Harry Potter e a Neta de Voldemort escrita por Thaty Shinoda


Capítulo 10
Capítulo 9 - Fraternidade


Notas iniciais do capítulo

História originalmente escrita com Sheila Farias.
Porque existem histórias que quando não são contadas ou finalizadas, ficam na sua mente lhe perturbando até que as deixem sair.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/608112/chapter/10

Capítulo nove – Fraternidade

 

— O Cedrico me chifrou.

— Eu não sou ninguém, só o amigo do menino que sobreviveu e da CDF de Hogwarts, quer dizer, o que eu posso fazer para me destacar?

— Minha vó vai me empurrar qualquer um, agora que Elijah não está no jogo...

— Um monte de vezes eu fico sozinho na minha casa por que todo mundo tem coisa “muito importante” pra fazer menos eu...

— É frustrante, o fantasma da minha mãe me persegue. Enche a minha paciência sabe? Não dá pra lidar com ela.

— Pior é que eu gosto deles, mas eu só queria uma chance de ser quem sou, fico pensando o que seria se eu não tivesse nenhum deles. Sou ruim.

— Ruim. – ela acenou com a cabeça.

— O que vocês estão fazendo? – Harry arregalou os olhos para Sabrina e Rony. Os dois estavam lado a lado em uma poltrona perto do fogo, com caras de fatalidade.

Os deixara segundos sozinhos, ou talvez fossem minutos já que se distraíra conversando com Gina no caminho até ali. Mas pelo visto fora o bastante para começar um hecatombe para os dois. Era de dar pena, eles ali, esparramados, falando com voz monótona sem que parecessem se falar mesmo. Harry pegara o fim da conversa, e não podia dizer que gostava, falaria com Rony sobre isso, mas não agora. Estava assustado demais pensando que o amigo entraria em coma de desanimo a qualquer segundo. Ele estava assim desde que Hermione fora dançar com Arthur, Morgana e Richard e eles haviam passado o resto da festa assim. Era compreensível, mas não esperava que Sabrina estimulasse aquilo.

— Oi de novo, Harry. Estava contando meus problemas ao Rony. – Ela ergueu a cabeça do braço do sofá, sorrindo com desânimo.

— Não Sabrina, eu é que estava te contando os meus sofrimentos!

— Você escutou o que falei? – Ela lhe lançou um olhar estranho.

— Não. E você?

— Vocês como analistas são ótimos pacientes. – Harry olhou os dois com gravidade.

A verdade é que ele estava se sentindo mal também, tentara o dia todo se animar, mas não podia fazer muito para esquecer o que dissera o padrinho. Sabia o que tinha feito, porém: andado pelos corredores e se enfiado em cada canto da casa de Sabrina em busca de quem poderia estar o protegendo, antes de se recriminar. Se ele soubesse, alguém mais poderia saber, esse era o ponto.

— Temos vidas tristes. Será que pega mal a anfitriã da festa cavar um buraco no chão e morrer?

Harry riu. Todos que tinham aceitado a voz de vovó Penny declarando o fim da festa e os enxotando sem dó, estavam reunidos animadamente no salão comunal da Grifinória, tentando entabular uma conversa com Sabrina de tempos em tempos e saudando ela com adoração.

— Não acho. – O menino respondeu quando Simas Finnigan vinha para perto deles de olhos arregalados de animação.

— Sabrina, qual a chance de ter outra dessas na próxima visita?

A ruiva apertou os lábios bem firmes e forçou um sorrisinho, depois subiu os degraus do seu dormitório, dando graças a Merlim pelos degraus serem encantados. Não fez mais que olhar por cima do ombro quando viu o retrato se abrir cuspindo Parvati, Lilá, Morgana e Hermione, que conversavam animadas. Muito animadas, ela pensou. Provavelmente teria que se esconder debaixo dos cobertores para evitar falar sobre os últimos momentos de sua festa, e do que fizera neles para se arrepender para sempre...

xxXXxx

Havia no canto da sala de estar um karaokê bruxo. Um modelo especial, aquela invenção, aprimorada por um dos amigos inventores anônimos de seu pai. A patente lhe dera uma pequena fortuna e todo o mundo bruxo fervia com a novidade daquela invenção. Sabrina gostava. Era sua festa, e ela gostava do fato de tentar se divertir um pouco nela. Quando chegara um grande grupo se reunia ali a volta. Dino Thomas, Lino Jordan, os Gêmeos com Gina, Nicolle e Louis Vernon haviam ganhado no cara e coroa o direito de usar a maquina pelos minutos restantes da festa, e desafiavam um Neville envergonhado a cantar. Tudo muito animado, até que ela agarrou a mão do garoto e escolheu a música. Os acordes começaram e com eles imagens nítidas que vinham a mente dos dois, como se saídas da fumaça de uma penseira. As letras douradas pularam da máquina dançando em frente aos seus rostos, dando uma imagem etérea.

