Destilando Neurônios escrita por itsJuhMaciel


Capítulo 13
Eu virei emo




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— Karin, seu celular está tocando. – eu avisei assim que entramos em casa. Deidara não veio conosco, ele alertou que ia sair com Sasori. Os dois vão chumbar, de certo.

Karin enfiou a mão dentro de sua bolsa e retirou – não um celular, mas um tijolo dos tempos que minha bisavó era moça.

— É o celular dos corres. – ela atendeu. – Fala. – ela deu um sorriso. – Estão disponíveis?! Ah é? Ligarei lá. – ela finalizou a ligação e rapidamente fez outra e enquanto chamava, ela colocou no viva voz e soltou o celular na mesa (que por pouco não quebrou) e então, Karin se sentou no sofá e começou a serrar suas unhas.

— Crime organizado, boa noite. – atendeu uma mulher com uma voz fina.

— Boa noite, eu queria agendar um assalto.

Eu encarei Karin.

— Perfeitamente. Para sua segurança a ligação estará sendo gravada. Para quando seria o assalto, senhora?

Agora eu encarei o tijolo-celular.

QUE PORRA É ISSO?

— Quinta-feira, entre 2 e 3 da tarde, eu vou estar de bobeira no Centro da Cidade.

— Em qual rua, senhora?

— Ali pela Presidente Okawa. – eu voltei meus olhos para Karin. Que porra de rua é essa que eu nunca ouvi falar?

— Queira aguardar alguns instantes, senhora, que estarei verificando.

A música de espera era: Pra dançar creu, tem que ter disposição, pra dançar creu, tem que ter habilidade, pois essa dança, ela não é mole não, eu vou te lembrar que não 5 velocidades...

SÉRIO, QUE PORRA É ISSO?

— Quinta-feira temos disponível 14h30min na esquina de Presidente Okawa. Confirma, senhora?

— Pode ser, sim. – Karin olhava divertida para as unhas que serrava.

— Qual seria o seu carro, senhora?

— É um Palio.

— Senhora, no momento não estamos roubando Palio. Para este veículo oferecemos apenas roubo do celular e da carteira.

— Tudo bem, pode ser. O bandido vem armado?

— Não é necessário, senhora. Para roubar alguns pertences basta ele fazer cara de mau e dizer “perdeu, perdeu.”

— Tem razão.

— Queira anota o nome do bandido que vai abordá-la, senhora.

— Espera aí, deixa eu pegar uma caneta. – Karin chutou minha canela e cochichou: - Vá buscar um lápis e um bloco de notas! – daí eu fui com meu animo no rabo, voltei e sentei do lado de Karin, ela estava serrando as unhas da outra mão agora. – Pronto, pode falar. – disse pra moça estranha do tijolo-celular.

— O nome do meliante é Noku, senhora.

— Noku, anotado. – Karin me cutucou com a serrinha. – Escreve Noku aí.

Eu a fitei intensamente.

— No meu ou no seu?

Ela arrancou a caneta e o bloco de notas de minhas mãos e anotou o nome do meliante.

— Deseja mais alguma informação, senhora?

— Vocês estão agendando sequestro relâmpago? – perguntou Karin encarando o celular.

— No momento só para clientes que possuem Visa Electron, senhora.

— Poxa, que pena, eu só tenho Rede Shop.

— Infelizmente ainda não trabalhamos com Rede Shop, senhora. Mas caso à senhora deseje, entraremos em contato tão logo como comecemos com esse serviço, senhora.

— Ótimo, vou querer sim.

— Queira informar o telefone de cadastro, senhora.

— 23456789.

— Telefone cadastrado, senhora. Mais alguma informação?

— Não, não, é só isso.

— Queira aguardar mais uns instantes, que estaremos efetuando o seu pedido, senhora.

A música de espera voltou.

Créu-créu-créu-créu...

— Apenas mais uns instantes, senhora, que o sistema está muito lento.

Créu-créu-créu-créu...

— Senhora, com apenas uma taxa adicional a senhora ganha um tapa na cara para deixar de ser otária. Deseja confirmar, senhora?

— Tapa na cara? – Karin suspirou alegre. – Hmmm... É, pode ser.

— Perfeitamente. Só mais um momento.

