Sweet Illusion escrita por Walker Sophia


Capítulo 1
Prologue


Notas iniciais do capítulo

Será uma fanfic com no máximo cinco caps...
Então, por isso a escrevi e.e
Espero que gostem dela ^^



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Sweat Illusion

Prologue

Sexta–feira - 26 de Julho de 2013 – 00 horas 24 minutos

Localização: Casa dos Norvak’s – Lawrence – Kansas

Nota: “Escute. Escute meu silêncio. Ele já está rouco, de tanto gritar.”

Castiel fechou os olhos com força. Chegou seus joelhos para bem perto de seu peitoral, abraçando-os, e pusera a cabeça no meio dos mesmos. Seu corpo balançava para frente e para trás, ritmado, constante. Sussurros temorosos escapavam por seus lábios e seus olhos azulados eram banhados por lágrimas.

Ele não gostava do estranho gato negro com duas caldas, a pelagem suja de sangue bem escarlate, dentes pontiagudos e olhos tão vermelhos quanto rubis. O gato enroscava suas caldas em suas pernas e miava, em um som animalesco bem estridente e sôfrego. Castiel não gostava do barulho que o gato fazia, por isso pusera a mão em seus ouvidos, tentando parar.

Ele não podia dizer para a mamãe que estava tendo mais uma alucinação, ela iria lhe encher de remédios que o deixariam grogues e com sono, e Castiel não gostava de remédios que o deixavam sonolento e o fazia perder mais ainda a noção das coisas. Também não podia falar com o papai, ele ficaria bravo e provavelmente gritaria com sigo. Ele não queria seu pai bravo.

Por isso, só fechou os olhos com mais força, bastante força, esperando que o gatinho fosse embora e que os miados parassem de ressoar por toda a sua cabeça.

Esperou por um, dois, três... Sete minutos, e o miado ainda estava gritado em sua mente, cada vez mais forte, cada vez mais alto, e a cada miado, as lágrimas escorriam com mais força de seus olhos.

“Pare!” – gritava em sua mente. Implorava, suplicava. Seu silêncio já estava rouco de tanto gritar, mas não parava. Simplesmente não parava. Agarrava com força o sobretudo bege que estava em seu corpo, ao ponto de seus dedos passarem de rosados para brancos. Encolhia-se cada vez mais sobre a cama macia e quentinha.

Logo não era somente um gatinho miando. Eram vários.

Sem aguentar mais, abriu seus belos olhos azuis e viu que ao pé da cama, tinha sete, oito, nove... Quatorze gatinhos. Todos com duas caldas, pelagem preta salpicada com vermelho, um sorriso maldoso expondo dentes afiados e olhos perigosamente rubis.

Com medo e receio, encostou seu pé descalço sobre o chão frio de seu quarto e com seu simples ato, viu a pelagem dos gatinhos eriçarem-se, praticamente duplicando-os de tamanho. Estremeceu e recolheu seu pé, voltando a balançar-se para frente e para trás, com os olhos fechados.

Não são reais. Não são reais. Não são reais.” – murmurava como um mantra em sua cabeça, balançando-se cada vez mais forte.

Quando finalmente ganhou coragem de reabrir os olhos, muitos minutos já haviam se passado. Com força, mas ao mesmo tempo tremulo, voltou a encostar seu pé no chão do quarto. Os gatinhos dessa vez tiveram a mesma reação de antes, mas Castiel não se deixou intimidar.

Colocou o outro pé no chão e ignorou os miados e chiados de raiva que os gatos lançavam em sua direção. Só tinha que chegar ao outro lado de seu quarto, em sua cômoda. Só isso, mais nada.

Mas o caminho parecia grande de mais, e os gatos também eram assustadores de mais. Reunindo o resto de sua coragem e força, correu em direção a sua cômoda, ignorando os miados de protestos.

Tremeluzente e com medo, abriu a primeira gaveta de sua cômoda, encontrando um par de objetos reluzentes bem escondidos em baixo de uma pilha de folhas soltas, repletas de desenhos e frases aleatórias. Fechou a gaveta, sentindo suas mãos tremerem aos miados estridentes dos felinos.

Virou-se em direção aos quatorze gatinhos, vendo-os andando em passos lentos em sua direção. As caldas negras estavam elegantemente em pé e andavam sinuosamente pela escuridão noturna, com uma calma digna de inveja, prontos para darem o bote em sua presa.