My love

There's only you in my life

The only thing that's right

Ela fechou os olhos, postulando sua voz com delicadeza e doçura. Gina suspirou, meio emocionada quando Neville deixou sair o ar e começou sua parte. Atrás deles o rosto da pequena Weasley enchia a vista de todos, linda e girando nos jardins de Hogwarts, um riso mudo enchendo seu rosto de felicidade. Neville tinha uma voz grave e não desafinou, lendo as letras meio nervoso.

My first love

You're every breath that I take

You're every step I make

A ruiva riu, fazendo um ok com os dedos para um Longbottom meio assustado e impressionado consigo mesmo. Então ela se preparou para sua parte, fechando os olhos de novo, dando um belo show aos espectadores. Nem mesmo reparou quando Neville foi puxado de seu lado, um outro rapaz tomando seu microfone com um olhar divertido.

And I

I want to share

All my love with you

No one else will do

And your eyes

(your eyes, your eyes)

They tell me how much you care

Oh, yes you will always be

My endless love

Two hearts

Two hearts that beat as one

Our lives have just begun

Ela apertou mais os olhos, não querendo que ninguém mais visse a confusão que passava em sua mente quando ela notou que não era mais Neville que estava ao seu lado. Acaso fizesse, o invento bruxo mostraria o que ela tinha na mente. E era só o beijo que tomava a mesma, invadindo seus sentidos e fazendo sua voz tremer. Sentiu um toque suave em seu rosto, e arregalou as orbes verdes, focando em Fred Weasley que deslizava a mão por sua face com carinho. Ela estava gelada, gelada e quente por dentro. O gelo começando na barriga, o calor na ponta dos dedos dele que sorria maroto. Tinha uma certeza absoluta de que era a ele que tinha beijado aquele dia, mas não conseguia pensar no beijo. Atrás dela a tela mostrava apenas os olhos azuis claros de Fred Weasley.

And forever

I'll hold you close in my arms

I can't resist your charms.

And I

I'd play the fool

For you, I'm sure

You know I don't mind

(no you know I don't mind)

'Cause you

You mean the world to me

I know I've found in you

My endless love...

Two hearts

Two hearts that beat as one

Our lives have just begun

And love

I'll be a fool

For you, I'm sure

You know I don't mind

(whoa, you know I don't mind)

And, yes

You'd be the only one

'Cause no, I can't deny

This love I have inside

And I'll give it all to you

My love, my love, my love,

My endless love.

Os aplausos em volta deles foi melhor do que a nota: Simplesmente Excelente – 100, piscando no aparelho. Sabrina sorriu, sentindo que agora a mão de Fred envolvia a sua, incomodada e vermelha, feliz e se sentindo em casa. Morgana e Hermione ovacionavam e faziam gestos de vai fundo para ela, e ela baixou a cabeça, se dirigindo para longe do karaokê, com vergonha de pedir que ele soltasse sua mão, querendo que ele não a soltasse nunca.

— Suas vozes. Sua e de Jorge. São diferentes. – Ela sorriu com vergonha para ele.

— Ah você percebeu? – Disse ele com uma intensidade que ela não compreendeu de todo.

— Foi incrível! – Simas e Neville aplaudiam. Gina mandava um olhar cúmplice ao irmão, que a ruiva também não entendeu.

Sabrina procurou os olhos do ruivo quando este soltou sua mão de súbito, olhando fixo para frente. Ela localizou o motivo: Jorge tinha um olhar meio...triste e ausente. Sabrina se encolheu um pouco, confusa. Será que havia tirado uma conclusão cedo demais, será que ela beijará Jorge? Havia um nó na sua cabeça, ela balançou de leve a mesma afastando os pensamentos, se ela tinha aprendido alguma coisa era que ninguém sabia o destino e que tudo ia acontecer na hora certa...

xxXXxx

— Eu não posso fazer isso. – Ela disse meio chorosa. Morgana e Hermione trocaram um olhar estranho.

