Addison acordou cedo naquela manhã, com uma dor de cabeça tremenda e o corpo todo doído, por isso dormiu até onde pode quando resolveu levantar, já que não lembrava o que tinha acontecido na noite passada.

Estava indo em direção ao banheiro do quarto quando viu uma calça de homem jogada no puff.

- What the hell.. - Começou a dizer se aproximando. Não conseguia lembrar da onde tirara aquilo ou de onde veio, se bem que ela já imaginava sabendo do seu próprio histórico. Bebida, muita bebida e homens, Mark, Shepherd e Karev. - Oh, não. - Ela se lamentava. Saio do quarto aos tropeços quando um cheiro de café invadiu suas narinas a fazendo torcer o nariz.

- Bom dia. - disse ele me oferecendo uma caneca com café. - Vocês está com a cara péssima. - Ele disse fazendo uma careta pra ela.

- Hmm, o que aconteceu ontem? - Perguntou ela sem jeito.

- Ei, relaxa, eu também não lembro direito. Na verdade eu lembro de alguns jogos, e tequila, e vodka.

- E roupas jogadas pela casa. - Completou. - Não estávamos sozinhos, cadê os outros?

- Eu não sei. - Ele gargalha e Addison se junta a ele. - Eu acordei no chão, sem cueca.

- Eu dormi na cama, sem roupa mas de algum modo nada aconteceu, né? - Addie se volta para ele.

- Não podemos dizer isso antes de nos certificarmos com os outros. - Alex rebate. - Meu Deus, como vou encarar eles no hospital hoje?

- Como você sempre faz quando dorme com as enfermeiras. Fingindo que nada aconteceu. - Addison sente a ressaca. - Você ta atrasado, não? Deve ir pro hospital.

- Sim. - Ele diz passando ao meu lado só de cueca. - Pode me dizer por onde anda minhas calças? - Ele grita da sala de estar.

- As encontrei no meu quarto. - Grito de volta. Depois de alguns minutos ele volta e sussurra no ouvido dela: Se alguma coisa aconteceu ontem e eu não lembrar, saiba que estou muito arrependido de ter bebido.

Ele se afasta e da uma piscadela pra Addie antes de voltar para a porta. Ela está com dificuldades de respirar, porque ela também se arrepende.

Ela toma um gole do café e sai em busca de um remédio para dor de cabeça.

***

Mais tarde no hospital, Dr. Sloan estava analisando um caso de uma mulher que queria aumentar seus seios. Enquanto ela tagarelava sobre como a cirurgia mudaria sua vida, Mark se esforça muito para tentar se lembrar do que havia acontecido, lembrando apenas de ter ido ao bar com uns amigos e acordando no sofá de Derek.

- ... implantaremos o silicone que você preferir. - Disse uns dos internos o trazendo de volta ao hospital.

- Vou deixar algumas amostras aqui pra você escolher. - Sloan diz colocando uma bandeja perto da paciente com quatro tipos diferentes de silicone. Ele agradece e sai do quarto anotando alguma coisa no prontuário dela quando vai de encontro em Addison.

- Oi pra você também. - Ele a cumprimenta casualmente sem nem sonhar que ela estava envolvida na noite anterior.

- Oi. - Ela responde sem jeito.

- O que foi, ein? - Ele diz curioso.

- Nada, Mark. Só queria saber o que houve ontem, você lembra? - Ela perguntou meio envergonhada.

- Você tava comigo? - Ele não lembra de nada, literalmente. Pensou Addison.

- Oh não, você também não lembra. Ótimo.

- Não aconteceu nada, certo? - Disse ele, enfatizando a voz no certo.

- Eu não sei. - Choraminga Addie.

- Espero que alguma coisa faça a gente se lembrar, mesmo que seja a maior vergonha de nossas vidas.

Ela assente e se afasta dele. Enquanto pegava alguns prontuários, percebeu que todos a olhavam com rabo de olho ou cochichavam uns com os outros, o que a fez se arrepender ainda mais, desconfiando de ter passado vergonha no próprio hospital.

***

Parecendo ser o único que havia tomado consciência do que tinha de fato ocorrido era Derek, que fez o possível para não encontrar seus amigos. Ele havia bebido, havia feito brincadeiras, mas era o mais sã do grupo, que não incluíam apenas os quatro. Na noitada no Joe's estavam também Callie, Lexie, George, Meredith e Arizona.

***

Na noite anterior...

Depois de um turno exaustivo pra todos os médicos do Seattle Grace, todos os amigos se encontravam no Joe's, um famoso point de Seattle, um barzinho que fica em frente ao hospital. O lugar é perfeito pra quem quer afogar suas mágoas ou esquecer do mundo. Sempre há uma mesa ou um banco vazio acolhedor pra quem aparecer. Nessa noite em especial estava tendo um concurso de dardos, onde quem perdia tinha uma tira de tequila a sua espera no balcão.

Entre conversas paralelas ouvi-se sobre tudo, desde como tinha a cirurgia de Shepherd até como uma receita de muffin era tradicional na família de George.

E mesmo na zona que existia ali, Karev não tirava os olhos de Addie, que tinha chegado em Seattle há poucos dias e o havia seduzido sem nem mesmo ter trocado duas palavras com ela. Sem saber se deveria se opor ali a ela decidiu esperar e ver o que seria do final daquela noite. Enquanto Arizona dizia alguma coisa sobre bebês para ele, ouviu Mark propor o concurso de dardos. No mesmo instante todos se animaram e se dividiram em dois grupos: os dos atendentes contra os residentes.