A primeira é devargazinho, só aprendizado, é assim, ó; crééééééu...

— Confirmando, senhora: próxima quinta-feira 14:30 na esquina da Presidente Okawa, roubo de alguns pertences, bandido Noku, bônus adicional de um tapa na cara, senhora.

— Beleza.

— Para agilizar nosso serviço, queira deixar a janela do carro aberta, senhora.

— Deixa comigo.

— O crime organizado agradece a sua chamada. Tenha uma boa noite, senhora.

Tu, tu, tu...

— Karin, o que acabou de acontecer aqui? – perguntei.

— Vão roubar uma vagabunda ali, eu sempre quis foder gostoso à vida dela.

— Mas a maluca na linha acha que Noku vai roubar você.

— Eu vou agradecer esse meliante se ele roubar a vagabunda, tenho absoluta certeza que Noku é muito bom. Agora dá licença. – ela catou o celular da mesa, jogou a serrinha para trás e saiu da sala.

Eu fiquei ali, naquele vácuo delicioso, até eu me desvencilhar do sofá e ir para o meu quarto. Peguei o Caralho a Quatro, me sentei na cama e comecei a foliá-lo. Em seguida aquele cheiro horrível impregnou em minhas narinas, e eu me lembrei da pedra fedorenta que Karin me presenteou. Fechei o Caralho a Quatro e o guardei na minha mochila, em seguida peguei a pedra.

Ok, esta na hora de fazer os dois primeiros pedidos!

Comecei a bater três vezes seguidas na pedra enquanto dizia:

— Desejo que a diretora Tsunade se esqueça do castigo que ela aplicaria em mim e no Sasuke, por termos brigado no corredor do colégio. – Sasuke devia lamber meus pés por eu ter livrado o rabo dele de um castigo.

Ok, segundo pedido!

 Comecei a bater na pedra de novo.

— Desejo que os Uchihas esqueçam que eu tenho um cartão de memória com vídeos comprometedores deles.

Quando terminei os pedidos, comecei a pensar no último.

“Ei sobre a pedra, o que acha de usá-la para pedir que Hinata nunca tenha se apaixonado por você?”

Deidara deve ter razão, Hinata não merece sofrer por minha causa.

A porta se abriu de uma vez e eu levei um susto. Era Deidara. Esse desgraçado não morre mais.

— Que foi? – perguntou ele da porta. – Tá com cara que tava batendo uma, hmm.

— Vai se foder, o que faz aqui?

— Vim pegar sua jaqueta emprestada, tá muito frio hoje! – ele caminhou até meu guarda-roupa e começou a revirá-lo.

— Obrigado por avisar, viu? Eu tava tremendo aqui e já tava achando que eu estava com Mal de Parkinson.

Ele parou de remexer nas minhas roupas e me olhou feio.

— Você é um ignorante.

— Deidara? – eu o chamei confuso e ignorando ele me chamar de ignorante.

— Eu?

— Fiz dois pedidos, mas me enrosquei no último. – admiti.

Deidara suspirou pesadamente.

— E você quer que eu te ajude no último, hmm? – não respondi. – Pede pra perder a virgindade, só com um milagre desses você consegue esconder a varinha num buraquinho.

— Não vou discutir com você! – rosnei. – Mas esse pedido me parece bem verídico.

— Tem gente que dá vontade de chegar pertinho, olhar no fundo dos olhos e perguntar “você tem problema mental?” – ouvi a voz do Sasori e ergui a cabeça, ele estava escorado no batente da porta e estava vestido de Flash.

— Posso saber para onde vocês vão? – perguntei encarando Sasori se aproximar com aquela fantasia ridícula. Bem que ele me disse que gosta de coisas inusitadas.

— Não. – os dois responderam em uníssono, Deidara voltou a revirar meu guarda-roupa e Sasori se sentou em meu lado. – Sabe Naruo, se você quer pedir para perder a virgindade, eu vou te socar até você cair morto fedendo. Esse pedido é muito escroto, você pode realizar isso, e só virar homem. – franzi a testa. – Pede algo que você sabe que nunca conseguiria tipo, um cérebro.

— Eu tenho um cérebro! – exclamei bravo. – Quem precisa de um cérebro é você, que não sabe decorar a bosta do meu nome!

