Veni Vidi Vici escrita por MB Sousa


Capítulo 7
Sem Garantia e Com Defeito


Notas iniciais do capítulo

Bom, pessoal, como eu tinha dito no capítulo anterior, esse seria completamente dos outros... Por ser narrado pelo ponto de vista da Amanda. Apesar de "pequeno" comparado com os outros, é um capítulo de grande importância para a história.

Música do Capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=yCqGvlNXMnY



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Um beijo pode mudar tudo?

Eu não era uma pessoa sentimental, não que eu fosse uma vadia também, mas eu não me apegava, não me importava de ficar um mês com um garoto e então ele terminar comigo. Não tinha problemas de ficar sozinha, óbvio que eu já tinha me apaixonado, eu tenho 17 anos, me apaixonei com 14, e desde que ele “partiu” meu coração, eu não me apeguei a mais ninguém, todos os homens são iguais, eu pensava, até eu conhecer Vinicius...

Ele parecia ser diferente, ou talvez você só minha mente estúpida querendo acreditar que ele fosse diferente.

Mas que chances uma garota como eu teria com ele?

Gordinha, baixinha e desajeitada.

Bom, talvez um pouco de carne fosse o tipo dele...

E ele me beijou.

Meu Deus, como aqueles segundos foram perfeitos, eu queria simplesmente que aquele momento durasse para sempre, os lábios dele nos meus.

Porra, eu me sentia tão estúpida, o que está acontecendo comigo? Eu não sou assim, não sou uma garota sem sal que fica apaixonadinha por um garoto bonitinho. Eu não queria ser, mas por mais clichê que possa soar, essas coisas de sentimentos a gente não escolhe.

O estranho é que eu já conhecia Vinicius fazia um ano praticamente, mas só depois daquele incidente do cigarro no recreio, na qual ele conheceu meu ex colega nós nos aproximamos mais, conversas de Face, sair junto e tal.

Às vezes penso se Ele não gosta de Vinicius, Ele é gay e Vinicius é lindo, as coisas combinam, mas Vinicius não é gay, ele não pode ser.

E Ele estava se tornando um bom amigo para mim, além de Vinicius, eu contaria pra ele meus supostos sentimentos por Vinicius, ele me entenderia e talvez até me ajudaria no que fazer, porque isso é novo pra mim, eu não sei o que é gostar de alguém e sei lá... Ter que conquistar essa pessoa.

Eu não pude ir à aula ontem – segunda – porque eu ainda estava mal e vomitando da festa de sábado, o que foi uma merda, já que eu estava louca pra ver o Vinicius.

Mas agora já era terça, eu veria ele, veria ele e conversaria com o meu amigo.

— Oi! – Vinicius me cumprimentou sorridente.

— Olá. – respondi, tentando forçar indiferença, e perguntei do nosso amigo da 2A.

— Acho que não veio hoje. – Vinicius respondeu. – Eu tenho que conversar com ele.

— Hum, aconteceu alguma coisa? – pergunto curiosa.

— Ah, você também não veio ontem...

— Tava mal da festa ainda.

— Eu também! – ele exclama, surpreso. – Achei que só eu ficava mal dois dias depois de festa.

— A gente bebeu demais, né. – sorrio. – Mas foi ótimo.

— É. Foi sim... – ele responde meio distraído.

Foi? Vinicius teria gostado do meu beijo? Ele se quer lembrava? Chega, Amanda.

— Enfim, o que aconteceu entre vocês? – insisto, ainda curiosa.

— Ah, parece que ele e o Cris discutiram ontem.

— Bom, isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde, não é? – desdenho, mas admito, eu queria ter visto a tal discussão.

Eu não sabia porque Cris e o outro não se davam bem, pelo jeito dele, chegamos até a achar que Cris era gay, mas descobrimos que ele tinha namorada, a Julia da festa, que não estudava no colégio, então isso estava meio fora de cogitação, então a única explicação era que ele tinha ciúmes do amigo, Vinicius.

A manhã ocorreu entediantemente normal, a surpresa ficou para a hora da saída, Cris, Vinicius e eu estávamos saindo da escola quando o vi.

Junior.

Também conhecido como meu ex.

— Droga. – xinguei baixinho.

— Que foi? – Cris perguntou do meu lado.

— Nada não. – respondo instintivamente. – Por que vocês não vão indo pra padaria e eu encontro vocês daqui a pouco.

— Por que? – agora é Vini quem pergunta.

— Tenho que resolver uma coisa, rapidinho.

Vinicius e Cris me olham desconfiados, do outro lado da rua, sinto o olhar de Junior me fitando.

— Tá bom. – eles respondem, e seguem em direção à Padoca.

Atravesso a rua encarando-o séria.

— O que você tá fazendo aqui? – questiono rispidamente.

— Vim ver você, ué. – ele responde como se fosse normal. – Estava com saudades, você não respondeu mais minhas mensagens.

— Deve ser porque eu deixei mais do que claro que não quero mais falar com você, Junior. – Junior é alto, de pele negra e tem 19 anos, ele serve o exército desde o ano passado quando namorávamos, por mais que eu seja vários centímetros mais baixa que ele, eu o encaro impaciente.

— Ah, quando você vai parar com isso, Amanda? – ele joga as mãos para o alto. – Eu te amo. Eu mudei. Você sabe que é verdade, se não eu não correria atrás de você.

— Junior, nós terminamos faz meses, eu não sinto e nem quero mais nada com você. – falo abaixando o tom quando alguns alunos do colégio passam por nós.

Ele finge não me ouvir.

— Quem era aqueles dois que você estava falando na saída?

— Não te interessa! – falo as palavras lentamente tentando controlar a raiva. – Se toca, eu não te devo mais satisfação da minha vida.

Novamente ele não se importa com as palavras que eu digo.

— Olha Amanda, se eu souber que você tá dando bola pra algum gurizinho de escola, eu vou dar uma lição nele, entendeu? – ele ameaça com um sorriso no final.

Encaro-o incrédula, não acredito na merda que acabei de ouvir.

— Se você tocar em qualquer um, eu vou fazer com que você seja preso! – ameaço de volta, sem ter paciência para controlar a raiva.

— Preso? – ele desdenha. – Eu sou a polícia.

— Você não é policial! – exclamo, olhando em volta para ver se ninguém viu, mas na verdade não me importo.

— Ainda... – ele sorri. – Amanda, só quero uma chance. – ele insiste, tentando pegar minhas mãos.

— Eu não vou te dar outra chance, Junior! – agora eu grito, propositalmente chamando atenção. – Eu não sinto porra nenhuma por você! Você me dá nojo!

Junior me encara incrédulo, a vergonha transparente em seu rosto.

— A escolha é sua Amanda, eu podia ser bom pra você. – ele responde baixinho, tentando ignorar os olhares curiosos em volta. – Se acontecer alguma coisa com alguém que você goste, a culpa vai ser sua.

E ele passa por mim, subindo em sua moto e indo embora, gostava de pensar que ele fosse embora para sempre e não voltaria a me incomodar, ou aos outros.

A possibilidade de que ele machucasse Vinicius me assustava mais do que qualquer coisa, não me importava que ele me perseguisse, me incomodasse, mas que não tocasse em Vinicius, não suportaria que algo acontecesse com ele por minha culpa.


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Notas finais do capítulo

Heey de novo, espero que tenham curtido este capítulo, que é um pouco diferente dos outros, então, vá para os comentários e me contem suas opiniões.
Até dia 30/04 com o novo capítulo :3



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