Várias rodadas haviam passado e quase todo mundo já tinha perdido e bebido, ou seja, quase todos já estavam praticamente bêbados. Foi então que uma banda começou a se apresentar no mini-palco com um ritmo leve mas bem dançante com um cover de Holding On For Life. Eles dançavam e bebiam, como se a vida deles dependessem daquilo. Na melhor parte da música alguns pagers deram sinal de vida, com um 911 nas telas.

Todos que estavam ali presentes deveriam se apresentar no hospital o mais rápido possível. Então os quatro amigos, Addison, Alex, Mark e Shepherd, mesmo sem olharem para os seus próprios pagers foram embora junto aos outros.

Chegaram na E.R. com muito alvoroço, como se todos fossem aquele grupinho do baile de formatura que se esgueirou pra fora do lugar pra beber. Todos os funcionários da E.R. pararam e os encararam enquanto eles faziam piadinhas uns com os outros.

– Você é um Neuro, hoje você vai operar três cérebros ao mesmo tempo. - George falou pro Derek.

– Você é interno, vai fazer suturas e dar pontos. Eu duvido. - Rebateu Mark rindo. Enquanto eles gargalhavam, Dr. Bailey apareceu na frente deles.

– Vocês todos estão bêbados? - Indaga ela, decepcionada. - Nós temos um acidente de trem chegando. Grey, O'malley, a outra Grey, Torres e Robbins, vocês ficarão sóbrios nem que seja com palmadas. Vocês quatro, vocês estão péssimos e sem condições nenhuma de praticar qualquer tipo de medicina, eu não bipei você então não preciso de vocês, vão pra casa e apareçam cedo de manhã aqui, sóbrios.

Eles se despediram dos "amigos" e foram para rua.

– A bebida pode ser sempre uma desculpa? - Implora Addie rindo. - O que vocês querem fazer agora? Não me digam que a noite vai acabar assim. - Choraminga.

Os pensamentos de Karev voltam no instante que ela diz isso, e percebe que é hora de agir.

– Que tal um jogo? Que inclua bebidas?

Derek como sempre o mais sério, mesmo bêbado, diz: Ah, eu acho melhor não. Acho que vou descansar.

– Qual foi, Sr. Sério, um jogo, deve ser divertido. - Disse Mark com uma cara travessa.

– Vamos, vamos, vamos.- Addie da pulinhos igual uma criança fazendo pirraça.

- Okay, tudo bem. Mas não vou demorar.
Eles discutem por vários minutos antes de decidirem irem para casa da Addison, que ficava logo depois de umas quadras do hospital. Enquanto andavam e cantavam alguma música irreconhecível para quem não estava bêbado, eles chegaram na casa. Addie se adiantou indo direto na cozinha pegar uns copos e algumas bebidas, eles nem estavam ligando mais, já estavam misturando tudo e nem parecendo médicos em saberem que eles poderiam cair em coma alcoólico desse jeito.

- Então, como vai ser esse jogo? - Curioso, Derek um pouco mais animado agora pergunta.

- É conhecida como I never. - Começa explicando Alex. - Você tem que dizer uma coisa que você nunca fez.

- Hm, interessante. - Addison distribui os copos.

- Ai se você já tiver feito essa coisa, você tem que beber.

- Gostei da ideia, vamos jogar. - Mark pega e se joga no sofá. - Eu vou começar. Eu nunca transei com homens. - E a primeira a beber é a Addie, claro.

Assim a brincadeira vai fluindo até eles não saberem quem eles são mais. Eles param de jogar e só tentam manter um diálogo. Então Addie, sem nenhum senso mais, arrisca: Agora a brincadeira será outra. Quem não beber, tem que tirar uma peça de roupa.

- Agora sim isso aqui ta valendo a pena. - Disse Alex.

- Ok, muito bem, já são mais de três da manhã eu vou embora. - Diz Derek acabando com a graça, e percebendo o que rolaria ali, não quis ficar nem mais dois minutos com eles. Como Mark estava quase desmaiado no sofá, Derek resistiu a levá-lo com ele pra Addison não ter que cuidar de três bêbados.

Assim que os dois se foram, Alex pegou o primeiro CD que achou e deu play, era uma batida eletrônica e os dois começaram a dançar pela casa.

Horas depois estavam os dois deliberadamente deitados no carpete da sala sem nenhuma roupa. Addison se levanta e vai diretamente pro quarto onde se trancou. Deitou na cama ainda inconscientemente e dormiu.

***

Na tarde seguinte, no hospital...

Addison estava sentada na cafeteria com a cabeça nas mãos. Alex se senta ao lado dela um pouco preocupado.

- Ei, o que houve?

- Eu lembrei. - Choraminga.

- Oh não, passamos vergonha, não passamos?

- Você lembrou? - Pergunta Mark sentando-se com eles.

- Nós estávamos jogando um jogo, qual mesmo o nome? - Ela faz a pergunta mais pra si mesma.

- I never. - Responde Derek entrando na conversa. - Eu lembro de tudo. - Ele diz, sentindo-se pomposo.

Eles comentam a vergonha que passaram, mas Addie omite o que aconteceu depois dos dois outros amigos terem ido embora. Preferia ter aquela lembrança só pra ela, já que provavelmente isso não se repetiria, enquanto Alex se imaginava um dia, a levando pra cama nem imaginando que mesmo inconscientemente isso já tinha acontecido.