Ele se encolheu com os olhos arregalados e Deidara se aproximou, usando minha jaqueta. Eu extorqui minha mãe pra ganhar aquela jaqueta.

— Você odeia o Sasuke, hmm. – disse Deidara. – Pede a inexistência dele.

Eu joguei a pedra para cima e a aparei, não vou pedir a inexistência dele, se ele deixar de existir, quem eu vou zoar?

— Talvez eu possa pedir pra tu deixar de ser emo. – ameacei Deidara.

— Não faça isso. – argumentou Sasori. – Ele tem até uma musiquinha, se ele deixar de ser emo, vou cantar essa música pra quem?

— Deidara tem uma musiquinha? – HEIN?

Sasori se levantou e ajeitou sua fantasia escrota, e então começou a cantar apontando pro Deidara:

Não é fácil manter a franja lisinha, tenho que fazer escova e chapinha. Mais difícil ainda é ver o mundo assim do meu jeito: o cabelo tampa o olho esquerdo e eu só posso usar o direito! Impossível... Ser mais sensível que eu! Não dá pra ser feliz no mundo em que vivemos! Ah, eu sou emo!

— Sasori... – sussurrei e ele parou de cantar para me dar atenção. – Você conseguiu atingiu 100% da minha paciência.

Os dois ficaram quietos e me encarando. Eu urrei de raiva.

— Que ódio! Eu não vou pedir nada, eu estou sem ideias e vocês com essas caras de bunda não me deixam pensar direito. Eu só queria que o Sasuke fosse eu, para ele entender como a minha vida é filha da puta, talvez assim ele parasse de ser uma calcinha no cu comigo. E por que estão me olhando com essas caras feias?!

— Você bateu na pedra três vezes enquanto falava. – murmurou Sasori. – Você fez o pedido.

— Mas que pedido?

Eu só queria que o Sasuke fosse eu. – repetiu Deidara apontando pra mim e rindo. – Eita porra, Naruto, você está surfando na maré do azar, hmm.

— Eu não pedi isso! – os dois estavam rindo. Eu ergui meu dedo do meio. – Parem de rir de mim!

— Tá maluco Sasuke?

— Quê? – eu pisquei atônito. Eu estava gritando com uma parede. Gelei e girei nos calcanhares em direção a porta, que era onde o Itachi estava, usando pijama e pantufas do Scooby-Doo. – Itachi, o que está fazendo na minha casa? – ele veio dormir aqui?

 - Hã? – ele ergueu uma sobrancelha. – Eu moro aqui, Sasuke, e você também. Andou fumando?

— Quem andou fumando foi você! Eu não sou o Sasuke, sou o Naruto. – eu comecei a rir, mas só parei quando Itachi me conduziu até o espelho.

— Não, você é o Sasuke. Que tipo de droga você está ingerindo?

Eu estava paralisado em frente o espelho. Eu virei emo. Eu sou o Sasuke. Existe coisa mais filha da puta do que isso? Não, não existe! Eu comecei a dar chutes cruéis no espelho, com isso ele acabou quebrando, vários cacos do espelho voaram para o ar e um deles grudou no meu dedo, eu me afastei gritando, Itachi estava inerte, com aquela cara de égua com cólica, me olhando sem entender nada.

— Ai cacete, eu cortei o dedo! – comecei a abanar a mão esquerda.

— Saiu sangue? – perguntou Itachi se aproximando com cautela.

— Não, saiu café.

— Que barulho é esse? – Fugaku apareceu na porta do quarto e encarou o espelho espatifado. – O que acabou de acontecer aqui?

— Sasuke ta drogado, pai. – respondeu Itachi.

Ele ganhou pontos comigo por foder o Sasuke, mas, acontece que o Sasuke SOU EU, ou seja, quem se fodeu fui eu, como sempre e sempre é.

— Foi mal, eu estou naqueles dias. – eu disse, sorrindo.

— Limpe essa sujeira. – Fugaku rosnou e saiu.

Eu olhei para Itachi, Itachi olhou pra mim, o clima ficou tenso.

— Você está estranho, Sasuke.

— Sempre fui.

