Nossos Sonhos escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 1
Esses são os nossos sonhos




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“Minha dama, tem certeza que nós podemos estar aqui?” Questionou Cobra, enquanto Jade o puxava para dentro do auditório da Ribalta, um sorriso travesso no rosto.

“Você acha que eu traria um vagabundo do seu nível aqui sem ter certeza disso? Vai que mandam te prender?” A dançarina aporrinhou o namorado, que riu e a enlaçou pela cintura, os dois ficando a milímetros um do outro. “Nem pense no que eu acho que está pensando, esse lugar é tão sagrado quanto o seu tatame.”

“Eu não ligaria nenhum pouco de fazer isso no tatame, se serve de consolo.” O comentário lhe rendeu um tapa ardido nos braço e gerou algumas risadas dos dois.

“Na verdade eu estava pensando em fazer um show particular para você de novo, mas dessa vez no palco.”

“Eu vou adorar.” Ele mordiscou o lábio inferior dela, o sorriso cafajeste brilhando em seu rosto. Porém, antes de fechassem de vez o acordo do que fariam, ouviram barulhos na entrada e gelaram. Quando a porta se abriu, Jade bufou.

“É dia de visita dos lutadores?” Resmungou em voz alta, observando os três casais que entravam.

“Você quem trouxe o primeiro, queridinha.” Rebateu Sol, pendurada no pescoço de Wallace. “Na verdade nós viemos para o ensaio da banda.”

“Eu sei que vocês não tem ensaio da banda hoje, queridinha.” A morena carregou a palavra de sarcasmo. “O Nando me avisou quando passou em casa. Não que minha mãe esteja muito feliz de ter a companhia dele nessa viagem, mas esse encontro com os patrocinadores pode ajudar a próxima peça da Ribalta, então precisavam ir todos.”

“Inclusive o Nando, que é o dono da Ribalta.” Pedro enfatizou, fuzilando Cobra. Não gostava da presença do lutador e, provavelmente, nunca gostaria.

“Vocês trouxeram a gente aqui para ficar dando piti ou para ver vocês cantando?” Perguntou Karina, já impaciente. “Não é por nada não, mas eu preferia perder minha tarde chutando o saco de areia do que aguentando picuinha.”

“A Karina está certa, gente... O seu Lincoln e a Bete foram uns amores em ficarem cuidando do Majeff para nós dois, para podermos vir e ficar um pouco na Ribalta. Eu queria curtir esse tempo cantando, não vendo briga.” Mari pediu, caminhando para o palco. Jeff foi atrás da namorada, deixando a mochila dos dois no chão.

“Tudo bem, nós deixamos vocês com seu ensaio.” Jade cedeu, bastante irritada e chateada.

“Não precisa ir embora também, serpentezinha. Esse auditório é para todo mundo que queria fazer arte, certo?” Sol parecia contrariada em dizer aquilo. “Se até a Vicky Vigarista nós aceitarmos por aqui, acho que não tem problema em você e o marginal ficarem também.”

“Os mocinhos andam tão boca suja, que coisa fofa.” Cobra alfinetou sorridente. “Vai ser um prazer fazer parte da ‘galera’ por um dia.”

“Segura a sua onda aí, cara, ou a gente pode mudar de ideia.” Wallace cortou a vibe do colega, caminhando para a arquibancada e sentando.

Enquanto iam tomando seus lugares, a porta se abriu novamente, revelando um quinto casal para se juntar à bagunça.

“Caraca, para um dia sem aula, as coisas aqui estão bem movimentadas.” Comentou Bianca, enquanto ela e João observavam todos.

“Ai meu Deus, até a miss Perfeição? Cuidado, vagabundo, vamos ser infectados por bondade e arco-íris.” Jade não conseguia segurar os comentários ácidos, especialmente por serem tão divertidos para ela e Cobra.

“Você realmente só tentou mudar, não é, Jade? O veneno está na sua essência, e essa cobra só piora isso.” Bianca rebateu o comentário da rival, suspirando.

“A Bianquinha ia me ajudar a ensaiar para o teste daquele comercial novo, mas acho que o lugar já tá bem cheio.” João constatou o óbvio, ficando um tanto acanhado pela presença de tantas pessoas em um possível momento de ensaio.

“Quero ver é para harmonizar o que todo mundo quer fazer aqui.” Comentou Jeff, sentado na beira do palco enquanto Mari dedilhava o piano.

