Lembranças escrita por Candy


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Queria dedicar esse capítulo novamente a PottherheadsGirl , e dizer que penso igual a você mulher !
Espero que gostem do novo capítulo!!!
Beijoooos !!



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PDV Daniel

Depois de me despedir dos meus pais e de Christian e Ana Grey , faço meu caminho até o elevador , penso em ir na festa da faculdade com minha nova moto, mas já sabia que iria beber muito hoje , então acabo pegando a chave de minha BMW mesmo .

Quando chego na garagem do prédio recebo um whats do meu amigo Nick , pedindo para levar mais bebidas na festa , então saio direito de meu apartamento para um posto que tem aqui perto . Chegando lá pego 3 garrafas de vodka ,grey goose e 5 garrafas de whisky ,Jack Daniel´s . Estava indo levar as bebidas para o caixa quando coloco a mão em meus bolsos e vejo que estou sem carteira . Coloco as bebidas nos lugares que as encontrei e volto para meu carro . Procuro minha carteira por todo ele , mais não a encontro.

–Droga. – Falo para mim mesmo , e me lembro que deixei a carteira em meu quarto , estava tão animado para mostrar que consegui invadir o sistema de segurança do novo software para o meu pai , que acabei pegando o notebook , mas deixando a carteira em cima da cama

Faso o caminho de volta até o apartamento , hoje por sorte o transito de Seattle estava tranquilo , então não demorou nem 20 minutos para estar estacionando o carro na garagem novamente .

Chamo o elevador que não demora muito para chegar , coloco a senha da cobertura e fico mexendo em meu celular até finalmente chegar em meu apartamento . Abro a porta de casa com o máximo de cuidado possível para não atrapalhar o jantar de meus pais . Mas assim que entro no apartamento me assusto ao ouvir gritos vindo de algum lugar .

–Agora por que não dizem de uma vez como vocês o pegaram ? – Grita Christian . – Sem levantar nenhuma suspeita . Foram vocês que provocaram aquele acidente de carro para poderem ficarem com ele ? Ele estava na merda daquele carro que explodiu ?

Meu deus o que estava acontecendo ? Será que Christian estava gritando assim com quem ? Com meus pais não deveria ser , eles eram pessoas integras jamais roubariam e muito menos provocariam acidente nenhum , deveria ter chegado mais alguém desda hora que eu sai

–Não sei sobre o que vocês estão falando , Daniel veio morar com nos , após o acidente de avião que matou os pais dele , e nos o adotamos . – Fala meu pai

Não posso acreditar no que estou ouvindo ,Christian estava acusando meu pai de ter me roubado ? Emma e Klaus foram as pessoas que me acolheram quando eu mais precisava , que me deram um lar , amor e nunca me deixaram passar nenhum necessidade nessa vida . Eu sei que eles são meus tios , mais eles poderiam muito bem ter me deixado em um orfanato , não tinham obrigação nenhum de ter me criado , mais não eles cuidaram de mim como um filho , e não há pessoas que eu ame mais do que eles . Nessa hora o sangue ferve em minhas veias , não ia deixar ninguém falar assim com meus pais , vou em direção das vozes dar uma boa surra no Sr.Grey .

–Por que vocês dois não param de mentir , nos já sabemos que ele não é seu sobrinho , muito menos filho de vocês , ele é nosso , Daniel é nosso filho . – Ana diz gritando

No mesmo instante congelo em meu lugar , isso que Ana disse era mentira, eu sei que era , tinha quer ser .

–O que foi que você disse ? – As palavras saem da minha boca sem que eu poça perceber

Os 4 no mesmo instante se viram para mim .Estava difícil de dizer qual deles estava mais surpreso ao me ver . Ana e minha mãe choravam sem parar , já Christian e meu pai estavam ambos sem reação , meu pai abria e fechava a sua boca varias vezes tentando me falar algo mais não saia nada.

–O que foi que você disse ? – Repito a minha pergunta, mais um medo agora surge em meu coração.

A sala ainda estava em completo silencio , dava para ouvir até os ponteiros do relógio que ficavam perto da mesa principal .

–Daniel . – Meu pai Klaus diz quebrando o silencio desagradável que se encontrava , mas ao invés de me sentir aliviado por alguém estar falando , me sinto sufocado ,como se todo o ar que existia em meus pulmões sumisse . – Fique cal....

–Isso é mentira não é ? – Digo interrompendo o que meu pai ia falar

E mais uma vez fico sem resposta alguma

–Mãe , Pai . – Digo passando a mão desesperado pelo meus cabelos .

Tudo o que eu precisava ouvir no momento era ``Sim , isso é uma mentira , pode ficar tranquilo , eles são um bando de loucos .´´ Mais eles não falavam isso , porque eles não falavam isso ?

–Sim você é nosso filho . – Diz Christian

–Não estou falando com você . – Digo com a voz mais firme que consigo

–Eu sei que você deve estar assustado no momento Daniel , mais isso não lhe da o direito de falar assim comigo , sou seu pai . – Ele diz

–Não ele é meu pai . – Digo apontando para Klaus. - Mãe , Pai isso tudo é uma mentira não é ? – Falo olhando desesperado para Emma e Klaus , mais por mais que eu quisesse nem eu mais acreditava em minhas palavras .