— Hm. – ele estreitou os olhos em mim, estava prestes a dizer alguma coisa, mas desistiu e saiu do quarto batendo a porta.

Eu olhei para o meu dedo, o corte não foi profundo, ainda bem. Agora eu só preciso me livrar dessa caralhada toda. Respirei fundo e comecei a pensar em alguma coisa para me safar, mas daí eu me lembrei do que o Sasori tinha me dito.

“... se você pedir algo que possa te fazer se arrepender depois, não terá retrocesso. Então você terá que ter certeza absoluta do que vai querer.”

Ah, cara... Sou tão sexy que até a vida quer foder comigo.

Avistei o celular do Sasuke em cima da cama, corri até lá e peguei-o. Disquei os números do Deidara e coloquei para chamar. Preciso saber onde está meu corpo.

— Alô! – ele atendeu imediatamente, estava ofegante.

— Deidara, sou eu, o Naruto. Aconteceu uma desgraça.

— Que delícia, hein? E acha que eu não sei disso? Tivemos que amarrar e amordaçar o seu corpo. Parece até que ele foi possuído! O troço que tá dentro dele, diz ser o Sasuke, hmm.

— Não duvide, porque eu estou no corpo dele. – respirei fundo. – Precisamos resolver isso. Onde estão meus pais?

— Devem tá fodendo.

— Vou fingir que não ouvi isso. Tem como vocês virem para a casa dos Uchihas e trazerem o meu corpo?

— Tem sim, não tem Sasori?

— Claro. – Sasori respondeu. – Só vou trocar de roupa... Limpar a casa, cavar um túnel pra China, achar a cura do câncer, ler dois livros, preparar o jantar e comer três vezes...

É o quê?— quase gritei.

— Ele está brincando, hmm. – afirmou Deidara. – Estamos indo.

— Ei, traga minha mochila.

— Pra quê?

— Apenas traga essa merda. – desliguei e joguei o celular na cama, comecei a andar de um lado para o outro de braços cruzados. Estava para me estressar, então resolvi sair do quarto, o corredor estava deserto, fui para a sala que era onde Yachi estava, deitado no sofá, enrolado numa coberta e assistindo um desenho.

— Tio! – ele me olhou sorrindo.

— E aí! – me aproximei com desinteresse e me sentei ao lado dele.

Yachi me encarou.

— Você não gosta de desenho, o que faz aqui?

— Pra início de conversa, eu nem queria estar aqui. – ta aí uma verdade.

— Então por que está? – não respondi. – Tio, pergunta se eu sou uma pêra!

— Você é uma pêra? – perguntei sem ânimo.

— Eu sou!!! – exclamou animado. – Agora pergunta se eu sou um abacaxi!

— Você é um abacaxi?

— Não, ué, sou uma pêra!

— Mano, se mata. – me levantei do sofá e voltei pro quarto do Sasuke, é melhor do que ficar na sala aturando os retardos do filho do Itachi. Comecei a fuçar nas coisas do Sasuke, meu, tinha uma gaveta com camisinhas de várias marcas, duvido se ele usa, deve só colecionar mesmo.

Ouvi um barulho alto e me virei, o vidro da janela estava quebrado e havia um tijolo no chão, corri até a porta e a abri, espiei o corredor, parecia que ninguém havia escutado o barulho. Fechei a porta e corri até a janela e olhei para baixo. Avistei Sasori sentado em cima do porta-malas de um Dodge. Deidara estava olhando para a janela e Karin – que não devia ter vindo – estava limpando as lentes do óculos.

— Deidara, seu emo desgraçado, quem mandou tacar um tijolo aqui?!

— Tacar pedrinhas é muito clichê, hmm. – ele retrucou, sorrindo.

— Foda-se, cadê o Sasuke?

— Na janela. – respondeu Sasori apontando o dedo pra mim.

— Nossa, ele é lindo. – observou Karin, após colocar os óculos.

— O que você veio fazer aqui Karin?

— Te ajudar, ué.

— E o meu corpo, onde está?

Sasori desceu do porta-malas do Dodge, e deu dois tapinhas na lataria dele.