“Eu, o Wallace e o Cobra podíamos ensinar algo de Muay Thai para vocês... Mal não faria.” Karina se animou com a ideia de colocar todos aqueles artistas frescos para lutar.

“Menos, K, bem menos.” Bianca pediu a irmã, fazendo careta.

“Que tal um exercício de imaginação? Combina bastante com as coisas que o Edgard gosta de fazer aqui.” Propôs Mari, pensativa. Alguns resmungaram um pouco, mas logo todos deram de ombros a concordaram com a ideia, embora ainda relutantes. “Então vamos deitar no chão, formando um círculo.

Um a um, eles foram deitando com as cabeças uma ao lado da outra, formando um círculo um tanto torto. Ficaram olhando para o teto em silêncio por alguns segundos.

“A gente ficar olhando por teto por quanto tempo, lek?” Wallace sussurrou para Jeff, fazendo os demais rirem.

“Alguém precisa puxar o exercício, Wallace.” Explicou Jeff, apoiando a cabeça nas mãos.

“Posso?” Pediu Bianca e todos concordaram. “Onde vocês se imaginam daqui 5 anos?”

“Obviamente em um palco gigantesco, cheio de dançarinas de fundo, com uma roupa esplendorosa, milhares de pessoas gritando meu nome... E com um carrão, claro.” Sol começou a divagar, a imagem de formando em sua cabeça conforme falava. “Deus me fez perfeita e nada modesta, então eu preciso dizer que vou continuar muito gostosa.”

“Ah, então eu vou pegar o bonde da minha pretinha e ostentar um pouco também. Eu vou ser o fera dos lutadores, melhor até que o Aranha, se bobear. Aí nós dois vamos ter uma casona bem daora, um daqueles carros importados bem cara de gringo mesmo. E usar umas roupas no mor estilo.” Wallace se empolgou, sorrindo para a namorada.

“A ideia é ser realista ou viajar na maionese?” Perguntou Karina aos risos.

“Se a sua imaginação é pequena, não tente diminuir a minha.” Rebateu Sol, com um revirar de olhos.

“Eu tenho uma ideia melhor...” Jeff interveio. “Imaginem esse mesmo dia, daqui há, não sei... Uns 10 anos? Um pouco mais. Nós todos tivemos a mesma ideia de vir até aqui...”

O auditório permanecia quase o mesmo, com a exceção de alguns pôsteres de produções da Ribalta que haviam feito sucesso, que preenchiam as paredes. No centro do palco, o piano ocupava seu lugar de glória. Jeff entrou pela porta, sua aparência visivelmente mais velha, os cabelos escuros novamente ocupando sua cabeça. Trajava uma calça social e terno, e parou, os olhos fixos no palco.

Do meio das cortinas, Mari surgiu, linda em um vestido preto na altura dos joelhos. Seus cabelos estavam mais longos, caindo pelos ombros, e ela sorria ao se sentar em frente ao instrumento e deixar seus dedos deslizarem pelas teclas.

“Isso é para ser um encontro de amigos ou o preludio de uma noite romântica?” Questionou Jade, cética. “Porque eu estou começando a ficar preocupada com a censura.”

“Então continua você o sonho, Jade.” Mari revirou os olhos, segurando a mão do namorado e acariciando com o polegar.

“Ótimo.”

Enquanto Mari dedilhava o instrumental de Thinking Out Loud, Jeff tirava o terno e arregaçava as mangas da camisa, começando a arriscar alguns passos, um pouco enferrujados, de dança. Um único holofote brilha sobre ele, enquanto outro aponta o lado oposto do aposento, por onde surge Jade com um vestido branco esvoaçante.

Os dois se encontram no centro do auditório e começam uma coreografia maravilhosa à dois.

“Hey, pode parar.” Cobra e Mari sentam ao mesmo tempo, os dois encarando Jade.

“Tá doida, garota? Furando os olhos das outras?” Sol virou para a dançarina, que bufou.

“Calem a boca e me deixem continuar, pelo amor de Deus.”

Após alguns instantes, Jeff se afasta e pula para o palco, sentando ao lado de Mari e começando a tocar uma única tecla, sorrindo para ela. A porta do local se abre e surge Cobra, e ele...

“Se disse que eu estou de roupa social, termino com você agora.” Ele avisou, exasperado.

