Love me like you do escrita por Clara Ohana


Capítulo 3
O ultimato.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora,e obrigada aos comentários
Aproveitm o cap



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O ultimato.

22 de outubro de 2013,terça-feira.

06:42 am.

Acordei com o ensurdecedor toque de meu celular,e o atendi irritada.

—Alô.

—Violetta,sou eu,seu pai.Temos que conversar.

—O que você quer agora?Não poderia marcar essa conversa um pouquinho mais tarde?

—Não.Preciso que você esteja aqui na empresa as sete e trinta,entendeu?

—Da manhã?!

—Sim.

Meu querido e excelentíssimo pai só poderia estar brincando comigo,quer me encher o saco logo de manhã,eu não mereço isso.

Levantei-me,sem banhar-me nem nada coloquei um vestido adepto para a temperatura primaveral de Buenos Aires e enquanto me maquiava liguei para Ludmila.

—Helloooo Violet!

—Ludmi,talvez eu me atrase um pouquinho,pois o meu ilustre papai que conversar comigo daqui vinte minutos.

—Aposto com você que é sobre o León gostosão Vargas.

—Nem brinque com isso.Tchau

—Bye.

Desliguei o celular,jogando-o dentro de minha bolsa,calçando meus sapatos e depois de pronta me dirigindo para o meu carro.

Durante o curto percurso de mais ou menos oito minutos comecei a pensar a vida te oferece oportunidades, mas nem sempre a gente consegue perceber, pois sempre estamos voltados as desgraças e acabamos dando as costas para o futuro e vivendo o passado, e quando viramos pra frente de novo, nem sempre essa chance ainda está disponível, mas porque a vida tem que ser assim? Ja casei de tentar correr atrás dos meus sonhos, tudo virou uma fuga pra não cair no desespero. Quantas vezes você já se pegou chorando por uma falha? Ou teve medo de que as pessoas te criticasse?
Tantas às vezes!
Deveria parar de importar com isso, é fácil… Não, não é fácil ser criticado por todos por mais que a sua atitude seja não pra ofender, mas pra tentar descontrair alguém, as vezes não da certo e que caba piorando a situação, mas cadê as oportunidades de pedir desculpas sem ferir o nosso orgulho? Sem chorar?

São tantas dúvidas que deixem de lado assim que estacionei ao enorme prédio e em menos de dois minutos estava parada em frente .

Após estacionar o carro,adentrei aquele edifício sentindo olhares curiosos sobre mim,aquilo já estava ficando quase rotineiro,toda vez que pisava naquele local,todos começavam suas fofocas.Entrei no elevador e selecionei a cobertura como meu destino final,mas como tudo o que é bom dura pouco,a caixa de metal,parou a apenas seis andares de meu destino,e como se isso não fosse o suficiente,aquela caixa parou apenas para a entrada de Vargas.

—Violetta,que honra tê-la aqui.—León fez um sinal de cortejo,totalmente desnecessário assim como suas palavras.

—Poderia dizer o mesmo.—Uma pausa.—Mas sabes que não o farei,pois conhece muito bem a vontade que tenho de dissipá-lo.—Aquela criatura demoníaca,nada declarou,só uma risada irônica que me deu nos nervos,assim que as portas se abriram fui a primeira a sair ,me dirigindo diretamente para a sala de meu pai,só de pensar o que ele pretendia falar,ainda mais com a presença de Vargas,me assustava.

Ao pisar naquela sala,me deparei com Leonard Vargas,meu pai,Ramalho — advogado de meu pai —e o excelentíssimo senhor Germán.

—Que pontualidade!—Leonard exclamou.—Admiro pessoas assim.

—Bem-vinda,filha.—Cumprimentei a todos com um gesto cordial,sentando-me ao lado de Ramalho a pessoa mais sã ali,e para minha enorme alegria,León sentou-se ao meu lado.—Chamei todos os presentes aqui hoje,pois vou fazer um contrato com meu sócio Leonard.

