jennifer confusa.

Sim! Eu tenho uma lareira no meu quarto. Pedi que a construíssem embaixo do quadro da minha mãe. — Falou Eleanor com esperanças de que Jennifer ainda se lembrasse do quadro da antiga Condessa.

Bom. Se tem um lugar em que eu possa ficar um pouco mais quente... Eu aceito sim. — Respondeu Jennifer com um sorriso inocente no rosto.

Eleanor também ficou feliz, mas tentou não demonstrar a felicidade com um sorriso escondido.

Então, as duas garotas foram até o quarto da princesa fria, onde Jennifer logo tratou de acender o fogo da lareira e se aquecer um pouco.

Engraçado. Da outra vez que você veio aqui não estava sentindo tanto frio. — Comentou Eleanor enquanto abria o baú e retirava um vestido marrom de dentro.

Eu já estive aqui antes? — Perguntou Jennifer confusa e curiosa sobre as suas suspeitas.

Sim. Ao menos que você não seja mais a filha do Lorde Leo e da Lady Julieta. — Falou Eleanor ao se despir na frente da garota.

Lord Leo... — Sussurrou Jennifer.

Da ultima vez que eu tive noticias de você, pescadores estavam espalhando uma historia de que você e seus pais morreram afogados em um acidente de navio. Mas eu não quis acreditar naquelas falsas noticias. Pois eu sabia no fundo do meu coração que um dia você voltaria para mim. Afinal era isso que você sempre me escrevia em suas cartas. — Falou Eleanor enquanto vestia o seu vestido marrom com desenho de flores encravadas na borda do tecido.

Então eu já estive aqui antes... — Concluiu Jennifer ao ouvir as palavras da Condessa.

Sim. Mas da ultima vez você não tinha um cachorrinho. Qual é o nome dele? — Perguntou Eleanor ao se ajoelhar e acariciar a cabecinha do filhote.

O nome dele é Brown. Eu o encontrei na floresta. A sua mamãe havia sido devorada por lobos ou ursos, eu não sei, só sei que eu o adotei e estou cuidando dele até hoje. — Respondeu e explicou Jennifer antes de se sentar perto da lareira.

Você está bem? — Perguntou Eleanor preocupada.

Apenas um pouco tonta. É verdade que eu sou filha de um Lorde? — Perguntou Jennifer incrédula.

Sim. Você não se lembra? — Perguntou Eleanor tentando entender a situação.

Não. Eu não me lembro de nada desde a casa do Sir Gregory. — Respondeu Jennifer com os olhos enchendo de lagrimas.

Por onde você esteve este tempo todo? — Perguntou Eleanor ao se sentar na frente de Jennifer.

Bom, primeiro eu estava numa casa de um cavaleiro, depois eu passei a viver numa floresta, e hoje eu moro em um palácio junto com uma princesa. — Respondeu Jennifer de maneira rápida.

Como você conseguiu mudar tanto de lar em tão pouco tempo? — Perguntou Eleanor incrédula, porem com a voz fria e calma de sempre.

Foi tudo graças á Wendy. Foi ela quem me libertou e me resgatou das mãos do Sir Gregory, e foi ela quem me alimentou durante o tempo na floresta. — Explicou Jennifer enquanto tentava se lembrar de algo a mais.

Então você é amiga da princesa das rosas vermelhas e rainha do reino das rosas? — Perguntou Eleanor com a voz fria e indiferente.

Sim. Eu sou. — Respondeu Jennifer sem jeito.

Entendo... — Sussurrou Eleanor meio enciumada.

Jennifer percebeu uma certa tristeza na voz da garota, e curiosa logo perguntou — Então... Nós éramos amigas?

Eleanor sentiu o tom de preocupação e sinceridade na voz da garota azarada, e com certo receio, respondeu — Sim. Nós éramos.

O coração de Jennifer doeu como se ela tivesse recebido uma flechada no peito. Como a garota azarada poderia ter se esquecido de uma amiga importante assim? Será que ela teria mais amigas ou amigos de quem ela não se lembra?

Você sabe me dizer se eu tinha mais amigos? Ou... Amigas? — Perguntou Jennifer temendo a resposta.

Eu não sei. Você apenas me falou um pouco sobre uma tal de Amanda em uma de suas cartas, mas apenas isso. — Respondeu Eleanor com frieza.

Você ainda as tem? — Perguntou Jennifer esperançosa.

Eleanor: — O quê?