Agora eu entendia o motivo de ter sonhado com Ana e Christian, o motivo de ter sonhado o mesmo sonho praticamente toda a minha vida e só depois de conhecer eles ,o meu sonho finalmente ganhar um rosto . O meu lado racional dizia que os Greys não estavam mentindo , dizia que as pessoas que cuidaram de mim esses anos todos eram as que mentiam , e me enganaram durante toda minha vida.

Mais meu coração não conseguia aceitar isso , meu coração dizia que Ana e Christian eram dois loucos mentirosos , que todas acusações que eles estavam fazendo conta Klaus e Emma eram falsas .

–Eu sou sobrinho de vocês ? – Digo quase em um sussurro

–Me desculpa Dan . – Quando Klaus diz essas simples palavras todo pouco ar que ainda tinha em meus pulmões vai embora .

–Dan. – Emma fala vindo em minha direção chorando, com os braços estendidos

–Não . –Digo recuando de seu abraço e me afastando dela

–Daniel . – Ela diz chorando ainda mais

–Não encoste em mim . – Digo da maneira mais firme que consigo

Fico olhando para ela e para Klaus e meu olhos ardem , queria poder chorar , mais não vou , não aqui ,não agora .

–Thed. – Ana diz e a vejo se aproximar de mim

–Não . – Digo para ela

–Não tivemos culpa de nada . – Fala Christian vindo em minha direção também

–Não encostem em mim .- Digo e me viro , sem dar a chance de nenhum deles me responder ou alguém se explicar mais .Precisava sair dali , não suportava mas ficar naquela sala , estava me sentindo sufocado , eu precisava de ar no momento .

Vou andando , bom praticamente corro até o elevador . Passo pela balcão de saída , jogo a chave da minha BMW e pego a chave da moto . Escuto passos apresados vindo atrás de mim mais não ligo. Entro no elevador ,aperto o botão que sei que é o da garagem, e no mesmo instante as portas começam a se fechar. Mais antes que elas se fechem completamente consigo ver os 4 me olhando desesperados .

O elevador que sempre pareceu tão rápido , hoje estava lerdo , algumas poucas lagrimas começam a cair de meu olhos , tento parar de chorar , mais não consigo . Hoje eu perdi tudo o que eu tinha . E não estou falando de objetos matérias , eu estou falando de mim mesmo , eu me perdi , não sei quem eu sou . Eu não tenho nem a porra de um nome mais , pois duvido que me chamo Daniel realmente . Eu não sabia quem eu era ou quem eu deveria ser .

Soco com força a parede do elevador , e sinto uma dor insuportável em minha mão , ao fazer isso mas não me importo na realidade era uma dor boa , ela fazia a dor que estava sentindo em meu peito diminuir .

Finalmente chego na garagem , e para minha surpresa Galli , o segurança de meu pai , ou melhor dizendo o segurança de Niklaus estava a minha espera .

–Senhor . – Ele diz

Passo por ele sem dizer uma palavra se quer e vou em direção a minha moto , coloco meu capacete , monto nela , mais Galli se coloca a minha frente .

–Tenho ordens para não deixar o Senhor sair . – Ele diz

–Acho bom você sair da minha frente . – Digo já com a moto ligada

Ele não faz o que eu digo , então começo a acelerar a moto , ele permanece em minha frente , então avanço em sua direção , quando ele percebe que vou atropela-lo ele da uns 5 passos para trás rapidamente e assim fico com a saída livre .

Saio andando pelas ruas de Seattle igual um louco , sem respeitar qualquer sinal de transito , ou qualquer tipo de sinalização . Fico andando sem direção nenhuma , não sabia para onde estava indo e muito menos o que estava fazendo .

Então tenho uma ideia , uma ideia idiota , mais que eu sabia que ia fazer essa angustia em meu peito parar , vou andando cada vez mais rápido pelas ruas da cidade até chegar em um lugar que não tinha muito movimento , um lugar que praticamente não tinha casas , então acelero a moto o máximo que posso e assim me jogo dela .

Sinto uma dor insuportável em meu braço e em minhas costelas, substituindo temporariamente a dor que estava sentindo em meu peito . Talvez essa tenha sido a pior ideia que eu já tenha tido em toda minha vida , mais varia isso de novo , e de novo e de novo , se isso me fizesse esquecer , ou pelo menos diminuir a dor que sentia em meu coração , que era mil vezes pior a do que estava sentindo em meu braço .

–Meu deus você esta bem ? – Uma voz masculina desconhecida pergunta e escuto passos vindo até minha direção

Não respondo o homem , permaneço deitado no chão , não estava com vontade de falar com ninguém , só queria ficar aqui deitado sentindo a minha dor .