— Ele está bem aqui. Agora faça o favor de trazer esse corpo alheio até aqui, antes que eu me estresse. Por sua culpa eu não poderei mais ir para a festa a fantasia, seu filho da puta. – falando nisso, ele não estava mais vestido de Flash. – Só digo uma coisa pra você Naroia, de todo o meu coração: MORRE!

— Já vou descer. – saí do quarto em disparada e tentei passar despercebido pela sala, até que deu certo. Se fosse em minha casa ia dar errado. Aproximei-me daquele trio, dei uma olhada rápida no carro. – De quem é esse carro?

— Meu. – disse Sasori, esbanjando cara de rico.

— Sério, quantos carros você tem?

Ele me ignorou.

— Eu trouxe sua mochila, tá no banco do carona, hmm. – disse Deidara. – Nossa, tenho que me aguentar, tô com vontade de socar essa cara de emo baitola que você tem Sasuke-Naruto. – ele fala como se também não tivesse uma cara de emo baitola.

— O que fizeram com a pedra? – eu quis saber.

— Quebrei – Karin que respondeu. – com um martelo. Ela virou farinha, daí joguei no lixo. Eles me disseram que você já fez os três pedidos, dentre eles, pediu para se transformar nesse gostosão moreno aí, Naruto, vamos pro mato?

— Que horror! – Sasori arregalou os olhos. – Ninguém vai pro mato aqui.

— Como vão me ajudar? – choraminguei.

— Orochimaru. – disse Karin.

— Quem? – franzi a testa.

— Ele é uma cópia barata do Michael Jackson, e é um pedófilo. Mas tem um bom coração.

— Não estou precisando de transplante!

— O que ela está querendo dizer é que, apesar dele ter vários defeitos escandalosos, ele poderá nos ajudar. Karine acredita que ele pode fazer você voltar pro seu corpo sem sofrer nenhuma dor ou transtorno. – comentou Sasori.

— Karine? – Deidara começou a rir.

— É Karin. – eu e ela dissemos ao mesmo tempo.

— Que seja! – Sasori rolou os olhos. – Temos que ir logo.

— Ei – me aproximei do porta-malas e me inclinei. – Sasuke, você pode me ouvir?

Ele começou a se bater no porta-malas e a gemer como uma velha com gonorreia. Eu olhei para Sasori, ele estava olhando para mim de uma forma sexual.

— Lembra do que disse. - me ergui. – Ninguém vai pro mato aqui.

Ele franziu o rosto.

— Vamos! – Deidara caminhou alegremente até o carro.

— Karin, onde esse Orochimaru mora?

— A última vez que o vi, ele estava morando e trabalhando numa boate aqui na cidade. Relaxa Naruto-versão-delícia, se depender de mim, você vai voltar pro seu corpo sem graça.

Entramos no carro, Karin e Deidara se sentaram atrás, eu ocupei o banco do carona e peguei minha mochila, abri o zíper disfarçadamente e agradeci com um suspiro pelo meu caderno de segredos alheios ainda estar ali. Fechei o zíper e coloquei a mochila no colo. Sasori deu a partida e seguimos rumo a tal boate.

— Naruto, isso é a maior idiotice que vamos fazer. Você é mais bonito assim, apesar de ter ocupado o corpo da pessoa mais filha da puta, hmm. – disse Deidara sorrindo.

Eu me ajeitei no banco e me virei para ele, acabei sorrindo também.

— Você já caga pelo cu, não precisa cagar pela boca. – cantarolei, ele se encolheu. Parei de sorrir e olhei para frente. – Eu ainda vou rir muito disso.

— Pelo menos seus filhos vão ser felizes, você vai ter muita história pra contar pra eles. – disse Karin.

Não discordei, olhando por esse lado ela tem razão. Eu acho.

Alguns minutos depois Sasori estacionou o carro em frente uma boate mixuruca, estava aberta, e tinha muitas pessoas na entrada.

— É aqui Karol?

— É Karin. – corrigiu ela. – Sim, é aqui.

 Coloquei as alças da mochila nos ombros e desci, assim que todo mundo desceu, nos aproximados do porta-malas, estava silencioso, puta merda, será que eu morri? Quer dizer, será que Sasuke enfiado no meu corpo morreu?

Sasori destrancou o porta-malas e o abriu.

— Oii. – cantarolou para o meu corpo.