As cartas que eu lhe enviei! Você ainda as tem? — Perguntou Jennifer meio triste e preocupada.

Tenho. — Respondeu Eleanor friamente.

Será que eu poderia ler algumas? — Pediu Jennifer com educação.

Sim. Eu vou pegá-las para você. — Falou Eleanor antes de se levantar e ir até uma enorme cômoda feita de madeira de pinho.

A princesa fria então abriu uma das gavetas e retirou três cartas escrita em papel branco como a neve.

Aqui estão! — Falou Eleanor ao entregar as cartas á Jennifer.

Obrigada. — Agradeceu Jennifer ao olhar a primeira carta.

A primeira carta era uma resposta á um baile no castelo de gelo em homenagem ao aniversario da Condessa Eleanor. A segunda era uma carta entre amigas no qual Jennifer dizia como estava com saudades de Eleanor e de como não conseguia esquecer algo sobre um beijo.

Beijo? De que beijo eu estou falando? — Perguntou Jennifer um pouco envergonhada para Eleanor.

Do beijo que você me deu no dia do meu aniversario. — Respondeu Eleanor de maneira fria e direta.

Foi naquele momento que o coração da garota azarada começou a bater mais rápido do que nunca.

Jennifer não conseguia acreditar que talvez Eleanor tivesse sido algo mais que uma amiga no passado. O que Wendy iria pensar se soubesse que Jennifer havia beijado outra garota no passado?

Jennifer recuperou o fôlego e começou a ler a terceira carta, onde ela falava de uma amiga chamada Amanda, que era uma Troca-peles e uma amiga muito fofa.

Então eu tinha duas amigas... Onde será que anda a outra? — Questionou-se Jennifer ao olhar para os olhos frios e azuis de Eleanor.

Eu não sei. Mas... Posso fazer uma pergunta? — Pediu Eleanor com uma voz quase inaudível.

Po... Pode sim. — Respondeu Jennifer com um pouco de medo.

Eleanor: — Essa sua amiga... A Wendy. Ou melhor, a nova princesa...

Jennifer: — Sim?

Você gosta dela? — Perguntou Eleanor curiosa.

Sim! Claro que eu gosto. Ela é minha amiga! — Respondeu Jennifer tentando parecer indiferente.

Eu entendo. Mas o que eu quero saber é... Você a ama? — Perguntou Eleanor sem rodeios.

Jennifer ficou sem palavras, mas tentou ganhar um pouco mais de tempo e perguntou — De que tipo de amor você está falando?

Do tipo da Meg e da Diana. Você a ama desse jeito? — Perguntou Eleanor sem piscar.

Bom, eu não sei se eu me lembro quem é essas duas, mas eu gosto muito da Wendy. — Respondeu Jennifer de maneira sincera.

Entendo... Você já a beijou? — Perguntou Eleanor com um pouco de esperança que a resposta fosse não.

Jennifer suspirou profundamente e depois de tomar coragem, respondeu com uma voz triste — Sim... Eu já a beijei.

Eleanor sentiu uma dor que ela nunca havia sentido em seu coração. Mas não podia fazer nada. Pois ela já sabia que depois do rumor do acidente, Eleanor havia perdido Jennifer para sempre.

Desculpa. Eu não sabia... — Sussurrou Jennifer ao perceber a tristeza no olhar da princesa fria.

Tudo bem. Já estou acostumada a ser deixada sozinha. Mas... Por que você veio até aqui se você nem se lembra de mim? — Perguntou Eleanor ferida emocionalmente.

Eu estou tentando chegar nas terras além da floresta. A princesa das rosas vermelhas e um amigo dela me deram a missão de por um fim em algo que eles acreditam ser o mal do mundo. — Explicou Jennifer sabendo que parecia ridículo.

E o que é o mal do mundo? — Perguntou Eleanor tentando distrair a mente e entender o real objetivo de Jennifer.

Para falar a verdade eu não sei direito! Eu só sei que o corvo de três olhos pediu para as fadas me entregarem um pólen dourado e elas disseram que eu deveria levar este pó para as terras além da floresta.  — Explicou Jennifer com insegurança.

Você sabe que isso soa como loucura. Não sabe? — Indagou a princesa fria de maneira direta.

Jennifer: — Eu sei! Mas não posso falhar agora. Eu já tenho o pólen, mas preciso chegar do outro lado e descobrir o que é esse grande mal. Pois somente assim eu poderei retornar para a...

Wendy. — Completou Eleanor com uma voz fria, porém pesada.