— É só um café da manhã.

— Não quero encarar os gêmeos. – Ela olhou para baixo. Não dormira nada e tinha olheiras profundas debaixo dos olhos. Morgana deu um tapinha na sua mão, solicita, Hermione sorriu.

— Já sei o que posso fazer para lhe animar! São coisas que a monitoria sabe...então vocês não podem deixar nada vazar, ao menos até essa noite, ou me colocarão em encrenca grave!

Ela conseguiu. Rapidamente prendeu a atenção das duas, que quase não respiraram até que ela terminasse de falar.

— É uma idéia da professora Blacklight, na verdade. Um esporte extracurricular, apenas para garotas. O quadribol pode ser jogado por garotas, claro, mas algumas de suas alunas pediram algo diferente para se exercitar. Aulas de dança, e ela teve uma reunião com os monitores, e fizemos uma votação.

— Você me ganhou, Hermione, pode falar. – Sabrina esfregou os olhos que doíam. Parecia um pouquinho mais viva.

— Achei que você ia gostar, você pareceu gostar muito de dança na sua festa. – Ela riu, lembrando-se do tango com Elijah, Sabrina riu também. – Teremos líderes de torcida, este ano. As audiências serão no dia quinze de Outubro, a tempo da temporada de quadribol, são duas semanas para treinar.

As duas garotas fitaram Hermione em silencio pesado.

xxXXxx

— Você vai se inscrever, não vai?

— Não! Não, Morgana, não faça bico, é sério, eu não vou. Tenho a monitoria, e tenho os estudos. NOM’s, são mais importantes. Além disso não gosto tanto de dança acrobática. Não me sentiria confortável numa micro saia, e não vejo no que essa grade extra vai me ajudar na carreira mágica fora daqui.

— Ela conseguiria convencer o primeiro ministro se quisesse. – Rony olhou para Hermione com assombro.

— Ela podia tentar. – Harry resmungou do seu lugar se servindo de leite no mingau. As meninas viraram a cabeça para o olhar e ele soltou um suspiro derrotado, fazendo um gesto para continuarem.

— Isso não é coisa de trouxas? Lideres de torcida... – Simas, que era ele próprio nascido trouxa se pronunciou, com uma cara de estranheza.

— Sim, a professora achou que fosse uma boa idéia por isso. Aproximar os mundos, mostrar algumas idéias deles que podem ser aproveitadas e adaptadas. Como o karaokê bruxo, por exemplo. – Hermione sorriu, quase em adoração a professora Blacklight por acatar a sua idéia. Porque ela que sugerira a idéia, não que fosse contar a alguém, mas era esses os argumentos que utilizara. Estava pronta a explodir de orgulho com o segredo. – Vocês sabem, vão ser acrobacias com magia. Se se inscreverem vão ter que trabalhar nisso. Posso ajudar nessa parte.

— Eu ainda acho que se você tentasse, seria a primeira colocada da coisa toda. – Sabrina observou ela cuidadosamente. Hermione fez cara de pesar e começou a negar com a cabeça...

— Quem, Hermione? Ela não é...qualificada, não é? – Parvati chegava agora com Lilá a mesa. Dava para ouvir suas risadinhas e falatório desde as portas do salão comunal.

Hermione franziu o cenho para ela, como tentando entender. Parvati sorriu complacente, enquanto Lilá se sentava ao lado de Rony apontando algo em um catálogo para ele.

— Rony, veja. Já me inscrevi, estamos pensando em costurar algo assim para minhas vestes, acha que eu ficaria bem?

Rony observou a revista distraído, depois arregalou os olhos e voltou a olha-la. Corou quando observou Lilá, mais de perto e atentamente, como se a visse nesse momento; rapidamente enfiou pãezinhos na boca para evitar a resposta da pergunta. Lilá pareceu satisfeita com essa reação, sorrindo para Parvati. Morgana mastigou a maçã lentamente, depois trocou um olhar com Sabrina que tomou a revista de Lilá, folheando-a rapidamente.

— Ow, isso é uma revista pornô? – Lino Jordan tomou a revista, interessado. Fred assobiou para a capa dela, ao que Jorge apoiou os cotovelos na mesa observando as meninas com um sorriso sacana.

