A cábula e o Reneh escrita por Tiago Loures


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Vamos ler. Veremo-nos l em baixo.
Abs



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Uma noite antes

Reneh batia com a sua caneta no caderno, o sol já se porá fazia muito tempo, porém a sua preocupação imediata do Reneh era o teste da manhã seguinte, estudara pouquíssimo para ele, e como não queria falhar, precisava urgentemente elaborar uma memória de apoio, a famosa cábula.

Enquanto relia e folheava atentamente as páginas do seu caderno, assinalava as parte que formariam a síntese. Páginas encontravam-se com traçados de lápis em baixo de certas palavras e frases.

Demorou-se na metódica tarefa de marcar a parte mais importante, logo a seguir iniciou apressadamente a transcrição para o seu pequeno bloco de notas. Em caligrafia diminuta comparável a mais engenhosa reduzida tipografia das máquinas, escrevia sob a luz amarelada de lâmpada terminava a sua minuciosa escrita no bloco de notas.

Levantou-se e deixou o seu apoio de memória em cima da sua pasta. Os olhos visivelmente cansados e com os dedos doloridos da actividade anterior. Reneh foi em direcção a cama com os seus passos lentos e arrastados.

Já deitado em sua cama e com a cabeça recostada na almofada deixou-se ir em sonhos amenos. Amanhã seria um longo dia.

1 hora e 15 minutos antes

Em passadas lentas foi em direcção a porta da sua sala, daqui a pouco tempo chegaria a hora que tanta esperava. Em seu bolso, com a mão esquerda remexia na pequena folha, arrancada do seu bloco de notas. A sua confiança estava toda depositada nela.

As conversas amenas com os seus amigos tentavam distrai-los do que vinha a seguir. Na conversa todos tentavam disfarçar o nervosismo, a maioria mal conseguia. Até sentia que os mais confiantes na estavam tão seguros de si como de costume. O sinal tocou e todos que encontravam fora das suas carteiras foram se dirigindo a cada uma que lhe pertencia. O seu colega ao lado desejou-lhe uma singela boa sorte.

O professor, homem alto por volta dos seus quarenta e pouco anos, com os seus fios de cabelo já ligeiramente grisalhos adentrou a sala. O seu olhar crítico avaliou a organização dos alunos, como um ligeiro sinal de desaprovação, reorganizou a sala. Reneh que antes sentava ao meio agora passou a sentar na penúltima carteira, basicamente ele estava no fundo da sala, agradeceu mentalmente o professor por facilitar-lhe a vida.

Já devidamente organizados pelo professor, os testes foram entregues, alguns deixavam o seu rosto transmitir a frustração que tiveram a notar as perguntas ali propostas. Não foi diferente com Reneh, do pouco tempo que tivera para estudar gastou-o em outras actividades, porém diferente de uns e outros sentia que o tempo não fora mal gasto, até porque a feitoria desse tempo o ajudaria neste teste. O teste iniciou-se com o cínico bom trabalho do professor. Este que agora encontrava-se sentado em sua carteira.

60 minutos antes

Reneh remexia-se desconfortavelmente na carteira, esforçava a sua memória em busca da resposta para a pergunta que se deparou.

O professor do alto do seu trono imaginário, divertia-se com os olhares e expressões que os seus alunos faziam, não negava que fosse um bocado sádico da sua parte divertir-se com isso porém umas das coisas que o faziam dar aulas além do famoso querer ensinar os outros era poder ter a oportunidade de ver como se saiam os estudantes durante certas situações difíceis na sala de aulas. O aparente desdém que demonstrava servira para desinibir certos estudantes, os mais cautelosos mantinham a compostura. O seu olhar vasculhou a sala e voltou a repousar no pequeno livro que trazia em sua mão.

Algumas mãos munidas de lápis e canetas batucavam inconscientemente as carteiras, lápis e canetas brincavam entre lábios, rascunhos rabiscos que se assemelhavam as grandes línguas de difícil tradução, pés pareciam ter ganho vida própria, mãos em cabeças, testas sendo coçadas, as mais diversas formas de ansiedade manifestavam-se na sala. O professor fingindo-se distraído controlava a sala toda.

30 minutos antes

Reneh aproveitara-se da saída do professor para retira cautelosamente a sua folha do bolso, o seu olhar é furtivo acompanhado de movimentos lentos e bem planejados da sua mão, nesta ocasião assemelha-se com um felídeo quando avista a sua presa. Rapidamente busca as informações ali contidas, o seu desempenho é formidável, o professor sequer notou-o, isto aumenta mais a sua confiança.