—E qual a parte,onde isso me toca?—Pedi friamente,afinal não entendia nada que estava se passando ali.

—Calma,Violetta.—Meu pai pediu franzindo a testa.—O contrato é que ao invés de nós—apontou para si e para Leonard.— deixarmos esta empresa de grande porte para nossos primogênitos cuidarem em sociedade,assim como nós fizemos por décadas,deixaremos a empresa sobre o cargo de León.

—Ótimo—Exclamei feliz.—O que eu devo assinar?

—Isso não é tudo minha cara,Violetta.—Leonard retomou ao assunto.—A empresa ficará sobre o cargo de meu filho,mas para seu pai não sair prejudicado nesta história,León só assumirá a empresa depois de três anos casado.—Uma pausa,que declarava meu futuro.— com você!

—O que?!—Interroguei.—Sinto muito mas eu não casar com ele—apontei para León.—para você —apontei para meu pai—sair beneficiado nesta divisão.

—Vai sim.—Ramalho entregou alguns papéis par mim.

Violetta Castillo,herdeira da Castillo&Vargas,só poderá assumir o cargo de tal empresa ,caso queira,depois de quatro anos casada com o também herdeiro,León Vargas,caso tal proposta de matrimônio seja recusada,Castillo perderá a sociedade da galeria l’art que possui com Ludmilla Ferro,e a empresa de porte mediano será leiloada por Germán Castillo e Leonard Vargas,que possuem total liberdade para tal ato.Caso a proposta de matrimônio seja aceita por ambos,Violetta Castillo terá tudo o que desejar e nada lhe faltará,a galeria l’art terá patrocínio da empresa Castillo&Vargas além de leilões de arte,muito bem recompensados. —Você não tá sendo justo.—Reclamei,afinal ele estava querendo mexer com a MINHA galeria!—Violetta,é uma coisa muito justa,minha filha.—Meu pai tava brincando ,só pode.—Uma coisa que eu preciso,por outra coisa que você precisa!Eu preciso que você se case com León.—E por tocar neste individuo,o mesmo estava rindo.—e você e Ludmilla precisam de investimento.Ou seja,se case e nada lhe faltará,ou não se case e perca seu maior trabalho de vida!—Meu pai empurrou o papel e uma caneta em minha direção,para mim assinar.Fechei o olhos,respirei e pensei,imagens da inauguração da galeria vieram a minha mente. Um sábado ensolarado,o dia perfeito.—Vilu,a gente conseguiu!—Ludmila vinha me falar com o maior entusiasmo possível.Observei ao meu redor,e várias pessoas observavam a exposição que havíamos escolhido.—Isso é um sonho,Ludmi.—Conclui. Eu não poderia acabar com o sonho de minha amiga,nem com o meu.Obervando as circunstâncias,eu não possuía muita opção,peguei aquela caneta assinando os devidos lugares,e entregando aquele pedaço de papel para meu querido papai,que só deseja o meu bem. —O casamento será em dois meses.—Leonard anunciou.—Escolham a decoração,suas vestes,os padrinhos,a igreja,e em alguns dias marcaremos a data,e não se esqueçam que será feito um jantar de noivado em minha residência dentro de um mês.—Levantei-me com desgosto agarrando minha bolsa e sai batendo o pé com León atrás de mim. —Violetta,ficar de beiço não vai mudar nada.—Virei a minha mão na cara daquele cretino.Eu estava tremendo de raiva e ele ainda ousa falar isso. —Você conseguiu o que queria,então cala essa sua boca,e me deixa em paz!—Adentrei ao elevador e comecei a respirar fundo,mas nada estava adiantado,assim que cheguei no estacionamento e encontrei meu carro,adentrei ao mesmo e dirigi até a galeria,durante todo o caminho tentava me concentrar mas nada estava dando certo.Existe somente uma idade para a gente ser feliz somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos
Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer,e eu definitivamente já havia passado desta idade.—O que houve?—Ludmila pediu-me enquanto eu me atirava em uma das poltronas existentes ali.—O que houve,é que eu me caso em dois meses!—Ludmila abriu a boca em um O , me deu um sinal para contar-lhe toda a história.—Meu pai disse que se eu não me casasse com o ilustre León Vargas,ele iria leiloar a galeria,e se eu me casasse teríamos patrocínio e investimento.Me caso em dois meses,em um mês tenho o jantar de noivado da casa de Leonard. —Vilu...—Ludmila estava sem palavras.—Isso tudo pela galeria.—Ludmila me abraçou . Durante o resto daquela manhã o pensamento de me casar não saia de minha cabeça,mas eu não poderia reclmar,afinal estávamos ganhando um bom dinheiro com a galeria.

