Ponto de vista da Kathie

Estava ainda assustava com os ratos, mas não deixei que isso me abalasse. Terminei de arrumar as minhas coisas e me despedi de todos. John estava na frente do carro de seu padrasto com um sorriso encantador. Ajudou-me pegar a mala que não era muito grande, colocou no porta-malas e sentou comigo no banco de trás. Ele pegou a minha mão com muita delicadeza. De cabeça baixa segurando a minha mão, ele brincava com os meus dedos tocando um por um. Era ótimo sentir ele me tocando com um sorriso no rosto. Era ótimo estar do lado dele, como eu não percebi isso antes? Como eu não conhecia essa seu lado?

Durante a ida à casa da Morgana, contei para ele não falar nada sobre a Jenny porque estavam brigadas, o padrasto do John deu uma pequena aula de sobrevivência, deu inúmeros exemplos de situações e de soluções. Até fez piadinhas, John riu de quase todas. Parece-me que estão se dando bem depois de tantos anos de convivência. Fico feliz com isso.

[...]
—Ótimo todos aqui! Vai ser tão legal – Fala Morgana segurando uma bola de praia
 —Nossa, você é muito fofa. Ai que gracinha – Fala Izzy falando com a irmã da Morgana — Raquel né?
—É a quarta vez que eu falo o meu nome, é Rachel! – Fala a pequenina cruzando os braços e revirando os olhos
— Ah Oi John – Diz Izzy dando um abraço nele, bufo e vou dar oi para a família da Morgana.
 

Ponto de Vista do John

Queria poder tocar mais ainda a mão de Kathie, mas o caminho foi curto. Quando chegamos a casa, Kathie solta a minha mão para cumprimentar todos, menos Izzy que logo veio me abraçar. Mesmo a Izzy sendo incrível, não dei muita atenção no que ela falava. Pois estava perdido em meus pensamentos, e esses pensamentos obviamente eram ligados a Kathie. Não tem como não pensar nela, ainda sentia os seus dedos na palma de minha mão.

Todos estramos no carro rapidamente, fomos em dois carros. Um com o pai da Morgana dirigindo, eu, Kathie, Izzy e Morgana. No outro, foi à irmã dela e a mãe.  A viagem até que foi tranquila Izzy na maior parte do tempo, ficou cantado às musicas que tocavam na rádio, Morgana foi dormindo e eu e Kathie fomos quietos, se olhando ou de mãos dadas. Quando chegamos ao destino, o que não demorou muito. Analisei a casa, era grande e tinha uma varanda no segundo andar gigantesca. A casa de frente ao mar era simplesmente magnifica.

Saímos do carro e eu e o pai de Morgana, levamos as bagagens de todos para os seus devidos quartos. Depois eu fui em direção a varanda do andar de cima, não sabia que podia ou não ir lá. Só fui. A noite estava belíssima, não parava de sorrir. Cara eu estava namorando a Kathie! E eu podia falar para todo mundo, eu podia confirmar.  A minha paz não durou muita coisa, a Izzy aparece do nada e me flagrou com cara de bobo.
— Então Sr. Gostosão. A noite está linda, não é? – Fala chegando do meu lado
—Está muito.
—Parece que você e a Kathie se acertaram – Eu a fitei por um instante — Fico feliz com isso, posso te pedir um favor antes de eu ir?
— Antes de tu ir? – Ela me puxa e rouba um selinho—Izzy!
— Foi bom te conhecer John, mas tire essa camisa – Ela respira fundo, e eu todo confuso só concordei com a cabeça.

Se passa alguns minutos e vejo que a Izzy não abre o olho, a encaro tentando a chamar, mas nada de minha boca saí. Nem uma palavra, letra ou um ruído. Não fiz nada até o momento que Izzy caí no chão e começa se contorcer. Ainda tentando gritar, mas a minha voz não saia. Agachei e tentei segurar os braços e as pernas. Ela parou e em alguns segundos ela abriu os olhos.
—Izzy, você está bem?
— Quem é Izzy? – Disse se levantando
—LANA?! – Abro um sorriso
— Acho que sou eu – Ela coça os olhos  —Onde eu estou?
— Na casa de praia da Morgana, você não se lembra de nada?
— Só lembro-me de chorar, mas isso foi hoje de noite- Ela fita o céu — Nossa, não estou entendendo nada, O MEU DEUS JOHN, ME SEGURA! Estou muito tonta – Ela da uma balançada para trás, ameaçando cair novamente. Eu seguro ela e ajudo a caminhar pela casa até chegar na sala onde todos estavam.

—Olha quem voltou – Digo quando encontro eles — Apresento vocês Lana – Ela sorri sem dizer nada
—John, estou fraca – Ela cochicha. Levo-a até um banquete, de frente a bancada da cozinha.
— Morgana você me permite usar a sua cozinha? É que eu não quero abusar – Ela concorda e vai até Lana, onde senta ao lado tentando puxar algum assunto e explicando o que aconteceu. Procuro uma panela e os ingredientes para o Clam Chowder*.

[...]

—Está melhor?
—Sim, a sopa estava uma delícia. Obrigado John
— Tome mais água, vai hidratar você.

O Clam Chowder era um dos pratos preferidos do pai da Morgana, então tive que fazer mais uma vez para ele e todos comerem. Depois de jantar, cada um foi para o seu quarto. Eu fiquei num quarto grande, nos fundos da casa. Deitei e fechei os meus olhos. Mas ouvi a porta abrindo e depois se fechando, levantei rapidamente e liguei o abajur que estava no criado mudo ao lado da cama. O rosto da Kathie se formou na escuridão, fiquei aliviado em saber que era ela e não outra pessoa.

Ela sorriu e veio me abraçar, Kathie já estava de pijama, um shorts listrado com uma camisa branca simples. Ela deitou na minha cama e fechou os olhos. E eu fiquei ali sem reação, tantas vezes ela dormiu comigo, por que agora iria ser diferente? Eu a encarei e automaticamente sorri. Deitei novamente e desliguei a luz do abajur. Demorei para dormir pois estava pensando em coisas que poderiam acontecer, coisas que deveriam ter acontecido na relação entre eu e a Kathie. Ela era a minha namorada e todos sabiam disso, ela era minha. Eu esperei muito tempo para falar isso, ELA É MINHA! Falo isso com todas as letras E-L-A -É- M-I-N-H-A.

CARALHO ELA É MINHA!

 

Essa frase soou de uma forma tão boa, não consigo disfarçar o meu sorriso, não consigo disfarçar o que sinto por ela, não mais. A frase era tão boa que se repetiu até eu adormecer.
 

CARALHO ELA É MINHA!
 CARALHO ELA É MINHA!
 CARALHO ELA É MINHA!