Sim. — Anuiu Jennifer meio sem jeito.

Entendo. Mas isso não explica o que você veio fazer aqui no reino do norte. — Indagou Eleanor inconformada com a resposta.

A verdade é que eu tentei atravessar a grande floresta sozinha, mas quase morri. Fui atacada por selvagens e o unicórnio que a princesa me deu foi morto antes dos cavaleiros da floresta me encontrarem, me resgatarem, e me salvarem. — Explicou Jennifer meio envergonhada.

E agora você procura outra rota mais segura e fácil. — Deduziu Eleanor com frieza e sensatez.

Sim! Eu ouvi falar que você tem um trem de ferro que vai até as terras além da floresta. Então... Talvez... Com a sua... Ou melhor, vossa permissão, eu consiga cumprir o meu objetivo. — Explicou Jennifer esperando uma resposta positiva da princesa.

Então você veio até aqui por que você deseja uma maneira rápida e segura de viagem, mas não por minha causa. — Sussurrou Eleanor mais para si mesma do que para Jennifer.

Me desculpa! Eu não sabia que éramos amigas! Como você mesmo viu eu não me lembro de nada! Eu não consigo nem me lembrar quem são os meus próprios pais! — Exclamou Jennifer enchendo os olhos de lagrimas.

Tudo bem! Não precisa chorar. Eu lhe contarei tudo o que você quiser saber. Então apenas pare, por favor. — Falou Eleanor ao limpar as lagrimas do rosto de Jennifer com as suas mãos frias.

Obrigada! — Disse Jennifer ao fungar e enxugar as lagrimas restante.

Eleanor então provou uma das gotas de lagrimas de Jennifer e após sentir o gosto salgado, falou — Não se preocupe! Eu á levarei pessoalmente até as terras além da floresta. Mas nós não vamos de trem.

Não? E como vamos? — Perguntou Jennifer confusa.

Voando. — Respondeu a princesa ao dar um sorrisinho gélido.

Voando? Mas como? — Perguntou Jennifer mais confusa ainda.

Venha comigo e eu lhe mostrarei! — Falou Eleanor ao estender a mão para a garota azarada.

Certo. — Falou Jennifer ao segurar na mão fria da Condessa e seguir até a varanda do quarto.

Ao chegarem no parapeito da varanda, Eleanor começou a assoviar uma melodia muito bonita, o que atraiu o pequeno pássaro vermelho da felicidade para o ombro da princesa.

Voe e se transforme! — Ordenou Eleanor ao olhar friamente para o pássaro e continuar com a doce melodia.

O passarinho então logo voou e começou a rodar pelo ar entre os flocos de neve. Depois de algum tempo e de algumas voltas, o corpo da pequena ave começou a brilhar e Jennifer viu o pequeno animal mudar do tamanho de um pequeno pássaro para uma gigante ave do tamanho de um pequeno dragão.

Incrível! Assim nos chegaremos rapidamente ao reino das terras além da floresta! — Exclamou Jennifer maravilhada com o belo e mágico animal.

Sim. Está pronta para ir? — Perguntou Eleanor com uma voz fria e suave como a brisa do inverno.

Sim, mas antes eu tenho que pegar as minhas coisas e me despedir dos cavaleiros que me acompanharam até aqui. — Explicou Jennifer eufórica.

Entendo. Então sugiro que você faça isso logo. Eu não posso manter o Feliz gigante por mais de um dia. — Explicou Eleanor de maneira calma.

Eu escutei! Eu vou o mais rápido o possível e volto logo. Você vem comigo? — Perguntou Jennifer com um olhar tão fofo e inocente que quase derreteu o coração da princesa fria.

Não. Eu esperarei você aqui. — Respondeu Eleanor antes de se virar e olhar para a enorme floresta de pinheiros.

Jennifer então não perdeu tempo e foi até o salão de descanso onde estava os cavaleiros e os agradeceu por tudo. Pegou a sua mochila com as suas coisas. Pegou a espada das rosas vermelhas e antes de sair do salão com Brown, falou — Ah, senhores, antes que eu me esqueça, eu tenho um pedido para vocês.

Pode dizer senhorita. O Sir Dolittle falou que deveríamos atender e ouvir toda as suas ordens. Você pode pedir qualquer coisa. — Respondeu um dos cavaleiros com honra.

Jennifer: — Eu quero que vocês entreguem um recado meu para o Sir Anthony, Nicholas e Xavier.

E qual seria? — Perguntou o cavaleiro curioso.