— Safadinhas.

— Isso é dela, não meu! – Sabrina apontou Lilá completamente envergonhada. Simas, Harry e Dino se interessaram imediatamente.

— Garotos, é só o Semanário da bruxa adolescente! Vestes trouxas estão na moda. – Lilá riu, deslizando o braço pelo de Rony. – Então...o que acha, Ronald?

Os garotos ainda reviravam a revista, observando as piscadinhas e poses reveladoras das bruxas utilizando micro shorts e camisetinhas no umbigo. Morgana e Sabrina pareciam incomodadas enquanto ouviam os murmúrios deles, mais próximos as duas que aos outros. Quanto a Hermione, ela prestava total atenção a sua frente, insatisfeita com a forma como Rony corava e Lilá entrançava as mechas douradas com os dedos.

— Bom. Muito bom. – Ele disse por fim, erguendo a cabeça quando Lilá finalmente fez demais o beliscando na cintura para exigir sua atenção, a despeito dos pãezinhos.

— Então...Parvati. – Hermione soltou a colher de granola, bufando alto para chamar a atenção do ruivo que fitava a loira ao seu lado. Rony deu um pulo e suspirou, voltando aos seus pães meio envergonhado. – Porque eu não estaria qualificada para tentar os testes?

Parvati riu. Mas foi a reação de Rony que a deixou feliz. O ruivo abriu os lábios, as orelhas bem vermelhas quando adivinhava o que Hermione tinha em mente.

— Você não esta... – O ruivo começou.

— Ah Hermione... – Parvati interrompeu, a olhando quase com pena. Da gola vermelho e dourado do roupão do uniforme até a cintura onde o roupão largo ainda cobria tudo. – Tem as acrobacias e as saias, os pompoms e...sabemos que não é seu campo. Mas aceito sua genialidade com as mágicas se quiser me ajudar. – Ela acariciou a mão de Hermione, bondosa. A morena arrancou a mão com os olhos tinindo.

— Calem a boca, por Merlim. – Sabrina deu uma cotovelada na cintura de Harry que continuava na conversa em torno da revista. Morgana já estava de pé atrás da cadeira de Hermione, tremendo de raiva com o rumo daquela conversa. – Hermione, não deixe...

— Tudo bem, Sá. Desculpe, Parvati, não posso ajuda-la, vou concorrer!

Rony deixou os lábios caírem. E com ele os garotos em volta da revista também. Hermione sorriu calorosa com isso, ainda que suas bochechas se colorissem com a atenção de todos em si. Morgana e Sabrina quase soltaram risadas maléficas.

— Hermione, isso é idiota! Você não vai ter tempo para isso com os NOM’s tão próximos.

— Porque você acha isso, Ronald? Tenho horário vago antes do jantar. – Hermione começou a arrumar seus livros na mochila, intimamente vibrando pela cara de Lilá, que retirou a mão do braço do ruivo assim que ele retrucou.

Participar é uma idéia idiota! Você não precisa chamar a atenção assim, você é inteligente.

— Ei! Nós vamos nos inscrever! – Morgana reclamou enquanto Sabrina jogava o miolo de maçã em Rony. Ele desviou e voltou a olhar Hermione.

— Desculpem. Hermione, olha...

— Você também acha que não posso competir?

Rony revirou os olhos. Ele não ia dizer que achava que ela podia fazer o que quisesse, que faria bem. Ela era genial, mas assumir isso seria embaraçoso demais. Harry viu o amigo lutar internamente e deixar os ombros caírem, balbuciando um “Sim.” enquanto desviava os olhos. Hermione se ergueu como se tivesse sido chicoteada.

— Pois eu vou mostrar a você que posso, Ronald. Vamos nos inscrever agora? – Saiu quando as meninas concordaram silenciosas com a cabeça, mandando olhares de ódio para Rony por trás do ombro enquanto seguiam Hermione até a sala da professora Blacklight.

xxXXxx

Nos corredores encontraram a Gina que corria com seus livros escorregando para fora da mochila. A ruiva observou Hermione marchando e ergueu a sobrancelha, se encolhendo quando ela passou por ela com um “Oi Gina”, meio seco. Quando parou em frente a sala da professora Blacklight, Hermione soltava a respiração em longos bufos, socando na porta com o punho bem cerrado.

