Veni Vidi Vici escrita por MB Sousa


Capítulo 20
Na Sua Estante


Notas iniciais do capítulo

Estavam com saudadeeees? De mim ou da Amanda? Sei que vocês estão odiando ela, mas leiam esse capítulo, narrado por ela... e Veremos... ahhaha Dessa vez não atrasei o capítulo, e é isso, espero que gostem! ♥

Música do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=DP3j6hgS4VY



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Por que tomamos decisões tão estúpidas quando estamos tomados pela raiva?

O que eu tinha feito com Vinicius foi tão injusto.

Não, foi pior que isso, foi cruel.

E eu estava tão arrependida, queria nunca ter feito aquilo, ou melhor, mandado Junior, o pior ser humano que eu conhecia, ter feito aquilo. Agora, felizmente ele já estava bem, mas isso era tudo que eu não estava, e depois que Ele descobriu que tinha sido minha culpa a surra que Vinicius levou e se vingou mostrando à escola toda que eu era apaixonada por Vinicius eu não tinha mais coragem de mostrar as caras no colégio.

E pior que eu não sentia mais raiva dele, eu fiquei com muita raiva no dia das fotos lá no colégio, minha primeira ideia foi mandar Junior dar um corretivo nele também, mas ele estava certo no que fez, eu merecia aquilo depois do que eu fiz com Vinicius, o garoto que eu dizia amar. Qual era o meu problema?

Agora eu tinha perdido Vinicius, meu melhor amigo e tudo por causa de uma paixão boba que passaria, e pior, eu tinha que lidar com Junior, que estava me pressionando mais do que nunca, já que ele viu como um sinal de que voltaríamos o meu pedido à ele.

A verdade é que eu estava exausta, queria voltar no tempo e não ter feito essa bobagem.

Mas infelizmente eu não podia fazer isso, mas eu não ficaria parada.

Primeiro me livraria de Junior, daria um fim nele de uma vez por todas, e depois pediria perdão à Vinicius e seu namorado...

Era estranho pensar assim, que Vinicius estivesse namorando outro homem, eu nunca o vira assim, nunca considerei a possibilidade de que ele fosse gay, as evidências sempre estiveram ali, mas acho que eu era cega demais para vê-las ou simplesmente não queria porque eu tinha uma ínfima esperança de que pudesse acontecer algo entre a gente.

Mas agora parecia tudo mais claro, tudo mais correto, eu nunca fui destinada para ficar com Vinicius, esse lugar sempre fora Dele, desde aquele primeiro encontro deles no intervalo, onde Vinicius se colocou no lugar dele para ir à diretoria.

Vinicius o amava.

Eu aceitara isso.

Se pelo menos eu tivesse aceitado antes de cometer um dos maiores erros da minha vida.

Acho que só perde para o erro de ter namorado Junior.

Eu planejava ir até Junior, só não esperava que ele viesse atrás de mim, não na minha casa.

Acordei de meus pensamentos confusos com seu grito no portão de casa, insistentemente chamando meu nome.

Pensei em ignorar, pois reconheci a voz e sabia que era ele, meus pais estavam trabalhando e ele sabia disso, por isso tinha aparecido agora.

Como eu não queria outro papelão ao qual passar vergonha, abri a porta.

— O que diabos você está fazendo aqui? – disparei tentando controlar a raiva em minha voz.

— Vim conversar com você. – ele disse sério, estava com uma regata preta e suado, a respiração arfante. – Resolver as coisas de uma vez por todas, me deixa entrar.

Resolver as coisas de uma vez por todas... Essa era uma boa ideia, era tudo que eu queria, ver Junior o mais longe possível da minha vida, ele era uma rocha extremamente pesada sobre meus ombros que me impedia de seguir em frente.

Pensei por um instante e então decidi deixar ele entrar.

— Olha, Junior, eu vou ser breve, eu ainda tenho aquela gravação sua e eu não quero ficar com você, então simplesmente saia da minha vida. – interrompi-o antes que abrisse a boca logo que passamos pela porta.

Junior me observou por um instante, dessa vez seu olhar continha raiva, e não a diversão e crença de que conseguiria o que queria.

— Depois de tudo que eu fiz por você, Amanda? – ele me pergunta impaciente, me olhando de cima.

— Eu estou arrependida pra caralho do que eu mandei você fazer ao Vinicius, ele não merecia aquilo. – me defendi.

— Ah, você ainda gosta do viadinho? – ele sorriu ironicamente e isso acrescentou mais alguns pontos no quanto eu odiava ele.

— Ele é muito mais homem que você. – cuspo as palavras, olhando em seus olhos. – E não, não gosto mais dele.

— Então por que não fica comigo, se sabe que eu faço tudo por você, eu provei porra. – ele novamente tenta controlar a raiva.

— Porque você é nojento! – explodo. – Eu mal consigo ficar na sua presença sem ter vontade de vomitar. Eu tenho vergonha de estar respirando o mesmo ar que você e um profundo arrependimento de ter ficado com você! – agora dentro de casa, eu grito, deixando toda raiva dentro de mim – tanto dele, quanto de mim mesma – sair livre.

