– Com licença.. Será que o senhor poderia me informar que lugar é esse? - Respondi com sutileza,não queria assusta-lo,pois se fosse mesmo o tal do Chapeleiro Maluco teria uma crise de loucura se perguntasse em uma maneira mais descontraída.
Ele se virou na cadeira,supostamente giratória, e pude ver um Chapeleiro diferente do que estava acostumada. Seu rosto era angelical e tinha os olhos castanhos,levemente esverdeados; Ele ficou em silêncio por uns instantes somente me encarando profundamente.
– Belos olhos - Respondeu sorrindo e mostrando suas tímidas covinhas. - Aqui é o Pais das Maravilhas,caso não percebeu. - Disse rindo e se levantando,estendendo os braços para os lados e mostrando tudo ao seu redor,inclusive um laguinho lindo de águas cristalinas,incrível.
– Uau.. Falei,tonta com tanta vivacidade ao meu redor. Eram árvores verdes,plantas coloridas que se comunicavam entre si,animais de todos os tipos e cores,tanta coisa linda... - Estou mesmo no Pais das Maravilhas? -
– Sim... Qual seu nome? - Perguntou curioso
– Alice - Respondi rindo - Meu nome é Alice.
– Liddell? - Ele novamente se sentou
– Harther - Puxei uma cadeira e se sentei ao seu lado - O seu?
– Tobias -
Tobias? Então o Chapeleiro tinha nome? Tobias?
– Tobias? Gostei.. - Falei,rindo e balançando a cabeça
– Bom... Acho que seria interessante se saísse para conhecer o lugar,certo? - Ele falou e apoiou a cabeça sobre a mão.
– Também acho interessante. Iremos nos encontrar depois? - Perguntei
– Provavelmente,mas agora,querida,vá e se divirta! -
– Ok. - Comecei a rir - Mas não me chame de querida,tudo bem? -
– Ok.,Alice. Pode ser assim?
– Pode ser assim! - Nos dois rimos e me retirei,entrando em uma espécie de vale bem escuro e frio. Nele existiam árvores,e em seus galhos corujas e pássaros negros. Uns dois minutos andando por lá avistei um Gato enorme,em cima de um galho,com olhos profundos. " Como gatos podem subir em árvores? ",pensei.
Fui me aproximando e então me coloquei em frente ao gato enorme. Ele então,de repente, soltou um sorriso tão grande,o que me fez dar um pulinho para trás.
– Olá jovem. - Ele falou,para minha surpresa. Já não bastava sorrir,e agora ele falava.
– Você fala? - Perguntei,impressionada e assustada.
– Eu falo,como qualquer gato de Cheshire. -
– Você sorri? - Perguntei,novamente impressionada e assustada.
– Eu sorrio,como qualquer gato de Cheshire. -
– Gato de Cheshire? - Perguntei,de novo muito impressionada e muito assustada. Aquilo não era nada normal!
– É o que eu sou! - Disse o gato soltando mais um dos seus sorrisos antipáticos.
– Bom... - Tentei desviar o assunto. - Poderia me guiar a como sair desde vale escuro? -
– Para lá - Apontou com a pata direita - Fica a mesa do Chapeleiro,onde você supostamente estava. - E para lá - Apontou com a pata de trás esquerda - O castelo da rainha de Copas - Então,evaporou.
Evaporou! Evaporou! Como isso era possível? Ele sorri,fala e evapora? Essa não!
Resolvi seguir caminho até o tal castelo. Andei um pouco e então,pude me ver em um jardim lindo,com plantas verdinhas e fontes frescas e cristalinas,rodeadas por um pequeno lago que tinha varias cabeças petrificadas. Então,olhei a minha frente e vi o enorme castelo da Rainha de Copas. Então,só naquela hora caiu minha ficha: O Pais das Maravilhas existe,e eu estava nele.