Estranho, não é? Meu cupido só pode ser bêbado ou ele somente gosta de testar minha coragem. E dessa vez, eu pretendo enfrentar a falta dela.

Porque ao te ver, exageradamente já senti a minha alma se encontrar com a sua. Sensação incrível nunca antes sentida.

As coincidências são tantas que ao sair das aulas, quando o céu já estava escuro, seu carro ao lado do meu em um engarrafamento. Por um breve momento meus olhos se encontraram com os seus e não me contive, permaneci te olhando até que seu carro ultrapassou o meu e te perdi de vista. E sabem como dizem "Gente bonita só se vê uma vez", mas como já foi falado, as coincidências foram tantas que acabei te encontrando por meio online. Ou talvez tudo isso seja um devaneio de minha mente cansada de vagar sozinha, talvez seja um engano e você não seja irmão do garoto bonito da aula de Sábado. Talvez você não seja o musicista, ou o garoto que em seu instagram posta diversas fotos de sua priminha, talvez você não tenha vinte e três, talvez você não tenha o sorriso brilhante que aparece em diversas fotos e que, eu ingenuamente, daria tudo para ver em minha frente, para ser o motivo dele.

Talvez, isso seja um engano de um coração cansado de não ter ninguém para dar a mão, talvez, isso não deixe de ser só mais um talvez de tantos que já tive em minha vida. Talvez só vire fantasia de memória, talvez só vire livro... Ou talvez não vire nada. Talvez as borboletas fiquem vivas, ou elas podem se desfazer em purpurina.

Não sei por que escrevo, mas foi o único ímpeto de coragem que tive para tentar explicar esse turbilhão de coisas que senti. Talvez não faça sentido, e não é para fazer mesmo... Talvez, porém seja o que eu estava esperando esses anos todos, talvez seja agora a minha vez de deixar de ser expectador da minha vida e me tornar protagonista. Talvez seja o começo da minha vida, tudo o que preciso é te encontrar outra vez, é ter um ímpeto de coragem para tomar as rédeas, é só o que tenho que fazer para você deixar de ser um belo devaneio e se tornar algo concreto.

Talvez um dia eu te mostre isso, ou você encontre enquanto estiver no tédio, mas o fato é que não saberá que essas palavras são para você e que elas nasceram em meus pensamentos quando nossos olhos se encontraram naquele engarrafamento. Talvez eu te mostre isso, só para você saber que quem provavelmente sentiu as borboletas no estômago primeiro foi eu.

Só quero que saiba que se por um acaso te encontrar de novo, se eu tiver a oportunidade de te ver, farei o possível para que não seja a última vez. O possível para te tornar algo concreto e não tão somente um devaneio. O possível e o que deve ser feito para um expectador se tornar protagonista.