— Seu irmão. – Disse Sabrina arrumando a alça da mochila, a guisa de explicação para a Weasley.

— Ah... – A garota arrumou a camisa rapidamente por dentro da saia quando as meninas olharam seu estado, com riso no rosto. – O que ele fez?

— Me disse que sou incapaz de competir nessa droga de líderes de torcida! Foi isso que ele fez! Oi professora Blacklight. – Hermione respondeu antes de entrar na sala privada de uma Lilandra Blacklight surpresa com suas palavras de ódio.

A professora sorriu trêmula ás garotas e as convidou a entrar atrás de Hermione com um gesto. Ali dentro elas travaram nos calcanhares ao ver o grupo de sonserinas de Thaty Meyer assinando seus nomes. Menos Hermione, esta apenas revirou os olhos e cruzou os braços, esperando as sonserinas terminarem.

Sabrina se balançou nos pés, e começou a prestar atenção na sala, enquanto Gina e Morgana já trocavam olhares hostis com Mary Anne Nouer e Kate O’Connel.

A sala era grande e aconchegante, com um grande lugar junto a lareira de pedra mármore amarronzada, onde estavam dispostos um sofá e poltronas azuis marinho, com cavilhas e franjas grossas de seda que os davam aparência confortável. O tapete e a mesinha ao centro ajudavam e decoravam, dando toda a atmosfera correta para uma psicanalista. Sabrina podia se imaginar olhando as estantes abarrotadas de livros e contando com a orientação da professora, enquanto tomavam chá. Deu um pulo quando notou Lilandra falando com elas.

— Vieram se inscrever ás lideres de torcida, suponho?

Thaty Meyer jogou a cortina de cabelos platinados para trás, ajeitando atrás da orelha, e se ergueu depositando a pena, enquanto a professora tomava os papéis que elas haviam assinado para abrir a pasta dos da Grifinória. A sonserina observou as garotas com escárnio, fixando os olhos por segundos em Sabrina que sorriu falsamente animada. Sabia que o que quer que essa garota quisesse lhe dizer para ofender, não o faria na presença da professora, por isso empurrou a outra delicadamente para o lado, tomando a pena para inscrever seu nome. Hermione e Morgana o fizeram logo em seguida.

— Mais alguma coisa, meninas?

— Oh, não professora, desculpe. Vamos meninas?

— Boa sorte. Sabe... – A professora, voltou o olhar da porta onde as sonserinas saiam para as grifinórias. – Por um minuto eu pensei que ela ia me ignorar e faltar com o respeito.

Gina riu baixinho, indicando seu nome antes do de Lilá e Parvati, quando as meninas questionaram se ela não ia participar.

— Ela não faria isso, a senhora foi muito dura a semana passada. – tornou a Weasley, lembrando do episódio onde a professora aplicara uma bem merecida detenção quando a sonserina azarara sua mochila a fazendo abrir de fio a fio.

— Você acha, senhorita Weasley? Vocês tem aula. Vão. Boa sorte. – E piscou antes que elas saíssem, sorrindo.

— Ela é a professora mais genial que tivemos. – Gina parecia animada.

— Só porque puxa o saco de vocês pobretões, sangue-ruins e excluídos sociais. – Thaty Meyer estava as esperando na curva do corredor. As meninas entrelaçaram os braços e seguiram caminho, como se elas não existissem.

— Quer dizer, Summers, que você vai querer ser uma das líderes?

— Não é da sua conta, Meyer?

— Tem razão, mas acho curioso que parece que depois que você emagreceu quer... fazer tudo o que não poderia fazer antes. Deve ter sido muito triste ser a rejeitada sempre.

— Ela disse que não era da sua conta! Não dêem atenção, como diz vovô Julio: “Despreze seus inimigos pois eles são mais baixos que você.”

— Agora...quem é você?

— A garota que você invadiu a casa, está lembrada?

— Aquela porcaria de festa? Não é de estranhar que estivesse tão ruim, a dona da casa é tão patética quanto aquela velha que...

Sabrina e Morgana puxaram suas varinhas no mesmo instante que ouviram um Incendio soar pelo corredor. Giraram a cabeça para Hermione que sacudia a varinha de novo para seu bolso, um prazer cruel nos olhos enquanto via a saia de Thaty Meyer crepitar. A loira soltou um berro e começou a bater na veste, os cabelos muito compridos caindo para frente e rapidamente chamuscando. Suas amigas sacaram a varinha desesperadas lançando contra feitiços no mesmo instante que Gina agarrou seus pulsos e elas correram dali.