“É, e isso tá com cara de preludio de uma noite romântica.” Ironizou Karina, bufando. “Deixa eu assumir essa bagunça, vai.”

Todos estavam no auditório agora. Mari ainda dedilhava o piano, acompanhada de Pedro com sua guitarra e Sol nos vocais. Jade e Jeff dançavam no centro do local, acompanhados por João e Bianca, que mais brincavam do que dançavam. Karina, Wallace e Cobra apenas admiravam seus respectivos parceiros, todos parecendo mais velhos.

“Como eu seria mais velha?” Questionou Bianca, fazendo uma expressão pensativa.

“Linda.” Suspirou João, a encarando com o olhar de bobo apaixonado.

“To quase virando diabético com tanto açúcar nesse lugar.” Suspirou Pedro. “Podemos ter uma bola de demolição?”

“Você quer demolir o auditório?” Se horrorizou Jade.

“Não, tenho uma ideia bem melhor...” O rapaz assumiu uma expressão safada e sonhadora.

A bola pendia no centro do cômodo. Karina se levantou e puxou as roupas, que saíram como se presas por adesivos, revelando uma calcinha branca e uma camiseta regata branca. Ela saiu correndo em direção a bola de demolição, se jogando sobre ela e começando a cantar Wrecking Ball.

“Sabia que não devia ter te mostrado o vídeo da Anne Hathaway interpretando Wrecking Ball.” Suspirou João, fechando os olhos e antevendo a gritaria que Karina faria.

“E porque você não pula na bola de demolição?” A lutadora rosnou, fuzilando o namorado.

“Não seria uma ideia ruim...”

Pedro abriu a porta do auditório, sendo encarado por todos graças a seu figurino peculiar, o mesmo que idealizara em Karina momentos antes. Ele correu em direção à bola e pulou, logo gritando de dor.

“Ai, os meus filhinhos!”

“Ai, esquentadinha... Você quer tanto acabar com a nossa possibilidade de virmos a ter filhos? Já não basta todos os chutes que o pobre Mick Jagger tomou, agora uma trombada dessa com um corrente?” O guitarrista gemeu de dor, protegendo o dito local com as mãos.

“Cara, esse exercício não vai andar desse jeito... Tem muitos casais aqui.” Riu Mari, acomodando melhor a cabeça no ombro de Jeff.

“Então deixa que eu assumo.” João se ofereceu.

“De jeito nenhum.” O grito coletivo o surpreendeu.

“Desculpa aí, cara, mas ninguém está afim de ficar ouvindo sobre como a Bianquinha é linda, como a Bianquinha é uma ótima atriz, a Bianquinha, a Bianquinha.” Wallace imitou a voz de João de maneira estridente.

“Nem eu quero ouvir você falando tanto de mim, desculpa.” Ele murchou ao ouvir aquilo de Bianca, mas se animou ao receber um beijo carinhoso na bochecha. “Deixa que eu continuo com a história.”

Agora Mari e Jeff tem uma rede de quiosques de suco Majeff. Eles mostram os folhetos para todos os amigos, contando da nova filial que abrirão. Mari também costuma se apresentar em clubes noturnos aos finais de semana e Jeff acompanha um grupo de dança de rua no mesmo período, em apresentações improvisadas, normalmente ligadas a algum protesto; eles mostram as fotos. Também estão casados, como é possível ver pelas alianças dourados em seus dedos anelares esquerdos.

Sol e Pedro autografavam vários CDs do novo álbum da Galera da Ribalta, rindo e conversando. Na capa, está o aviso de ‘1º lugar no iTunes’ e os dois parecem profundamente orgulhosos. Vez ou outra Pedro lança alguma gracinha para Karina, que lhe devolve com uma careta ou o punho fechado. Ambos também estão casados, é possível ver por suas alianças na mão esquerda.

A loira está ocupada em um treino com Wallace e Cobra, os três sem equipamentos, mas brincando com os golpes e um com o outro. Jade tira uma foto e posta no perfil do marido, recebendo logo dezenas de curtidas e comentários como: ‘uau, três campeões treinando juntos? Onde posso ver isso?’ ‘Cobra e Wallace deveriam competir um com o outro logo, seria uma luta épica.’ ‘Karina é a melhor da liga feminina, vai detonar esses dois’.