Os olhos azuis estavam tão arregalados, e eles se arregalaram ainda mais quando me viram. Eu acenei sem graça, ele começou a gritar, mas o pano amarrado em sua boca impedia que pudéssemos escutar o que ele gritava. Com certeza estava me xingando. Obviamente.

— Me ajuda aqui. – pediu Sasori ao Deidara.

Os dois puxaram meu corpo do porta-malas e o jogaram no chão como se fosse um pedaço de merda. Karin fechou o porta-malas e arfou, cruzando os braços e olhando para o chão, que era onde meu corpo estava.

— Ele não pode entrar lá assim, temos que desamarrá-lo e tirar o pano da boca dele. – disse Karin.

— Tá. – disse Sasori e começou a desamarrá-lo. Deidara tirou o pano da boca dele e o puxou para cima para deixá-lo de pé.

— Oi... Sasuke. – eu disse, sem graça.

— Filho da puta! – ele se jogou pra cima de mim feito uma perereca saltitante e começou a distribuir socos na minha cara, no caso, na cara dele.

Sasori e Deidara agarraram os braços dele e o puxaram para trás. Eu senti sangue escorrendo do meu nariz.

— Calma aí, incrível Hulk, tudo no seu tempo, hmm. – murmurou Deidara.

— Me solta, cão dos infernos, eu quero matar esse ladrão de corpos! Isso é crime e dá cadeia, vou enfiar um processo cabeludo no seu rabo.

— Vira aí e enfia, porque meu rabo tá com você. – me defendi, limpando o sangue do nariz na camiseta.

— Calma gente! – exclamou Karin. – Oi, prazer sou Karin – ela sorriu pro Sasuke. –, e vou ajudá-lo a voltar pro seu corpo. Depois disso, podemos ir pro mato?

Sasuke arregalou os olhos.

— Eu já disse: ninguém vai pro mato aqui! – repetiu Sasori. – Podemos te soltar Sasuno?

— É Sasuke. – corrigiu ele, bravo. – Me larguem logo, ou chamarei a polícia.

Deidara e Sasori o jogaram no chão de novo.

— Vamos entrar, tratem de se comportar. – pediu Karin. – Me sigam.

Sasuke se levantou do chão com cara-de-cu. Meu, é sério, minha cara-de-cu é muito sexy.

Seguimos Karin para dentro da boate em silêncio. Paramos em frente um homem com aparência feminina, ele era alto, de pele extremamente pálida e cabelos negros compridos. Ele vestia uma calça skinny preta e uma camiseta tão apertada que dava até pra duvidar da masculinidade dele – se é que tem algo de masculino ali.

— Orochi! – Karin se pendurou nele, mas ele a derrubou.

— O que você quer aqui? – perguntou bravo.

— Ora, Orochi, preciso de sua ajuda. Eu te ajudei com o negócio da Anko. Ela vai ser roubada na quinta-feira na esquina de Presidente Okawa. – ah, a tal vagabunda. Karin, má. – Então, já que te ajudei, quero retribuição. – ela apontou pra mim e pro Sasuke que estava com cara de dor. Orochimaru bateu os olhos em mim, e pela segunda vez em um só dia, ganhei outra olhada sexual. O que o Sasuke tem de tão seduzente, a cara de surubim?

— Você não está aprontando nada, Karin? – Orochimaru olhou feio pra ela. – Eu sei que não se pode confiar em mulheres, e você é uma.

— Por que não se pode confiar nas mulheres? – perguntou Deidara, que se mantivera calado ao lado de Sasori que se remexia ao som eletrônico da boate.

— Como alguém pode confiar em algo que sangra por cinco dias e não morre?

— Eu quero o meu corpo de volta! – Sasuke se exaltou e grudou nos ombros do Orochimaru. – Ele roubou meu corpo! – e apontou pra mim.

— Ah, seu filho de uma égua, eu roubei sem querer. – rebati, indignado.

— Se afaste. – Orochimaru empurrou Sasuke para longe e olhou para Karin. – Quero tudo explicado detalhadamente.

— Eu explico. – e comecei meu relatório, me senti prestando ocorrência numa delegacia. Contei tudo nos mínimos detalhes, Orochimaru ouvia tudo atentamente. – E foi isso que aconteceu. – concluí, quando acabei de explicar.

