The Beautiful and Damned - Javert/Éponine escrita por Mademoiselle T


Capítulo 2
Boats Against The Current


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura o//



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"E assim prosseguimos, barcos contra a corrente, impelidos incessantemente para o passado." - F. Scott Fitzgerald.

Talvez ele devesse ter levado seu conselho à sério. Talvez devesse ter tentado perdoar, e esquecer. Talvez devesse ter tirado o prisioneiro 24601 de sua mente o mais rápido possível.
Talvez devesse ter prestado mais atenção à garotinha no portão, naquela noite, em Montfermeil. Talvez devesse ter pensado em todo o mal que seus pais haviam causado à ela durante tantos anos. Talvez devesse ter reconhecido-a anos mais tarde, em Paris.
Talvez devesse sorrido para ela. Talvez devesse ter perguntado qual era o seu nome, e talvez ela lhe respondesse de bom grado. Talvez ele não devesse ter esperado até o momento em que a levara para prisão, talvez não devesse ter esperado até esse momento para descobrir seu nome.
Talvez devesse ter sido gentil com as pessoas que ele chamava de "escória das ruas", afinal, ele fora um deles, mesmo que por poucos anos. Talvez devesse ter ajudado as mães solteiras desamparadas e suas crianças. Talvez devesse ter ajudado aquela prostituta nas docas, antes de descobrir horas mais tarde que ela estava morta.
Talvez ele devesse ter reparado nos olhos cheios de paixão e jovialidade da jovem Thénardier. Talvez ele devesse ter ficado com ciúmes todas as vezes em que ela demonstrava sentimentos pelo revolucionário, Marius Pontmercy. Talvez assim ela percebesse que ele realmente gostava dela, mas não queria admitir. Talvez ela o obrigasse a admitir, e então tudo teria sido diferente.
Talvez ele não devesse ter recorrido ao passado como uma mão amiga. Talvez ele não devesse ter perseguido Jean Valjean. Talvez ele não devesse ter ordenado a morte de tantos garotos que não passavam de crianças nas barricadas. Talvez ele devesse ter impedido que ela morresse. Talvez ele devesse ter chorado por sua morte, mas nenhuma lágrima foi derramada, pois seu coração não permitira.
Talvez ele não devesse ter pulado.
Mas ele pulou.
Pulou em direção as águas frias do Sena, em direção a corrente de sonhos destruídos, falsas esperanças e antigas mágoas que, impiedosamente, levava todos os meros mortais em direção a morte. Como um barco. Como um barco insistente que levava todos os seres humanos para o passado, e de novo, e de novo.
No fim, fora o seu passado que o ajudara, e o seu passado que o destruíra.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e não se esqueçam dos reviews huehue



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