15 minutos antes

O seu teste está quase todo terminado, a sua satisfação mal cabia em si. O professor poucas vezes olhara para si durante o teste, e das vezes que isso ocorrera ele, estava escrevendo na sua folha vigiando um grande concentração no acto. Um dos seus colegas infelizmente não tivera a mesma sorte fora convidado a abandonar a sala, a sua cábula fora descoberta escrita em suas calças. Admitira para si que a ideia do colega fora boa, porém pecara pela falta de subtileza do mesmo. Poucos minutos passaram e por descuido deixara-se apanhar com os olhos concentrados em algo nem não era o seu teste. O professor com os seus olhos incisivos notara a sua estranha concentração que sucedeu uma movimentação estranha.

Reneh encontrava-se nervoso, procurava não demostrar o efeito acusador que o olhar do seu professor exercia sobre si. Sua mão inconscientemente coçou-o a sua nuca, os pés colavam-se.

Agora

Passada à passada, o professor passeava pelos corredores entre as carteiras, na sala o som das suas passadas eram ouvidas pela sala, o silêncio eram apenas interrompido pelas passadas.

Reneh inconscientemente tremia, o seu coração batia descompassadamente, sentia o lápis pesado, o professor aproximava-se, e mais forte as sensações se tornavam. O ar beirava a irrespirável.

Seu olhar antes fixo na aproximação do professor agora virou-se para a sua folha de resposta.

Ele estava ao seu lado, sentia a presença esmagadora dele ao seu lado, a sua sombra fraquíssima projectava-se em sua folha, tornava-se mais difícil continuar a fingir alheio a ele. Como se um grande peso fosse reduzido a uma pena, o professor se andou até outra carteira.

Reneh sentia como se o ar voltasse a ser respirável, relaxou a tensão em seu ombros e permitiu sentir mais leve, como se fosse novamente elevado a sua nova posição, como se quisesse ter a certeza de não o ter perdido, a sua mão remexeu o seu bolso onde estava o pequeno papel, a segurança voltou-o a permear-lhe.

Se pudesse antevisto o que se passava na cabeça do professor notaria que ele fingia estar concertado em outro colega e não nele, pobre Reneh por um descuido porá em causa todo o seu trabalho.

As passadas decididas do professor levaram-lhe até a sua carteira, Reneh atónito não entendia o porquê. A sua folha de resposta foi marcada com a caneta vermelha continha a nota zero. Não teve sequer tempo de protelar a decisão, apenas limitou-se a fazer o que o professor o ordenou, meio relutante retirou do bolso a memória de apoio. Um sorriso comedido do professor estreitou pelos lábios. Estava perdido e para infelizmente não tinha como se ver alheio a isso.

Apanhado! – Gritava a sua mente. Em pouco tempo viu todo o seu esquema trabalhoso ser posto a luz da verdade. Ainda de indaga como é que fora apanhado, não acredita que a culpa fosse sua, tinha que creditar ao seu insucesso a alguém.

O olhar satisfeito do professor foi o ápice da raiva que acometeu-se em si. Reneh sempre gabara-se de ser o mais soturno nesta arte, porém a sorte o abandonou estava agora em posse do seu professor. Reneh no alto da sua confiança não notara que o maior vigiava as suas acções desde o primeiro indício que dera, o seu pequeno deslize custou-lhe caro.

Sentia os olhares curiosos acompanhavam-no pelo corredor enquanto partia em direcção a directoria. Até agora a lembrança dos olhares que expressavam as mais diversas formas de sentimentos ainda o atormentavam em partes, apesar de nunca sentir-se como uma pessoa de grande sentido moral muito menos perder tempo a remoer-se por certas situações inoportunas e não seria agora que teria, ou isso pensava.

O seu andar calmo em direcção a sala do director era acompanhado por um certo peso, o seu ego parecia ser o mais ferido no momento. Reneh sentia-se irritado. A porta estava em sua frente, pouco parecia convidativa, porém bateu-a com resiliência e pôde ouvir um "entre" de dentro do cómodo do outro lado da porta.

A conversa seria longa e ele bem sabia disso.

Fim


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Tive um óptimo dia e nada melhor que voltar ao Nyah com esta história, que na verdade trouxe-me alegrias, graças a ela pude conversar (bem pouco) e conhecer o Calane da Silva, um dos maiores escritores e poetas da CPLP. Deu-me um pontuação suficiente neste conto, devido a erros ortográficos (gravíssimos no caso) presentes na versão intocada que o entreguei além de ter tido que poderia melhorar o suspense e reduzia um pouco o conto.
Resumindo tudo que precisava de ouvir para melhor a minha escrita.
Abs, Tiago (nas nuvens)



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