— Eu te amo, Hermione. – Gina a abraçou quando elas já estavam longe do caminho das sonserinas. Hermione sorriu enquanto as outras duas gargalhavam. Gina se afastou logo, começando a correr. – Aulas.

— O que aconteceu? – Rony franziu o cenho para elas quando se ajeitaram nas carteiras da sala de Snape. Hermione virou o rosto para ele e começou a escrever.

Na hora do jantar eles se divertiam comentando sobre a aula da professora Trelawney, que passava leitura de íris naquele semestre e previra a morte de alguns estudantes a esmo, incluindo Sabrina quando Thaty Meyer passou por sua mesa, jogando uma bolinha de papel no colo de Hermione.

“Você vai me pagar por aquilo, sangue ruim.”

Com um desenho de palitinhos, com um protuberante cabelo armado enquanto se contorcia numa forca. Hermione apertou os lábios numa linha e amassou a bolinha, jogando-a dentro da mochila antes de olhar os amigos que esperavam ela reagir, atentos.

— Não foi nada.

— Ah sim, ela estava pedindo ajuda com Herbologia? – Harry ergueu as sobrancelhas. As meninas haviam vencido o silêncio de Rony e Hermione para sussurrar o feito dela nos corredores.

Fora particularmente ridículo ouvir Rony discursar em como era uma vergonha e perigoso para uma monitora fazer aquilo. Não ajudara muito para que Hermione voltasse a falar com ele, também.

Hermione confirmou com a cabeça.

— Algo assim, Harry. – o moreno revirou os olhos.

— Se ela estiver te perseguindo, nós podemos-

— Sei me cuidar, Harry, obrigada. – Ela puxou uma folha da mochila, enterrando o nariz ali. Harry encerrou o assunto e voltou a puxar outro sobre as aulas. Mas Sabrina não estava tão disposta a dar a chance para Hermione se defender.

xxXXxx

Thaty Meyer vinha andando sozinha pelo corredor das masmorras. Estava muito satisfeita de si mesma, já que conseguira separar Blaise Zabini de Samantha. Sabia o quão cruel era para a amiga, pegar ela e o ex namorado se agarrando no armário de vassouras, mas precisava que Sammy entendesse o quão sem valor e traidor era Zabini. A amiga veria daqui a um dia ou dois, talvez uma semana, o que ela havia feito de bem por ela, e ia lhe agradecer. Ou estaria sozinha para treinar para as audições de líderes, o que ela sabia, que Sammy pobrezinha, não conseguiria fazer. Ela era tão desajeitada quanto uma cadela prenha quando dançava. Ela iria ver, Thaty tinha certeza. Suas amigas eram fiéis como cachorrinhos, e ela gostava disso. Não passava por sua cabeça que Samantha pudesse dar ouvidos a Blaise quando este contasse que Thaty o cercara naquele armário, exigindo que ele reagisse, afinal eles tinham terminado exatamente porque Blaise não se controlara e pagara a aposta que fizera com Crabbe de trair Sammy com uma quartanista qualquer de sua casa. Não, Blaise afogueado e contando vantagem entrando sozinho no salão comunal ia ser o bastante para que Sammy nunca mais lhe desse ouvidos, era por isso que ela o mandara embora na frente em primeiro lugar; e planejava encher a cabeça da amiga com o inverso da história. E então Samantha também pararia de a deixar sozinha para se encontrar com Blaise todas as noites.

Estava muito, muito satisfeita consigo mesma.

Cascateou os cabelos pelas costas, cantarolando e piscando para Théo Nott e Draco Malfoy que seguiam na sua direção contrária, provavelmente para estudar na biblioteca. Desacelerara o passo: quem sabe Draco não viesse atrás dela para finalmente leva-la para aquele “algo proibido” que prometera na Torre de Astronomia. É claro, ela tinha ultimamente voltado os olhos para os Gêmeos Weasley, notando seus músculos e figuras primordiais masculinas de Capitães de Quadribol. Até mesmo pensara em escolher um dos dois para assentar, e ela falava de compromisso sério, mas ela sempre teria um tempo para Draco e seus convites sem vergonha.