—Ludmila.—Disse enquanto ajeitava as coisas que haviam acabado de chegar.—Será que algum dia eu serei feliz ao lado de León?

—Vilu,você sempre me disse que ele era um cara dos sonhos tanto em beleza quanto em caráter,talvez ele volte a ser esta pessoa ao seu lado.E sim eu acredito que você pode ser feliz,e muito.—Ela me abraçou,um abraço tão fraterno quanto os que eu recebia de minha mãe na infância.—Faz assim,tire o dia,não temos mais nada para vender hoje de importante,faça compras,converse com León ,vá ver seu vestido.

—Tem certeza?—Pedi meio em cima do muro.

—Absoluta.

Sai da galeria e adentrei meu carro,constatando as doze horas escritas no visor,e logo antes de bloquear o celular novamente,o nome de León aparece na minha tela,encostei-me no banco cogitando atender aquela chamada,e foi o que eu fiz.

—Alô?

—Oi Vilu,você gostaria de dividir a mesa comigo em dez minutos?

Sim Não Sim Não Sim Não Sim.

—Aonde?

—Naquele restaurante de pescados.

—Tudo bem.

Joguei o aparelho celular no banco ao meu lado e me dirigi muito vagarosamente até o tal restaurante,o tempo normal de chegada seria uns ste,oito minutos e eu levei dezesseis,observei se León já estava dentro do enorme local e o vi sentado em uma mesa com uma ampla visão,desci do carro agarrando minha bolsa e passando pela Ferrari vermelha adentrei aquele local.

—Olá.—León se levantou para me cumprimentar e colocando a mão em minhas costas me deu um beijo na bochecha.

—Oi.—Disse desanimada e me sentei.

—Olha,eu sei que você é contra tudo isso,mas...—León começou a explicar-se para mim mas eu o cortei.

—León,não fala nada.—Respondi pegando o menu.

—Então,—ele se levantou e ajoelhou-se ao meu lado—Eu te prometo ser o melhor marido que já existiu,e eu vou fazer você me amar,como eu te amo.—A vontade que eu estava de chorar,aumentou gradativamente naquele momento,não sei se queria acreditar naquelas palavras ou não acreditava.

—Desde quando você me ama,León?—Pedi sarcasticamente duvidando daquela afirmação.

—Dezenove de janeiro de 2001,quando você apareceu lá em casa depois de muito tempo,e você estava totalmente mudada,você tinha evoluído,crescido,estava mais bonita,mais adulta,e meu coração começou a bater por você a partir daquele momento.—Respirei fundo,eu não tinha mais palavras eu o abracei e respirei fundo,senti seus braços envolverem minha cintura e seus dedos pressionarem minhas costas,ele aconchegou sua cabeça e meu colo.

—León.—O empurrei levemente —Desculpa,mas eu tenho que ir embora.

Levantei-me daquela cadeira e sai apressadamente daquele restaurante chorando rios de lágrimas,aquelas palavras haviam me tocado de uma forma que eu nunca imaginei.


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