Jade e Bianca, obviamente, se provocavam. A primeira exibia o cartaz da companhia de dança que integrava, na qual seria solista no espetáculo do Lago dos Cisnes. A segunda, por sua vez, exibia o trailer do filme que ela e João haviam participado, juntos, produzido pelo Telecine. O nerd, para variar, estava ocupado com o celular, mas dessa vez editando o vídeo que acabara de fazer de Karina tentando bater em Pedro por uma piada com sua bunda.

“Espera, quem disse que eu vou casar com o vagabundo?” Jade questionou, exasperada.

“Isso ofendeu.” Reclamou o lutador.

“Cê casou todo mundo, na verdade...” Comentou Pedro.

“Não casou nós dois.” Observou Sol, apontando para Wallace. “Mas eu gostei disso... Eu e o negão ainda temos muito o que viver antes de curtir vidinha de casados.”

“Você percebe que eu só vou ter 26 anos e você já me casou, certo?” Karina encarava a irmã chocada, que apenas lhe deu os ombros.

“Não gostei que nós não estamos casados.” Reclamou João, cruzando os braços e fazendo bico.

“De tudo o que eu disse, vocês só sabem falar de casamento?” Riu a atriz, revirando os olhos.

“Eu achei bastante irreal tudo isso.” Comentou Mari, com um suspiro. “Digo, eu me apresentar como cantora? O Jeff ter tempo para dançar?”

“Eu e a Sol somos número 1 no iTunes e você está chocada com ter tempo para dançar?” SE estarreceu Pedro.

“Mari, você e o Jeff precisam voltar a sonhar alto. Mesmo que nunca venham a se realizar, os sonhos são importantes. Nos dão força e energia para lutar por um futuro melhor.” Karina complementou o namorado, encarando o casal penalizada.

“O quiosque está indo muito bem, está prosperando... Vocês tem todas as chances do mundo de que ele realmente vire um negócio que se expanda.” Jade concordou com o casal.

“Vocês esquecem que nós cuidamos desse negócio das 8h às 18h, e quando chegamos em casa tem um rapazinho que exige nossa atenção constante, inclusive da meia noite as seis.” Jeff desabafou, cansado.

“Hey, o exercício de imaginação foi ideia de vocês, lembram? Então vamos viver essa imaginação por hora e nos divertir com ela, que tal?” Propôs Sol, fechando os olhos. “Estou gostando desse lance de número 1 no iTunes.”

“E eu de ser a melhor da liga feminina.” Concordou Karina, a imitando.

“Ainda acho que seria legal termos uma bola de demolição.” Pedro fechou os olhos frustrado.

“Gente, segura aí, antes de voltar pro sonho... O Jeff falou do lekinho e tal; será que o Joaquim já teria uns priminhos a essa altura?” Questionou Wallace, uma expressão confusa em seu rosto.

“Tá maluco, mermão?” Cobra levantou exasperado, acompanhado dos demais, a exceção de Jeff e Mari, que começaram a rir.

“Se tá querendo responsabilidade, arranja para você.” Concordou Pedro.

“Não estou pretendendo seguir os passos da minha mãe, muito obrigada.” Bianca avisou, estremecendo.

“Algo nesse estilo.” Karina apoiou a irmã.

“Relaxa aí, povo... Foi só uma ideia que me ocorreu, não to querendo embuchar ninguém não.” Se desculpou o lutador, acuado.

“É bom mesmo, negão... Porque se tá querendo se amarrar comigo, vai ter que esperar um bom tempo para isso, viu? Porque Deus fez esse corpinho perfeito para brilhar, ouviu? Sem querer ofender, Mari.”

“Relaxa, Sol.” A cantora não conseguia segurar o riso. “Eu acho que o Joaquim pode ter um irmãozinho em uns dez anos, Wallace. Porque é difícil, é, mas é um amor tão grande que compensa.”

Ela suspirou e se aninhou mais ao namorado, que lhe sorriu e beijou sua testa. Os demais observaram a cena em silêncio, tornando a se deitar e encarar o teto. As mãos dos casais acabaram deslizando de encontro a do parceiro e se entrelaçando, em silêncio.

Ninguém dizia uma palavra, enquanto as cabeças começavam a imaginar um final diferente para aquela história.

Todos continuavam envolvidos em seus afazeres quando a porta foi escancarada. Dois projetinhos de gente entraram correndo de mãos dadas, correndo e desviando até chegar aos braços de Cobra e a Karina. O menino se jogou no braço do primeiro, a menina nos da lutadora.