Nem notou quando um vulto bloqueou seu caminho, tão concentrada estava em si mesma, só sentindo quando o vulto estendeu as duas mãos empurrando seu ombro para trás e a forçando a cambalear para se manter de pé. Ergueu a cabeça e tocou a varinha, os olhos azuis claros fitando os verde brilhantes de Sabrina Lair. A tensão permaneceu no ar até que ela falasse.

— O que quer, Lair? – Não ameaçou. Não porque tivesse medo, encarando a realidade ela era muito boa em azarações e era um ano mais velha do que a novidade da escola.

Ela odiara Sabrina no mesmo instante que a vira. Odiara a forma como ouvira os garotos de sua casa a elogiarem sem papas na língua, odiara que suas amigas parecessem interessadas no passado dela, e odiara com alivio quando a insuportável fora para Grifinória. Odiara que ela tivesse casa em Hogsmeade, e que não a convidara para aquela porcaria de festa, odiara os comentários sobre o quanto fora divertido depois, odiara que ela era tão bem aceita em todos os lugares e a pose com que ela passava nos corredores, absorvida no grupo de Harry Potter como se sempre pertencesse ali.

E odiava que a outra parecesse tão confiante enquanto a confrontava com os olhos chamuscando de ódio e a varinha em riste.

— O que você fez para Hermione?

Ela gargalhou. – Ainda nada. A sabe-tudo ficou com tanto medo que a mandou no lugar? – Alisou o cabo da varinha carinhosamente, quando a de Sabrina estremeceu indicando sua raiva.

— Não. Eu não tenho duvidas que ela sabe lidar com você muito bem. Seus cabelos precisaram de poção para crescimento, ouvi dizer.

— Cresceram tão lindos como sempre foram, você deveria experimentar algum tratamento parecido, suas pontas duplas saltam na vista de longe. Incendio.

Protego! – Sabrina revirou os olhos antes que o feitiço dela a atingisse. – Que falta de originalidade. Deixe a Hermione em paz. Ela é minha amiga, e eu venho atrás de você se você tentar a machucar.

— Estou com tanto, mas tanto medo! – Mas tremia de raiva por não ter acertado o feitiço.

— Thaty, querida, como esta bonita hoje.

Ela pestanejou, sentindo um braço envolver seus ombros. – Obrigado, querido quem? – Girou os olhos para um gêmeo Weasley, bem ali ao seu lado.

— Eu, seu caro Jorge, te levarei até seu salão comunal.

Ela assumiu o ar coquete no mesmo instante, fazendo Sabrina gemer de frustração.

— Obrigado, querido Jorge, mas estou meio ocupada.

— Não me magoe, prefere passar um tempo com a Sá do que comigo? – Ele disse em tom bajulador, e ela sabia que ele queria apenas parar a briga. Mas porque se importar? Sorriu e baixou a varinha, olhando cruelmente para Sabrina que era puxada pela mão pelo outro gêmeo Weasley.

— Nos vemos, mano. – Jorge foi quase arrastando Thaty Meyer pelo ombro para mais fundo nos corredores da masmorra.

— Vocês estão me seguindo? – Sabrina fechou a cara e cruzou os braços para os dois que se afastavam, a varinha descansando na curva do braço.

— Não. Poções. E bem a tempo de evitar uma catástrofe. Você não tem aula agora?

— Não. – Ela disse seca, caminhando a contra gosto para o saguão de entrada.

— Então vamos conversar.

— Não quero conversar, Fred.

— Já sabe quem é quem? – Ele lhe lançou um olhar estranho e Sabrina suspirou profundamente.

— Já, eu te disse, suas vozes são diferentes. – Ela desviou os olhos quando ele apertou o olhar para ela, uma expressão indecifrável. Passou as mãos no rosto, se alarmando quando ele voltou a falar.

— Temos outras coisas diferentes também.

— Tipo...? – Ela ergueu as sobrancelhas, incapaz de parar sua curiosidade. Travou os pés no começo da escadaria móvel, exigindo que Fred também parasse e a olhasse.