Então Junior me olhou como nunca havia me olhado, eu vi o lampejo de ira em seus olhos e estremeci, depois fui arremessada contra o sofá por um forte tapa no rosto.

— Ah, sua vadia desgraçada! – ele pula em cima de mim, colocando as mãos em meu pescoço.

Começo a me debater tentando me soltar de seu forte aperto, mas ele é infinitamente mais forte que eu e meus esforços são praticamente inúteis, o ar começa a se tornar escasso em meus pulmões e pela primeira vez na vida eu tenho medo de morrer.

Morrer desse jeito deplorável, sufocada pelo ex-namorado possessivo.

Mas aí Junior parece perceber que está indo longe demais e afrouxa o aperto e a sua expressão facial se suaviza.

Junior se afasta de mim lentamente, provavelmente assustado consigo mesmo, mas eu não consigo dizer nem fazer nada, apenas o observo sair correndo pela porta.

* * *

Eu finalmente faço o que devia ter feito há muito tempo, entrego Junior para a polícia, o denuncio por agressão e ainda mostro a gravação.

Sua vida está arruinada.

Mas eu não me sinto mal, ele fez por merecer, quero mais que ele apodreça na cadeia, e espero nunca mais ver sua cara.

Foi bem desagradável na delegacia, foi um pouco humilhante admitir que tinha apanhado dele, e ainda mostrar a gravação, a policial me fez algumas perguntas bem desconfortáveis, mas eu passei por tudo isso, e aguentaria muito mais para ver Junior acabado.

Eu finalmente estava livre dele, mas não estava livre de mim mesma.

Eu tinha feito coisas horríveis, e provavelmente apenas uma eu podia reparar, o dano que eu causei à Vinicius, eu precisava conversar com eles, precisava ser perdoada pelo meu erro, para só assim ficar em paz comigo mesma.

Sim, eu stalkeei os dois na internet e com outras pessoas até descobrir um lugar em que eles iriam sair juntos. E lá estava eu, observando-os de longe atrás de uma árvore da praça, tentando tomar coragem.

“Ah, foda-se.” Digo para mim mesma e saio de meu esconderijo, me encaminhando para eles, que estão abraçados no banco rindo de alguma coisa, e seus sorrisos somem assim que me veem se aproximando.

— O que você está fazendo aqui? – é claro que é Ele que ataca primeiro, Vinicius parece até um pouco assustado.

— Eu vim em paz. – digo, erguendo as mãos para o alto teatralmente.

— Sei disso, se não viesse você mandaria seu namorado, não é? – novamente ele ataca de forma fria, mas eu mereço tudo isso.

Engulo em seco.

— Eu estou arrependida. – deixo as palavras saírem. – Eu sinto muito mesmo por tudo que eu causei de mal a vocês, principalmente ao Vini, eu não estava pensando direito, e com uma raiva inconsequente eu tomei uma decisão estúpida, que me causou uma agressão e agora finalmente eu sei a estupidez que eu cometi, e eu só quero que vocês me perdoem. Você foi um ótimo amigo pra mim e eu te paguei assim, você quase sacrificou sua própria felicidade por mim, me perdoa. E você, Vini... – continuo, agora olhando diretamente em seus olhos. – Eu não amei você, porque qualquer pessoa que amasse não faria o que eu fiz, mas eu gosto sim muito de você, e eu sei que talvez nunca possamos ser amigos de novo, mas eu só quero que vocês saibam que eu sinto muito.

É isso, sei que as coisas nunca poderão voltar a ser como eram antes, mas eu precisava dizer isso, e dito, dou às costas aos dois.

— Amanda, espera! – Não é Vinicius que me chama. – Olha, eu sei melhor que qualquer um o que é fazer coisas estúpidas sem pensar, eu perdi pessoas por isso e eu não quero que você perca minha amizade pelo mesmo motivo. Nós podemos te dar outra chance, de começar do zero, sem erros. – ele continua, e então como se tivesse dificuldade para terminar, conclui. – Isso era tudo que eu queria com quem cometi os erros e eu não tive, não vou lhe negar isso.

Olho descrente para ele, mas com uma alegria que transborda o meu ser, e então olho Vinicius, afinal para ele talvez seja fácil perdoar, não foi ele que foi espancado por um cara de quase dois metros.

— Olha, eu até que tinha curiosidade de saber como era levar uma surra. – Vinicius ironiza, mas sorri, mal consigo acreditar, Vinicius, Ele e eu voltaremos a ser amigos, tudo como deveria ser, corro para abraçá-los com uma certeza.

Tudo estava bem.


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Notas finais do capítulo

Oláaaa lindos e lindas! Esse final Potterístico não é o final da fic, há ainda dois capítulos à serem postados, um dia 1 e outro dia 8, infelizmente, o fim se aproxima cada vez mais :((
Ah, e sobre comentários não respondidos, ainda não me canso de afirmar que estou super sem tempo mas que responderei SIM à todos, eu já li e estou muito feliz com o carinho sempre recebido, porém, para que eu dê uma resposta adequada, preciso de tempo, então... Tenham um pouquinho de paciência. Beijooos e até semana que vem!