“O que a minha filha está fazendo de mãos dadas com o filho desse marginal?” Gritou Pedro, largando tudo e indo na direção da esposa e da filha.

“Te fazendo pagar pecado, menestrel do capiroto.” Rosnou Gael, entrando acompanhado de um menino maior, de uns dez anos, que levava uma menininha pela mão. O mestre também levava um pequeno pela mão. “Pronto, a creche Dandael está fechada e as crias de vocês, entregues.”

E saiu sem dizer mais nada. O menino, Joaquim, caminhou até os pais e Mari apanhou a menininha do chão, enquanto Jeff abraçava o filho e bagunçava seus cabelos. O menino que acompanhava o avô correu para os braços de Bianca e João, começando a brincar com os dois.

“Eu não quero você perto do Miguel, ouviu?” Avisou Pedro para a filha. “Está me entendendo, Ana Clara?”

“Ai, é uma manezinha igual o pai.” Resmungou Karina, ao ver a criança rindo.

“Pelo menos não é esquentadinha igual a mãe.” Rebateu o guitarrista.

“E espero que menos machinho, né? Filhinho, você podia escolher um partido melhor, né?” Jade acariciava o cabelo do pequeno no colo de Cobra, que ria da careta que o outro casal fazia.

“Mãe, você leva eu e a Lara no seu show hoje? Nós queremos ver você cantando, não é, Lara?” Joaquim pediu para Mari, encarando a irmãzinha. “Ou no seu, madrinha. Eu quero muito ir em um show.”

“Acho que vocês ainda são novinhos para a vida na estrada, lekinho.” Wallace bagunçou o cabelo do afilhado. “Mas prometo que quando tiver uma luta minha por aqui, deixo você ir.”

“Nós encomendamos um smoking para o Joãozinho aqui ir na première conosco, bem elegante para combinar com os pais dele.” Contou João, sorrindo.

“É, o João Vitor vai ser um galã desde cedo.” Concordou Bianca, brincando com a mãozinha do filho. “Três aninhos e já arrasando corações.”

“Essa peste do Miguel tem cinco e já tá dando em cima da filha dos outros, espero que meu sobrinho não seja igual.” Reclamou Pedro, recebendo algumas bufadas. “Eu tenho uma ideia bem divertida.”

Ele correu para a guitarra, começando a pincelar alguns acordes. Mari captou a ideia e correu para o piano, começando a acompanhá-lo. Sol riu e entrou na brincadeira, assumindo os vocais. Os pequenos, como esperado, começaram a quicar no lugar, incentivando os pais a dançarem com eles.

O auditório logo estava repleto de riso e alegria, Pedro e Sol pulando com os demais, enquanto Joaquim ficava no piano com a mãe, tentando imitar os gestos dela. Todos os demais pulavam e rodopiavam, juntos e de mãos dadas, repletos de alegria.

“Creche Dandael?” Sussurrou Karina, risonha.

“Manezinha?” Pedro parecia indignado.

“Joãozinho?” Bianca acompanhava o estado do cunhado.

“Galãzinho.” João sorriu convencido.

“A machinho?” Jade estava estarrecida.

“Porque o moleque era loiro?” Cobra estava confuso.

“O que vocês estão resmungando aí?” Mari perguntou aos risos, enquanto Jeff observava que Sol e Wallace haviam capotado.

“Nada.” Os três casais responderam ao mesmo tempo, fazendo a cantora rir.

“Relaxa, gente... É só um exercício de imaginação e sonhos, não nosso futuro. Podem viajar.” Suspirou a jovem mãe, fechando os olhos.

“É, ninguém está vendo nossa imaginação... Podem imaginar a vontade.” Concordou Jeff, cerrando os olhos também e acalmando a respiração.

“É...” As seis vozes disseram em uníssono, fechando os olhos e deixando a imaginação ir longe, enquanto acompanhavam os amigos rumo a inocência.

Tinham todo o tempo do mundo para sonhar.


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Notas finais do capítulo

Heeeeeello peanuts
Estou aqui com mais uma oneshot, essa na verdade havia sido escrita para esse novo projeto da Globo, o Fanfic Malhação. Mas ele tem quase 20000 caracteres, não deu muito certo HAHAHAHAHA
Espero que gostem, tanto da fic quanto da capa, porque eu amei os dois.
E comentem, claro.
See you ;*



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