Deja vu quando ele sorriu um pouco, os dedos antes na cintura dela deslizando por seus braços nus até seus ombros, fazendo uma sensação quente e gostosa subir de onde ele tocava. Por um ou dois segundos eles se olharam, depois ele girou o ombro pra frente fazendo a mochila cair entre eles e se ajoelhando pra mexer nela. Sabrina deslizou a mão por onde a dele estivera antes e prendeu um dos braços pelo cotovelo, mordendo os lábios, nervosa com a tensão que ela tinha certeza que ele tinha quebrado de propósito. Fred se ergueu e junto com ele um pacote.

— Tipo muitas coisas. Como por exemplo concordar sobre isso.

— O...o que?

— Jorge quer lhe entregar isso, pediu para que levasse a sua avó para...avaliação. – Ele parecia completamente sem graça. Uma mão ainda estendia o pacote, mas a outra passeava pelos cabelos os bagunçando enquanto ele coçava a cabeça e olhava para outro lado. – Eu não acho que deveríamos nos aproveitar disso. Você sabe, ele acha que pode ser que ela se interesse pela invenção, por causa da loja.

— Ah. – Foi a única coisa que disse.

— Desculpe, se você não quiser, eu entendo.

— Não... – Sua voz saiu fraca e confusa. Queria chorar, sem ter certeza do porque, mas sorriu bem largo quando aceitou o pacote. – O que é?

— Uma varinha. Ela explode e cola a mão da pessoa por alguns minutos, sabe como as varinhas de cereais, mas diferente...é meio idiota. Deixa pra lá. – Ele puxou o pacote de volta para si, Sabrina o agarrou pela outra ponta e eles ficaram por alguns segundos assim brigando pelo pacote, até que ele soltou-o com um suspiro.

— Vocês que inventaram? Eu gosto da idéia. Vou mandar para ela.

— Certo. Olha...queria que você soubesse que não concordo, tudo bem? Não é por isso...não é assim que quero começar nosso negocio e nunca...não é por isso que falo com você, ou... – Ele pareceu perder a paciência, talvez consigo mesmo e virou de costas, fechando a mochila. Quando voltou para ela tinha uma expressão grave. – Sabrina não brigue com a Thaty.

— O que? Por que? – A mudança de assunto a fez pestanejar. Sentira que eles estavam muito próximos de alguma coisa, alguma resolução provável ao que ela achava que seria o dilema de sua existência ou algo que o valha. Ela inchou. – Já sei. Um de vocês dois gosta dela e não quer ver ela com a cara estourada, né? Não se preocupe depois que eu acabar com ela juro que devolvo todos os pedaçinhos.

— Você pensou em tanta besteira em tão pouco tempo? Caraca, me superou! – Ele negou com a cabeça, parvo.

— Olha, Fred...

— Ela joga sujo. Nós não queremos que você brigue com a Thaty porque...nós gostamos de você como de uma irmã, sabe? Você me lembra muito a Gina. – Ele falou quase automaticamente quando ela ergueu as duas sobrancelhas, voltando a cruzar os dois braços. – Além disso isso vai aumentar, assim que uma das duas começar a guerra, e não quero que... Gina se machuque.

— O que Gina tem a ver com a história?

— Vocês tem andado muito juntas. – Fred deu de ombros, virando o olhar para longe com uma careta.

— Quer saber? Melhor falar com sua irmã porque eu sou má companhia, que tal?

— Não é isso. Olha, você só é a mais responsável aqui, e se vocês começarem uma guerra vão ser expulsas, e nós protegemos nossos amigos. É uma coisa de...fraternidade.

“Céus. Isso deve ser piada.” Ela tentou encontrar os olhos do garoto, mas estava impossível, agora ele puxava fios do casaco. Sabrina soltou um grito estrangulado na garganta.

— Eu quero que você e o Jorge peguem esse sentimento fraterno e...usem a imaginação. Isso lembra a Gina?

— Um pouco, para falar a verdade. – Agora ele a olhou, com aquela expressão marota que costumava usar. Normal. Sabrina girou nos calcanhares, furiosa.

Por poucos, pouquíssimos instantes ela não berrara que ou ele ou o irmão eram incestuosos. Pra caramba!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam do POV da Thaty? Deveria usar ele mais vezes? Foi uma experiência diferente, no original não tinha nada disso, mas eu curti, então gostaria de saber se isso só deixou a fic mais lerdada ou foi bacana, o que acham? Ela é um personagem tão bosta que não merece a perca de tempo? xD



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harry Potter e a Neta de Voldemort" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.