Eu estou desmaiada!O Jake acabou de falar que quer namorar comigo! Será que eu quero? Será que ele é o tipo de namorado ideal pra mim? Ai, não sei! Se bem que ia ser legal fazer a ideia dele, de encontro de casais. E eu também já tive uma paixonite por ele. Também, né? Vocês ainda não viram, mas ele é um gato! Gatíssimo. Completamente, isso eu não posso negar. E se a Sarah ou o James derem a ideia, eu vou falar que talvez. Eu acho que falar “É claro, ele é um gato!” vai ser muito oferecimento. E já que eu sou filha do chefe, a minha fala chegaria num piscar de olhos pro meu pai, e eu estaria frita se isso acontecesse. Então está decidido. Vou falar talvez.

Agora eu vou tratar para que ninguém abra a porta da cabine (ninguém infringe a regra de não abrir a porta da cabine sem permissão, a não ser em casos de emergência, mas vai que, né?) enquanto estou dobrando as cartas exatamente como estavam e colocando nos seus respectivos envelopes, e conferi milhares de vezes para ver se estava tudo certo. E também espero que o Jake vá na cabine do James e a carta ainda não tenha ido. E também que elas não se extraviem de novo. E que o Gilbert não tenha achado que seu turno estivesse concluído e tenha ido dormir. Ah, espero que nada dê errado!

Quando olhei pra baixo, eu estava de baby doll. E que baby doll curto que eu arranjei! O shortinho mal cobria 5 centímetros da coxa! A blusinha até que estava boa. Marcava o corpo e os seios, mas era de tamanho normal. Alçinha e se eu tivesse algum descuido, o meu umbigo dava um oi.

Coloquei uma bermuda jeans e uma camiseta. Keep Calm and Han shot first. Para quem não entendeu, é uma piada que envolve o Han Solo, de Star Wars. Ah, agora eu vou explicar a época em que vivemos.

Muitos dos leitores devem achar que isso está se passando no início do mundo, tipo na descoberta de países antigos, e até jovens. Mas não. Aqui, estamos no ano 3000. Quando meu pai descobriu a ilha que a minha mãe vivia, a quinta guerra mundial tinha acabado havia sessenta anos. O mundo “moderno” estava todo acabado. Muitos pontos turísticos antigos estavam em chamas, em frangalhos, ou foram demolidos. Ainda estudávamos e sabíamos o nome deles. A Torre Eiffel, a Estátua da Liberdade, o Cristo Redentor, o Monte Canyon, a Disneylândia… São pontos turísticos de diferentes nações. Nós, piratas, às vezes temos visitas escolares pra lá, e sempre é legal, mas é depressivo, ao mesmo tempo.

Nós sempre encontramos vestígios de sociedades passadas. Eu já encontrei livros, jóias, chaves… Até uma bala de arma eu já encontrei! Mas a mais depressiva de todas foi o diário.

Bem, eu vou contar agora. Na oitava série, quando eu tinha treze anos, fizemos uma visita para onde era a antiga cidade de Paris. Eu fui ver a Torre Eiffel com a Sarah, e o professor pediu para pesquisarmos, e não para admirarmos. Fizemos isso; Pegamos uma pá e começamos a cavar, para ver se encontrávamos algum tesouro. E eu encontrei um diário, que depois vou escrever trechos dele pra vocês. Eu não queria dar para as autoridades, mesmo que a autoridade principal fosse meu pai.

Então, eu peguei o diário e coloquei dentro do meu sobretudo. Eu iria ler, entregaria e diria que havia encontrado em outra viagem, ou seja, eu entregaria na próxima vez que eu viajasse com a turma.

Daí eu li. Vejam por vocês mesmos o que estava escrito no diário (eu tirei uma cópia para poder colar aqui, senão iriam encher meu saco porque é patrimônio público).