Um convite para eles e qualquer outro cavaleiro da grande guarda da floresta que passar perto do castelo das rosas. Se algum dia algum de vocês quiserem me visitar, eu os receberei com muito prazer e alegria. — Falou Jennifer com um sorriso contente no rosto.

O jovem cavaleiro sorriu e com muito orgulho falou — Obrigado pequena princesa. Nós nunca esqueceremos a vossa gentileza.

Então, após se despedir mais uma vez dos cavaleiros, Jennifer e Brown retornaram até o quarto da Condessa, onde encontraram Eleanor sentada na cama lendo um belo livro sobre pássaros.

É um livro bonito! — Falou Jennifer ao entrar no quarto.

Sim! Foi uma amiga minha que me deu de aniversario. Você a conhece e estava aqui no dia, mas provavelmente não se lembra dela.  — Respondeu Eleanor ao fechar o livro.

Ah, desculpa. — Falou Jennifer desapontada consigo mesma.

Não precisa se desculpar. Afinal nós vamos reencontra-la hoje mesmo. — Falou Eleanor ao se levantar da cama.

Jennifer: — Certo. Mas...

 Eleanor: — Mas?

Você pode realmente vir comigo? Não que eu esteja reclamando ou não desejando a sua companhia, mas você é uma condessa e líder de um reino. Os seus súditos não sentirão a sua falta se você vier comigo? — Perguntou Jennifer preocupada.

Eleanor sorriu e com uma voz fria e indiferente, falou — O reino pode sobreviver um ou dois dias sem mim! Além do mais faz tempo que eu não visito as minhas amigas. Espero que elas ainda lembrem de mim.

Jennifer sentiu a tristeza na voz de sua amiga, mas decidiu não incomodar mais e apenas colocou Brown em seus braços e seguiu para a varanda.

Ao chegarem no parapeito Eleanor subiu primeiro nas costas do pássaro, e ofereceu a mão para pegar Brown enquanto Jennifer tentava pular o parapeito e subir nas costas da ave.

Aqui está o seu cão. — Falou Eleanor ao devolver o filhote de cachorro que crescia cada dia mais para Jennifer que agora estava montada e sentada sobre o pássaro gigante.

Obrigada. — Agradeceu Jennifer ao colocar Brown quietinho em seu colo da mesma maneira que ele ficava quando os dois cavalgavam juntos.

Pegou todas as suas coisas? — Perguntou Eleanor ao olhar para trás.

Brown, a espada, o pólen, a adaga, um cantil com água que agora deve estar congelada, e a mochila com todas as outras coisas de que eu preciso incluindo alimento. — Respondeu Jennifer para confirmar a pergunta da condessa.

Ótimo. Agora segure na minha cintura pois nós vamos voar! — Falou Eleanor ao segurar firmemente algumas penas vermelhas do pássaro.

Certo. Mas será que eu posso fazer duas perguntas antes de partirmos? — Pediu Jennifer com gentileza.

Tudo bem. Quais são? — Perguntou Eleanor com pressa.

A primeira pergunta é: Como o seu pássaro consegue ficar tão gigante e por que o nome dele é feliz? — Perguntou Jennifer curiosa.

Eleanor fechou os olhos e suspirou em desaprovação e respondeu — Ele consegue mudar de forma porque é um pássaro mágico que a antiga rainha das rosas vermelhas me deu. E o nome dele é Feliz porque ele é conhecido como o pássaro da felicidade.

 Ah... Posso fazer só mais uma pergunta? — Pediu Jennifer gentilmente.

Qual? — Perguntou a condessa com extrema frieza na voz.

Jennifer: — Essa sua amiga... A que lhe deu o livro. Será que ela vai ficar chateada ao perceber que eu não me lembro dela?

Eleanor: — Provavelmente não. A Meg nunca foi de se importar com essas coisas. Mas a Diana talvez se importe. Pois segundo Meg ela não parou de falar sobre você quando nós nos conhecemos no castelo das rosas.

Jennifer então suspirou e após segurar firmemente na cintura da princesa fria, implorou — Será que você poderia me contar tudo o que eu não sei ou que eu me esqueci?

Eleanor concordou com a cabeça e após sentir uma lagrima descer pelo seu olho esquerdo, ela respondeu — Posso. Mas teremos que conversar sobre isso no ar.

E então o gigante pássaro vermelho bateu as asas e as duas garotinhas, o pássaro, e o lindo cachorrinho alcançaram o belo e gelado céu do norte.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O reino das rosas." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.