–Tally ligue para a emergência . – A mesma voz diz e sinto alguém passar as mãos pelo meu braço

–Não . – Digo o mais rápido que posso . – Eu estou bem , só perdi o controle da moto . – Não poderia falar que me joguei o casal pensaria que era louco

–Menino o seu braço esta sangrando de mais , vou ligar para a emergência você precisa de uns pontos ai , e fora que pode ter quebrado algo . – A mulher que pelo jeito se chamava Tally diz toda preocupada

–Eu estou bem . -Digo , e tento me levantar do chão mais todo o meu corpo protesta , me sento no asfalto e olho para o casal a minha volta . Os dois deveriam ter por volta dos 60 ao 65 anos , estavam vestidos com roupas simples e mesmo sem nunca terem me visto antes na vida os seus olhos demonstravam preocupação .

–Como você se chama .-O homem pergunta

Queria responder um não sei , pois essa era a mais pura verdade , não sabia nem o meu nome , mais acho melhor não , se não com certeza ligariam para o hospital .

–Daniel . – Respondo e com meu braço bom , tiro o capacete que ainda estava sobre minha cabeça . – Será que o senhor poderia me ajudar a levantar ?

–Claro , mais me chame de Tommen , senhor esta no céu somente . - Diz ele sorrindo para mim e me ajuda a ficar em pé .

–Tem certeza que não quer que chamamos a emergência ? – Diz a mulher olhando para meu braço

E eu sigo seu olhar , agora eu sei por que ela queria tanto chamar a emergência , tudo acima de meu cotovelo esquerdo estava na carne viva . Desvio o meu olhar rapidamente , não consigo olhar de novo para meu machucado .

–Eu estou bem , nem esta doendo tanto , só esta feio . – Digo tentando acalmar a mulher .

–Posso fazer uma coisa ? – Tommen pergunta

–O que ? – Digo desconfiado

O homem se aproxima de mim e tira minha jaqueta de meus braços , bom o que restou dela , pois o lado direito dela estava inteiro , mais no lado esquerdo não avia mais tecido lá . A jaqueta agora só estava com um braço .

Tomem pega algo em seu bolso e rasga o que resta de minha jaqueta com facilidade .

–Me estenda o seu braço . – Ele pede e assim eu faço

Tomem amarra o tecido de minha jaqueta em meu braço muito apertado .

–Para você não perder mais tanto sangue , já que se recusa levar uns pontos ai . – Diz ele sorrindo para mim , logo em seguida ele tira sua jaqueta e a me entrega . – Esta frio hoje menino .

–Obrigada mais não posso aceitar . – Digo . – Assim será o senhor que passara frio , e vocês já fizeram muito em vir aqui ajudar um desconhecido .

–Nos moramos a menos de um quarteirão daqui menino. – Diz Tally sorrindo . – Aceitei a jaqueta para esses velhos aqui ficarem mais tranquilo ?

Não conseguia entender por que esse casal estava me ajudando tanto , e o motivo deles parecerem tão preocupados assim comigo .

–Não precisa , não estou com frio . – Digo , e é a mais pura verdade , em Londres temperaturas como essa são consideradas quentes até . – Muito obrigada por me ajudarem , mais tenho que ir agora .

Digo e me viro , dando as costas para o casal

–E sua moto ? – Tommen pergunta . – Ela pelo jeito ficou bem ralada , mais tenho certeza que pode voltar a pegar

–Deixe ela ai , ou se quiser pode ficar com ela , se achar que ela serve para algo . – Digo apenas com meu rosto virado para o casal . – Muito obrigada pela ajuda mesmo , mas agora tenho que ir .

Saio andando sem rumo , sabia que que estava em Seattle , mais não sabia em qual lugar estava , era uma região bem pobre nunca tinha vindo aqui antes . Não sei se fico andando por horas ou minutos , mais consigo voltar até o centro da cidade.

Por onde eu passo as pessoas ficam olhando para mim , suspeito que seja pelo fato de meu braço estar coberto por sangue . Mesmo com o ``curativo ´´ que Tommen fez não parava de sair sangue do machucado , e isso me fazia me sentir cada vez mais fraco .

Estava , cansado com dor em meu corpo todo , principalmente em meu braço esquerdo e em minhas costelas do mesmo lado , que não paravam de latejar . Com certeza essa tinha sido a pior ideia que eu tinha tido em toda minha vida . Me joguei para parar de sentir dor e tudo o que eu ganhei foi mais dor . Pois a dor de meu peito continuava ali , e agora além da dor interna para aguentar tinha a externa também .

A única coisa que eu queria no momento era um lugar para sentar e poder chorar tranquilamente , mas nem isso eu tinha mais . Não queria voltar para o apartamento de Klaus e Emma , não podia voltar para meu apartamento com o Chuck pois sabia que Phoebe deveria estar lá , e se eu chegasse la todo fodido assim com certeza ela ligaria para Christian e Ana . E não queria velos agora , não queria ver nenhum dos 4 agora . Não tinha nem dinheiro para pagar um hotel porque minha carteira estava em meu quarto . Eu estava completamente fodido , estava sem casa , sem nome , sem família , todo machucado...

–Daniel . – Escuto uma voz muito familiar me chamar e interromper meus pensamenos


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