— Posso voltar pro meu corpo, ou esse ladrão vai se apossar dele pro resto da vida? – perguntou Sasuke, que foi graciosamente ignorado, Orochimaru estava olhando para mim, com aquele olhar de quem diz “abaixa as calças, vou te comer sem dó.”

— Você é uma merda. – ele disse pra mim. – Uma merda bonitinha. – seu pedófilo escroto.

— Consegue fazer com que eles voltem ao normal? – perguntou Sasori, dançando.

— Claro. – Orochimaru sorriu. – Isso é moleza pra mim.

— Eu sabia! – comemorou Karin. – Eu sou um máximo!

— Ótimo. – agradeceu Sasuke. – Vamos logo fazer isso, o corpo do Naruto fede.

— Seu cu. – mostrei o dedo pra ele.

— Meninos, menos. Eu vou providenciar umas coisas ali, já volto. Fiquem á vontade.

Deidara e Sasori levaram a sério o negócio do “fiquem á vontade”, os dois foram pro meio da boate e começaram a dançar maliciosamente.

Tuts, tuts, tuts, tuts, tuts, tuts, quero ver!— cantavam os dois, parecendo duas putas.

Sasuke se sentou e ficou com aquela cara sexy de cu, eu me aproximei de Karin e dei mais uma olhada em Sasuke socado no meu corpo maravilhoso.

— Nesse curto período, o que você achou do Sasuke? – perguntei pra ela.

— Como pessoa, nada contra.

— E como dinossauro, o que achou dele?

Antes que ela pudesse responder, Orochimaru voltou com uma caixa enorme debaixo do braço. Sasuke se levantou e se aproximou ansioso.

— Voltei! – cantarolou o cover do Michael Jackson.

— Vou chamar Deidara e Sasori. – avisou Karin.

— Nhá, deixe eles se divertirem, olhe como são lindos dançando.

— Deidara parece estar com diarréia, e Sasori está sendo eletrocutado. Eles não são lindos dançando. E essa música é escrota, não dançaria nem que me pagassem. – eu disse.

— Ah! – Orochimaru alisou a caixa que segurava. – Se quer voltar pro seu corpo de energúmeno, terá que dançar sim.

O quê?— me espantei.

— Os dois. – ele olhou para Sasuke. – Quero uma excitante performance dos dois, do contrário, não ajudo.

— Eu danço! – afirmou Sasuke. – Faço isso pelo meu corpo. Naruto, quando eu voltar ao normal vou te assassinar.

— Assassinato é crime.

— Não sem provas.

— Toma. – Orochimaru me entregou a caixa que até antes ele estava segurando, peguei desentendido e espiei o que tinha lá dentro.

— O que tem aí? – perguntou Karin, querendo espiar também.

 - A roupa para a performance. – explicou Orochimaru com os olhos brilhando. – Espero que eu seja agradado, queridos!

Sasuke puxou uma das roupas e gelou, era uma roupa íntima feminina, ainda tinha uma coroa de penas de pavão combinando com o look dele. Eu gelei também, puxei a roupa que restou, era igual á outra, mas está tinha a coroa de rubi.

— Vocês vão ficar perfeitos! – Orochimaru bateu palminhas, super empolgado com a desgraça alheia.

— Que garantia temos de que você pode nos ajudar a voltar ao normal? – perguntou Sasuke, completamente bravo.

 - A minha palavra não basta?

— Não, não basta!

— Se ele não fizer vocês voltarem ao normal, eu mato ele carbonizado. – Karin deu um sorrisinho de vilã de novela e Orochimaru a encarou.

— Bem que eu falei que não se pode confiar em mulheres. – ele a encarou, em seguida olhou para mim. – Vão se trocar! Fazia um tempo que o pessoal não assistia a um espetáculo como esse!

— Pensei que íamos dançar só pra você. – comentei horrorizado.

— Se você quiser gato, você pode fazer um show privado para mim depois... Agora vão se trocar, tuts, tuts, tuts, tuts, tuts, tuts, quero ver! Au!

Há alguns anos atrás Deus me disse: Desce e vai passar vergonha.

 


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