Castiel desesperou-se. Eles estavam perto de mais. Com pressa, puxou a manga de seu casaco, revelando um pulso coberto de cicatrizes. Com a mesma mão – esta guardava os objetos reluzentes de sua gaveta -, posicionara uma pequena lamina, bem afiada.

Sem dó ou piedade, mergulhou o objeto cortante contra sua carne, sentindo o sangue banhar seus dedos e aos poucos as imagens felinas a sua frente, desfocando-se. Perdendo cores, sons, formas... Perdendo-se em sua mente, como nuvens que aos poucos se desfaziam.

E a cada corte profundo, com o sangue escorrendo por seus braços, manchando a barra de seu sobretudo bege e pingando, gota por gota, pelo chão, as imagens sombrias e assustadoras – ao seu ver -, iam sumindo e desaparecendo como poeiras ao ar.

Logo não havia mais nenhum gatinho, só seus pulsos banhados em sangue e a dor física, cuja qual já estava acostumado.

Era muito mais fácil cuidar de cicatrizes do corpo do que da alma – estas ao menos saravam com o tempo.

Ao menos dessa vez não caíra inconsciente por falta de sangue.

***

Quarta-feira – 15 de Abril de 2015 – 09 horas e 13 minutos

Localização: High School Lawrence – Lawrence – Kansas

Nota: “Somos apenas crianças perdidas, tentando encontrar um amigo, tentando encontrar um caminho de volta para casa.”

Castiel não estava com vontade de assistir as aulas do terceiro período. Escapou da sala de aula, entre uma troca de professores e outras, tendo em mente que ninguém daria por sua falta.

Com as mochilas nas costas e sem vontade de fazer nada, foi em direção à parte traseira das arquibancadas da quadra de futebol americano da escola. O lugar sempre estava vazio, já que era pequeno e a madeira estava meio ruída por insetos, tendo o risco de cair.

Mas Castiel não se importava, não tinha medo de morrer.

Sentou-se ali em baixo, sozinho, e sem nem se quer perceber, estava balançando-se para frente e para trás – um ato que havia ganhado a partir dos anos.

Quando deu por si, após vários e vários minutos, estava rodeado por alguma forma animalesca que não podia identificar o que era. Olhos de ouro derretido, sorriso traiçoeiro, caldas longas e felpudas, patinhas repleta de garras afiadas, pelagem laranja mesclada de negro. Lembravam-lhe raposas.

Castiel puxou sua mochila para seu colo, com uma de suas mãos, a outra segurava bem forte o sobretudo bege sobre seus ombros. Desesperadamente procurou a cartela de comprimidos que seu médico havia receitado, com uma dosagem bem forte, enquanto os animais viravam as cabeças, de forma curiosa, antes de gira-las em trezentos e sessenta graus.

O moreno quase surtou quando achou a cartela completamente vazia em sua mochila. Havia esquecido de que tomara o último ontem.

Desesperado, juntou suas pernas contra seu tronco e colocara a cabeça entre as mesmas, puxando com as mãos, os fios pretos em sua cabeça. Cada vez mais forte, mais bruto. Lágrimas já escorriam por sua face, esperando que a dor levasse em bora as alucinações.

Estava perto de uma crise esquizofrênica quando tudo parou.

Uma mão delicadamente tocou seu ombro e com carinho fazia círculos em suas costas cobertas pelo sobretudo, palavras doces e gentis eram sussurradas em seu ouvido, em uma voz melódica e calma. Aos poucos o coração do Novak ganhava o compasso certo e as imagens transtornadas evaporavam-se no ar.

Mais calmo, após uma eternidade de minutos, Castiel desenterrou a cabeça de seus joelhos e olhou para o estranho que lhe ajudara.

Trajava uma blusa de uma banda de rock anos oitenta, um casaco de couro sobre a mesma, calça jeans e tênis. Cabelos loiros escuros, repicados, lábios rosados e grossos, olhos verdes que continham uma galáxia inteira e um sorriso de Anjo – celestial.

Perfeito de mais para ser verdade.

Se aquilo era mais uma alucinação de Castiel, diferente das outras, desta, ele gostava e rezaria para que nunca mais fosse embora.


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Notas finais do capítulo

E fim e.e
Espero que tenham gostado do Prologo ^^
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